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Puerpério Profª Vivian Zaboetzki Dutra
O puerpério é um período que abrange o parto, até a volta do corpo da mulher ao seu estado normal, aproximadamente até a sexta semana (40 dias) após o nascimento. As principais características do puerpério são a regressão das modificações ocorridas durante o parto, o processo de lactação e, é claro, a adaptação psicológica da mãe a nova situação familiar.
Alojamento Conjunto No puerpério, mãe e bebê seguem ao Alojamento Conjunto, definido pelo Ministério da Saúde como sendo “um sistema hospitalar em que o recém-nascido, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente até a alta hospitalar”. As vantagens do alojamento conjunto são: favorecer o aleitamento materno e, consequentemente, o vínculo entre mãe e filho, fortalecendo os laços afetivos através do relacionamento precoce.
Cuidados de Enfermagem no Pós-imediato A verificação de sinais vitais deve ser:15 /15 min na 1ª hora30 /30 min na 2ª hora01/01 h até a 4ª hora Anotar no documento de sinais vitais o restante de soro e volume diurese. Instalar soroterapia com oxitocina em bomba de infusão se prescrito.
Estimular movimentos ativos e passivos no leito; Realizar higiene perineal com água e sabonete líquido, trocando o absorvente hospitalar de 3/3 horas ou Q/N. Observar o sangramento vaginal e da FO na admissão e a cada verificação de SV Verificar a altura e tônus uterino frequentemente – involução uterina Massagear o fundo uterino se houver hipotonia uterina e/ou sangramento vaginal acentuado e orientar a paciente para auto-massagem.
Estimular micção espontânea quando não estiver sondada, logo após a terceira hora ou Q/N. Controlar perfusão venosa e gotejo do soro, usar Bomba de Infusão para soroterapia e drogas específicas; Auxiliar e orientar na amamentação. Iniciar analgésicos prescritos fixo, a partir da primeira hora de pós operatório se a paciente não referir dor antes deste período
Cuidados o Parto Normal A puérpera de parto vaginal já tem, imediatamente após o parto, liberada dieta livre, assim como a deambulação. O acesso venoso é mantido, mesmo na ausência de complicações do puerpério, devido a possíveis intercorrências. A alta hospitalar é dada geralmente em 48 horas e 72 horas para parto cesário.
Verificação do Sinais Vitais Os sinais vitais da puérpera (temperatura, pressão arterial, FC e FR) devem ser verificados uma vez em cada seis horas no AC. As alterações nos sinais vitais são indispensáveis para a detecção de uma possível infecção ou hemorragia. Lembrando: a temperatura após o parto pode elevar até 37,8°, sem que isso signifique algo mais grave.
Avaliação da Involução Uterina A avaliação do útero deve ser feita na puérpera com a bexiga vazia. A cicatriz umbilical é o parâmetro para a verificação da involução. Coloca-se uma das mãos espalmadas na parte superior do útero, localizando-se o fundo. O fundo do útero deve apresentar-se firme. A altura uterina deve ser avaliada pelo menos uma vez a cada turno. As mães que amamentam têm uma involução uterina mais rápida e menor risco de hemorragia, devido à liberação constante de ocitocina. Como o útero está em processo de contração, é comum que a puérpera sinta cólicas, principalmente durante a amamentação. É importante que a enfermagem saiba explicar à puérpera o que está acontecendo e ofereça-lhe analgésicos, conforme a prescrição médica. É importante realizar a massagem uterina, que estimula a eliminação dos lóquios e a involução do útero.
Avaliação do Lóquios As perdas vaginais após o parto são chamadas de lóquios. Os lóquios são resultantes da ferida placentária no útero. Imediatamente após o parto, podem sair em quantidade moderada, e vão diminuindo com o passar dos dias. Os lóquios também devem ser avaliados pelo menos uma vez ao turno, sempre com a puérpera em decúbito dorsal. O odor característico dos lóquios é semelhante ao da menstruação. Rubros: Vermelho 2-4 dias pós parto; Serosos: Secreção serosa, amarelada, marrom-rosada, até 10º dia pós parto. Brancos: Secreção fina e amarelada,2-6 pós parto; Lóquios com mau cheiro são sugestivos de infecção puerperal. Em grande quantidade, são sugestivos de hemorragia
Cuidados com o Períneo e Episiotomia O períneo também deve ser inspecionado diariamente, em decúbito dorsal, quanto à presença de edema. Os pontos da episiotomia devem ser inspecionados quanto à presença de secreções e a integridade. Deve-se orientar a puérpera a realizar a higiene do períneo com água e sabão neutro sempre ao urinar e evacuar, e trocar o absorvente. Se houver edema perineal, pode-se aplicar frio (bolsa de gelo), conforme prescrição médica. Os pontos da episiorrafia são de fio absorvível, não necessitando ser retirados.
Presença de Colostro Líquido secretado pelas mamas durante a gestação e após o parto nas primeiras semanas. É rico em anticorpos, proteínas e com ação laxante. Especifico para o intestino imaturo do RN. Deve ser estimulado para ejeção. Deve ser avaliado: a presença, ingestão do RN, e o tipo de mamilo que auxiliará na mamada.
PROTUSO SEMI- PROTUSO PLANO INVERTIDO
Cuidados no Parto Cesáreo A puépera que realizou parto cesáreo requer alguns cuidados mais específicos. Geralmente, após o procedimento, ela permanece na Sala de Recuperação Pós-analgésica (SR), até a recuperação dos reflexos e movimentação dos membros inferiores. Após a saída da SR, a puérpera permanece ainda em NPO, ou tem dieta líquida ou branda liberada. A escolha da dieta é a critério médico, mas é importante a consulta no prontuário antes de orientar a puérperea e sua família. A deambulação e o banho de aspersão são liberados somente depois de 12 horas do procedimento. Por esse motivo, a puérpera deve ser auxiliada no primeiro banho de aspersão e na primeira deambulação. Devido à dificuldade em se movimentar após a cirurgia, a puérpera pós-cesária pode necessitar de mais auxilio nos cuidados com o RN. Ela também pode ter maior dificuldade na amamentação, mas é importante estar presente e estimular a mãe.
Algumas puérperas, dependendo da substância com a qual foi realizado seu bloqueio anestésico, necessitam permanecer com sonda vesical de demora. Também permanecem com acesso venoso, para receber antibioticoterapia para a profilaxia de infecções, analgésicos e anti-inflamatórios. O curativo da cesárea é trocado diariamente, e é mantido fechado conforme orientação médica. Depois de um dia, é mantido descoberto. Deve-se observar a integridade da FO, a presença de hiperemia, secreções ou sangramentos. A avaliação da involução uterina e dos lóquios também é realizada. A massagem uterina deve ser feita com bastante frequência. A alta para a puérpera pós-cesariana é em 72 horas, se tudo transcorrer como esperado.