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IR PELO MUNDO • Quando Dom Elder nos convida a sair a procura do outro e estar em constante missão, existe a tendência de nos cristãos em adotar a postura tradicional da Igreja que muitas vezes não explica nada e pede que nosso agir seja de acordo a o que nos ensina , em nome da confiança na Igreja (sexo antes do casamento, negar a comunhão a casais de 2da. União).
Os tempos modernos nos pedem explicações racionais, argumentos que fundamentem a solicitação, para validar o pedido. • Está presente também a busca da felicidade, prazer. • Precisa-se de argumentos para dialogar com a sociedade e para consigo mesmo.Racionais a partir da sua fé. • Liberdade frente a lei. Para assumir ou não uma proposta de vida.
Muitas das vezes há uma postura tradicional da Igreja de dar explicações tendo como base principal a autoridade, colocando em confronto Fé e Razão o que impossibilita um diálogo com a modernidade. • Vivemos num mundo moderno, com seus valores. • Cremos que a atitude mais apropriada é que o cristianismo ( com seus ensinamentos e sua moral) se abra à modernidade.
Na modernidade : a razão, a liberdade e a felicidade são temas principais, mas podemos dizer também que estes temas são bíblicos e cristãos. Más são apresentados como tipicamente modernos, alheios a tradição cristã, até opostos a ela. • Neste dialogo devemos estar abertos a ouvir, aprender,refletir e falar.
Se a missão da Igreja ( e nós somos Igreja) é : ir pelo mundo e anunciar a boa nova, isto é, evangelizar a sociedade e as pessoas e confirmar a comunidade na fé. • Estas duas tarefas não se excluem, elas se complementam, uma existe em relação complementar da outra. • A confirmação da comunidade na fé cristã não pode ser concebida sem sua missão de ir pelo mundo.
Muitas vezes acontece nas igrejas ir pelo caminho mais fácil que é de : convencer aos que já estão convencidos e reduzem seu trabalho à confirmação dos fieis na fé cristã. • Esquecem do mundo e de seus desafios, utilizam-se da divisão de pastorais intra-eclesiais e pastorais extra-eclesiais. Escolhendo para dar mais força às intra-eclesiais, como se pudesse haver uma confirmação da fé destas comunidades sem efetuar a tarefa de ir pelo mundo e anunciar a boa nova.
Falar que elas são complementares não que dizer que elas tenham o mesmo papel. • Reduzir a vida comunitária às atividades “intra-eclesiais” sem que as mesmas se encontrem articuladas com a nossa missão de ir pelo mundo, é abandonar nossa principal missão. • Portanto o discurso da Igreja, as catequeses, cursos de formação de lideranças devem oferecer aos cristãos e não cristãos respostas para as perguntas e problemas da sociedade moderna nos apresenta
“Santificai a Cristo...em vossos corações estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo que falam contra voz outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo” (1Pd 3,15-16).
Razão, mansidão e respeito são ingredientes de um diálogo frutífero. • Querer que outro compreenda a minha esperança e a minha fé sem uma exposição racional ou com argumento e lógica compreensível para ele, é querer que o outro já possua a minha experiência: é querer que o outro seja da minha comunidade de fé. Contudo, ele não é, por isso que o outro.
Ou então querer que aceite a minha argumentação irracional apoiada na autoridade baseada em: eu, o Papa diz...,a Bíblia fala....Mentalidade de quem já tem fé nessas autoridades. • Um pouco de cuidado com essa mentalidade que privilegia a experiência mística que pode dividir ás pessoas em : os puros (salvos) e os impuros (não salvos). • Nosso interlocutor é do mundo moderno.
Propiciar aos cristãos uma certa racionalidade nos argumentos que buscam explicar o mistério da ação salvifica de Deus no mundo creio que deve ser um ingrediente na boa nova. • Já nos perguntamos qual é a boa nova hoje, falamos de evangelização, será que entendemos o evangelho?, qual é palavra que o mundo espera?, temos Tradição de 2000 anos, a Bíblia, o Magistério da Igreja, a DSI .
Será que respondem as perguntas de hoje. Perguntas novas surgem hoje e outras perderam o sentido. • Será que a repetição da Tradição acumulada é a boa nova para o mundo de hoje. • Se as doutrinas e ensinamentos são bons para nós, não podemos esquecer que no anuncio da boa nova, a “novidade e a bondade” deve ser dado pelo ouvinte e não pelo proclamante.
