1 / 55

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SOBRE O PÓS-COMENTÁRIO NA MICROESTRUTURA DE DICIONÁRIOS SEMASIOLÓGICOS

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SOBRE O PÓS-COMENTÁRIO NA MICROESTRUTURA DE DICIONÁRIOS SEMASIOLÓGICOS. Virginia Sita Farias Isabela Galdiano Lexicografia II Profª Drª Claudia Zavaglia. O modelo microestrutural de H. E. Wiegand. Wiegand (1989a; 1989b) Hausmann e Wiegand (1989)

kemal
Download Presentation

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SOBRE O PÓS-COMENTÁRIO NA MICROESTRUTURA DE DICIONÁRIOS SEMASIOLÓGICOS

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SOBRE O PÓS-COMENTÁRIONA MICROESTRUTURADE DICIONÁRIOS SEMASIOLÓGICOS Virginia Sita Farias Isabela Galdiano Lexicografia II ProfªDrª Claudia Zavaglia

  2. O modelo microestruturalde H. E. Wiegand • Wiegand (1989a; 1989b) • Hausmann e Wiegand (1989) • Não houve, nos últimos 20 anos, contribuições significativas no estudo do modelo microestrutural • Essa concepção ainda se faz presente em discussões posteriores sobre o assunto

  3. Microestrutura abstratae microestrutura concreta • Microestrutura: “conjunto ordenado de todas as informações no interior do verbete” (p. 110) • Distinção entre microestrutura abstrata e microestrutura concreta • Microestrutura abstrata: “conjunto pré-determinado de tipos de informações passíveis de estarem presentes nos verbetes, correspondendo, pois, a um ‘programa constante de informações’ ” (p. 110) - PCI • Microestrutura concreta: “representação da microestrutura abstrata no dicionário; (...) equivale à totalidade das informações linearmente ordenadas no interior de cada um dos verbetes” (p. 110)

  4. Programa constante de informações • O dicionário define previamente o PCI • Determinado pelo tipo de dicionário • “deveria ser determinado por uma tríade: à definição tipológica do dicionário, acrescentaríamos a delimitação do perfil de usuário e o estabelecimento da(s) função(ões) que a obra deve cumprir” (p. 110) • Diferente para cada categoria morfológica • Grande variedade de microestruturas concretas • “mesmo previstos no PCI, determinados segmentos podem ser omitidos na representação concreta, em razão das peculiaridades de cada signo-lema.” (p. 110) • grau zero de informação

  5. Programa constante de informações • casinhola ‹ca.si.nho.la› s.f. Habitação pequena e humilde. SIN. casebre. (DDSM, 2007: s.v. casinhola) • cefalotórax ‹ce.fa.lo.tó.rax› (pl. cefalotóraces) s.m. Em um crustáceo ou em umaracnídeo, parte anterior de seu corpo, formada pela cabeça e pelo tórax. (DDMS, 2007: s.v. cefalotórax) • Segmento informativo - “cada segmento microestrutural ao qual corresponde uma informação específica, segundo a definição do PCI” (p. 111)

  6. Programa constante de informações • PCI do DDSM (Dicionário didático, 2007): • Indicação ortográfica, indicação de separação silábica, indicação de sílaba tônica, indicação de plural irregular, indicação de categoria morfológica, indicação de significado e indicação de sinonímia • Grau zero de informação

  7. Comentário de formae comentário semântico • PCI - segmentos informativos de natureza diversa • comentário de forma e comentário semântico • ordem canônica • comentário de forma - “estrutura nuclear da esquerda” • comentário semântico - “estrutura nuclear da direita” • Concepção saussuriana de signo linguístico - Significante e Significado • comentário de forma: representação gráfica e fonético-fonológica do signo-lema • comentário semântico: informações referentes ao significado (ex: definição, indicação de sinonímia)

  8. Microestrutura simples • Comentário de forma + comentário semântico

  9. Microestrutura composta • Sub verbetes • Estrutura “guarda-chuva”

  10. Microestrutura ampliada • Comentário de forma + comentário semântico + outro constituinte textual imediato • Interna - ocorre dentro da estrutura básica da microestrutura • Externa - ocorre fora da estrutura básica da microestrutura • Pré-comentário - estrutura marginal da esquerda • Pós-comentário - estrutura marginal da direita • “Podem referir-se tanto à forma (pré-comentário de forma, pós-comentário de forma) quanto ao significado do signo-lema (pré-comentário semântico, pós-comentário semântico)” (P. 116)

