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Prova de Doutoramento Área científica| Antropologia Data | 15-02-2013. Michel G. J. Binet Unidade de Acolhimento | Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa (CLUNL) Apoio Financeiro | Bolsa de Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
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Prova de DoutoramentoÁrea científica| AntropologiaData | 15-02-2013 Michel G. J. Binet Unidade de Acolhimento | Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa (CLUNL) Apoio Financeiro| Bolsa de Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) Microanálise etnográfica de interacções conversacionais: Atendimentos em Serviços de Acção social JÚRI Adriano Duarte Rodrigues (Orientador) | FCSH-UNL • Conceição Carapinha (Arguente) | Univ. Coimbra • Lorenza Mondada | Univ. Basel • Luís Baptista | FCSH-UNL • Marina Antunes | ISSSL-ULL • Paula Godinho | FCSH-UNL • Telmo Caria (Arguente) | UTAD ) • Palavras-chave| Micro-Etnografia – Análise da Conversação (AC) – Intervenção social
Comunidade profissional & Quadros interaccionais Etnografia Estudo de comunidade, por pesquisa de terreno e entrevistas Delimitação de quadros de interacção conversacional dentro da comunidade profissional Micro-Etnografia Constituição de corpora de gravações/filmagens das práticas profissionais em contexto “autêntico” Paradigma etnometodológico da acção situada Endo-organização local e sequencial das práticas profissionais: Etnométodos e competências dos membros Saberes articulados nos discursos sobre a prática (Questionários / Entrevistas) Saberes incorporados e articulados nas práticas (Observação “naturalista” + Técnicas auxiliares de “registo em directo”)
Filiações investigativas e Enquadramento(s) teórico(s) (Parte I) (pp.18-144) • Ancoragem da Análise da Conversação na história da antropologia (europeia) Marcel Mauss (1873-1950) Bronislaw Malinowski (1884-1942) • A Etnometodologia e a produção local da ordem da interacção: os métodos comuns da micro-contextualização émica (Harold Garfinkel, 1967) • A Análise da conversação: um paradigma teórico-metodológico completo (Harvey Sacks, 1966) • Teorias auxiliares Cooperação e Máximas conversacionais (Grice, 1975) | Relevância e Inferência (Sperber & Wilson, 1989) A Teoria da Argumentação na Língua (Anscombre & Ducrot, 1983) A Teoria dos Actos de fala (Austin, 1962) Ritualização e figuração (Face Work) (Goffman, 1955, 1967; Brown & Levinson, 1978) • Atendimentos em serviços de acção social: breves elementos de macro e micro-contextualização
Metodologia e desenho investigativo: a constituição do corpus (Parte II) (pp.145-217) II.1. Da observação flutuante e encoberta ao corpus: exploração e consolidação da pesquisa de terreno micro-etnográfica Tiago Freitas (2010) II.2. O Corpus ACASS II.2.1. Etnografia e workplace studies: coparticipação e desenho das fases investigativas do Projecto ACASS
Metodologia e desenho investigativo: a constituição do corpus (Parte II) (pp.145-217) II.2. O Corpus ACASS (…) II.2.2. Roteiros de análise Por onde começar ? Por onde prosseguir ? Não exaustividade – Procedimento aberto – Método indutivo Método «idiographique» Método nomotético Estudar (na e pela análise de interacções locais) a “maquinária” da conversação (competência comunicativa e interaccional de base: infra-estrutura procedimental) Estudar um quadro interaccional na sua especificidade / singularidade
Metodologia e desenho investigativo: a constituição do corpus (Parte II) (pp.145-217) II.2. O Corpus ACASS II.2.3. A transcrição como teoria-em-reconstrução: a indução como prática metodológica Data-driven analysis A transcrição (transcrição-em-curso e transcrição finalizada) como terreno de pesquisa micro-etnográfica: valor iniciatico da prática da transcrição Ninguém é etnógrafo sem ser um pesquisador de terreno; Ninguém é micro-etnógrafo/analista da conversação sem ser um transcritor Transcritor Analista Não há transcrições definitivas. «Dado secundário», cada transcrição é uma aproximação aos dados registados (incomplet.) na gravação
Programa informático de auxílio da transcrição/anotação: ELAN
Trecho de transcrição • Base empírica • Um Corpus de mais de 50 horas de gravação de atendimentos em serviços sociais (Projecto ACASS) • Um Volume de 250 páginas de transcrições integrais e parciais (Atelier de transcrição ACASS) [Binet & Monteiro, 2012] • Tese: mais de 130 trechos de transcrição (sistematicamente revistos)
