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AS CARTAS

AS CARTAS . PASTORAIS. Introdução. As cartas a Timóteo e a Tito são chamadas “Pastorais” desde o século XVIII. O título é justificado porque: são endereçadas a pastores das Igrejas, amigos e colaboradores de Paulo;

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AS CARTAS

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Presentation Transcript


  1. AS CARTAS PASTORAIS

  2. Introdução • As cartas a Timóteo e a Tito são chamadas “Pastorais” desde o século XVIII. • O título é justificado porque: • são endereçadas a pastores das Igrejas, amigos e colaboradores de Paulo; • contém conselhos e deveres de caráter pastoral dos dirigentes de comunidades.

  3. Introdução Tito Timóteo • No epistolário paulino, as cartas a Timóteo e a Tito são as únicas dirigidas a indivíduos. • Exceto a Carta a Filemon – que tem um objetivo diferente. • Timóteo e Tito são responsáveis por Igrejas. • São dois discípulos prediletos do Apóstolo Paulo . • Apresentam uma certa homogeneidade de vocabulário, estilo e perspectiva teológica espiritual. Portanto, formam um bloco bem definido no conjunto do “Corpus Paulinum”.

  4. Paulo e Tito Essas cartas devem ser entendidas em sentido amplo, quase sinônimo de comunitário. As instruções dadas aos pastores, abarcam todos os setores da vida eclesial: desde a oração até o relacionamento inter-pessoal. Essas orientações são, muitas vezes, fundamentadas com textos de catequese, liturgia, profissões de fé, baseadas na tradição.

  5. Paulo e Timóteo Assim, as cartas pastorais, além de fornecer um panorama de organização das comunidades, apresentam, também, uma preciosa documentação da catequese primitiva. A grande preocupação dessas cartas é conservar e transmitir fielmente o ‘depósito da fé.

  6. Outros dois problemas monopolizaram o debate das Cartas Pastorais. • Sob o ponto de vista teológico, foram consideradas em alguns ambientes protestantes alemães, como um clássico exemplo de um “cristianismo burguês”, isto é, caracterizado pela perda da tensão escatológica e marcado por tendências institucionalizantes. Assim se falou em “proto-catolicismo”, porque o objetivo das cartas seria conformar o projeto cristão com o ambiente da época. • Rebatendo a crítica Protestante, os autores Católicos procuraram mostrar a continuidade dessas cartas com a Tradição cristã primitiva.

  7. O problema da autenticidade paulina • O problema surgiu no século XIX com a crítica racionalista. • Em 1804, Schmidt negou a autenticidade de Primeira Timóteo. • Aos poucos a negação atingiu também as outras duas cartas que foram atribuídas a um falsário do século II, o qual teria usado o nome de Paulo para combater o gnosticismo e dar crédito à doutrina do episcopado monárquico na Igreja. • Outros autores, menos radicais, atribuíram as cartas a um discípulo de Paulo ou a São Policarpo de Esmirna ou a um membro do seu clero. • Atualmente, muitos autores Católicos e mesmo não Católicos admitem a autenticidade paulina das Cartas Pastorais.

  8. a) Os argumentos contra a autenticidade paulina são: - Vocabulário diferente das outras cartas. - O estilo é lento e monótono sem a variedade das outras cartas. - O vocabulário com muitos termos novos; algumas palavras são substituídas por outras. Ex: parusia por epifania para dizer a volta de Cristo.

  9. Resposta: • Nem o estilo, nem o vocabulário são decisivos para negar a autoria paulina, sobretudo se tomarmos em consideração a participação ativa dos secretários (Rm 16,22) que não eram simples copistas. • Também, o estilo e o vocabulário são normalmente condicionados pelo argumento tratado, pelo estado de espírito do autor e pelos destinatários diretos dos escritos. • Paulo, nas Cartas Pastorais, usa um tom familiar e simples porque se dirige, como pai, a filhos responsáveis por comunidades.

  10. b)A doutrina é mais normativa-jurídica. • Insiste-se na fidelidade à “verdade”. A fé é vista como um conjunto de verdades a qual se deve crer, e não como adesão à pessoa de Cristo. • Resposta:Sem dúvida, a doutrina das pastorais é muito mais pobre e ao tipo prático-normativo. Mas, isso depende do objetivo que o autor quer alcançar e das circunstâncias históricas em que escreve.

