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QUARKS CFIF Colloquium. Pedro Bicudo. Dep Física IST & CFIF , Lisboa. 07 January 2003. This colloquium presents a creative episode of modern physics, and problems that remain opened ever since. +16 10 m. +15 10 m. +14 10 m. +13 10 m. +12 10 m. +11 10 m.
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QUARKSCFIF Colloquium Pedro Bicudo Dep Física IST & CFIF , Lisboa 07 January 2003 This colloquium presents a creative episode of modern physics, and problems that remain opened ever since.
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0. Resumo Neste colóquio abordam-se os quarks, que são os constituintes sub-nucleares da matéria, e que interagem fortemente trocando gluões. Classificam-se os quarks e gluões com os números quânticos de spin, carga, sabor e cor. Revê-se historicamente como os quarks foram descobertos nos anos 60 e 70, mencionando o Modelo de Quarks para o espectro dos Hadrões, o Modelo dos Partões para a dispersão profundamente inelástica, e a teoria da Cromodinâmica Quântica que governa os campos de quarks e de gluões. Mencionam-se ainda os problemas teóricos que afligem a Cromodinâmica Quântica e que impedem a sua solução exacta. Abordam-se fenómenos importantes da Física Hadrónica, como a simetria quiral, o confinamento, os jactos e a difracção. Referem-se os problemas em aberto reconhecidos pela comunidade dos Físicos Nucleares e Hadrónicos, e os grandes investimentos experimentais e computacionais que a comunidade científica está a desenvolver para atacar estes problemas. Quarks
Sumário: 1. Introdução 1.1 Os quarks, constituintes da matéria 1.2 Spin, Carga, Sabor e Cor dos Quarks e Gluões 2. História dos quarks 2.1 Modelo dos Quarks para a classificação dos hadrões 2.2 Modelo dos Partões para a dispersão inelástica 2.3 Teoria da Cromodinâmica Quântica 3. Problemas em aberto 3.1 Quebra de Simetria Quiral, Anomalia Axial 3.2 Confinamento 3.3 Hadrões Híbridos e Bolas de Gluões 3.3 Jactos, Difracção 3.4 Matéria Nuclear, Plasma de Quarks e Gluões 3.5 Núcleos, Partículas, Estrelas e Universo 3. Grandes investimentos 3.1 Laboratórios 3.4 Simulações na Rede 4. Conclusão Quarks
1. Introdução 2.1 Os quarks, constituintes da matéria Exemplo do átomo de Hélio Mais de 99,9% da massa da matéria reside nos nucleões, que são constituidos por quarks. A escala da função de onda dos quarks é o Fermi, -15 r~ 1 Fm=10 m . A energia envolvida por quark é da ordem de 300 MeV , que é da ordem de grandeza de E~ cp~ c h /r~ 200 MeV. Quarks
2. Um pouco da história dos quarks 2.1 Modelo dos Quarks para a classificação dos hadrões Os quarks foram independentemente introduzidos nos anos 60, por Gell-Mann, Ne’eman e Zweig, como partículas sub-nucleares para - explicar o elevado número de hadrões (ressonâncias) observados, primeiro em raios cósmicos e depois em aceleradores de partículas, muitos dos quais em multipletos de massa degenerada, por exemplo, h : 1: h0 N: 2: p+ ,n N: p: 3: p+ , p0 , p- D: 4: D++ , D+ , D0 , D- K: 4: K+ , K- , K0 , K0 . . . - explicar o raio finito do protão e do neutrão, da ordem de 0,7 Fm, medido por Hofstadter nos anos 50, - explicar o momento magnético anómalo do protão e do neutrão, que diferem muito do momento esperado em fermiões de Dirac como o electrão. Quarks
Gell-Mann inspirou-se numa passagem da obra Finnegans Wake de James Joyce para encontrar o nome de quarks. Zweig preferia ‘’aces’’ e Feynman gostava mais de ‘’Partons’’ mas a gíria de Gell-Mann predominou. O quebra-cabeças de classificar os hadrões levou a várias novidades, pois os quarks além de serem fermiões de spin 1/2, - possuem um novo número quântico, o sabor que é uma extensão do isospin. Os primeiros sabores descobertos foram os u (up) e d (down) que já compunham os bariões estáveis, e o s (strange) que apenas surgiam nos hadrões instáveis, - o sabor pode ser descrito por um grupo, o SU(3) que extende o conceito de spin, estando o spin (e o isospin) associado ao grupo SU(2), - a carga dos quarks é fraccionária, ou seja (2/3)e ou (-1/3)e , - mas (confinamento) nunca se conseguiu isolar experimentalmente um quark em repouso! Quarks
(in Particle Physics Booklet) Essencialmente os hadrões distribuem-se em dois tipos de aglomerados de quarks, Os Hadrões, fermiões de spin 1/2, 3/2, 5/2, 7/2 … compostos por Q + Q + Q Os Mesões, bosões de spin, 0, 1, 2 ,3 ... compostos por Q + Q Quarks
