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Acromegalia e gigantismo hipofisário. Alana Almeida Rôxo Março/2012. Conceito.
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Acromegalia e gigantismo hipofisário Alana Almeida Rôxo Março/2012
Conceito • Doença multissistêmica decorrente da hipersecreção de hormônio do crescimento (GH) e da consequente elevação dos níveis séricos de fator de crescimento semelhante à insulina tipo I (IGF-I). A causa mais comum é o adenoma hipofisário secretor de GH. • A incidência anual é de 3-4 casos/milhão, com prevalência de 40-90 casos/milhão. • A idade média do diagnóstico é 40 a 45 anos. • O risco relativo de mortalidade, em relação à população normal, é 2 a 3, sendo as principais causas de mortalidade complicações cardiovasculares e respiratórias. • Acromegalia x Gigantismo
Fisiologia do GH • Produção na hipósfise anterior; • Somatotrofo: tipo celular específico (30 a 40% da hipófise); • Controle da secreção pelo hipotálamo • - GHRH: liberação • - Somatostatina: inibição • Funções do GH: • - Efeitos diretamente sobre quase todos os tecidos do organismo • - Aumento do tamanho das células e do número de mitoses • - Efeitos metabólicos específicos: • síntese de proteína pelas células • mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo • utilização periférica de glicose • gliconeogênese hepática • ‘’Efeito diabetogênico’’ • Estimula o crescimento das cartilagens e dos ossos
O GH estimula a produção hepática de IGF-I e ambos exercem feedback negativo sobre o hipotálamo e a hipófise. • O IGF-I inibe a secreção do GH pela supressão da síntese do RNA-m e do estímulo para secreção da somatostatina. • A maior parte dos efeitos do GH são mediados pelo IGF-I (circulante no plasma como IGFBP-3). • Os IGFs (somatomedinas) • - IGF-1 e IGF-2 • - Produção no fígado, músculo esquelético, cartilagem, osso e em outros tecidos. • - Ações endócrina e parácrina • - IGF-R1 e IGF-R2 • - Atividade sobre o metabolismo intermediário, a proliferação, o crescimento e a diferenciação celular.
Diagnóstico • Clínico: • As modificações fisionômicas se caracterizam por alargamento do nariz, aumento dos lábios, crescimento da mandíbula com prognatismo, proeminêncioa frontal, separação dos dentes, má oclusão dentária, macroglossia e aumento dos arcos zigomáticos. • Apesar de bastante características, por terem caráter insidioso, essas modificações são motivo de procura médica em apenas 10% dos pacientes.
A hipersecreção de GH e/ou IGF-I pode levar a: • - Aumento das partes moles: aumento das extremidades e espessura da pele, alterações craniofaciais, skintags. • - ACV: Hipertrofia biventricular, disfunção diastólica em repouso e sistólica aos esforços, insuficiência cardíaca diastólica, arritmias, HAS, doença arterial coronariana. • - Alterações metabólicas: intolerância à glicose, diabetesmellitus, resistência à insulina, aumento dos triglicerídeos. • - AR: apnéia do sono • - Ossos e articulações: espessamento da cartilagem articular, artropatia/ osteoartrite. • - Outros: bócio multinodular, tireotoxicose, hipercalciúria. • - Miscelânea: hiperidrose, síndrome do túnel do carpo, visceromegalia, fadiga. • Os efeitos da compressão tumoral podem manifestar-se com: • - Cefaléia, Oftalmoplegia, dor facial, diminuição do campo visual (quadrantopsia, hemianopsia, amaurose), hipopituitarismo(hipotireoidismo, hipogonadismo,hipocortisolismo), hiperprolactinemia, hipertensão intracraniana.
Laboratorial: • - Dosagem de IGF-1; • - Dosagem de GH após sobrecarga (75g) de glicose; • - A supressão dos níveis de GH (inferior a 1 ng/ml por radioimunoensaio convencional ou inferior a 0,3 ng/ml nos ensaios ultra-sensíveis) descarta o diagnóstico; caso contrário, o confirma. • Origem do aumento da secreção do GH: • -TC ou RNM da hipófise; • - Radiografia de tórax ou abdome. Ressonância de paciente com Acromegalia – fromWikipediaunder .
Tratamento • Cirúrgico: • - Adenomectomiatransfenoidal (TSA): cura até 91% dos microadenomas intra-selares. Contudo, 60-70% são macroadenomasque têm até 53% de chance de cura. • - Os macroadenomas podem ser invasivos, reduzindo a cura mais ainda, além disso têm mais chances de recidivar. • A indicação absoluta de TSA é a compressão do nervo óptico com defeitos dos campos visuais • Radioterapia: • - Reservada para casos nos quais o tumor não pode ser removido cirurgicamente ou quando a cirurgia e o tratamento clínico não apresentarem os resultados desejados. • - Efeitos adversos: Hipopituitarismo, deficiência do ACTH, TSH e gonadotrofinas, dano no nervo óptico, disfunção cognitiva e malignização.
Farmacológico: • - Pacientes refratários ou contra-indicados ao tratamento cirúrgico; • - Pacientes muito sintomáticos (cefaléia ou apnéia do sono, por exemplo) enquanto aguardam a cirurgia; • - Adenomas invasivos • - Risco cirúrgico elevado por co-morbidades clínicas • - Pacientes que se recusem a cirurgia • Fármacos utilizados: • - Análogos da somatostatina(Octreotida). • - Agonistas dopaminérgicos (Bromocriptina e Cabergolina). • - Antagonistas do receptor de GH • Tempo de Tratamento: • - Até os níveis de GH se manterem abaixo de 1 ng/ml após teste de tolerância à glicose. • - Ocorre cura em cerca de 80% dos pacientes com microadenomas e em menos de 50% dos com macroadenomas submetidos à cirurgia.
Monitorização: • - Teste de supressão do GH e dosagem IGF-1 devem ser realizados mensalmente. Não havendo resposta ao tratamento após 3 meses de dose máxima, quando utilizadas preparações de depósito, ou em 1 mês, quando adotada terapia subcutânea diária, este deve ser suspensos. Havendo resposta, deve ser realizado acompanhamento a cada 4 meses com avaliação clínica e laboratorial.