  11. c) Os erros combatidos seria o gnosticismo na forma que assumiu no século II. • Os hereges possuem uma mentalidade dualista (1Tm 4,3-5; 2Tm 2,18; Tt 3,5); dá-se mais importância ao aspecto intelectual da fé do que às obras (Tt 3,5) • Resposta:Os erros combatidos nas Pastorais, não se apresentam como um sistema doutrinal bem definido como o gnosticismo do século II. • Talvez se tratasse do início da gnose ou de alguma tendência gnóstica do próprio judaísmo (Tt 1,14 fala de fábulas judaicas). • Note-se, também, que enquanto o gnosticismo de Marcião e Valentino rejeitava o Antigo Testamento em bloco, as Pastorais o supervalorizam.

  12. d) A organização eclesiástica seria muito desenvolvida. Prevalece a Igreja das estruturas no lugar da Igreja Carismática. Já aparecem bem delineados os membros de uma hierarquia interna na Igreja (epíscopos, presbíteros, diáconos). Resposta:Uma organização eclesiástica bem evoluída, é a razão mais forte contra a autoria paulina. Porém devemos evitar dois exageros: - Não existe nenhum interesse pela hierarquia nos escritos do Novo Testamento anteriores às Pastorais. É um juízo falso.

  13. Nota-se certos graus de hierarquia em algumas comunidades: • os Atos dos Apóstolos falam de “epíscopos e presbíteros”; “epíscopos e diáconos” em Fl 1,1; são mencionados os chefes de Igrejas em 1Ts 5,12; 1Cor 16,16; Rm 12,8. • As Pastorais apresentam, apenas, uma maior preocupação pela organização das comunidades, daí a maior insistência nesses termos. • Essa organização é apresentada como perfeita. Na realidade o processo organizativo chegará ao ponto definitivo somente no século II com a doutrina do episcopado monárquico como aparece nos escritos de Santo Inácio de Antioquia.

  14. e) Nas Pastorais, ainda há muita confusão: presbíteros e epíscopos são, praticamente, sinônimos; • Tito e Timóteo não são bispos residenciais, mas itinerantes à disposição do único chefe de todas as comunidades. • As notícias pessoais de Paulo não se enquadram no que sabemos do Apóstolo sobretudo através dos Atos. • Resposta:Certamente os dados biográficos e cronológicos das Pastorais não se enquadram na vida de Paulo até o ano de 63.

  15. É certo, também, que o autor dos Atos dos Apóstolos não tencionava fazer uma biografia de Paulo. • Seu objetivo era outro (At 1,8). • Já vimos na introdução a Paulo que nem sempre Atos e Paulo coincidem, e - nestes casos sempre devemos dar mais razão aos escritos paulinos.

  16. O problema é saber o que aconteceu com Paulo após o ano de 63. • Sabemos que Paulo desejava ir à Espanha. Se, de fato, aconteceu essa viagem, só pode ter sido após sua libertação da primeira prisão em Roma (63/64d.C.). • As Pastorais são ambientadas no retorno dessa viagem, entre os anos 65-67d.C. • Paulo teria, então, feito sua última viagem à Ásia para rever sua comunidades. • Nessa ocasião, deve ter deixado Timóteo como “epíscopo” de Éfeso e Tito da ilha de Creta.

  17. Paulo esteve ainda: • em Mileto onde se separou de Trófimo que estava doente (2Tm 4,20); • em Nicópolis (Tt 3,12); • em Trôade (2Tm 4,13). • Parece ter sido preso novamente em Trôade, pois deixou ali seu manto e alguns pergaminhos;

  18. Paulo esteve ainda: • esteve na Macedônia e dali entre 65 e 66 teria escrito a Primeira Carta a Timóteo e a Tito. • Levado prisioneiro para Roma em 66, de lá teria escrito sua última carta, a Segunda Timóteo, quando já pressentia seu fim (2Tm 4,6-8). Paulo foi decapitado em Roma em 67/68 d.C.

  19. Paulo Anunciador do Mistério a Timóteo

  20. Destinatários das cartas: Timóteo • Era originário da cidade de Listra na Licaônia. • Seu pai era grego e sua mãe judia (At 16,1). Não se fala nada sobre seu pai, talvez já morto quando conheceu Paulo. • Foi educado por sua mãe Eunice e por sua avó Lóide que lhe transmitiram a fé judaica e o conhecimento da Lei de Moisés (2Tm 3,15). • Mas por ser filho de pai gentio não foi circuncidado ao oitavo dia. • Provavelmente conheceu Paulo por ocasião da segunda viagem missionária.

