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Apresentação Durante a realização de “Meninas”, uma abordagem sensível e pessoal sobre a gravidez de adolescentes de baixa renda no Brasil, a diretoraSandra Werneck leu “AS MENINAS DA ESQUINA – DIÁRIO DOS SONHOS, DORES E AVENTURAS DE SEIS ADOLESCENTES NO BRASIL”, escrito por Eliane Trindade. Através desse livro, Sandra Werneck percebeu a possibilidade de aprofundar o tema de Meninas, também presente na maior parte de seus documentários - as conseqüências da exclusão social, sobretudo sobre a sua face mais vulnerável, ou seja, crianças e jovens. O livro reunia os diários de seis adolescentes das camadas populares e a luta cotidiana pelo acesso a bens de consumo banais: roupa, tatuagem, piercing, perfume, absorvente. No relato íntimo e detalhado dessas protagonistas, Sandra Werneck reconheceu a face feminina da desigualdade social brasileira e imediatamente pensou em uma adaptação para o cinema. Com base documental e abordagem ficcional poética e sensível , SEXO, CROCHÊ E BICICLETA tem com personagens principais Jéssica, Sabrina e Daiane - jovens que vivem nas comunidades de baixa renda do Rio de Janeiro. Elas são amigas, dividem sonhos e frustrações e eventualmente vendem o corpo para vizinhos ou conhecidos, em troca de R$20 ou R$30 para comprar uma blusa para uma festa ou um par de tênis, entre tantos objetos cobiçados por adolescentes.
Apesar da carência material, essas jovens vivem no superlativo das emoções e das reações, exageram na dor, na paixão, na diversão, no prazer, e também nas brigas e discussões. Vivem cotidianos violentos, sonhos inalcançáveis e a constante incerteza do dia seguinte. O filme pretende acompanhar o dia-a-dia e as aventuras de três jovens que, apesar de condições adversas, conseguem por momentos divertir-se e emocionar-se como qualquer adolescente. Inteiramente rodado no Rio de Janeiro, as três protagonistas serão vividas por jovens atrizes selecionadas de grupos de teatro nas comunidades carentes cariocas como Nós do Morro e Nós do Cinema, onde foram escolhidos atores de Cidade de Deus, entre outros projetos. Atores conhecidos no Brasil, como Tony Ramos, Selton Mello e Eduardo Moskovis completam o elenco, estimulando o interesse e a identificação do espectador. SEXO, CROCHÊ E BICICLETA, uma co-produção com a Columbia Pictures, pretende atrair um público de 1.200.000 de pessoas às salas de cinema. “Cazuza – O Tempo não Pára”, último filme dirigido por Sandra Werneck, superou a marca dos 3.000.000 de espectadores e foi o filme brasileiro mais visto de 2004.
Objetivos SEXO, CROCHÊ E BICICLETA pretende retratar o cotidiano e a intimidade de três jovens de uma comunidade de baixa renda. Elas vêm de famílias desestruturadas e convivem com alto índice de desemprego. Em suas casas humildes, o dinheiro é direcionado para necessidades básicas, como comida. Nesse quadro de penúria, objetos de consumo do mundo adolescente representam um “luxo” inacessível. Desde cedo, essas meninas aprendem a se virar para obter o que desejam. E logo descobrem que, sem estudo ou perspectiva profissional, a única coisa que têm a oferecer é o próprio corpo que vendem muito barato para comprar um vidro de perfume ou uma roupa nova para o reveillon. Diferentes de prostitutas de Copacabana, essas jovens da periferia usam o sexo como possibilidade de biscate e não como uma profissão. Circulam de forma praticamente invisível na sociedade, já que seu “mercado” é informal e difuso. SEXO, CROCHÊ E BICICLETA, assim como o livro “As Meninas da Esquina”, de Eliane Trindade, no qual o roteiro é livremente baseado, pretende contribuir como instrumento de reflexão de uma realidade das cidades brasileiras em que o tráfico de drogas ou a venda do próprio corpo representam uma perversa estratégia de sobrevivência.
