1 / 69

Antropologia- Etnocídio /Genocídio – (Pierre Clasters )

Antropologia- Etnocídio /Genocídio – (Pierre Clasters ). O BICHO Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato.

tahlia
Download Presentation

Antropologia- Etnocídio /Genocídio – (Pierre Clasters )

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. Antropologia- Etnocídio/Genocídio – (Pierre Clasters) • O BICHO • Vi ontem um bicho • Na imundície do pátio • Catando comida entre os detritos. • Quando achava alguma coisa, • Não examinava nem cheirava: • Engolia com voracidade. • O bicho não era um cão, • Não era um gato, • Não era um rato. • O bicho, meu Deus, era um homem. Rio, 27 de dezembro de 1947. Manuel Bandeira. Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993

  2. O que se pode dizer diante disso? É culpa da criança?

  3. Quem é o mais vulnerável nessa disputa?

  4. Um sabugo de milho sacia a sua fome?

  5. Qual o sonho dessa criança ?

  6. A esperança passa por aqui?

  7. A que ponto chegou a humanidade. Humanidade?

  8. Eurocentrismo Tendência a interpretar as sociedades não-européias a partir dos valores e princípios europeus, isto é, tomar a sociedade européia como modelo e padrão Etnocentrismo: É o princípio igualmente tendencioso de considerar uma cultura/raça como padrão e modelo, ponto mais elevado atingido pela espécie humana

  9. Vilões da ciência racista: • Karl von Limé – quis demonstrar que a “mistura” é fonte de decadência da raça superior. • Ernest Renan – buscou construir uma oposição entre semitas e arianos; • Artur de Gobineau – Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas ; • Gustave Le Bon – classifica as raças, distinguindo aquelas que são superiores – todas indo-européia, daquelas que são de nível intermediário. Blumenbach • George Vacher de Lapouge – preocupação com a mestiçagem. • Benjamim Kidd • Ludwig Gumplowicz • Joan Friedric

  10. Índios no Brasil • No início do século XVI seriam cerca de 6 milhões, atualmente são cerca de 315 mil. Calcula-se, que desde então, tenham desaparecido cerca de 900 etnias. Atualmente existem apenas 206 etnias distribuídas por 562 terras indígenas, contando com cerca de 315.000 índios. Falam perto de 170 línguas. No Amazonas habitam mais de 55 povos isolados.

  11. ÍNDIOS NO BRASIL • Causas de extinção atual dos índios brasileiros: • a. agressões diretas (assassinatos) – para ocupação de terras; • b. destruição do Amazonas; • c. Transmissão de doenças dos brancos (malária, tuberculose, etc.) • d. invasões dos garimpeiros, fazendeiros, madeireiros, • Etc.

  12. HUTUS (BANTOS ) DO BURONDI • Perseguidos desde há muito pelos Tutsis. A primeira grande chacina ocorreu em 1972, quando cerca de 200 mil foram mortos pelos Tutsis.

  13. TUTSIS - RUANDA • Radicais hutus que controlavam as forças armadas, entre Abril e Junho de 1994, massacraram cerca de um milhão de ruandeses Tutsis, Hutos moderados e a minoria Twa do país, constituída por pigmeus.

  14. CAMBOJA • Entre 1975, os Khemers vermelhos, liderados por Pol Pot, exterminam 2 milhões de habitantes numa população global de sete milhões.

  15. BIAFRA • A Nigéria quando se tornou independente da Grã-Bretanha em 1960, era uma amalgama de etnias (250), com enormes dificuldades de conviverem entre si. Uma delas (Ibos), em 1967, resolve tornar-se independente,proclamando a República do Biafa. O governo da Nigéria reagiu de imediato. Ao longo de 32 meses de embargos, bloqueios, bombardeamentos, etc, o Biafra torna-se o palco de uma verdadeira carnificina dos Ibos. O terror está longe de ter terminado.

