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Homem ou bicho, que diferença faz? Diluindo as fronteiras entre natureza e cultura

LEWGOY, Bernardo; SORDI, Caetano. As guerras de carne: o consumo carn í voro, seus defensores e cr í ticos , 2012, pp. 137-151. MARVIN HARRIS. Vacas, porcos, guerras e bruxas: Os enigmas da cultura . Editora: Civiliza ç ão brasileira, 1978, 205 p.

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Homem ou bicho, que diferença faz? Diluindo as fronteiras entre natureza e cultura

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Presentation Transcript


  1. LEWGOY, Bernardo; SORDI, Caetano. As guerras de carne: o consumo carnívoro, seus defensores e críticos, 2012, pp. 137-151. MARVIN HARRIS. Vacas, porcos, guerras e bruxas: Os enigmas da cultura. Editora: Civilização brasileira, 1978, 205 p. • LEWGOY, Bernardo; SORDI, Caetano. As guerras de carne: o consumo carnívoro, seus defensores e críticos, 2012, pp. 137-151. MARVIN HARRIS. Vacas, porcos, guerras e bruxas: Os enigmas da cultura. Editora: Civilização brasileira, 1978, 205 p. Homem ou bicho, que diferença faz? Diluindo as fronteiras entre natureza e cultura Joelma Batista do Nascimento; Vinicius Gabriel da Silva/UFPB Orientadora: Mónica Lourdes Franch Gutiérrez A polaridade entre natureza e cultura é permanente, até os dias de hoje, na antropologia. A cultura, categoria que define o antropocentrismo, e ao mesmo tempo a separação com a natureza, foi por muito tempo o território da antropologia ecológica. Entretanto, devido a transformações na sociedade e a formação de movimentos ambientalistas, o antropocentrismo passa a sofrer críticas no âmbito do pensamento ecológico e do ambientalismo. Cabendo, portanto, aos antropólogos repensar essa dicotomia entre natureza e cultura e sua possível diluição. Trazemos ao debate um movimento ambientalista contracultural – assim definido por Castells (1999) – o Veganismo que adota em suas práticas o boicote a qualquer produto de origem animal, indo de contramão, portanto, as normas alimentares previamente estabelecidas e aceitas pela sociedade. Essas práticas se justificam e definem-se não apenas como práticas alimentícias, mas segundo seus adeptos trata-se de um estilo de vida, da adoção de um conjunto de regras éticas, o compromisso de atribuir aos animais os mesmos direitos de igualdade e liberdade que são outorgados aos homens. Deste modo, temos por intento responder as seguintes indagações: até que ponto o veganismo ameaça a fronteira entre humanos e animais? Como se constrói seu discurso? Ao tentar equiparar homens e animais em estatutos de direitos, isso afeta a noção ocidental de pessoa? Este trabalho foi construído a partir de leituras teóricas e pesquisa de campo através de entrevistas com alguns adeptos a esse movimento, na cidade de João Pessoa, como também a inserção nossa em alguns grupos veganos via facebook. Palavras chave: Antropologia assimétrica; Estilo de vida; Veganismo. INTRODUÇÃO RESUMO PERCURSO METODOLÓGICO A pesquisa teve caráter exploratório e iniciou com uma interação com alguns agentes do movimento vegano que identificamos na rede social “Facebook” em dois grupos distintos desse movimento: "grupo de vegetarianos e veganos de João Pessoa" e "Diga não aos testes em animais” onde o primeiro é composto por Vegetarianos veganos e Ovo-lacto-vegetarianos da cidade de João Pessoa e o segundo de São Paulo, contra o uso de animais em pesquisas científicas e pertencem a vertente abolicionismo de animais. Os grupos pesquisados via rede social facebook foram essenciais pra o andamento de nosso trabalho, pois fazia parte da rotina do grupo postar e compartilhar debates sobre o veganismo e meio ambiente, imagens denunciativas sobre a utilização/exploração de animais, convites de oficinas e palestras veganas, sites, vídeos e textos acadêmicos que nos forneceram dados imprescindíveis que vão ser expostos durante o desenvolver do trabalho. Extrapolamos a observação do ciberespaço para o real