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Sociologia Interpretativa

Sociologia Interpretativa. Teorias da Informação e do Jornalismo: Agenda Setting ; Tematização; Fontes de Informação; Rotinas Jornalísticas. Citizen Kane (Orson Welles, 1941) “ - Charles, as pessoas pensarão… - O que eu quiser que elas pensem. ”

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Sociologia Interpretativa

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Presentation Transcript


  1. Sociologia Interpretativa Teorias da Informação e do Jornalismo: Agenda Setting; Tematização; Fontes de Informação; Rotinas Jornalísticas

  2. Citizen Kane (Orson Welles, 1941) • “- Charles, as pessoas pensarão… • - O que eu quiser que elas pensem.” • http://www.youtube.com/watch?v=fQ804dcIGX4

  3. Sociologia Interpretativa e Principais Linhas de Investigação • O conceito de jornalismo / Construção Social da Realidade; • O papel dos media na sociedade; • Porque é que as notícias são como são?: visão de Michael Schudson sobre onewsmaking.

  4. SociologiaInterpretativa No campo da Sociologia Interpretativa, há três grandes áreas de investigação: (1) A notícia como construção social da realidade; (2) Conteúdo da Informação e impacto dos produtos informativos; (3) Rotinas Jornalísticas. Berger e Luckmann (1976) são os principais responsáveis pelo alargamento do campo teórico da comunicação à sociologia interpretativa, pois ao desenvolverem uma nova corrente designada por construção social da realidade, introduziram novidades no objecto e método de pesquisa.

  5. Construção social da realidade (Gaye Tuchman) Gaye Tuchman, em 1978, com base na observação participante, enfatizou o papel do jornalismo para a construção social da realidade. Destacou que, em grande medida, são as rotinas produtivas a configurar os conteúdos da informação e que as notícias nos indicam como observar e interpretar a realidade. • TUCHMAN, Gaye, Making News. A Study in the Construction of Reality, New York, The Free Press, 1978

  6. Construção social da realidade (Gaye Tuchman) • Mundo social e noticiabilidade; Rede de contactos e fontes de informação: Secções temáticas dos media • Conhecimento da rotina dos jornalistas: Credibilidade das fontes e noticiabilidade • Media legitimam acontecimentos, movimentos e significados sociais: Formas estandardizadas de ver a realidade A notícia é uma realidade construída e uma forma de conhecimento.

  7. Construção Social daRealidade • Formatos e temáticas para organização da informação; • Conteúdos e consciência social; • Observação indirecta do mundo e seus fenómenos; • Fontes de informação e orientação temática das notícias; • Rotinas e relação entre jornalista e fonte.

  8. Construção social darealidade (Gaye Tuchman) • “O acto de produzir a notícia é o acto de construir a própria realidade e não tanto a imagem da realidade”. • TUCHMAN, Gaye (1978), Making News. A Study in the Construction of Reality. New York: The Free Press.

  9. Conceito de Jornalismo “O jornalismo é feito de idealismo, de energia pessoal e de perguntas, além de uma dose de conhecimentos diversos visando informar bem o leitor”. A. Vivaldo de Azevedo, Noções de Jornalismo Aplicado Atributos do Jornalismo: • Actualidade; • Periodicidade; • Universalidade; • Fidelização ao Facto; • Rapidez; • Difusão; • Publicidade.

  10. O Conceito de Jornalismo • O Jornalismo apresenta concepções de natureza social, ideológica e cultural. Orientação do conceito de jornalismo: • Democratização das sociedades; • Criação de uma esfera pública (Habermas); • Participação em assuntos cívicos; • Desenvolvimento da identidade nacional e cultural; • Promoção da livre expressão e diálogo.

  11. Conceito de Jornalismo • Intervenção do Estado é necessáriaparaorganizar e/ou regular a actividade dos media. • No binómio liberdade / responsabilidade, há que contemplar a auto-regulação e a hetero-regulação. A auto-regulação é esperada dos jornalistas, dos profissionais da Comunicação Social, “no pressuposto de que dão corpo e voz ao direito fundamental (e universal) à liberdade de expressão mas, simultaneamente, devem dar resposta ao não menos fundamental direito de todos os cidadãos a uma informação completa, rigorosa, fiável e independente” (Fidalgo, 2007: 199). No edifício auto-regulador, há que considerar o público. Pois, a “responsabilidade dos media é uma responsabilidade “para com” alguém e, nesse sentido, o imperativo de prestação de contas (ou accountability) à sociedade por aquilo que se faz, como se faz, acaba por ser o corolário obrigatório de uma postura efectivamente responsável (ibid.: 200). No caso da hetero-regulação, a entidade não está ligada ao governo nem aos actores directamente envolvidos com o tema (Silva, 2008: 2-4). No caso português, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

  12. Porque é que as notíciassãocomosão? • Visão de Michael Schudson sobre o newsmaking: • «As explicações para as notícias serem o que são só têm interesse se pressupomos que não é óbvio as notícias serem o que são. (...) Se estivermos convencidos de que as notícias apenas espelham o mundo exterior ou que elas simplesmente imprimem os pontos de vista da classe dominante, nesse caso não é necessária mais nenhuma explicação» (SCHUDSON, 1988:17). • SCHUDSON, M., (1988), Porque é que as Notícias são como são, Jornalismos – Revista de Comunicação e Linguagens, 8: 17-27

  13. Porque é que as notícias são como são? • Acção Pessoal • Acção Social • Acção Cultural • Pela acção pessoal, as notícias são vistas como um produto das pessoas e das suas intenções; • A acção social enfatiza o papel das organizações (mais do que a soma das pessoas que as constituem) e dos seus constrangimentos na conformação da notícia; • A acção cultural perspectiva as notícias como um produto da cultura e dos limites do que é culturalmente concebível no seio dessa cultura.

