1 / 31

Alguns Aspectos da Gestão Pública no Brasil

Alguns Aspectos da Gestão Pública no Brasil. Ms . Katiani Lucia Zape. A experiência de reforma da gestão pública no Brasil é, ainda, uma história de final aberto. DO BRASIL COLÔNIA AOS ANOS 30: PRIMEIROS SINAIS DE ORGANIZAÇÃO GOVERNAMENTAL NUM CONTEXTO PATRIMONIALISTA.

evita
Download Presentation

Alguns Aspectos da Gestão Pública no Brasil

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. Alguns Aspectos da Gestão Pública no Brasil Ms. Katiani Lucia Zape

  2. A experiência de reforma da gestão pública no Brasil é, ainda, uma história de final aberto.

  3. DO BRASIL COLÔNIA AOS ANOS 30: PRIMEIROS SINAISDE ORGANIZAÇÃO GOVERNAMENTAL NUM CONTEXTOPATRIMONIALISTA • As primeiras notícias de organização governamental no Brasil remontam ao período da transferência da corte de Lisboa para o Rio de Janeiro, em 1808. Quando aqui se instalou a sede da monarquia e D. João constituiu os Ministérios de Negócios do Reino, de Negócios Estrangeiros e da Guerra e de Negócios da Marinha e Ultramar. • O contexto era caracterizado pelo patrimonialismo. Não havia distinção entre os interesses público e privado. O aparelho do Estado funcionava como uma extensão do poder do soberano, e os cargos eram considerados prebendas - cargos que permitiam extrair benesses pessoais. • A estrutura administrativa caracterizava-se neste período por sua simplicidade: poucos órgãos com muita abrangência.

  4. DO BRASIL COLÔNIA AOS ANOS 30: PRIMEIROS SINAISDE ORGANIZAÇÃO GOVERNAMENTAL NUM CONTEXTOPATRIMONIALISTA • O Estado tinha a responsabilidade preponderante na oferta de emprego, dada a insipiência do mercado privado, e a gestão dos negócios governamentais. • No Brasil Colônia, a rede fiscal se confundia com a apropriação de rendas, monopólios e concessões. • O Estado caracterizava-se por um modelo fortemente centralizado e pela ausência de critérios e métodos científicos de gestão.

  5. AS REFORMAS EM REGIMES AUTORITÁRIOS: A EMERGÊNCIA DAS FUNCIONALIDADES DISFUNCIONALIDADES DA BUROCRACIA

  6. Modelo Burocrático • O modelo de administração burocrática foi introduzido no Brasil partir da segunda metade dos anos 30 durante o Estado Novo, Governo de Getúlio Vargas, sendo empreendida por Maurício Nabuco e Luiz Simões Lopes. • A reforma da Administração Pública tornou-se necessária frente a necessidade de acelerar a industrialização brasileira, a emergência do capitalismo moderno no País e a necessidade de diminuir os índices de corrupção e nepotismo. • Com a reforma, a administração pública sofre um processo de racionalização: surgimento das primeiras carreiras burocráticas, a adoção do concurso como forma de acesso ao serviço público.

  7. Modelo Burocrático • Com o objetivo de realizar a modernização administrativa, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP, em 1936. • Esse Departamento assumiu as funções de supervisionar a administração pública e de formar os administradores públicos do primeiro escalão e de fixar o orçamento nacional. • Em 1939, foram criados os DAEs - Departamentos Administrativos dos Estados (os “Daspinhos”) como projeções regionais do órgão central. • Neste período, foi instituída a função orçamentária enquanto atividade formal e permanentemente vinculada ao planejamento. • A partir da década de 40 tentou-se institucionalizar a figura do planejamento governamental como ferramenta básica de gestão. • Foram elaborados diversos planos de governo, muitos deles como conseqüência de recomendações programas de cooperação internacional: Plano Qüinqüenal (1939) - Plano de Obras e Equipamentos (1943) - Plano SALTE (1948) - Comissão Mista Brasil EEUU (1951) - Programas de Metas (1956) - Plano Trienal (1962).