Sinopse Jéssica, Sabrina e Daiane são adolescentes que vivem em bairro pobre na periferia do Rio de Janeiro. Jéssica e Sabrina têm 16 anos e são vizinhas. Daiane, 14 anos, vem de uma família de classe média baixa e estuda na classe de Sabrina. As três amigas encontram-se pelo bairro, nos bailes funk, na laje de alguma casa para fumar maconha e convivem com famílias desestruturadas e de baixo poder aquisitivo. Jéssica mora com o avô e tem uma filha cuja guarda compartilha com o ex-namorado. Sabrina vive com a mãe, vários irmãos e agregados em um barraco pequeno e apertado. Daiane vive com duas tias e um tio, por quem foi criada e que a molesta sexualmente. Jéssica e Sabrina se prostituem eventualmente para descolar algum dinheiro. Certo dia são acompanhadas por Daiane que passa a fazer programas por conta própria. Cada uma cultiva um sonho: Jéssica, intensa e explosiva, sonha ser dançarina profissional; Sabrina quer constituir família mas vive às voltas com romances intensos com rapazes envolvidos com o tráfico de drogas. Daiane, perturbada pelo abandono dos pais e pelo abuso sexual do tio, é a mais frágil do grupo: sonha com uma luxuosa festa de 15 anos para dançar a valsa com o pai verdadeiro. No entanto, a brutalidade de suas vidas sempre apresenta novos obstáculos à realização desses sonhos. Após uma frustrada tentativa de casamento, Jéssica participa de um assalto. Ao ser presa, perde a guarda da filha mas preserva sua dignidade: depois de solta não aceita casar-se com um cliente apaixonado. Sabrina perde uma quantidade de drogas e, para pagar a dívida, envolve-se em várias situações de risco. Liga-se a um assaltante poderoso que lhe promete uma vida rica, mas desaparece quando Sabrina engravida. Daiane, mais ingênua e infantil, assume a prostituição e amadurece de maneira amarga. Continua a procurar o pai e não poupa esforços para realizar sua festa de 15 anos, que inclui a chantagem a clientes e ao próprio pai. Apesar de abusos e injustiças, e de serem constantemente exploradas e desvalorizadas, essas jovens não desanimam e continuam a viver com intensidade, entregues à própria sorte. Cada uma a seu modo realiza seus sonhos dentro de suas minguadas possibilidades e não perdem a esperança no futuro.
Justificativa A exploração sexual infanto-juvenil é um dos mais graves problemas sociais do Brasil. Drama perverso e silencioso, acobertado pela falta de dados estatísticos oficiais, é testemunhado diariamente em esquinas, praças, bares, praias de todo o país. A prostituição infanto-juvenil insere-se em um contexto de abandono, violência, degradação familiar, consumismo, pedofilia e miséria. O livro de Eliane Trindade, Meninas da Esquina, que registra este problema de forma contundente, é a fonte de inspiração do projeto, não apenas pelo tom pessoal dos relatos, mas sobretudo pelo olhar sensível e solidário através do qual resgata os seres humanos e suas individualidades camufladas por episódios de pobreza e violência. SEXO, CROCHÊ E BICICLETA pretende ser um relato poético e sensível sobre jovens em luta pela sua dignidade. Sem amenizar ou maquiar a cruel realidade do cotidiano dessas adolescentes ou propor um discurso paternalista e sentimental, o filme buscará mostrá-las como realmente são: seres humanos com suas forças e fraquezas, defeitos e virtudes, capazes ainda de sonhar e de amar - jovens dispostas a viver a vida na sua plenitude – contra tudo e contra todos. Protegidas pelo anonimato da ficção, SEXO, CROCHÊ E BICICLETA revela s medos, anseios, dificuldades e oportunidades de cada uma das três adolescentes. Ao tornar visível um cotidiano baseado em relatos reais, o filme pretende estimular a reflexão e contribuir para conscientização do público acerca dos trágicos desdobramentos da desigualdade social brasileira, expondo um de seus lados mais cruéis: a vulnerabilidade e singularidade de jovens cujas vidas, tantas vezes, contribuem apenas para incrementar estatísticas sobre vários tipos de violência no país.
Equipe 1. CO-PRODUTOR E PRODUTOR EXECUTIVO Flavio R.Tambellini é produtor e diretor. Junto com a diretora fez como co-produtor e produtor executivo o filme Cazuza- O tempo não para. 2. ROTEIRO Paulo Halm é cineasta e roteirista. Escreveu os roteiros de Amores Possíveis e Pequeno Dicionário Amoroso, de Sandra Werneck, entre outros. Está escrevendo o roteiro deste filme. 3. DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA Walter Carvalho é diretor e diretor de fotografia. Dentre as parcerias com a Diretora estão os filmes Cazuza- O tempo não para (direção), Amores Possíveis e Pequeno Dicionário Amoroso (Fotografia). 4. DIREÇÃO DE ARTE Cláudio Amaral Peixoto é diretor de arte e cenógrafo. Com a diretora trabalhou nos filmes Cazuza- O tempo não para, Amores Possíveis e Pequeno Dicionário Amoroso. 5. SOM DIRETO Zezé D´Alice é editora de som e trabalhou com a diretora em Cazuza- O tempo não para. 6. MONTAGEM Sérgio Meckler montador e videomaker. Montou o filme Cazuza- O tempo não para. 7. SUPERVISÃO DE FINALIZAÇÃO Renato Tilhe e produtor de finalização dos filmes Cazuza- O tempo não para, Amores Possíveis e Pequeno Dicionário Amoroso.
