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Eritrodermia

Evangélico. Camila Ferrari Ribeiro Reunião do Serviço de Dermatologia HUEC Fev/2010. Eritrodermia. Definição . Eritema e descamação da pele. Dermatite exfoliativa acometendo mais de 90% do tegumento. Apresentação clínica de diversas doenças.

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Eritrodermia

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  1. Evangélico Camila Ferrari Ribeiro Reunião do Serviço de Dermatologia HUEC Fev/2010 Eritrodermia

  2. Definição • Eritema e descamação da pele. • Dermatite exfoliativa acometendo mais de 90% do tegumento. • Apresentação clínica de diversas doenças. • Indentificar a causa é um dos maiores desafios da Dermatologia.

  3. Epidemiologia • Poucos dados prevalência e incidência; • 2 a 4 homens: 1 mulher; • Média de idade: 48 a 52 anos; • Causas mais comuns – adultos: • Dermatites (atópica, contato e seborréica) • Psoríase • Reações à drogas • Linfoma cutâneo de células T (CTCL)

  4. Causas menos comuns – adultos: • Ictiose • Dermatoses bolhosas (pênfigo foliáceo) • Pitiríase rubra pilar • PapuloeritemaOfuji • Doenças do tecido conjuntivo

  5. Causas mais comuns - crianças: • Ictiose • Imunoficiências • Dermatites • Psoríase • Infecções (SSSS) • Reações à drogas

  6. Patogênese • Doenças de base • Mecanismo desconhecido

  7. Manifestações clínicas • Forma primária: eritema no tronco -> corpo, seguido de descamação após dias a semanas. • Forma secundária: generalização da doença pré-existente. Eritema precede descamação em 2 a 6 dias.

  8. Prurido: acompanha o eritroderma em todas as doenças. • Varia conforme a doença de base (dermatites > Sèzary) • Liqueinificação • Hipo e hiperpigmentação

  9. Queratodermiapalmo-plantar: aparece em 30% dos pacientes; Pitiríase Rubra pilar; • Queratodermiacrostosa: escabiose Norueguesa; • Queratodermia fissurada: SdSézary.

  10. Alterações ungueais auxiliam no diagnóstico: • Pitting na psoríase; • Ondas horizontais na dermatite atópica; • Alteração do brilho; • Hiperceratose ungueal; • Paroníquia; • Linhas de Beau; • Hemorragias em estilhaço; • Queda das unhas.

  11. Alopécia difusa não cicatricial – 20% pacientes com eritrodermia crônica (CTCL). • Múltiplas ceratosesseborréicas. • Infecções cutâneas secundárias – S. aureus. • Ectrópio bilateral e conjuntivite purulenta podem ocorrer em todos os tipos de eritrodermia.

  12. Manifestações sistêmicas • Edema MMII e facial • Taquicardia (40% pctes) • Insuficiência cardíaca • Febre 37% casos x hipotermia 4% • Perda de calor – hipermetabolismo – caquexia • Anemia – deficiência de ferro ou doença crônica • Linfadenopatia • Hepatomegalia (20% dos casos) – reações drogas • Esplenomegalia - linfoma

  13. Achados específicos das doenças de base

  14. Psoríase • 1ª. Causa de eritrodermia em adultos • 2ª. Causa em crianças, seguindo reações à drogas; • História prévia ou familiar de placas psoriáticas; • Muitas vezes poupa a face; • Início geralmente com a retirada de drogas: corticóides potentes tópicos, ciclosporina, efalizumab, metotrexate.

  15. Rubor -> segue uma dermatite de contato por irritante (alcatrão), fototoxicidadeou infecção sistêmica. • Após generalização do eritema, perde-se as lesões típicas da psoríase, surgem pústulas subcórneas estéreis. • Artrite inflamatória

  16. Unhas: • alteração mais lenta (faz eritrodermia mas continua com as alterações típicas da unha), • auxilia no diagnóstico; • Manchas em gota de óleo; • onicólise.

  17. Histopatologia: • Paraqueratose • Vasos tortuosos na derme papilar • Neutrófilos na epiderme • Camada granular frequentemente reduzida

  18. Dermatite atópica • Eritrodermia na doença moderada a severa. • Lesões bem estabelecidas pré-existentes podem ser encontradas durante a eritrodermia recente. • Prurido intenso. • Escoriações secundárias ou lesões prurigo-like; prurigo nodular.

  19. Liqueinificação e atrofia da pele, incluindo das pálpebras. • Aumento de IgE e eosinofilia podem ser acompanhadas por outros sinais e sintomas de atopia.