(in Particle Physics Booklet) (in Particle Physics Booklet) Quarks
(in Particle Physics Booklet) (in Particle Physics Booklet) Quarks
(in Particle Physics Booklet) (in Particle Physics Booklet) Quarks
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2.2 Modelo dos Partões para a dispersão inelástica Simultaneamente era conhecida a distribuição de carga e o momento magnético anómalo dos nucleões, e estenderam-se as experiências de Hofstadter para electrões de energia cada vez mais alta. Realmente a secção eficaz para e- p+ pode ser descrita por constituintes pontuais, fundamentais, sem estrutura, de spin 1/2 que Feynman chamou de partões. Esta evidência também motivou a descoberta dos quarks. e e g X + u p u d ( O carácter corpuscular dos quarks traduz-se na invariância de escala das funções de estrutura F1e F2 que generalizam o conceito de distribuição de carga e de momento magnético anómalo dos nucleões.) Quarks
2.3 A cor e a teoria da QCD A maioria dos problemas que surgiram com a invenção dos quarks foram resolvidos com a introdução do conceito da cor. A cor foi inicialmente introduzida para não se violar o princípio de Pauli, que diz que ‘’as funções de onda dos fermiões devem ser anti-simétricas para a troca de partículas’’. Ora a função de onda dos 3 quarks que constituem por exemplo o protão, é simétrica em termos de momento angular, spin, e sabor. Assim foi inventado um novo número quântico que daria uma função antisimétrica ao protão. Ora os objectos coloridos, como os quarks e gluões ficam confinados. A experiência ganha no estudo do sabor sugeriu que o grupo de simetria associado deveria ser o grupo SU(3) , pois tal como em SU(2) se pode combinar um spin com um spin para ter um spin total 0, o SU(3) permite com 3 quarks construir funções de onda de cor nula, = + + Tendo o nome de COR sido possivelmente inspirado na contemporânea TV a cores . Quarks
Apesar de a cor ter a mesma algebra SU(3) que o sabor, tudo indicava que tinha uma natureza bem distinta devido ao confinamento dos objectos coloridos. Assim atribui-se a cor uma simetria local, inspirada na existência apenas local dos quarks. Uma teoria local já existia, a teoria quântica do electromagnetismo que tem uma simetria de gauge/padrão U(1), onde por exemplo existem cargas positivas e negativas que se podem cancelar. A QCD (teoria da cromodinâmica quântica) surgiu naturalmente como extensão da teoria quântica do electromagnetismo, substituindo o grupo de gauge/padrão U(1) pelo grupo da cor, o grupo SU(3). Foi desenvolvida por Gell-Mann, Fritzch e outros. Logo se juntou evidência da compatibilidade da QCD com o confinamento, - mostrando que no limite de altos momentos é perturbativa, tem liberdade asimptótica, mas para pequenos momentos não se consegue resolver com as técnicas que resolveram a electrodinâmica quântica, - mostrando que em simulações discretas numa rede existe confinamento. Quarks
No entanto a QCD permanece uma teoria não resolvida! O seu Lagrangeano é muito simples e bem definido, mas não se sabe ainda calcular algo tão simples como a massa do protão ou o seu momento magnético, ou qualquer outro observável a partir da QCD . Este problema é um dos mais difíceis da física actual, existindo por exemplo um prémio de 1.000.000$ para quem resolver matematicamente o confinamento a partir da QCD. Mas acredita-se que a está QCD correcta! Uma das suas previsões mais notáveis é a existência de gluões, que são análogos aos fotões da electrodinâmica. Os gluões são por exemplo responsáveis pela interacção entre quarks. q Tal como os quarks, os gluões já foram ‘’observados’’ em dispersões a alta energia, mas por serem coloridos estão confinados e jamais foram observados isoladamente em repouso! q g q q Quarks
3. Problemas em aberto 3.1 Quebra de Simetria Quiral, Anomalia Axial Rotação quiral (roda a paridade) Eixo de simetria Condensado pseudo-escalar Densidade de energia do vácuo Falso Vácuo Condensado escalar de pares quark+anti-quark Vácuo Pensa-se que o vácuo não é vazio, mas está ocupado por um condensado de pares quark+anti-quark, isto porque a atracção entre um quark e um anti-quark é tão forte que um par quark+anti-quark tem M2negativa. O vácuo condensado encontra um ponto estável porque o condensado fornece massa aos quarks, num mecanismo descoberto por Nambu nos anos 50. Quarks