  8. Modelo Burocrático • Embora tenham sido valorizados instrumentos importantes à época, tais como o instituto do concurso público, o surgimento de carreiras e do treinamento, o patrimonialismo se mantinha vivo no quadro político brasileiro. • O coronelismo dava lugar ao: • clientelismo - a utilização da administração pública com o objetivo de prestar serviços para alguns privilegiados e ao • fisiologismo - relação de poder político em que as ações e decisões políticas são tomadas em troca de favores.

  9. Ensaios pós-burocráticos na ditadura militar O regime implantado após o golpe militar de Abril de 1964 encontrou dificuldades de operação da máquina pública devido ao excesso de rigidez burocrática. O principal marco da reforma administrativa deste período foi a edição do Decreto-Lei 200/67. A edição do Decreto 2000/67 foi a primeira tentativa de implementação de uma reforma gerencial na administração pública brasileira, que aconteceu sob o comando de Amaral Peixoto e inspiração de Hélio Beltrão. O referido instrumento legal continha aspirações descentralizadoras e preconizava o fortalecimento da administração indireta por intermédio da descentralização e da autonomia das autarquias, fundações e empresas estatais, como forma de agilizar a atuação do Estado. Assim, muitas atividades foram transferidas para a administração indireta que operava com maior dinamismo operacional.

  10. Ensaios pós-burocráticos na ditadura militar • A reforma baseada no DL 200/67, não repensou os mecanismos de controle, enfraquecendo o núcleo central do aparelho estatal, responsável pela formulação das políticas públicas. • Em meados dos anos 70, foi criada - Secretaria da Modernização – SEMOR introduziu novas técnicas de gestão, na área da administração de recursos humanos e desenvolvimento organizacional.

  11. Ensaios pós-burocráticos na ditadura militar • Em 1979, é criado o Programa Nacional de Desburocratização - PND, sob a liderança de Hélio Beltrão. • Esse programa visava identificar os principais obstáculos que “perseguiam a vida do cidadão comum”. • O PND chegou a ter status de Ministério (Ministério Desburocratização) e ganhou bastante popularidade junto à opinião pública devido a sua efetividade no combate aos entraves e procedimentos desnecessários, contudo, foi extinto posteriormente.

  12. O impacto gerado pela reforma administrativa durante o período militar aumentou a eficiência do Estado, porém excluiu a sociedade civil dos processos decisórios. • As posições de poder eram ocupadas por grupos funcionais e especializados. • Neste período emergiu um patrimonialismo político – os tecnocratas se utilizavam de meios para comprar e incorporar os esforços de participação política, estabelecendo vínculos com as lideranças políticas emergentes e cooptando-as por meio da concessão de cargos públicos.

  13. AS REFORMAS EM CONTEXTOS DEMOCRÁTICOS: AGESTÃO PÚBLICA NUMA PERSPECTIVA FRAGMENTADA • A transição democrática brasileira foi marcada pelo movimento das diretas-já que permitiu a eleição de Tancredo Neves, depois de duas décadas de regime militar, num clima que mesclava elementos de comoção nacional e de razoável confiança com relação ao futuro nacional. • O grande desafio era o de construir as bases da democracia nascente e o de dominar a inflação.

  14. Durante a transição democrática de 1985 as ações rumo a uma administração pública gerencial são paralisadas. • Embora representasse uma grande vitória democrática, a transição democrática teve como um de seus custos o loteamento dos cargos públicos da administração indireta e das delegacias dos ministérios nos Estados para os políticos dos partidos vitoriosos.

  15. AS REFORMAS EM CONTEXTOS DEMOCRÁTICOS: AGESTÃO PÚBLICA NUMA PERSPECTIVA FRAGMENTADA • A CF de 1988 representou um avanço significativo no campo da participação popular e incorporação do valor da cidadania. • Contudo, também promoveu o engessamento do aparelho estatal, ao estender para os serviços do Estado e para as próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas que adotadas no núcleo estratégico do Estado, retirando assim, da administração indireta a flexibilidade concedida pelo Decreto 200/67.

