As pegadas do Leão

1. As pegadas do Leão

2. Uma vez, um homem se perdeu dentro de uma floresta. E por mais que procurasse uma saída, não conseguia encontrar. Quando anoiteceu, ele avistou ao longe uma pequena luz e, com muito esforço em meio à densidade das trevas, para lá se dirigiu.

3. Para surpresa e alegria sua, tratava-se de uma cabana, no meio de uma clareira, bem dentro da floresta. O lugar era bastante árido, porém arejado. Sua chegada logo foi percebida pelo habitante da casa, que saiu com um lampião para ver quem se aproximava. Era um velho, que morava no meio do mato há muitos anos.

4. Convidou o forasteiro para entrar e ofereceu-lhe pousada. Providenciou-lhe água para beber, lavar as mãos e o rosto, e depois preparou-lhe algo para comer. O homem bebeu e comeu sofregamente. Depois disto, uma cama simples já estava arrumada na canto do quarto.

5. O forasteiro estava exausto, mas mesmo assim ajoelhou-se para fazer uma prece. O velho, intrigado, perguntou o que ele fazia e o peregrino respondeu que estava agradecendo a Deus.

6. Essas coisas não existem. São pura bobagem!, exclamou o velho. - Como posso acreditar naquilo que não vejo? O estranho permaneceu calmo, disse boa-noite ao velho, deitou-se e logo adormeceu.

7. No dia seguinte, quando acordou, o dono da casa lhe disse: - Tivemos sorte de fechar bem a porta esta noite, porque passou um enorme leão por aqui. Como o senhor sabe? O senhor por acaso o viu? perguntou o rapaz.

8. E o velho lhe disse que sabia do leão por causa das marcas das patas na areia do quintal. Então o hóspede lhe disse: O senhor não viu o leão, mas sabe que ele passou por aqui, por causa das pegadas que deixou. Nós também não vemos a Deus, mas conhecemos as suas marcas através do universo:

9. O sol, a lua, as estrelas, a terra, a natureza – tudo fala de Deus, da sua grandeza, do seu amor. É a este Deus que eu estava agradecendo ontem à noite. O velho olhou para o céu azul e disse: - Sabe que é bem provável que você tenha razão?

11. A INTUIÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DEUS NA CONTEMPLAÇÃO DA MARAVILHA DO UNIVERSO LEVOU O SALMISTA A REZAR: “OS CÉUS NARRAM A GLÓRIA DE DEUS E O FIRMAMENTO ANUNCIA A OBRA DE SUAS MÃOS.” (Sl. 18,2)