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O monge russo Rasputin era considerado “semi-louco” e libertino por uns, uma benção para outros, e um mistério para todos. Sua vida está envolta em uma névoa de histórias intrigantes, estranhas, quase incompreensíveis , que nos revelam uma figura aparentemente sombria que usou de poderes considerados para-normais em um contexto histórico único no século XX ( a revolução russa), e que, talvez precisamente por isso, tornou-se extraordinariamente famoso. (AVANÇAR C?MOUSE)
Não via contradição no ato de unir o sagrado e o profano, causando ao mesmo tempo admiração e perplexidade . Nasceu na aldeia de Rasputje, Sibéria, em 1869. Segundo algumas versões, teria poderes para-normais desde a infância, e aparentemente considerava isto um dom natural.
Outros relatos dizem que, quando atingiu a maturidade, Rasputin teria entrado para a misteriosa Seita dos Flagelantes, um controverso grupo que vivia sob o olhar apreensivo da Igreja Ortodoxa pré-revolução de 1917. A premissa básica era que não haveria sentido para a salvação se não fôssemos pecadores. Havia rumores de que buscavam união entre o êxtase místico e sexual. Apesar da versão não ser aceita por historiadores, a suspeita de que participava da seita perseguiu-o até o fim, talvez devido ao fato de que realmente Rasputin escandalizou a sociedade russa por seu desregramento sexual.
Quando chegou em São Petersburgo, no ano de 1903, despertou o interesse da Tsarina Alexandra Romanov, cujo único filho varão era hemofílico. Utilizando seus conhecimentos de “cura pela fé”, Rasputin conseguia amenizar os problemas do menino Alexei. Automaticamente ganhou o título de 'Enviado de Deus' e a confiança e admiração de Alexandra, o que o levou a uma prestigiosa intimidade com a aristocracia russa, e o fez abandonar a vida de peregrino errante.
O estranho monge aproveitou a situação com brilhantismo. Começou inclusive a ter influência nas rodas políticas, o que desagradou profundamente alguns membros da elite que o consideravam apenas um charlatão, e que , como tal, só poderia ser pernicioso aos interesses do Império. Sua fama se espalhou. De certa forma, um dos maiores impérios do século XIX passou a ser influenciado por um misterioso monge com poderes de cura. Foi justamente esta fama inesperada que viria a causar sua ruína.
À parte de sua fama como poderoso mago, Rasputin manteve a princípio uma imagem de santidade e retidão. Mesmo mais tarde, quando os relatórios da policia do Tsar denunciaram as bebedeiras e libertinagem do monge, nada parecia abalar seu prestígio real. Talvez pelo fato da doença de Alexei ser mantida em segredo, sua intimidade com a Tsarina deu lugar a rumores.
Em 1914 estourou a Primeira Guerra Mundial e a Rússia posicionou-se ao lado da França e da Inglaterra. O Tzar Nicolau II foi obrigado a ocupar-se com assuntos militares. O palácio e o governo interno passaram para as mãos de Alexandra, e conseqüentemente, manteve-se em alta o prestígio de Rasputin. Descontentes com sua forte influência, a nobreza russa passou a conspirar por sua morte.
A idéia inicial era envenená-lo, e Rasputin foi convidado para um jantar com o Príncipe Iussupov. Um mistério que intriga todos até hoje foi o fato de que o veneno na comida não fazia qualquer efeito. Rasputin mantinha-se forte e bem disposto no decorrer do jantar. Estupefatos com a situação, os nobres o balearam. Ainda assim, ele se levantou do chão após o tiro. Por fim Rasputin foi amarrado e jogado no rio Neva, onde finalmente morreu afogado.
HAVIA DEIXADO UMA CARTA PROFÉTICA AO TSAR: “...SINTO QUE MORREREI ANTES DE 1° DE JANEIRO. SE MEUS ASSASSINOS FOREM BANDIDOS OU CAMPONESES, O SENHOR TSAR NADA TEM A TEMER. SUA FAMÍLIA REINARÁ POR SÉCULOS. MAS SE FOREM PESSOAS DE SUA RELAÇÃO, NINGUÉM, NEM SEUS FILHOS, VIVERÃO POR MAIS DE 2 ANOS. SERÃO ASSASSINADOS PELO POVO RUSSO. DEVE REFLETIR E SER PRUDENTE. PENSE EM SUA SEGURANÇA E DIGA A SEUS AMIGOS QUE PAGUEI POR ELA COM MEU SANGUE, POIS SEREI ASSASSINADO. JÁ NÃO ESTOU ENTRE OS VIVOS.” ESTRANHAMENTE, 2 ANOS DEPOIS,O TSAR E SUA FAMÍLIA FORAM EXECUTADOS JUNTOS, EM UMA SALA, PELOS REVOLUCIONÁRIOS QUE LUTAVAM PELA CAUSA COMUNISTA.
Sua resistência à morte deu ainda mais força para a imagem sobrenatural que construiu durante toda sua a vida. Rasputin talvez não tenha sido nem santo, nem demônio. Alguns historiadores consideram que foi usado como bode-expiatório num contexto político em que ambos os lados precisavam de atirar culpas para justificar malogros e excessos, inevitáveis de ambos os lados, durante a queda de um Império . De qualquer modo, sua figura tornou-se lendária, cruzou as fronteiras da Rússia e do tempo, seja como símbolo de poder sobrenatural, ou como ícone da esperteza humana. Sua enigmática figura permanece intrigante até os dias de hoje.
FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA ENTRE NO SITE: http://www.corepoesia.com TEXTO E IMAGENS: INTERNET SOM: “A VIAGEM DE GALITZIN” DE MUSSORGSKY