  20. Histopatologia: • Média a moderada acantose • Espongiose variável • Eosinófilos na derme • Paraqueratose.

  21. Considerações adicionais: • Nível sérico de IgE elevado • Eosinofilia • História pessoal ou familiar de atopia • Catarata

  22. Reações medicamentosas • Número de drogas que podem causar eritrodermia é muito alto. • Eritroderma – reações a medicações tópicas geralmente começam como dermatite; medicações sistêmicas começam com exantemamorbiliforme ou escarlatiniforme. Shah SV, Dava JN, Aggrawal V. Carbamazepine induced exfoliative dermatitis. Indian J DermatolVenereolLeprol 2002;68:246

  23. Áreas de aumento de pressão hidrostática (tornozelos e pés) – lesões mais purpúricas. • Edema facial • Eritema por drogas tem menor duração, resolvendo em 2 a 6 semanas após a retirada da droga responsável. • Excluir DRESS (drugreactionwitheosinophiliaandsistemicsyntoms) – síndrome da hipersensibilidade

  24. Histopatologia: • Infiltrado perivascular de eosinófilos • Infiltrado liquenóide • Queratinócitos necróticos em todas as camadas da epiderme • Degenação vacuolar na membrana basal

  25. Pacientes sem história de doença cutânea prévia. • Resolução em 2 a 6 semanas com a retirada da droga.

  26. Drogas que fazem comumente eritrodermia: • Alopurinol • Antibióticos beta-lactâmicos • Carbamazepina/ oxcarbazepina • Ouro • Fenobarbital • Fenitoína • Sulfasalazina • Sulfonamidas

  27. Menos comumente associadas a eritrodermia: • Captopril • Cisplatina • Citocinas (IL-2/GM-CSF) • Dapsona • Efalizumab • Cloroquina/ hidroxicloroquina • Isoniazida • Isotretinoína/ Acitretin • Litio • Minociclina • Omeprazol/ lanzoprazol • Talidomida • Vancomicina

  28. Drogas raramente associadas a eritrodermia: • Abacavir • Amiodarona • AAS • Aztreonan • Beta-bloqueadores • Clorpromazina • Cimetidina • Codeína • Metotrexate • AINEs • Penicilamina • Pentostatin • Terbinafina

  29. Eritrodermia idiopática • Em 1/3 dos pacientes nenhuma causa é encontrada • Homens idosos • Curso crônico • Eritrodermia muito pruriginosa • linfadenopatia • Queratodermiapalmo-plantar

  30. Síndrome do homem vermelho • Não há achados histológicos específicos, porém a biópsia é defendida (correlação clínic0-patológica) • Considerar drogas menos comumente associadas a eritrodermia • Continuar investigar CTCL

  31. Linfoma cutâneo de células T • Síndrome de Sèzary é mais comum do que micose fungóideeritrodérmica. • Intenso prurido, infiltração difusa. • Coloração vermelho azulado a arroxeado • Lesões dolorosas, queratodermia fissurada • Alopécia • Facies leonina

  32. Distinguir Sèzary de Micose fungóide: • Contagem absoluta de céls de Sèzary >ou=1000 céls/mm3 • CD4/CD8 >ou= 10 no sangue • Evidências de clones de céls T na pele e no sangue periférico, detectado por PCR ou Southernblot.

  33. Pitiríase rubra pilar • PRP eritrodérmica – crianças e adultos • Cor salmão, laranja-avermelhada • Grau de descamação varia, pode ser com grandes escamas • Presença de plugshiperceratósicos nos joelhos, cotovelos e face dorsal das mãos Sehgal VN, Srivastava G, Dogra S. Adult onset pityriasisrubrapilaris. Indian J DermatolVenereolLeprol 2008;74:311-21

  34. Há ilhas sem envolvimento da pele dentro das áreas de ertitrodermia(altamente sugestivo de PRP) • CTCL pode ter aparência similar • Rubor após exposição solar

  35. Histopatologia: • Hiperplasia epidérmica psoriasiforme • Alternando paraqueratose e ortoqueratose • Paraqueratose em “ombreira”

  36. Eritrodermiaparaneoplásica • Associada a malignidades linfoproliferativas; • Em neoplasias de órgãos sólidos o eritroderma surge mais tardiamente no curso da doença; • Há caquexia e fadiga associadas.

  37. Finas escamas e eritema com tons mais acastanhados (melanoeritroderma); • Histopatologia: • Não há achados específicos

  38. Dermatoses bolhosas • Pênfigo foliáceo é o mais comumente apresentado como eritroderma; • Pênfigo paraneoplásico e penfigóidebolhoso são mais raros.

  39. Pênfigo foliáceo • Há lesões pré-existentes, geralmente tronco superior e face; • Vesículas e erosões impetigo-like; • Escamas e crostas úmidas. • Histopatologia: • Clivagem acantolítica alta • Desmogleína 1 • Imunofluorescência indireta - intercelular

  40. Penfigóidebolhoso • Placas urticariformes • Bolhas tensas • Pacientes mais idosos • Histopatologia: • Bolha subepidérmica • Presença de eosinófilos • IFD – depósito linear ZMB C3 e IgG • IFI – ZMB (teto da bolha)

  41. Pênfigo paraneoplásico • Erosões nas mucosas e crostas hemorrágicas • Lesões tipo eritema multiforme • Histopatologia: • Dermatite de interface com queratinócitos necróticos • Acantólise focal • IFD: intercelular e ZMB – IgG e C3 • IFI: intercelular e ZMB (bexiga de rato) - IgG

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