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Como ler uma imagem : fotografia e arte. Fotografia e arte contemporânea. Como ler uma imagem : fotografia e arte. Vou começar a aula com uma frase do pintor Kandisky e que também inicia o livro de Luciano Trigo “A Grande Feira” :
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Como lerumaimagem: fotografiae arte • Vou começar a aula com uma frase do pintor Kandisky e que também inicia o livro de Luciano Trigo “A Grande Feira” : • “ Cada época cria uma arte que lhe é própria e que nunca renascerá”. • Parece que a arte própria da nossa época é a fotografia.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • A fotografia esta na moda: todos falam sobre fotografia, festivais e feiras se sucedem, fotografias estão o tempo todo sendo mostradas para nós. • Mas como entender este momento que, mesmo para alguns críticos, é bastante conturbado? • O que estamos vendo? Qual o papel da fotografia?
Como lerumaimagem: fotografiae arte • O que determina se uma fotografia é arte ou não? • Estou querendo saber: em que momento uma fotografia que é feita como registro passa a ser arte? • E mais: quantos fotógrafos ao fotografarem pensam “estou fazendo arte?” • Dúvidas que estão na própria idéia da fotografia.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Ainda nos referenciado ao livro do Luciano Trigo, lemos logo nas primeiras páginas: “o sonho de qualquer jovem artista é ser absorvido pelo sistema, ter conotação internacional, expor nas galerias e museus da moda, aparecer na mídia”. • Ora, a fotografia é cultura de massa por excelência.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Como afirma Charlotte Cotton em seu livro “A Fotografia como Arte Contemporânea”: “estamos vivendo um momento excepcional para a fotografia , pois hoje o mundo da arte a acolhe como nunca o fez e os fotógrafos consideram as galerias e os livros de arte o espaço natural para expor seu trabalho”.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Antes de entrarmos nesta seara porém, é preciso diferenciar ou entender alguns momentos históricos, onde arte e fotografia sempre se encontraram. • Para tanto vou me apoiar nos estudos de André Rouillé que em seu livro “A Fotografia: entre documento e arte contemporânea”, nos traz algumas luzes para pensar.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • O que Rouillé pretende e derrubar alguns mitos que nasceram com a fotografia, mas muitas vezes foram reforçados pelos próprios teóricos. • A primeira discussão será sobre o tom documental da fotografia. • Ele é categórico: “a fotografia não é um documento, mas está provida de um valor documental variável segundo as circunstâncias”
Como lerumaimagem: fotografiae arte • E nos traz uma provocação bastante pertinente: “uma arte pode ser tecnológica? Ou : uma imagem tecnológica pode fazer parte da categoria arte?”
Como lerumaimagem: fotografiae arte • E continua; “a distinção entre a arte dos fotógrafos e a fotografia dos artistas é bastante simples: ao contrário do artista que se situa no mesmo nível no campo da arte, o fotógrafo-artista evolui deliberadamente no campo da fotografia. Ele é fotógrafo antes de ser artista”. • Dois mundos o da fotografia e o da arte.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Em compensação – continua ele – entre o documental e a expressão a diferença é tênue e delicada, porque fotógrafos e fotógrafos-artistas pertencem ao mesmo mundo e muitas vezes se confundem. • Em seguida é claro ele passeia pelas inúmeras tentativas da fotografia ser reconhecida como expressão autônoma e passa por todas as fases.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Claro que passa e critica o pictorialismo, mas traz uma informação que – embora aparentemente óbvia – é preciso parar e refletir: “ a arte dos fotógrafos privilegia a forma antes da função e o modo de representação acima do objeto de representação” • Ele traz aqui a questão da utilidade e funcionalidade da fotografia.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Outra diferença é apontada nos famosos clichês: a pintura constrói, a fotografia coleta • “A pintura compõe, o fotógrafo tira, a tela é uma totalidade, a fotografia um fragmento”. • Portanto, voltamos novamente à questão dos conceitos e da percepção. • Como eu percebo é a forma como eu defino.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • André Rouillé nos conta também das inúmeras tentativas de distanciar a fotografia de sua função ou utilidade de documentar, o que ele acha muito restritivo. Por isso as inúmeras tentativas ao longo da “pequena história da fotografia”, para citar Walter Benjamin, de “distinguir-se o máximo possível das práticas documentais”.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Uma maneira de colocar a fotografia no campo da cultura e distanciá-la da informação. • Isso é um fenômenos que estamos vendo também, ou principalmente no fotojornalismo atual. Ele também está saindo, usando as definições de Rouillé da área documental e se inserindo cada vez mais na área da expressão.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Já os artistas que fazem uso da fotografia, não pertencem ao domínio da fotografia, mas ao domínio da arte. São concepções diferentes do próprio entendimento da fotografia. • Estes dois indivíduos fotógrafos artistas e artistas fotógrafos partem de premissas opostas.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Enquanto os primeiros querem se distanciar do documental, os segundo reafirmam esta questão documentária da imagem fotográfica e sua crença na veracidade. • Criar não é mais fabricar, mas escolher e enquadradar; as famosas apropriações fotográficas feitas por alguns artistas.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • Mas será só a partir dos anos 80 que a fotografia vai se tornar um dos principais materiais da arte contemporânea. • Não à toa, uma exposição que esteve o ano passado no Itaú Cultural fez um recorte a partir de produções realizadas a partir dos últimos vinte anos do século XX. • Isso acontece também à reboque dos textos semióticos que começam a discutir a imagem
Como lerumaimagem: fotografiae arte • A fotografia abandona seu lugar de ferramenta e vetor para se transformar em material: “os artistas passam a fotografar”. • Segundo Rouillé , este processo, é na verdade uma continuação dos processos das vanguardas artísticas em especial dadaísmo e surrealismo que já utilizam a fotografia como material e não como simples ferramenta.
Como lerumaimagem: fotografiae arte • A arte contemporânea se voltou para o cotidiano (aqui também relembremos do dadaísmo) para o corriqueiro no momento em que a fotografia se torna um dos principais materiais desta arte. • Rouillé tenta o tempo todo enfatizar como a fotografia foi sempre mal interpretada e conhecida e sua ontologia ficou muito reduzida a alguns conceitos.