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Universidade Santo Amaro Farmácia- Noturno. Ari Francisco Aline Goncalves Celso Donizeti Cintia Helia Kelza Jacqueline Rodrigues Karina Nubia Taty 2009. Doença Hemolítica Peri Natal (DHPN). Conceito.
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Universidade Santo AmaroFarmácia- Noturno Ari Francisco Aline Goncalves Celso Donizeti Cintia HeliaKelza Jacqueline Rodrigues Karina Nubia Taty 2009
Conceito • A doença hemolítica Peri natal(DHPN),também conhecida como eritroblastose fetal caracteriza-se por destruição das hemácias do feto ou recém-nascido (RN) por anticorpos maternos que atravessam a placenta, levando à anemia fetal.
Etiologia • É causada por incompatibilidade entre os grupos sangüíneos da mãe e do feto, sendo, na maioria das vezes, responsabilizados os antígenos eritrocitários dos grupos Rh e ABO e, mais raramente, outros antígenos eritrocitários, mais (2% dos casos) comumente os c, E e Kell. Para que haja sensibilização, é necessário: • Contato do antígeno com o sistema reticulo-endotelial da mãe. • Reação com formação de anticorpos que possam exercer efeito sobre o feto. • Pode ocorrer após transfusão de sangue ou componentes incompatíveis ou por hemorragia feto materna.
Mecanismo • Na DHPN as hemácias fetais estão recobertas por aloanticorpo IgG de origem materna,dirigidos contra um antigeno herdado geneticamente do pai, presente em suas hemácias mas ausente na hemácias materna.
Sistema Rh • O sistema Rh é complexo e inclui vários antígenos com diferentes graus de antigenicidade. • Antígenos Rh: Dd, Ee e Cc. Estes antígenos são lipoproteínas localizadas nas membranas das hemácias. • Os genes para estes antígenos são herdados independentemente de outros grupos sangüíneos. • Estes genes se localizam no braço curto do cromossomo 1.
Rh positivo : indivíduos cujas células apresentam o antígeno D. Genótipos DD ou Dd. • Rh negativo: Indivíduos cujas células não possuem o antígeno D. Genótipo: dd. • Assim Rh negativo se deve a ausência do antígeno D.
Há diferença na distribuição populacional dos antígenos Rh. • São Rh + (Dd ou DD): • 99% dos americanos nativos, chineses e asiáticos • 92% dos afro-americanos • 87% dos caucasianos
Pesquisa brasileira realizada com 2034 gestantes mostrou incidência de : • 92,9% de Rh + • 7,1% de Rh -
45% das pessoas Rh + são homozigotas para o gene D, ou seja, DD. • Os 55% restantes são heterozigotas, ou seja. Dd. Assim, para mãe Rh – : • Se um pai é Rh + heterozigoto, o filho tem 50% de chance de ser Rh – e 50% de ser Rh +. • Já se o pai for Rh + homozigoto, o filho com certeza será Rh +.
Risco de imunização Rh: • Risco maior (8 a 12%): marido ABO compatível e homozigoto DD, fetos ABO compatíveis e Rh +. • Risco médio (4 a 6%): marido ABO compatível e heterozigoto Dd, fetos ABO compatíveis sendo 50% Rh + e 50% Rh -. • Risco menor (2 a 3%): marido ABO incompatível e homozigoto DD. • Risco mínimo (1%): marido ABO incompatível e heterozigoto Dd.
Quando há incompatibilidade ABO, os eritrócitos fetais ao entrarem na circulação da mãe são destruídos rapidamente • Assim haverá uma menor sensibilização por parte da mãe.
Forma clínica • 10-15%: hidrópicos,( Pessoa que por morbidez ou outras causas, acumula serosidades líquidas em qualquer parte do corpo. Mais comum no abdome, podendo gerar insuficiência renal ou cardíaca) • ascite ( acumulação de fluidos na cavidade do peritônio e hepatoesplenomegalia) • Natimortos
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Forma clínica • 70-80% formas leves: icterícia ( patologia que ocorre em recém-nascidos em conseqüência do aumento de bilirrubina indireta (hiperbilirrubinemia) na corrente sangüínea) e anemia. • Nas primeiras horas • Kernicterus: impregnação de bilirrubina nos núcleos da base
Kernicterus. http://www.materdei.com.br/qvc/img/imagens/recem_nascido_bercario_20_bebe_fototerapia_p.jpg
Patogenia Condições que favorecem a passagem de hemácias fetais para o sangue materno: • Abortamentos ou ameaça • Gestação ectópica (principalmente rota) • Descolamento prematuro de placenta • Procedimentos invasivos (amniocentese, cordocentese, biópsia de vilo corial)
Patogenia • Sensibilização maior no momento do parto. • Os anticorpos maternos IgG anti D destroem os eritrócitos fetais com conseqüente hemólise. • A eritropoese fetal aumenta, reservas medulares, fígado e baço são recrutados. • Pode ocorrer ascite e hidropsia fetal.
Patogenia • Placenta prévia • Traumatismo abdominal ou uterino • Remoção manual da placenta
Diagnóstico 1) Determinação do fator Rh e do grupo sangüíneo da mãe. 2) Teste de Coombs indireto: • Inespecífico • Detecta presença de IgG materna anti-eritrócito. • Sensibilidade de 65% para prever o grau de comprometimento fetal.
