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O diálogo em textos narrativos. O diálogo é a alma do texto de ficção , da mesma forma que as conversas é que dão vida às relações entre as pessoas, no cotidiano.
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O diálogo é a alma do texto de ficção, da mesma forma que as conversas é que dão vida às relações entre as pessoas, no cotidiano. • O bom diálogo é uma das ferramentas literárias mais fáceis de dominar. Mas é preciso cuidado ao usá-lo. Se um bom diálogo até salva um mau texto de ficção do desastre completo, um diálogo medíocre pode arruinar uma boa história.
Há duas formas de expressar a fala dos personagens. Uma é o discurso direto, quando o escritor exibe os personagens dialogando, reproduzindo suas conversas. - O que é que tens, menino? O pequeno nada disse; dirigiu apenas os olhos espantados para defronte, apontando com a mão trêmula nessa direção. (Memórias de um sargento de milícias, Manuel Antônio de Almeida)
Outra é o discurso indireto, quando o narrador dá a conhecer, com suas palavras, o que os personagens conversam ou ponderam intimamente. "Miguilim chorou de bruços, cumpriu tristeza, soluçou muitas vezes. Alguém disse que aconteciam casos, de cachorros dados, que levados para longes léguas, e que voltavam sempre em casa. Então, ele tomou esperança: a Pingo-de-Ouro ia volta!" (João Guimarães Rasa, Campo Geral, in Manuelzão e Miguilim, José Olímpio Editora)
Há escritores que preferem indicar o diálogo com travessões, outros abrindo e fechando aspas. "Quando lhe entreguei a folha de hera com formato de çoração (um coração de nervuras trementes se abrindo em leque até as bordas verde- azuladas), ela beijou a folha e levou-a ao peito. Espetou-a na malha do suéter: "Esta vai ser guardada aqui." Mas não me olhou nem mesmo quando eu saí tropeçando no cesto." (Lígia Fagundes reles, "Herbarium", in Os melhores contos)
Alguns verbos aparecem coladinhos à fala de personagens. São chamados verbos de elocução: "dizer", "afirmar", "ponderar", "concordar", "acrescentar", entre outros. • No entanto, para garantir ritmo ao texto, eles podem ser suprimidos, ou seja, podem não aparecer.
Como um dos papéis do diálogo é proporcionar informações sobre o personagem ou a ação, ele tem de ser adequado. Os personagens também não podem errar o tom. Há situações em que as conversas têm de ser formais e outras em que a informalidade é obrigatória. Para ajudar um bom diálogo, é interessante ouvir pessoas de várias origens e modos de vida diferentes, para usar como base.
Sem conversa fiada O autor deve usar apenas o fundamental para o diálogo ser ágil, eficiente e provocar uma empatia do leitor. No diálogo, em geral, não há espaço para se ficar dizendo abobrinhas ou jogando conversa fora. Sob pena de o leitor jogar o livro fora. É sempre bom lembrar que uma função do diálogo é levar a ação adiante, acrescentar um conflito, mostrar algo de novo sobre um personagem.
Empregando o que você aprendeu... A seguir, você lerá algumas histórias em quadrinho criadas por Laerte, “pai” da aventureira andorinha Lola. Escolha duas delas para adaptar em textos narrativos, um em que se empregue o discurso direto e outro em que se empregue o discurso indireto. Seja atento à descrição das cenas, já que seu texto não apresentará linguagem não verbal.
Referências webgráficas • Texto adaptado de artigo publicado na Revista Língua Portuguesa - número12www.revistalingua.com.br • Histórias em quadrinho de Laerte, publicadas em www1.folha.uol.com.br