  14. Acção Pessoal • «As notícias são um produto das pessoas e das suas intenções». • A construção da notícia é um processo que ultrapassa cada pessoa em particular, especialmente quando se integra num grupo. • As notícias têm sempre a marca da acção pessoal de quem as produz, embora temperada por outras forças que influenciam essa produção.

  15. Acção Social • «As notícias são um produto das organizações e dos seus constrangimentos» • Dados do Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses (1997), dirigido por José Luís Garcia: • 90,6% dos jornalistas inquiridos afirmou já ter sofrido pressões no exercício da actividade: “muitas vezes” - 30,3% /“poucas vezes” - 60,3% • 43,2% dos jornalistas inquiridos afirmou que existem tantas pressões internas como externas: Pressões externas: grupos de interesse político-partidários (85,8%); empresariais (61,5%); governamentais (57,1%); desportivos (41,6%); religiosos (20,8%) e jornalísticos (20,4%). Pressões internas: administração (47,1%); direcção de informação (43,4%) e chefias (41,2%).

  16. Acção Social • Ver: Relatório da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura: • http://www.parlamento.pt/ArquivoDocumentacao/Documents/coleccoes_relatorio.pdf

  17. Acção Cultural • «As notícias são um produto da cultura e os limites do concebível que uma cultura impõe». • A abordagem pela acção cultural dá menos atenção às relações sociais particulares e destaca a importância da história e tradições da sociedade na qual se desenvolvem as relações sociais.

  18. Bibliografia • MCQUAIL, Dennis (2003), Teoria da Comunicação de Massas. Porto: Fundação Calouste Gulbenkian. • SOUSA, Jorge Pedro (2000), As Notícias e os Seus Efeitos. As Teorias do Jornalismo e dos Efeitos Sociais dos Media Jornalísticos, Coimbra: Minerva Editora.

  19. Teorias da Informação e do Jornalismo 1970 – 1980: mudançanaperspectivageral dos estudosemcomunicação • Agenda Setting; • Tematização; • Fontes de Informação; • RotinasJornalísticas Walter Lippman (1922) “Public Opinion” Robert Ezra Park: tematização – agendamento: na sua obra “Thecity”, de 1925 assinala o poder dos meios de comunicação no estabelecimento de prioridades temáticas.

  20. Teorias da Informação e do Jornalismo • Jorge Pedro Sousa esclarece a observação de Lippmann: “abordava-se pela primeira vez a questão da representação da realidade social através da imprensa: os meios jornalísticos não reproduziam a realidade, antes tenderiam a representar estereotipadamente essa realidade, criando, assim, um “pseudo-ambiente” (para usar a expressão de Lippman) dissonante da realidade em si mas referencial para as pessoas, que o veriam como o verdadeiro “ambiente””(1999).

  21. Hipótese do Agenda Setting • VER: • http://www.youtube.com/watch?v=jm9cPgP1NcM

  22. Hipótese do Agenda Setting • Maxwell McCombs e Donald Shaw, são os pioneiros na apresentação da hipótese do agendamento no seu artigo intitulado The Agenda Setting Function of Mass Media (1972). • Este estudo tinha o propósito de investigar a capacidade de agendamento dos media na campanha presidencial de 1968 nos Estados Unidos, além de confrontar o que os eleitores de Chapel Hill (local escolhido para a realização da pesquisa) afirmaram ser as questões-chave da campanha com o conteúdo expresso pelos media (McCOMBS e SHAW, 1972 In: TRAQUINA, 2000). • Os autores pretendiam averiguar, também, se as ideias que os votantes julgavam como temas mais relevantes eram moldadas pela cobertura jornalística dos media(WEAVER, 1996).

  23. Hipótese do Agenda Setting • CONCLUSÕES: • Os media reproduzem, de forma imperfeita, os discursos políticos; • Os eleitores concordam com as ideias, que são definidas importantes pelos media, demonstrando assim, que os media têm a capacidade de influenciar a projecção dos acontecimentos na opinião pública. • Estabelece-se um ambiente fabricado e montado pelos media, e surge, assim, o carácter de agendamento dos media.

  24. Hipótese do Agenda Setting • Um estudo demonstrou que, quanto maior é a necessidade de orientação da pessoa, maior é a sua exposição à informação política dos mass media (Weaver, McCombs, Spellman, 2000: 63 e segs.). E que quanto maior é a necessidade de orientação, menor é a distância entre as agendas dos eleitores e as dos media (McCombs, Weaver, 1973).