  16. Contexto da Reforma de 1995 • A crise dos anos 70, que provocou iniciativas de reestruturação econômica e a reconfiguração das estratégias empresariais chega no início dos anos 80, ao Estado a partir, de três manifestações básicas: • crise financeira (incapacidade de geração de poupança pública para a realização dos investimentos sociais); • crise de identidade (transição caracterizada pelo abandono de alguns papéis tradicionais e incorporação de novos) e; • crise do modo de administrar (explicada pelo esgotamento do modelo burocrático).

  17. A partir de 1990, o Estado Brasileiro se vê diante da competição internacional, da rápida abertura aos capitais e do comércio internacional, associados à privatização das empresas estatais e à redução do peso do Estado. • Esse cenário contribui para o enfraquecimento do modelo de gestão burocrático.

  18. Reforma Gerencial • Em meados de 95, durante o primeiro mandato de FHC, chega ao Brasil um novo modelo de gestão pública – Nova Gestão Pública (NewPublic Management) ou reforma gerencial. • Historicamente, a proposta da Administração Gerencial brasileira, teve seus lineamentos básicos no Plano Diretor da Reforma do Estado" e na obra do ex-Ministro Bresser Pereira. • Para Bresser a reforma gerencial se apresenta como uma "nova forma de gestão da coisa pública mais compatível com os avanços tecnológicos, mais ágil, descentralizada, mais voltada para o controle de resultados do que o controle de procedimentos, e mais compatível com o avanço da democracia em todo o mundo, que exige uma participação cada vez mais direta da sociedade na gestão pública.

  19. Primeiro Governo de FHC • No intuito de substituir o modelo burocrático pelo gerencial a então Secretaria da Administração Federal (SAF) foi transformada no Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE); • Foram instalados: a Câmara da Reforma do Estado, o Conselho da Reforma do Estado (integrado por representantes da sociedade civil), foi elaborado o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado - documento de expressão da visão estratégica e orientador dos projetos de reforma.

  20. Primeiro Governo de FHC promover mudanças em três dimensões: • Institucional-legal: remoção dos obstáculos de natureza constitucional e de outros ordenamentos; • Cultural: substituir a cultura burocrática dominante pela nova cultura gerencial; • Gestão: implementação da reforma por meio da adoção de novos arranjos institucionais, novas competências e instrumentos gerenciais mais adequados.

  21. Entre os problemas identificados estavam: o custo da máquina pública: gastos com pessoal e com bens e serviços, ineficiência dos serviços públicos etc). • Frente a tais questões foi proposto um novo arranjo institucional, distinguindo os quatro segmentos fundamentais característicos da ação do Estado: • Núcleo estratégico: definição de leis e de políticas públicas, e cobrança de seu cumprimento; • Atividades exclusivas: aquelas que são indelegáveis e que, para o seu exercício, é necessário o poder de Estado; • Atividades não-exclusivas: aquelas de alta relevância, em que o Estado atua simultaneamente com outras organizações privadas e do terceiro setor na prestação de serviços sociais; • Produção de bens e serviços ao mercado: que corresponde ao setor de infra-estrutura, onde atuam as empresas, públicas ou privadas, reguladas pelo governo, portanto com tendências à privatização.

  22. As principais iniciativas, no primeiro período foram orientadas para: • a revisão do marco legal (reforma constitucional e da legislação corrente); • a proposição de uma nova arquitetura organizacional (agências reguladoras, executivas e organizações sociais); • a adoção de instrumentos gerenciais inovadores (contratos de gestão, programas de inovação e de qualidade na administração pública); • a valorização do servidor (nova política de recursos humanos, fortalecimento de carreiras estratégicas, revisão da política de remuneração e intensificação da capacitação de funcionários, visando a promover a mudança cultural).