  21. Timóteo • Tornou-se conhecido da comunidade cristã e gozava de grande estima. • Foi durante a segunda viagem missionária, ao passar novamente por Listra que Paulo batizou-o e o tomou como seu colaborador. • E para facilitar seu contato com os judeus, Paulo fez com que Timóteo fosse circuncidado (At 16,1). • Desde então, tornou-se o colaborador fiel do Apóstolo.

  22. Esteve com Paulo no momento em que foram escritas as cartas: • 1-2 Tessalonicenses (1Ts 1,1; 2Ts 1,1); • 2Coríntios (2Cor 1,1); • Romanos (Rm 16,21); • Filipenses (Fl 1,1); • Colossenses (Cl 1,1) • Filemon (Fm 1). • Acompanhou Paulo na Macedônia (At 17,14-15); • a Corinto (At 18,5) • e a Éfeso (At 19,22). • Desempenhou várias tarefas de confiança de Paulo e muitas vezes difíceis (1Ts 3,1-2.5-6; 1Cor 4,17; 15,10; Fl 2,19-24; Rm 16,21).

  23. Timóteo tinha uma saúde delicada (1Tm 5,23) e um caráter tímido e indeciso (1Cor 4,17; 16,10-11; 1Tm 4,12) talvez reflexo de sua educação familiar e da personalidade de Paulo com quem conviveu. • Não sabemos quando recebeu a imposição das mãos (1Tm 4,14; 2Tm 1,6). A primeira carta a ele destinada apresenta-o como responsável da Igreja de Éfeso. Paulo escreve para encorajá-lo e alertá-lo contra os falsos doutores (1,3-20; 4,1-5; 6,3-10). • Esteve, provavelmente, com Paulo na época de seu martírio. Depois deve ter retornado a Éfeso onde, segundo a tradição, morreu mártir no ano de 97.

  24. a) Primeira Carta a Timóteo Foi escrita, provavelmente, na Macedônia pelo ano 65/66. Objetivo: A Carta quer alertar Timóteo enquanto dirigente da Igreja de Éfeso, a respeito dos falsos doutores (1,3-20; 4,1-11; 6,3-10). Além da defesa da sã doutrina, a Carta apresenta uma série de admoestações a Timóteo e aos que dirigem ou ocupam cargos diretivos na comunidade. São admoestações sobre a vida interna da comunidade.

  25. Estrutura da carta • Saudação (1, 1-2) • Introdução (1, 3-11) • a) Missão de Timóteo (1, 3-4) • b) Necessidade de afrontar os desvios (1, 5-11) • - identidade dos falsos doutores (1, 5-7) • - a lei foi feita para os injustos e não para os justos (1, 8-11)

  26. Corpo da Carta a) Transmissão do Evangelho sob a supervisão de Paulo (1,12-20) - vocação de Paulo (1,12-17) - responsabilidade de Timóteo (1,18-20) b) Como comportar-se na casa de Deus (2,1–3,15) - oração (2,1-15) - ministérios (3,1-13) - texto conclusivo (3,14-15) c) A sã doutrina da piedade (3,16–4,11) - o mistério da piedade (3,16) - ataque contra a apostasia (4,1-5) - o verdadeiro pastor (4,6-10) - texto conclusivo (4,11)

  27. d) Instruções a Timóteo sobre o governo (4,12–6,2) - a conduta de Timóteo (4,12–5,2) - orientações para as várias categorias de fiéis (5,3–6,2a) - texto conclusivo (6,2b) e) Modo de tratar com os que se desviaram (6,3-10) - o retrato do falso doutor (6,3-5) - eficácia da piedade unida à moderação (6,6-10)

  28. f) Transmissão do Evangelho com a supervisão de Deus (6,11-16) - o comportamento e o testemunho do homem de Deus (6,11-14) - texto doxológico conclusivo (6,15-16) - acréscimo: recomendações aos cristãos ricos (6,17-19) Conclusão (6,20-21)

  29. Segunda Carta a Timóteo Esta Carta seguramente foi escrita durante a segunda prisão de Paulo em Roma (2Tm 1, 8; 2, 29) entre os anos 66/67.

  30. Segunda Carta a Timóteo • Paulo chama Timóteo a Roma o quanto antes (4,9.21), dando a impressão que pressente que o martírio se aproxima. • Não sabemos o motivo dessa segunda prisão de Paulo. • É certo que Paulo experimentou uma série de abandonos e até de traições (1,15; 4,14s). • Estava com ele, em Roma apenas Lucas. • Os outros colaboradores estavam longe por causa do apostolado ou por outros motivos (4,10).