A Diretora A premiada carreira de Sandra Werneck abrange documentários e filmes de ficção, de curta, média e longa-metragem. Com 3 milhões de espectadores, “Cazuza – O Tempo não Pára”, seu último trabalho, co-dirigido por Walter Carvalho, foi o maior sucesso de bilheteria do cinema brasileiro em 2004 e um dos filmes mais premiados de safras recentes. As comédias românticas “Pequeno Dicionário Amoroso” e “Amores Possíveis” também foram êxitos de bilheteria e ganharam prêmios no Brasil e no exterior. Mas a carreira de Sandra Werneck começou com documentários de forte cunho social e formatos pouco convencionais. Em “Pena Prisão”, por exemplo, detentas “interpretavam” seu próprio cotidiano num presídio carioca. “Ritos de Passagem” enfocava travestis, “Damas da Noite” documentava prostitutas, “Profissão Criança” abordava o trabalho infantil e o super premiado “A Guerra dos Meninos” fazia uma denúncia pioneira (1991) do envolvimento dos meninos de rua na lógica da violência urbana brasileira. Seu último filme, o documentário Meninas, sobre a gravidez de adolescentes, selecionado para o Festival de Berlim 2006, seção Panorama. Seu próximo trabalho, SEXO, CROCHÊ E BICICLETA, com base documental e tratamento ficcional, somará as experiências da diretora, reconhecida e premiada tanto por seus documentários como pelos filmes de ficção. Entre seus muitos prêmios destacam-se o de Melhor filme Latino-Americano para Amores Possíveis no Sundance Film Festival, 2001, e o Prêmio Especial do Júri no Amsterdam Documentary Film Festival, Holanda em 1991 para o documentário A Guerra dos Meninos – 1991.
Alguns Prêmios • CAZUZA – O TEMPO NÃO PÁRA – 2004 – 35mm, longa-metragem. • Premiações: • Melhor Longa metragem - Festival de Cinema Ibero-americano LaCinemaFe - Nova Iorque • Melhor Ator Daniel de Oliveira – Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) 2004. • Melhor Longa –Metragem Ficção – Grande Prêmio Tam de Cinema 2005. • Melhor Ator Daniel de Oliveira – Grande Prêmio Tam de Cinema 2005. • Melhor Direção de Fotografia – Grande Prêmio Tam de Cinema 2005. • Melhor Trilha Sonora – Grande Prêmio Tam de Cinema 2005. • Melhor Roteiro Adaptado – Grande Prêmio Tam de Cinema 2005. • Melhor Ator Daniel de Oliveira – Andorinhas CINEPORT ( I Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa) 2005. • Melhor Filme – Júri Popular - Andorinhas CINEPORT ( I Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa) 2005. • Melhor Ator Daniel de Oliveira – ACIE (Associação de Críticos da Imprensa Estrangeira) 2005. • Melhores Filmes de 2004 – Festival CINESESC dos Melhores Filmes de 2004 (Critica e Publico) • Melhor Ator e Melhor Filme – 9th Brazilian Film Festival of Miami
A Amores Possíveis – 2000 – 35mm, longa-metragem. P Premiações: ·Prêmio de melhor filme Latino-americano – Sundance Film Festival – USA (2001) ·Prêmio de melhor atriz para Irene Ravache – Brazilian film Festival of Miami (2001) ·Prêmio de Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Roteiro e 2º Melhor Filme do 1 º Festival de Cine & Video da Amazônia (2001) P Pequeno Dicionário Amoroso - 1996 - 35mm, longa-metragem. P Premiações: ·Prêmio de melhor roteiro - Festival Internacional de Cine de Cartagena - Colômbia (1998) ·Prêmio especial da crítica no Schermi D'Amore - FestCinema Sentimental Mélo de Verona, Itália (1997) ·Melhor filme no Festival de Miami (1997). ·Melhor fotografia e melhor montagem no Festival de Brasília (1996).
A Guerra dos Meninos - 1991 - Documentário 16mm, 52 min. P Premiações: ·Melhor filme e melhor direção no Festival de Gramado ·Prêmio especial do júri no Amsterdam Documentary Film Festival, Holanda - 1991 ·Prêmio da OCIC no Festival de Havana - 1991 ·Prêmio Saul Yellen do Comitê de Cineastas Latino-americanos, Festival de Havana,1991 ·Prêmio Dica, União Nacional da Amizade entre os Povos, Havana - 1991 ·Melhor documentário direção feminina no Festival de Havana, 1991 ·Melhor documentário do Festival de Uppsala-Suécia - 1992 ·Melhor filme para infância e adolescência no 27th International Youth Film Contest, Alemanha ·Prêmio Diva do National Union for Understanding Among People no Festival de Havana. ·Nomeado para o ACE AWARDS (Oscar da tv a cabo americana).
Canal Click - 1989 - 35mm, curta. P Premiações: ·Melhor música, melhor fotografia e melhor atriz do Festival de Brasília - 1989 ·Melhor filme do júri popular do Festival de São Luis - 1989 D Damas da Noite - 1987 - 35mm, curta. P Premiações: ·Melhor filme para o público jovem, Rio Cine Festival - 1987 ·Melhor filme do Júri Popular, Rio Cine Festival - 1987 G Geléia Geral - 1986 - 16mm, média metragem. P Premiação: Melhor trilha sonora, Rio Cine Festival - 1986 Pena Prisão - 1984 - 16mm, média metragem. Premiações: Melhor filme do Júri Popular e melhor montagem no XVIII Festival de Brasília - 1984 Melhor roteiro do II Festival de Fortaleza - 1984 ·
Captação Valores já captados: R$ 1.000.000,00 – Petrobras R$ 2.000.000,00 –Columbia Pictures - Art.3º R$ 1.000.000,00 - BNDES