  11. Pré-comentário • Menos comum

  12. Pós-comentário • Mais comum

  13. Análise do emprego do pós-comentárioem dicionários semasiológicos • Com base no modelo de Wiegand • Três aspectos: • (a) a frequência de aparição do pós-comentário e sua possível relação com o tipo de dicionário • (b) a funcionalidade do segmento dedicado ao pós-comentário • (c) os sistemas semióticos empregados na apresentação do pós-comentário (p. 116-117)

  14. O pós-comentárionos dicionários gerais monolíngues • Seleção de 10 obras, de 4 tradições lexicográficas distintas (língua portuguesa, espanhola, francesa e italiana) • Contrastar as diferentes tradições lexicográficas

  15. Dicionário da língua portuguesaHouaiss Eletrônico (2009) • “é o mais sistemático no que diz respeito à apresentação do pós-comentário.” (p. 117) • PCI previamente estabelecido - cerca de dez segmentos informativos • O pós- comentário é empregado com muita frequência • Campos específicos no final de cada verbete para a apresentação de variados tipos de informação: • Gramática • Uso • Etimologia • Sinonímia • Antonímia • Coletivos • Homonímia • Paronímia • Vozes de animais

  16. Dicionário da língua portuguesaHouaiss Eletrônico (2009)

  17. Dicionário da língua portuguesaHouaiss Eletrônico (2009) • Informações, de forma (“gramática” e “uso”) e conteúdo (“sinonímia/variantes”, “antonímia”), comentário etimológico • Cada um desses campos é precedido de um símbolo • Críticas: • 1) as informações do campo “gramática” - indicações relativas à conjugação verbal, formação de femininos e plurais irregulares - poderiam fazer parte do PCI estipulado para o comentário de forma • Pós-comentário seria reservado para informações “extraordinárias” (peculiaridade de um signo-lema) • Considerar sempre a consultabilidade e a legibilidade

  18. Dicionário da língua portuguesaHouaiss Eletrônico (2009)

  19. Dicionário da língua portuguesaHouaiss Eletrônico (2009) • 2) campo “sinonímia/variantes”: indicações de natureza distinta (sinonímia e antonímia - conteúdo semântico; variantes - forma) • 3) informações oferecidas por meio de remissão - “obriga o consulente a sucessivas consultas ao dicionário, a fim de chegar à informação desejada, o que é, no mínimo,bastante incômodo” (p. 119)

  20. Novo dicionário Aurélioda língua portuguesa (2009) • “achega” - “uma informação adicional à definição e [que] pode ser de natureza explicativa, comparativa [Cf., sinônimos, antônimos, etc.], gramatical [flexões, conjugação verbal, etc.]” (AuE, 2009)

  21. Novo dicionário Aurélioda língua portuguesa (2009) • O pós-comentário aparece com frequência • Repetição de problemas apontados no dicionário anterior: “confusão entre indicações de forma e semânticas, fornecimento de informações no pós-comentário que poderiam pertencer ao comentário de forma e apresentação de informações essenciais sob a forma de remissões” (p. 119-120)

  22. Moderno dicionário da língua portuguesa (1998) • Informa na introdução no final do verbete “são indicados os plurais irregulares, os plurais de nomes compostos, os femininos de formação irregular, os aumentativos e diminutivos irregulares, os superlativos absolutos sintéticos, os sinônimos, os antônimos e as formas variantes.” (p. 120)

  23. Moderno dicionário da língua portuguesa (1998) • Mesmas críticas feitas aos dois dicionários anteriores (tipo de informação e forma como ela é oferecida)

  24. Dicionário de usosdo português do Brasil (2002) • Introdução: “A observação é alguma informação adicional sobre uma determinada acepção ou sobre todo um verbete” (DUPB, 2002: XIII) • campo específico no interior do verbete para observações - especificidades de determinados signos-lema (forma ou conteúdo) • Informação separada dos comentários fundamentais por barras duplas (//) • Parcimonioso no emprego do pós-comentário

