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COMO CONCHAS. Letícia Thompson. Às vezes pensamos que estamos sozinhos no mundo. Não a solidão de não ter pessoas à volta, mas a de se sentir só nas dores. Quando sofremos, nos isolamos, como se isso fosse nos proteger para que o sofrimento diminua ou pelo menos não aumente. .
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COMO CONCHAS... Letícia Thompson
Às vezes pensamos que estamos sozinhos no mundo. Não a solidão de não ter pessoas à volta, mas a de se sentir só nas dores. Quando sofremos, nos isolamos, como se isso fosse nos proteger para que o sofrimento diminua ou pelo menos não aumente.
E como uma concha, guardamos em nós o que nos fez mal. E, tal qual um imenso mar, o mundo vai se enchendo de conchas fechadas, sentindo-se sós e únicas, cada qual do lado da outra.
É impossível manter os olhos abertos, a razão, a consciência, quando a dor fala mais alto que nós mesmos. Impossível colher frutos em árvores abatidas, flores em campos de espinhos e pensamentos positivos em momentos de desespero. Mas toda moeda tem dois lados, a cada dia corresponde uma noite, cada vez que a lua se deita o sol se levanta...
Em toda situação triste há algo de bom e proveitoso. Só precisamos é aprender a olhar, depois das lágrimas enxugadas. Depois de abrirmos os olhos, mesmo se o que nos feriu ainda está presente e geralmente está, pois não se apaga o vivido, podemos perceber que um novo caminho se abre, que naquele dia já estamos um bocadinho mais amadurecidos,
que podemos tirar lições de tudo o que vivemos e... que existem as outras conchas do lado. E quando nos abrimos à esperança, as possibilidades se abrem também, as coisas ficam mais claras, mais evidentes.
A vida é linda! O mundo é belo e nós temos o privilégio de fazer parte dele. O importante não é não ter problemas, mas aprender a vencê-los Formatação: Beth Norling E-mail: bethnorling@globo.com Imagens: Internet Música: Ernesto Cortazar God Sent Me Na Angel