  23. Algumas Alterações Legais A emenda 19/98 trouxe medidas que implicaram tetos para o gasto com funcionalismo, alterações no caráter rígido e equivocado do Regime Jurídico Único e introdução do princípio da eficiência entre os pilares do direito administrativo. • Controle de despesas e finanças públicas – art. 169, § 4º; • Políticas de avaliação e de desenvolvimento de recursos humanos no setor público – art. 37, § 3, I; art. 41, § 4º. • Figura do contrato de gestão – art. 37, § 8º. • "Princípio da Eficiência“, art. 37 CF . • Alteração do caput do art. 39 CF excluindo do ordenamento constitucional a obrigatoriedade da adoção de um rege jurídico único para os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas dos diversos entes da federação. Eficácia suspensa em agosto 2007 pelo STF devido a não aprovação em dois turnos, art. 60, § 2º CF. • A Lei 9.649/98, promulgada poucos dias antes da Emenda nº 19/98, autorizou o Poder Executivo a qualificar como agência executiva a autarquia ou fundação que houvesse celebrado contrato de gestão com o respectivo ministério supervisor, para o fim de cumprir objetivos e metas com este acertados. • Promulgação da Lei 9.790/99 – OSCIP • Promulgação da Lei 9.637/98 – OS

  24. Segundo Mandato de FHC • Em 1999 foi extinto o MARE, sendo suas funções absorvidas pelo Ministério do Planejamento (que passou a ser denominado Ministério do Planejamento, Orçamento Gestão). • São reduzidas a implementação dos novos modelos institucionais (Agências Executivas e Organizações Sociais) e dos novos instrumentos (contratos de gestão), dando lugar a uma abordagem alternativa que visava o fortalecimento do espírito empreendedor orientado para a implementação dos programas do PPA – Programa Plurianual. • A intensificação do uso da tecnologia da informação orientadas para a melhoria do atendimento ao cidadão, no relacionamento com o setor privado, a transparência e modernização da gestão interna (governo eletrônico, comprasnet, receitanet, quiosques, rede governo, sistemas corporativos de gestão).

  25. Governo FHC • Em síntese, as experiências deste período tiveram o mérito de re-introduzir na agenda governamental os temas gestão e planejamento, porém ocorreram de forma fragmentada.

  26. Governo Lula • O primeiro movimento do governo Lula foi o estabelecimento de um novo marco, simbolizado pelo compromisso de enfrentar prioritariamente o problema da fome. • Foi mantida a condução da área de gestão pública no Ministério do Planejamento. • No campo da gestão pública foi dada ênfase à adoção de um Programa de Otimização: o contingenciamento fez com que governo decidisse pela seleção de programas e revisão de seus processos visando reduzir custos, melhorar a qualidade e reduzir tempo de execução. Exemplo Programa Bolsa Família – incluiu as famílias beneficiadas pelo Bolsa Escola, Cartão Alimentação e Vale Gás.

  27. Governo Lula • Em paralelo duas iniciativas foram desenvolvidas: 1º A elaboração do novo PPA 2004 – 2007, denominado Plano Brasil de Todos - estabeleceu o direcionamento estratégico a partir dos seguintes objetivos: • Inclusão social e redução das desigualdades sociais; • Crescimento com geração de trabalho, emprego e renda, ambientalmente sustentável e redutor das desigualdades; e c) Promoção e expansão da cidadania e fortalecimento da democracia.

  28. Governo Lula 2º) A construção de um Plano de Gestão Pública (SEGES, 2003) orientado para: • Redução do déficit institucional; • Fortalecimento da governança; • Aumento da eficiência; • Transparência e participação. • O Plano foi descontinuado e repetiu o que aconteceu no governo anterior, visão fragmentada.

  29. Algumas Considerações • A agenda de reformas insere-se no rol das questões de Estado, e não no mero interesse partidário. • Reformar o Estado brasileiro tem sido tarefa permanente [Estado] e não transitória [governo]. • Na verdade se faz reforma da administração pública no Brasil desde que se faz administração pública e, freqüentemente, estas reformas focaram quase sempre o fortalecimento institucional das áreas econômicas . • As reformas administrativas foram (e ainda são, em grande medida) desenhadas como instrumento do ajuste.

  30. Algumas Considerações • A formulação de um plano estratégico não assegura a sua implementação. • O objetivo central é o de (re)descobrir o “elo perdido” entre o modelo de desenvolvimento e o modelo e gestão.

  31. Debate • Quais são os principais desafios da gestão pública no Brasil? • Em que instância eles estão localizados? • A superação de tais desafios garante a construção de um modelo de gestão pública societário? Ou seja, uma gestão pública compartilhada com a sociedade?

More Related