  25. Dicionário de usosdo português do Brasil (2002)

  26. Dicionário UNESP do português contemporâneo (2004) • campo “sistema de destaques” • introduzido pelo símbolo ( ) • “vários aspectos ligados ao uso da língua como um sistema com uma estrutura interna típica e como uma instituição social, ou seja, como um instrumento de interação social. Além disso, apresenta, de forma atraente, vários aspectos da história do léxico” (DPC, 2004: s.p.) • Porém “a análise do emprego do “sistema de destaques” evidencia uma verdadeira miscelânea de indicações, que engloba plurais e femininos de formação irregular, número de ocorrências (nos casos em que o signo-lema é pouco usual), antonímia, formas variantes, homônimos, parônimos, formas de particípio, informações enciclopédicas etc., além, evidentemente, das informações já mencionadas” (p. 121)

  27. Dicionário UNESP do português contemporâneo (2004)

  28. Dicionário UNESP do português contemporâneo (2004) • Conjunto heterogêneo de informações • Muitas poderiam fazer parte do comentário de forma ou semântico • Informações enciclopédicas - não são pertinentes em um dicionário de língua

  29. Diccionario de la lengua española (2011) • Pós-comentário reduzido • “Notas de uso” • Indicações relativas à forma e ao significado • “Na maioria dos casos, porém, o emprego do pós-comentário não se justifica, na medida em que constitui um sistema tático deficiente de marcação diassistêmica” (p. 123)

  30. Diccionario de uso del español (2001) • Pós-comentário - “notas de uso”, “formas de expressão” e “conjugação

  31. Diccionario de uso del español de América y España (2003) • “a informação sobre questões ortográficas, de pronúncia, gramaticais e de uso é introduzida nas observações e nas notas de certas acepções” (DUEAe, 2001: s.p.) • Similar aos dicionários brasileiros, variedade de informações • Muitas poderiam estar no PCI

  32. Diccionario de uso del español de América y España (2003) • casos em que “o pós-comentário é usado para explicar determinados empregos do signo-lema que implicam uma alteração de significado, bem como para exemplificar construções particulares” (p. 123)

  33. Nouveau Petit Robert: Dictionnaire alphabétique et analogiquede la langue française • PCI extenso, pouco uso do pós-comentário • Informações normativas, indicações sintagmáticas ou pragmáticas específicas

  34. Vocabolario della lingua italiana • Situações em que o dicionário opta pela ampliação externa da microestrutura: • (a) indicações gramaticais e notas de uso (acento, elisão e truncamento, erros comuns, feminino, uso de maiúscula, plural, pontuação, separação silábica); • (b) indicações de nuances de significado (examina-se famílias de palavras análogas, definindo o significado de cada uma, o emprego adequado e o contexto de uso mais apropriado); • (c) inserção de nomenclatura (fornece-se uma série de palavras relacionadas ao signo-lema, com o objetivo de atribuir à obra a função de dicionário analógico) (p. 124)

  35. Vocabolario della lingua italiana

  36. O pós-comentário nos dicionáriospara aprendizes de língua materna • Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) - classificação dos dicionários para aprendizes de língua materna • Tipo 1 e 2 - dicionário infantil • Tipo 3 - dicionário escolar • (Correspondência parcial)

  37. O pós-comentário nos dicionáriospara aprendizes de língua materna • DCR (2005) - Dicionário do Castelo Rá-Tim-Bum não apresenta pós-comentário • Os demais dicionários: resultado similar aos dicionários gerais monolíngues • “os dicionários infantis costumam fornecer o mesmo tipo de informação que os dicionários gerais (p. ex., plurais e femininos irregulares, homônimos, parônimos, formas variantes, sinônimos etc.), utilizando, inclusive, sistemas semióticos bastante parecidos na sua apresentação. “ (p. 125)

  38. O pós-comentário nos dicionários para aprendizes de língua materna - Tipos 1 e 2 • Diferença entre dicionários gerais e dicionários infantis • Infantis: pós-comentário quase que exclusivamente com indicações de forma • Potencial usuário de um dicionário infantil: criança que inicia o processo de alfabetização • Crítica geral: qual a utilidade das informações apresentadas ao público em questão?