A Acção social em microanálise (Parte III) (pp.218-500) III.1. Delimitar em primeira aproximação uma classe de eventos interaccionais: pré-definições vulgares e institucionais III.1.1. Pré-definição de senso comum III.1.2. A conversão dos “objectos prédefinidos” em “objectos organizacionais locais” III.2. A ecologia institucional da fala-em-interacção: etnografia visual de um serviço de acção social Corpus de 31 fotografias de um serviço social (de outro distrito)
A Acção social em microanálise (Parte III) (pp.218-500) III.3. Endo-organização de um atendimento de acção social: um micro-evento interaccional ordenado em várias escalas III.3.1. Pré-Abertura e Abertura III.3.2. Corpo principal dos atendimentos III.3.2.1. A macrosequência centrada num problema: o script dos atendimentos III.3.2.2. Carreira institucional e história conversacional: primeiros tópicos e primeiras tarefas III.3.2.3. Inquérito e Identificação do problema-por-resolver III.3.2.4. Partilha do(s) problema(s): entre exposição do utente e afiliação do técnico
A Acção social em microanálise (Parte III) (pp.218-500) III.3.2. Corpo principal dos atendimentos (continuação) (…) III.3.2.5 A fase de resolução do(s) problema(s) III.3.2.6. As visitas ao domicilio: um nicho ecológico dotado de episódios interaccionais e de recursos próprios III.3.3. Pré-Fecho e Fecho III.3.4. Em jeito de considerações finais: The Micro-Macro Link
Resultados e Conclusões (1/6) Atendimento ? ATENDIMENTO DE ACÇÃO SOCIAL Nota: a gestão local da correlação de lugares de identidade não é linear
6. Resultados e Conclusões (2/6) • Acção situada, o atendimento de um utente / com um assistente social (reciprocidade de perspectivas) é co-re-produzido local e sequencialmente, por meio de métodos e de procedimentos passíveis de descrição detalhada.
6. Resultados e Conclusões (3/6) • Cada atendimento é um quadro de ratificação / negociação de “identidades-em-interacção-assimétrica”. • Acções unilaterais (não reciprocáveis em formato idêntico). Ex.: autorização-convite para entrar no espaço do gabinete sob domínio territorial do técnico (p.254); pedidos de identificação, de informação e de dados de contacto (p. 254 & p.438); o poder decisional (p.306, 309, 391-2 & 395). • O utente detém o poder de bloquear e inviabilizar a resolução do problema. A sua adesão é activamente procurada pelo técnico. A relação de poder é assimétrica mas a resolução dos problemas não deixa de ser uma acção concertada e negociada (p.393-4) • Formas de tratamento (p.281) David Monteiro (2010) • «A assimetria da relação (…) se manifesta aqui por um poder desigual de prender o outro a uma obrigação decorrente da celebração de um contrato » (p.398). • A assimetria de poder é patente no plano da gestão da ordem temporal do atendimento (p.229 & pp.434-5).
6. Resultados e Conclusões (4/6) • Mais do que fixada de antemão, a agenda ou “ordem dos trabalhos” da maioria dos atendimentos é emergente e negociada passo a passo (ex.: introdução negociada de um novo tópico). • Scriptização: «Em vez de constituir uma estrutura rígida passivamente replicada, a “scriptização” da interacção é uma microconstrução conjunta, que envolve um custo negocial mais ou menos elevado» (p.278). • O «(…) ouvinte, verdadeiro falante secundário, guia activamente o falante primário, por meio de sinais de retorno que constituem uma base de apoio ou de desapoio, que o incentiva a prosseguir, a reforçar, a abreviar, a reorientar, a cancelar, etc., o seu discurso, no próprio curso da sua elaboração» (p.384). Ricardo de Almeida (2008, 2009 & 2010)
6. Resultados e Conclusões (5/6) • Manutenção local de uma macro-organização sequencial: o script de base. • «Os interactantes não são sujeitos passivos deste processo temporal, mas seus actores: são eles que, de mútuo acordo (gerado assimetricamente), dão por completada uma dada tarefa e introduzem outra tarefa a seguir, constituída por eles como sequencialmente relevante» (p. 434) • Apresentação Prezi «A Organização sequencial global dos Atendimentos de ação social» Link: http://prezi.com/lhevthcylnmj/a-organizacao-sequencial-global-dos-atendimentos-de-acao-social/
6. Resultados e Conclusões (6/6) • As interacções conversacionais não são insensíveis aos contextos macro-históricos e meso-institucionais: não constituem um domínio de organização da vida social separado e independente dos outros níveis. • A “justificabilidade” (accountability) das acções e decisões perante “instâncias terceiras” (Flahault, 1979) • Recursos mobilizáveis (incomplet.)