  31. Segunda Carta a Timóteo A 2Tm representa o testamento espiritual de Paulo, que já tem consciência do fim próximo (4,6). Assim, podemos entender a recomendação para que Timóteo se dedique com todas as forças ao serviço do Evangelho (1,6–2,13; 4,1-8), à defesa da verdadeira doutrina (3,10-17) e à luta contra os falsos doutores. Outro motivo é informar Timóteo de sua grave situação e pedir-lhe que venha a Roma o mais rápido possível (4,9).

  32. Estrutura da carta Saudação e ação de graças (1,1-5) Corpo da carta 1. Overdadeiro pastor (1,6-18) a) testemunho corajoso (1,6-8) b) o dom da salvação (1,9-10) c) o exemplo de Paulo (1,11-18) 2. O comportamento de Timóteo (2,1-26) a) transmissão das verdades ouvidas (2,1-2) b) participação aos sofrimentos do Apóstolo (2,3-7) c) comunhão total com Cristo (2,8-13) d) Luta contra as falsas doutrinas (2,14-26)

  33. 3. Os últimos tempos (3,1-17) a) apostasia final (3,1-9) b) o comportamento de Timóteo no passado (3,10-13) c) exortação à fidelidade (3,14-17) 4. Textos finais (4,1-18) a) solene admoestação (4,1-5) b) testamento de Paulo (4,6-8) c) notícias e recomendações (4,9-18) Saudações finais

  34. Paulo É um homem pleno de Deus que salva, conquista e ilumina.

  35. Carta a Tito • Tudo o que sabemos de Tito provém dos poucos dados fornecidos pelas cartas paulinas. Não é mencionado nos Atos dos Apóstolos. • Era filho de pais gregos (Gl 2,3). • Foi convertido ao cristianismo pelo próprio Paulo (Tt 1,4; 1Tm 1,2; 2Tm 1,2) que o chama de “filho”. • Não foi circuncidado, como Timóteo. • Sua conversão deve ter ocorrido na primeira viagem missionária, pois no final dessa foi com Paulo e Barnabé à Jerusalém para a assembléia em 49/50 (Gl 2,1-5; At 15,2).

  36. Ruínas de Corinto Carta a Tito • Acompanhou Paulo a Éfeso durante a terceira viagem missionária. • Dali foi enviado por Paulo para Corinto (2Cor 2,12ss; 7,6ss; 12,18); • e mais tarde, outra vez para organizar a coleta em Corinto e nas Igrejas da Acaia (2Cor 8,6.23; At 20,4; Rm 15,26). • Foi provavelmente ele que levou a perdida “Carta em lágrimas” até Corinto.

  37. Dalmacia (Este do Adriático), • Após a libertação da sua primeira prisão romana, Paulo o encarregou do governo da Igreja de Creta (Tt 1,5). • Depois foi encontrar-se com Paulo em Nicópolis no Épiro, sendo substituído em Creta por Artemas e Tíquico (Tt 3,12). • Não sabemos se de Nicópolis ou de Roma, Paulo enviou-o para evangelizar a Dalmácia (2Tm 4,10) onde seu culto é muito difundido ainda hoje.

  38. Tito parece ter sido um homem forte, de intuito rápido e ótimo organizador. • É provável que após a morte de Paulo, tenha voltado para Creta. • Segundo uma antiga tradição, Tito morreu em Creta com 93 anos de idade.

  39. Carta a Tito Foi escrita na Macedônia entre 65/66 d.C. e deve ser colocada entre a Primeira e a Segunda Timóteo A Carta é uma breve instrução que o Apóstolo dá a Tito, seu colaborador na evangelização da ilha de Creta. Tito deve organizar a “hierarquia” nas várias comunidades (2,5), combater as falsas doutrinas, e admoestar todos os que ocupam cargos importantes nas comunidades.