com entrevistas semiestruturadas a alguns veganos que moram na cidade de João Pessoa, mas nem todos fazem parte desses grupos de rede virtual. • O “estilo de vida” vegano provoca desestabilizações e estabilizações na fronteira natureza/cultura no que diz respeito à relação humanos-animais: • Equiparação entre humanos e animais pela capacidade de sentir dor “senciência” (Peter Sing, 2010); • Reconhecimento de uma diferença de grau, mas não de natureza entre homens e animais (Descola, 1998). Essa representação projeta pensamentos, ações e lançam no cotidiano dos adeptos estratégias para não fazer uso e não “explorar” os animais; • Os condicionantes “ética” e “moralidade” são os fios condutores que constroem as perspectivas do que é ser vegano; • busca de rompimento com a concepção antropocêntrica O que para eles só é possível com a desanimalização do consumo de produtos de origem animal. Por outro lado, a estabilização da fronteira se dá na criação de uma noção de pessoa como moralmente superior ao não humano – os animais podem comer outros animais, faz parte de sua “natureza”; humanos não, porque eles são capazes de desenvolver uma posição ética e moral mais elevada.  De que humano estamos falando?  E de que animal, afinal? “O veganismo não é apenas o ato de parar de deixar de comer, digamos assim, alimentos que contém alguma coisa de origem animal, mas a causa preza de uma posição ética na sociedade e moral também, porque não tem como você dizer que respeita a vida de ninguém e quando chega ao mercadinho você compra três sardinhas por dois reais” (relatos de entrevista, 2012) ARGOLO Tainá C.  Veganismo como Desobediência civil. 2008. (Apresentação de Trabalho/Congresso). DESCOLA, Philippe. ESTRUTURA OU SENTIMENTO: A RELAÇÃO COM O ANIMAL NA AMAZÔNIA. Tradução de Tânia Stolze Lima. MANA 4 (1): 23-45, 1998. FELIPE, Sônia T. A desanimalização do consumo humano: desafios da ética vegana. Palestra proferida na abertura da Reunião de Fundação da Sociedade Vegana. São Paulo: 2010. Disponível em < www.sociedadevegana.org/index.php?view=article&catid=16%3Aetica&id=16%3Aa-desanimalização> Acesso em novembro, 2012. FELIPE, Sônia T. ÉTICA NA ALIMENTAÇÃO: O FIM DA INOCÊNCIA. Palestra proferida no Encontro Temático da SVB-Brasília, 16 e 17 de agosto de 2008.  LEWGOY, Bernardo; SORDI, Caetano. As guerras de carne: o consumo carnívoro, seus defensores e críticos, 2012, pp. 137-151. MARVIN HARRIS. Vacas, porcos, guerras e bruxas: Os enigmas da cultura. Editora: Civilização brasileira, 1978, 205 p. RESULTADO Esta pesquisa tem como recorte o movimento vegano e suas práticas alimentares opondo-se ao consumo carnívora. Em geral, não são consumidores de quaisquer produtos de origem animal, não apenas no que diz respeito à alimentação, mas a qualquer atividade humana que se utilize de animais para fins comerciais. Pois, como nos adverte (LEWGOY e SORDI, 2012, p. 138) “a questão do consumo de carne nunca foi e jamais será culturalmente neutra. O consumo de carne não suscita apenas questões médico-nutricionais. Ele comporta uma “teia de valores metafísicos e morais‟ (LESTEL, 2011, p. 16) inscrita e engendrada, em grande parte, pelos seus métodos de obtenção e produção”. Esta posição alimentícia é reinterada no discurso vegano como uma causa ética em defesa aos direitos e igualdade entre seres humanos e animais. Nessa perspectiva, procuramos analisar os princípios norteadores e principais argumentos que enviesa esses indivíduos como grupo e quais os critérios que definem essa ética. OBJETIVOS REFERÊNCIAS • Geral: • Analisar a relação de ética (entre humanos e animais) proposta pelos veganos a partir da alimentação e relacionar com o debate antropológico natureza/cultura; • Específicos: • Estudar como os veganos constroem o discurso de ética e o dissemina em suas práticas; • Identificar que concepção os  veganos possuem dos animais e, de forma relacionada, qual a noção de humano que detêm (noção de pessoa).

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