  16. CURDOS • O povo curdo é constituído por cerca de 36 milhões de indivíduos, espalhados por quatro países diferentes, a Turquia, o Irão, o Iraque e a Síria. Na Turquia são cerca de 15 milhões. O Curdistão é uma região montanhosa, onde nascem o Tigre e o Eufrates. • Durante a 2ª Guerra mundial, os curdos que estavam sob o domínio do Irã, empreenderam uma luta armada pela independência. • A repressão não se fez esperar onde quer que se encontrassem. O número de curdos exterminados ou deslocados das suas aldeias não pára de aumentar. • Brutalmente perseguidos, centenas de milhares de curdos têm-se refugiado na Europa ocidental, em especial na Alemanha e agora também na Italia.

  17. Índios na América do norte • A matança de índios na América do Norte começou com a ocupação destes territórios pelos europeus. Tribos inteiras foram exterminadas e outras reduzidas a números insignificantes, como o ramo dos Hakasham, da tribo dos Algonquinos. Das grandes nações índias restam apenas algumas dezenas de milhares de sobreviventes dos Cherokees e Navajos concentrados em reservas.

  18. Aborígenes na Austrália • No século XVIII haviam cerca de 300.000 aborígenes e falavam cerca de 50 línguas diferentes. No princípio dos anos 30 do século XX estavam já reduzido a cerca de 67 mil. Atualmente não ultrapassam os 60 mil e na sua maioria habitam em reservas. Apenas nos anos 70 os aborígenes foram reconhecidos como uma comunidade étnica em extinção pela comunidade internacional.

  19. Olivença - Espanha • O método de etnocídio que a Espanha aqui aplicou ao longo de todo o século XIX, inspirarão durante o século XX outros Estados, como o alemão durante a II Mundial. O domínio territorial é assente na anulação da identidade cultural de minorias ou povos dominados, o que em última instância pode implicar a prática sistemática de genocídios, deportações, violações de mulheres, etc. • Olivença constituiu a primeira situação na história contemporânea da Europa, em que uma população inteira foi sujeita um processo sistemático de anulação da sua identidade cultural e despojada das suas memórias colectivas, até se tornar sob regimes tirânicos na imagem e semelhança do próprio invasor.  • O respeito pelas vítimas deste etnocídio e o seu estudo, permitirão certamente compreender a gênese dos métodos que ao longo de todo o século XX foram aplicados na Europa e noutras partes do mundo para exterminar povos e culturas. 

  20. TIBETE • O Tibete foi invadido pela China em 1949. Dez anos depois, o líder espiritual dos budistas, Dalai Lama foge para a Dharamsaia, na Índia, com 15 mil refugiados. Os chineses haviam entretanto, destruído cerca de 6000 mosteiros e feito um número indeterminado de mortos. A cidade de Dharamsaia tornou-se desde Maio de 196º, a capital do Tibete no exílio. Dalai Lama a 10 de dezembro de 1989 recebeu o Nobel da Paz, em nome da resistência de um povo contra seu aniquilamento.

  21. Bosquimanos do kalahari - botswana • Atualmente apenas 7000 bosquimanos permanecem no Kalahari, a maioria das etnias Gwi e Gana. Esta é sua região ancestral, onde vivem há pelo menos 2 mil anos. Embora a região seja de difícil acesso e tenha poucos recursos naturais, mesmo assim não deixa de ser cobiçada. Desde os anos 60 os bosquimanos são vítimas dos Setswana, a etnia majoritária no Botswana que pretendem expulsar.

  22. Incas, Astecas, Maias • Quando os espanhóis chegaram à América, viviam neste continente cerca de 70 milhões de indivíduos. Os conquistadores espanhóis não tardaram em iniciar a matança. • Hermán Cortez - os Astecas. • Pedro de Azevedo - os Maias. • Pizarro – Incas • Em ilhas como Cuba, a população local foi completamente exterminada. • Em meados do século XVII calcula-se que só existissem menos de 7 milhões.

  23. Bascos • Em Euskadi (País Basco), luta-se há seculos contra a asfixia cultural. O que está em jogo, afirmam os nacionalistas bascos,é a sobrevivência de um povo ameaçado pelo Estado Espanhol. A repressão da população atingiu aqui tais proporções que nos anos 60 acabou por conduzir à formação de um movimento armado que desde então luta pela independência desta região.