  25. Hipótese do Agenda Setting • Cohen (1963): • “Embora a imprensa, na maior parte das vezes, possa não ser bem sucedida ao indicar às pessoas como pensar, é espantosamente eficaz ao dizer aos seus leitores sobre o que pensar” (MCCOMBS e SHAW, 1972 In: TRAQUINA, 2000: 49). • McCombs e Shaw (1972): • Mais do que fazer as pessoas pensar de determinada maneira, os media indicam sobre o que pensar. • Lang e Lang (1966): • Os media sugerem sobre o que se deve pensar, saber e sentir, pela forma como centram a sua atenção em determinadas questões, em detrimento de outras (LANG e LANG, 1966 In MORAGAS, 1985: 89-90).

  26. Hipótese do Agenda Setting A hipótese do agenda setting: • Analisaosefeitosda agenda mediáticanaopiniãopública; • Objectivos: (1) Entender a natureza das notícias. Analisar as suasprincipaiscaracterísticas; (2) Analisar a apropriação dos acontecimentospelosmedia; • Apresentaosmeios de comunicação social como a instituiçãoqueindicaaopúblicoaquilosobre o quedeveestarinformado, umavisão do mundo e darealidade de caráctersubjectivo, pelamediaçãoqueexerce. Molotch e Lester (1974): As notíciasdão a conheceràspessoasaquilo a quenãopuderamassistirdirectamente – “creating a second hand reality”

  27. Hipótese do Agenda Setting • Agenda-setting é composta por: • (1) Agenda Pública: diz respeito ao conjunto de temas que a sociedade estabelece como relevante e lhes dá prioridade. Esta agenda atende às questões mais debatidas e importantes para o público. • (2) Agenda dos Media: pode ser definida pela prossecução dos seus interesses próprios, pela orientação editorial e alargamento da sua difusão. Tome-se, como exemplo, o fomento do sensacionalismo, de forma a assegurar maior tiragem e proveitos publicitários. • (3) Agenda Política: define-se pelo espaço reservado pelos media aos temas de natureza política. Há uma preocupação com as acções políticas. Os media são o alvo prioritário de uma campanha política, pois, através destes, os políticos conseguem atingir, em vasta escala, a população.

  28. Teoria da Tematização • Conceito presentado por Niklas Luhmann (1978) e pretendia traduzir o processo de definição, estabelecimento e reconhecimento público dos grandes temas através da comunicação social, dos grandes problemas políticos que constituem a opinião pública através dos meios de comunicação social”(Saperas, 1993: 88). • “processo de selecção e de valorização de determinados temas de interesse introduzidos de forma contingente [isto é, incerta] na opinião pública, entendida como estrutura temática contingente, que reduz a complexidade social dos diversos subsistemas ou sistemas parciais em que opera.” • Saperas (1993: 94)

  29. Teoria da Tematização • A investigação, em torno da tematização, encontra-se orientada para a compreensão e avaliação dos efeitos sócio-cognitivos da comunicação social nas sociedades pós-industriais, partindo da ideia de que se precisa de encontrar um novo conceito de opinião pública que se ajuste à complexa sociedade actual (Saperas, 1993). • Para Agostini (1984), a tematização corresponde, assim: • “Um processo que se realiza na relação estabelecida entre o sistema político e a opinião pública, através da mediação dos mass media. Desta maneira (e esta é uma diferença fundamental em relação à teoria do agenda-setting) os meios de comunicação têm sido considerados não como os protagonistas, mas só, precisamente, como os mediadores desta relação.”

  30. Teoria da Tematização • “A opinião pública já não se define pela livre discussão de opiniões sobre temas, mas sim através de uma actividade selectiva exercida pelos meios de comunicação que atribuem certa relevância a determinados temas na comunicação pública.” • SAPERAS, E. (1993) − Os Efeitos Cognitivos da Comunicação de Massas. Porto: Asa

  31. Teorias sobre Fontes de Informação H. Molotch e M. Lester (1974), “News as purposive Behaviour: On the strategic use of routine events”; Hall et al. (1973), “The Social production of news: Mugging in the media”; Herbert Gans (1980), “Deciding what's news: A study of CBS evening news, NBC Nightly News, Newsweek and Time”; Leon Sigal (1986), “Who? Sources make the news”; Philip Schlessinger (1992), “Newsman and their time machine”; Blumler e Gurevitch (1995), “The Crisis of Public Communication; James Curran (1996) “Rethinking Mass Communication”;

  32. Sobre Rotinas • Warren Breed (1955), “Social Control in the Newsroom: a functional analysis”; • Leon Sigal (1973), “Reporters and Officials: The organization and politics of newsmaking”; • Gaye Tuchman (1972), “Objectivity as strategic ritual: An examination of newsman's notions of objectivity”; • John Soloski (1989), “News reporting and professionalism: Some constraints on the reporting of news”; • Michael Schudson (1988), “Porque é que as notícias são como são”.

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