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Monteiro Lobato (1882 – 1948). Aluga-se (Raul Seixas/Cláudio Roberto) A solução pro nosso povo eu vou dar Negócio bom assim ninguém nunca viu Tá tudo pronto aqui é só vir pegar A solução é alugar o Brasil! Nós não vamos pagar nada Nós não vamos pagar nada É tudo free , Tá na hora
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Aluga-se (Raul Seixas/Cláudio Roberto) A solução pro nosso povo eu vou dar Negócio bom assim ninguém nunca viu Tá tudo pronto aqui é só vir pegar A solução é alugar o Brasil! Nós não vamos pagar nada Nós não vamos pagar nada É tudo free, Tá na hora Agora é free, Vamo embora Dar lugar pros gringo entrar Esse imóvel tá pra alugar Os estrangeiros, eu sei que eles vão gostar Tem o Atlântico, tem vista pro mar A Amazônia é o jardim do quintal E o dólar deles paga o nosso mingau Nós não vamos pagar nada Nós não vamos pagar nada É tudo free, Tá na hora Agora é free, Vamo embora Dar lugar pros gringo entrar Esse imóvel tá pra alugar Nós não vamos pagar nada Nós não vamos pagar nada Agora é free Tá na hora É tudo free, Vamo embora Dar lugar pros outro entrar Pois esse imóvel tá pra alugar
Vida • Moralista e doutrinador, aspirava ao progresso material e mental do povo brasileiro; • Denunciou a exploração dos recursos naturais brasileiros por empresas estrangeiras;
Criou a Monteiro Lobato & Cia., a primeira editora nacional, e mais tarde a Companhia Editora Nacional e a Editora Brasiliense; • Foi preso pela ditadura de Getúlio Vargas.
Obra • Descontente com as queimadas realizadas pelos caboclos nas redondezas da fazenda onde morava, escreveu “Velha praga”, texto que denunciava essa prática e enviou-o ao jornal O Estado de S. Paulo; • A partir daí deu início à sua carreira literária, publicando seu primeiro livro, intitulado Urupês; • Não tinha pretensão de renovar a literatura, pois ainda se prendia a certas características da escola realista;
Literatura infantil • Foi um dos primeiros autores desse gênero no Brasil e na América Latina; • Sua obra mais conhecida nesse gênero é O Sítio do Pica-pau Amarelo; • Nessa obra, aproveita para transmitir às crianças valores morais, conhecimentos sobre nosso país, nossas tradições, nossa língua etc.
A Cuca te pega (Dori Caymmi /Geraldo Casé) Cuidado com a Cuca Que a Cuca te pega E pega daqui e pega de lá. A Cuca é malvada e se fica irritada A cuca é zangada Cuidado com ela A cuca é matreira e se fica zangada Cuca é danada Cuidado com ela Cuidado com a Cuca Que a cuca te pega E pega daqui e pega de lá. A Cuca é malvada e se fica irritada A cuca zangada Cuidado com ela Cuidado com a Cuca Que a cuca te pega A cuca é danada Ela vai te pegar.
Valorização da variedade linguística brasileira - Do Carmo! Venha abraçar o teu noivo! O escrevente piscou seis vezes e, enchendo-se de coragem, corrigiu o erro. - Laurinha, quer o coronel dizer... O velho fechou de novo a carranca. - Sei onde trago o nariz, moço. Vassuncê mandou este bilhete à Laurinha dizendo que ama-”lhe”. Se amasse a ela deveria dezer amo-”te”. Dizendo “amo-lhe” declara que ama a uma terceira pessoa, a qual não pode ser senão a Maria do Carmo. Salvo se declara amor à minha mulher... - Oh, coronel... - ... ou a preta Luzia, cozinheira. Escolha! O escrevente, vencido, derrubou a cabeça com uma lágrima a escorrer rumo à asa do nariz. Silenciaram ambos, em pausa de tragédia. Por fim o coronel, batendo-lhe no ombro paternalmente, repetiu a boa lição da gramática matrimonial. - Os pronomes, como sabe, são três: da primeira pessoa - quem fala, e neste caso vassuncê; da Segunda pessoa - a quem fala, e neste caso Laurinha; da terceira pessoa - de quem se fala, e neste caso do Carmo, minha mulher ou a preta. Escolha! Não havia fuga possível. Trecho de “O colocador de pronomes”
Combate à cobrança abusiva de impostos "Horas depois o fiscal aparecia em casa de Pedrinho com o pequeno pelo braço. Bateu. O pai estava, mas quem abriu foi a mãe. O homem nesses momentos não aparecia, para evitar explosões. Ficou a ouvir do quarto o bate-boca.O fiscal exigia o pagamento da multa. A mulher debateu-se, arrepelou-se. Por fim, rompeu em choro." Trecho de “O fisco”
Retrato de vilarejos decadentes e as populações do Vale do Paraíba Jeca só queria beber pinga e espichar-se ao sol no terreiro. Ali ficava horas, com o cachorrinho rente; cochilando. A vida que rodasse, o mato que crescesse na roça, a casa que caísse. Jeca não queria saber de nada. Trabalhar não era com ele. (...) Um dia um doutor portou lá por causa da chuva e espantou-se de tanta miséria. Vendo o caboclo tão amarelo e chucro, resolveu examiná-lo. - Amigo Jeca, o que você tem é doença. - Pode ser. Sinto uma canseira sem fim, e dor de cabeça, e uma pontada aqui no peito que responde na cacunda. - Isso mesmo. Você sofre de anquilostomiase. (...) O doutor receitou-se o remédio adequado; depois disse: "E trate de comprar um par de botinas e nunca mais me ande descalço nem beba pinga, ouviu?" - Ouvi, sim, senhor! Jeca ficou cismando. Não acreditava muito nas palavras da ciência, mas por fim resolveu comprar os remédios, e também um par de botinas ringideiras. Nos primeiros dias foi um horror. Ele andava pisando em ovos. Mas acostumou-se, afinal... Quando o doutor reapareceu, Jeca estava bem melhor, graças ao remédio tomado. O doutor mostrou-lhe com uma lente o que tinha saído das suas tripas. Trecho de “Urupês”