  24. E mais.... • Saharauis • Kosovo • Palestinos • Judeus • Innu (Canadá)

  25. Qual a problemática do autor? • Etnocídio, é um termo que se apresenta posterior ao fenômeno ou é um termo que substitui o termo Genocídio, tradicionalmente utilizado? • Qual a distinção entre Etnocídio e Genocídio, segundo o autor? • Um termo é suficiente para dar conta da magnitude do fenômeno?

  26. Problemática central do texto • Por que, apesar de todas as sociedades em geral, possuírem de forma intrínseca o etnocentrismo como um valor, apenas a ocidental é etnocida? • Onde se encontra a raiz desse problema? • Como se explica o porquê delas(sociedades ocidentais) agirem assim? • O que faz com que a civilização ocidental seja etnocida?

  27. Tese o autor • Toda cultura é etnocêntrica, (vocação de avaliar as diferenças pelo padrão da própria cultura), mas nem toda cultura é etnocida. Essa prerrogativa é da(s) sociedade(s) ocidentais. Por que? • Porque a construção do ‘Estado’ tal qual estrutura centralizadora do poder responde a uma configuração específica no Ocidente e a partir da Modernidade. • Porque em conjunto com esse modelo de ‘Estado’ desenvolveu-se a sociedade capitalista, um modo de produção específico do ocidente.

  28. Diferença entre etnocídio e genocidio • Genocídio: sempre existiu – está ligado à idéia de racismo. • O racismo consiste em caracterizar um conjunto humano pelos atributos naturais, eles próprios associados às características intelectuais e morais que valem para indivíduo dependente desse conjunto e, a partir disso, pôr eventualmente em execução práticas de extermínio, inferiorização e exclusão.

  29. Criado em 1946, no processo de Nuremberg, o conceito jurídico de genocídio é consideração no plano legal de um tipo de criminalidade até então desconhecido. Mais precisamente, ele se refere à primeira manifestação, devidamente registrada pela lei, dessa criminalidade: extermínio sistemático dos judeus europeus pelos nazistas alemães (p. 82);

  30. Diferença entre etnocídio e genocidio • O etnocídio é a destruição sistemática dos modos de vida e pensamento de povos diferentes daqueles que empreendem essa destruição. • O genocídio assassina os povos em seu corpo, o etnocídio os mata em espírito. • O espírito, se, se pode dizer, genocida quer pura e simplesmente negá-los. Exterminam-se os outros porque eles são absolutamente maus;

  31. Diferença entre etnocídio e genocidio • O etnocida, em contrapartida, admite a relatividade do mal na diferença: os outros são maus, mas pode-se melhorá-los obrigando-os a se transformar até que tornem, se possível, idênticos ao modelo que lhes é proposto, que lhes é imposto. • A negação etnocida do Outro conduz a uma identificação a si. Poder-se-ia opor o genocídio e etnocídio como duas formas perversas do pessimismo e do otimismo.

  32. Diferença entre etnocídio e genocidio • Na América do Sul, os matadores de índios levam ao ponto máximo a posição do outro como diferença: o índio selvagem não é um ser humano, mas um simples animal. O homicídio de um índio não é um ato criminoso, o racismo desse ato é inclusive totalmente evacuado, já que afinal ele implica, para se exercer, o reconhecimento de mínimo de humanidade o Outro.

  33. Diferença entre etnocídio e genocidio • Ele tem em comum com o genocídio uma visão idêntica ao Outro: o Outro é a diferença, certamente, mas é, sobretudo, a má diferença. Essas duas atitudes distinguem-se quanto à natureza do tratamento reservado à diferença:

  34. Diferença entre etnocídio e genocidio • Em ambos os casos, trata-se sempre da morte, mas de uma morte diferente: supressão física e imediata não é a opressão cultural com efeitos longamente adiados, segundo a capacidade de resistência da minoria oprimida.

More Related