“Mangueira fecha a rua em protesto violento” (manchete de O Globo de sexta-feira,

1. “Mangueira fecha a rua em protesto violento” (manchete de O Globo de sexta-feira, 23 de março de 2007) A mídia, o PCdoB e a consciência de cidadania

3. Na propaganda política do PcdoB a ex-candidata ao Senado pelo Rio de Janeiro, ex-deputada Jandira Feghalli, “explica” a violência social nos grandes centros urbanos pela desigualdade de renda. E esta tem sido a complacente interpretação dominante, oficial e socialista para com o recrudescimento da violência social no Brasil. Sobretudo pela propaganda socialista que durante séculos culpou as classes mais ricas pela violação legal, desmobilizando justamente os segmentos mais conscientes da cidadania quanto a tolerância para com o crime cometido pelas classes mais pobres. Pois o socialismo ainda entende a justiça como aparelho da burguesia, em contraponto com o ativismo da justiça social, e não como um legado de valor humanista da civilização.

4. A mídia brasileira, como as instituições da academia e da justiça, sistemas sociais de produção de valores, não costumam lutar pelos valores universais do Estado Democrático de Direito do ponto de vista do interesse da cidadania, mas, quando muito, apenas quando a deturpação desses valores atinge seus interesses corporativos. E exatamente por que o empresariado, a mídia e as organizações da sociedade civil não estão unidas em defesa dos valores universais da democracia, como a vida, a segurança, a liberdade e a propriedade, que prevalece a propaganda da culpa social dos mais ricos e da justiça social pelas próprias mãos, através de motins, rebeliões, quebra-quebras, tumultos, invasões, piquetes etc.

5. A manchete e a foto do Globo dizem tudo: não são um grupo de arruaceiros que protestam contra a morte de um morador num conflito entre traficantes e policiais. É toda a Mangueira! Que fecha a rua, incendeia carros, saqueia ônibus, desafia a polícia em violenta baderna. A foto e a legenda da foto são claras ao inverter o sentido do fato quando mostram um policial que, para se defender, aponta a arma contra um marginal, que o enfrenta na arrogante certeza da impunidade. Os valores da ordem democrática e do império da lei, da vida, da liberdade, da propriedade e da própria justiça são postos de lado na notícia sobre a aparente “causa” da violação legal e da violência social, e não sobre o fato em si mesmo da violenta baderna por um bando de arruaceiros arrogantes e impunes.

6. É de se perguntar até quando a mídia será sempre solidária com a propaganda socialista e estará sempre “justificando” a violação legal pela violência social, invertendo os valores da isonomia pela desigualdade social, “justificando” a omissão do Estado e sua falta de autoridade, diluindo a culpa por toda a sociedade, desmobilizando a cidadania e acabando por dar sentido, enfim, à propaganda socialista, que prega exatamente a luta de classes, a quebra dos contratos, a espoliação da propriedade, o desprezo pela vida e pelas instituições da “democracia burguesa”. Jorge Maranhão