O Evangelho insiste em dizer que o destinatário principal da proclamação da Boa Nova é o pobre(Lc 4,18;7,22)
Tristeza e esperanças dos pobres e a boa nova. • Nossa America-latina é marcada na década do 60 por dificuldades no campo econômico, social e político. • Em 1968 acontece em Medellín, Colômbia a II Conferência Geral do Episcopado Latino americano e do Caribe. • Opção preferencial pelos pobres
O clamor dos pobres e a revelação de Deus na história • Que palavra o mundo espera, qual a boa nova que devemos anunciar como resposta aos clamores dos pobres? • A evangelização deve levar em consideração as tristezas e esperanças dos que sofrem hoje, por isso que deve ser uma resposta às perguntas e problemas de hoje .
A boa nova deve ser proclamada pelo testemunho.. da fé.....em valores que estão alem dos valores correntes e a esperança no transcendente (Paulo VI)
Religião e Política. • Devemos ter claro duas referências básicas: a sociedade e a lição do passado. • A boa nova que proclamamos hoje deve ser uma resposta aos clamores dos pobres e oprimidos de hoje, uma resposta as perguntas que estão por detrás desses clamores. • Assím...a vida religiosa dos cristãos e das comunidades não pode estar dissociada desses problemas.
a vida religiosa e o discurso religioso da comunidade e dos cristãos devem estar intimamente ligados com os problemas dos pobres. Separar a religião dos problemas sociais significaria anunciar um Deus indiferente aos clamores dos pobres, insensível ao sofrimento de milhões de seus filhos.
Sem racionalidade não poderemos dialogar com o mundo nem ter eficácia em nossa luta. • Sem o Espírito não poderemos discernir entre Deus e os ídolos. • O desafio está em encontrar ou criar uma racionalidade de estar ao serviço do clamor dos pobres. Uma racionalidade capaz de desmascarar as idolatrias modernas , tanto em forma de religiões tradicionais quanto em forma de teorias científicas e propor uma alternativa que seja realmente uma boa nova para os pobres.
Revendo a Utopia e as esperanças Crise do socialismo • Mesmo sem a clareza teórica dos pontos que analisamos até agora, muitos assumiram uma luta contra este sistema excludente e opressor. • Muitos cristãos se inserem em lutas concretas, em sindicatos, partidos e outras entidades de classe. • Teólogos assumem no campo teórico e das ciências sociais o instrumental marxista em busca de uma racionalidade capaz de dar eficácia histórica à fé.
O desafio de reconstruir a esperança • Desafios do momento • Vivemos um momento histórico de gestação do futuro. As forças populares vivem, alem da crise econômica, e crise social vive uma crise de esperança. • Desilusões da direita e da esquerda.
O Desafio de assumir a história • A descoberta que Deus não faz mágica para alterar milagrosamente as correlações de força....não pode nos levar ao pessimismo. Desistir de lutar por um mundo mais justo e não receber essa ajuda não quer dizer que Deus não se importe com nosso sofrimento. • Visão pessimista e visão otimista em função dos acontecimentos e no que está aí.
Levar a sério as possibilidades, não oferecer “consolos baratos” (Ivone Gebara). • “o pessimismo otimista”, e o “otimismo ilusório”são concepções que não assumem com radicalidade a história humana tecida de forma conflitiva pelos seres humanos.
Antropologia Cristã • Ter fé que Deus é pai, é assumir que todos os seres humanos tem dignidade, independente da sua etnia, riqueza, sexo ou religião. • Com Jesus sabemos que somos mais do que “imagem e semelhança” do Criador, somos adotados como filhos. • Anunciar é ir contra a antropologia e lógica capitalista, que diz que o hoem vale pelo que tem.
Opção pelos pobres • Estar com os pobres • A presença física e visível da Igreja no meio dos pobres através de padres, freiras, leigos comprometidos ...etc , questiona a idéia de que Deus está somente com as “pessoas de bem” da sociedade. • Segundo a visão idolátrica Deus está somente com essas “pessoas de bem”, com os integrados na sociedade.
Viver como os pobres • A opção pelos pobres deve nos levar a viver de forma modesta identificada com os pobres, não pela valorização da pobreza pela pobreza, senão porque descobrimos que o valor de uma pessoa ou de uma instituição e não está na quantidade de bens que pode ostentar. • Descobrimos que o valor de uma pessoa está na capacidade de reconhecer a dignidade humana no outro, no sofredor, no marginalizado e que o valor da Igreja ou de alguém que ocupa uma função nela está na sua capacidade de amar e servir aos mais pobres.
Lutar com os pobres • Não é possível estar solidariamente com os pobres e não lutar para mudar este sistema que propicia esta desigualdade. A luta com os pobres é um imperativo evangélico que nos deve interpelar em nossas ações, mesmo contra toda desesperança. A utopia deve estar sempre alimentada pela confiança na Promessa.