Diagnóstico Valores do teste de Coombs indireto e associação com risco de hidropisia fetal: • < 1:16 sem história fetal de hidropisia = sem risco. • 1:16 = risco de 10%. • 1:32 = risco de 25%. • 1:64 = risco de 50%. • 1:128 = risco de 75%. Controverso
Teste de Coombs indireto Resultado falso-positivos: • Contaminação bacteriana das hemácias. • Sepse. • Presença de reticulócitos. • Contaminação por íons metálicos.
3)Amplificação do DNA • Obtenção de seqüências de DNA fetal em sangue periférico da mãe, de células do líquido amniótico ou de células da biópsia de vilo corial. • Técnica de PCR para identificação precoce de tipo sangüíneo fetal. • Sensibilidade de 80% . Especificidade de 73%. menor risco de hemorragia feto-materna
Amplificação do DNA Indicações: • Indicado no 1° trimestre. • Gestante já sensibilizadas em risco de gestação de fetos afetados por DHPN. • Primeira amniocentese (se não houver história prévia de DHPN). • Quando houver qualquer indicação de amniocentese ou biópsia de vilo corial.
Diagnóstico 4) Exame do líquido amniótico • Geralmente realizado quando teste de Coombs positivo. • Análise do aspecto: pode fornecer alguns dados. • Espectofotometria: Método capaz de determinar a concentração de bilirrubina no líquido amniótico de maneira indireta.
Espectofotometria do LA Interpretação pelo método de Liley: • Zona 1A: Parto deve ser imediato ou realização de transfusão intra-uterina (32 semanas de gestação ou menos). • Zona 1B: Hb fetal < 8g/dl: parto imediato ou tranfusão intra-uterina com menos de 32 semanas de gestação. • Zona 2A: 8g/dl< Hb <10g/dl: parto entre 36 e 37 semanas. • Zona 2B: 11g/dl< Hb <13,9g/dl: parto entre 37 e 39 semanas. • Zona 3: feto não anêmico: aguardar o termo.
Diagnóstico 5) Ultra-sonografia Pesquisar sinais de suspeita de anemia fetal: • Espessamento da placenta, com aumento da sua ecogenicidadade. • Duplo contorno da bexiga, do estômago e da vesícula fetais indicando ascite incipiente. • Aumento da hidrocele.
Ultra-sonografia A partir da década de 1980 a ultra sonografia tornou – se obrigatória. Sinais de eritropoese extra-medular aumentada: Aumento da circunferência abdominal fetal. Hepatoesplenomegalia. Outro sinais: • Hidrotórax, derrame pericárdico fetais. • Distensão da veia umbilical.
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Diagnóstico 6) Cordocentese • Determinação precoce do tipo sangüíneo fetal através de sangue do cordão umbilical. • Risco de provocar hemorragia feto materna e conseqüente aumento da sensibilização. • Risco de perda fetal (1 a 2%).
Tratamento da DHPN Tratamento antenatal: • Objetiva prevenir anemia intensa intra-útero e morte. • Injeção de células vermelhas Rh negativas com Ht > 60% no volume de 50 ml, para a 24a semana de gestação. Aumenta-se o volume gradativamente de acordo com a idade gestacional. • Utiliza-se a cordocentese para transfundir as hemácias.
Tratamento da DHPN Tratamento pós-natal (para o recém-nascido): • Exsangüíneotransfusão. • Fototerapia. • Imunoglobulina 500mg/kg, administrada 2 horas após o nascimento. A Ig reduz a necessidade de transfusão.
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Profilaxia • A imunoglobulina fixa-se nos antígenos Rh da superfície das hemácias, permitindo sua retirada da circulação materna. • O mecanismo exato é desconhecido. • A Ig Rh é produzida do plasma de doadoras Rh negativo hiperimunizadas por gravidez ou por transfusão de sangue Rh positivo em doadores Rh masculinos.
Indicações: • Pós-parto de mães Rh – , com 1º filho Rh +. • Síndromes hemorrágicas: abortamento, ameaça de abortamento, gestação ectópica, placenta prévia, descolamento prematuro de placenta, trauma abdominal ou uterino. • Procedimentos invasivos (amniocentese, cordocentese, biópsia de vilo corial) • Transfusão de sangue e plaquetas.
Profilaxia antenatal • Aplicação de Ig Rh na 28a semana de gestação (300 microgramas) podendo ser repetida na 34a semana. 0,7 – 1,9% dos casos de isoimunização ocorrem durante a gestação, pois o antígeno Rh está presente no feto a partir do 38° DIA da concepção e pode passar para a circulação materna a partir da 6a semana. • Estudos demonstraram que houve uma redução de 1,8% para 0,1% na taxa de isoimunização das pacientes acompanhadas.
Profilaxia pós-parto • Realizar nas primeiras 72 horas após o parto de recém-nascido Rh +. • A eficácia é maior nas primeiras 72 horas, mas em casos de não realização neste período, pode ser realizada até 14 ou 28 dias. • Dose de 300mg.