  39. O pós-comentário nos dicionários para aprendizes de língua materna - Tipo 3 • “tendem a seguir o comportamento dos dicionários gerais no que concerne ao emprego do pós-comentário” (p. 127)

  40. O pós-comentário nos dicionários para aprendizes de língua materna - Tipo 3 • Exceção - DDSM (2007) • PCI “bem definido e bastante extenso” • “muito embora o pós-comentário seja empregado com relativa frequência, as informações aí dispostas complementam os comentários fundamentais e são apresentadas de uma forma bastante sistemática” (p. 127)

  41. O pós-comentário nos dicionários para aprendizes de língua materna - Tipo 3 • NDW (2007) e DPRAE (2007) usam o pós-comentário de forma mais parcimoniosa • Indicações gramaticais, destinadas principalmente à produção

  42. O pós-comentário nos dicionários para aprendizes de língua estrangeira • Obras lexicográficas de língua inglesa e alemã seguem a tendência da tradição lexicográfica em que se inscrevem • Extensão e densidade do PCI • Uso bastante parcimonioso do pós-comentário (apenas indicações “extraordinárias”)

  43. Síntese da análise do emprego do pós-comentário em dicionários semasiológicos • “ao analisar os verbetes dos dicionários selecionados, identificamos as estruturas de pós-comentário exclusivamente por meio da sua localização no interior da microestrutura.” (p. 127) • “para conferir uma real funcionalidade ao pós-comentário, é preciso definir, no âmbito de uma teoria metalexicográfica, as informações passíveis de serem fornecidas nesse segmento.” (p. 127) • “O emprego do pós-comentário deveria ser uma consequência natural de uma concepção funcional da microestrutura.” (p. 127)

  44. Síntese da análise do emprego do pós-comentário em dicionários semasiológicos • “A ampliação da microestrutura, dessa forma, deve responder a uma impossibilidade de se oferecer determinada informação em algum dos segmentos microestruturais previstos pelo PCI, por tratar-se de uma indicação de caráter excepcional.” (p. 127) • “Grande parte dos dicionários analisados, no entanto, não demonstra sequer haver definido um PCI.” (p. 127)

  45. Síntese da análise do emprego do pós-comentário em dicionários semasiológicos • Será que os dicionários tem consciência de estarem lidando com um tipo de ampliação microestrutural? • as diferenças entre os tipos de dicionários são mais quantitativas do que qualitativas; • prevalência do pós-comentário de forma sobre o pós-comentário semântico; • as informações apresentadas nos segmentos denominados “pós-comentários de forma”, na maioria dos casos, poderia ser parte integrante do PCI pertinente ao comentário de forma;

  46. Síntese da análise do emprego do pós-comentário em dicionários semasiológicos • as informações pertinentes ao “pós-comentário semântico” restringem-se à sinonímia e antonímia, bem como a umas poucas indicações pragmáticas; • os sistemas semióticos empregados na maior parte dos dicionários não contribui para explicitar a ampliação externa da microestrutura.

  47. Proposta para o emprego do pós-comentário como mecanismo explanatório • Parte de 3 premissas: • 1) o emprego do pós-comentário deve ser consequência direta de uma concepção funcional da microestrutura; • 2) a estruturação do pós-comentário deve estar amparada em distinções como microestrutura abstrata/microestrutura concreta, comentário de forma/comentário semântico, microestrutura simples/microestrutura ampliada; • 3) o pós-comentário deve oferecer informações extraordinárias, que não estão previstas nos comentários fundamentais

  48. Proposta para o emprego do pós-comentário como mecanismo explanatório • Deve-se ter em vista 3 fatores: • Um modelo funcional de microestrutura • Uma concepção de funcionalidade em termos de informações discretas e discriminantes: O pós-comentário converte-se em um segmento informativo funcional, na medida em que (a) oferece informações discretas e discriminantes e (b) articula-se com os segmentos microestruturais nucleares, colocando-se em relação de complementaridade frente a eles • Uma teoria geral dos mecanismos explanatórios (permitirá determinar em que situações é preciso empregar mecanismos de elucidação do significado alternativos ou complementares às paráfrases definidoras, e qual recurso é mais apropriado em cada caso)

  49. Referências • FARIAS, Virginia Sita. Considerações preliminares sobre o pós-comentário na microestrutura de dicionários semasiológicos. ReVEL, v. 9, n. 17, 2011. [www.revel.inf.br]. • AuE. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 4.ed. Curitiba: Positivo, 2009. (1 CD-ROM) • AuI. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio ilustrado. Curitiba: Positivo, 2008. • CCLDe. SINCLAIR, John. Collins COBUILD Advanced Learner´s Dictionary. Glasgow: HarperCollins, 2003. (1 CD-ROM) • CDAE. LANDAU, Sidney. Cambridge Dictionary of American English. 7.ed. Cambridge: CUP, 2006.

More Related