  40. Estrutura da carta Endereço e saudação (1,1-4) Missão de Tito (1,5-9) Corpo da Carta (1,10–3,11) Proteger-se dos falsos doutores (1,10-16) 2. Orientações sobre as relações com certos fiéis (2,1-15 a) exortações para os velhos, os jovens e os escravos (2,1-10) b) motivação: a graça de Deus se manifestou (2,11-14) c) conclusão (2,15)

  41. Estrutura da carta 3. Orientações para as relações com os não-crentes (3,1-8) a) exortações práticas: submissão às autoridades (3,1-2) b) motivação: manifestação da bondade de Deus (3,3-7) c) conclusão (3,8) 4. Proteger-se dos falsos doutores (3,9-11) Recomendações finais e saudação (3,12-15)

  42. “Estou crucificado com Cristo e não sou eu mais que vivo, é Cristo que vive em mim”. con Cristo Paulo pensa como Cristo e ama com o coração de Cristo. Paulo

  43. Carta a Filemon • 1. Autoria e data: • A autoria de Filemon não é questionada por ninguém. • Ela, entre as epístolas, é uma carta pessoal privada, aliás o texto mais pessoal do Apóstolo Paulo. • É também a mais breve das cartas de Paulo. • Filemon (vem do grego: philemon = “amoroso”). • De Filemon também não sabemos muito. • Era um cristão de Colossas, ainda que não se fale dele na Carta aos Colossenses, mas na casa dele se reuniam os cristãos (Fm 2). • Talvez não é a mesma comunidade que recebeu a Carta.

  44. Carta a Filemon • Filemon deve ter sido convertido por Paulo (provavelmente em Éfeso), pois a Paulo ele deve muito: “É claro que não preciso fazer você se lembrar de que também você me deve a própria vida” (Fm 19). • Paulo o chama de Koinonós “irmão na fé” ou sócio. • Também não sabemos quem são Ápia (esposa de Filemon?) e nem Arquipo (filho de Filemon?) a quem Paulo chama de “companheiro de luta”.

  45. Onésimo • Em 11, Paulo joga com o nome Onésimo (do grego “útil”) e alude aos serviços que Onésimo lhe tinha prestado. • Paulo não pede explicitamente a alforria de Onésimo, mas que Filemon perdoe a Onésimo por qualquer ofensa que ele tenha feito e que o receba como irmão, não como escravo. • O apelo não ataca diretamente a instituição da escravatura, mas cria uma atmosfera em que seria difícil a sobrevivência da mesma. • É uma carta que levanta muitas perguntas, algumas das quais ficam sem resposta.

  46. Filemon é, justamente com Colossenses, Efésios e Filipenses, umas das “epístolas do cativeiro” • e foi enviada a Colossas através de Tíquico, que levou também a Carta aos Colossenses, • mais provavelmente de Éfeso, então a data seria em torno de 56-57. • Alguns defendem que Paulo estava preso em Roma, então deve ser datada em torno a 62-63. • Foi escrita do próprio punho por Paulo.

  47. Estrutura da carta a) Saudação.(1-3) b) Exortação: Ação de graças pela fé e amor fraterno de Filemon. Alusão ao que deve ser feito (4-9) c) Tese: súplica em favor de Onésimo (10) d) Motivações (11-18) - Utilidade de Onésimo para Filemon (11) - Utilidade de Onésimo para Paulo (12-14) - Nova condição de Onésimo (15-16) - A garantia dada por Paulo (17-18) e) Epílogo / conclusão (19-20) f) Recomendações e saudação final (21-25)

  48. Mensagem • É certo que vinte séculos depois, muitos gostariam de ver neste escrito, uma firme condenação do sistema escravagista. • Paulo seguramente sabia que as comunidades cristãs ainda eram pequenas dentro do grande império. Elas ainda não tinham força para derrotar um sistema. Se não se podia mudar o grande, devia-se atuar no micro. • Portanto, é aqui que a carta a Filemon tem sua grande mensagem. • Não importa ainda a mudança social, mas a maneira do relacionamento entre os membros da comunidade. • Depois da carta, torna-se difícil que duas pessoas possam ser verdadeiramente irmãos se existe entre eles a divisão “patrão-escravo”.

  49. Paulo pede a Filemon que receba Onésimo “não mais como escravo... mas como um irmão caríssimo” (vv.15-16). • Paulo se recorda do que escreveu aos Gálatas “já não há mais escravo nem livre” (Gl 3,28). • A vida comunitária deve superar todas as divisões levando à igualdade entre as pessoas. • Mais tarde, São João Crisóstomo, o mais radical intérprete de Paulo no campo social, continuará esta missão.

  50. Créditos • Coordenação geral da Produção: Irmã Bernadete Boff, fsp • Texto: Padre Antônio Luiz Catelan Ferreira • Arte do power point: Irmã Matilde Aparecida Alves, fsp Irmã Ivonete Kurten,fsp Bianca Russo • Fotos: Arquivo Paulinas – Proibida a reprodução e cópia de imagens - Direitos reservados

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