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Retratos do Vietnam

Retratos do Vietnam. Enquanto nos deliciamos com fotos atuais do Vietnam, aproveitaremos para tomar conhecimento de uma carta escrita por Ho Chi Minh, presidente do Vietnã do Norte em 17 de julho de 1966 aos seus compatriotas. Clique para mudar os slides. Apelo à nação.

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Presentation Transcript


  1. Retratos do Vietnam Enquanto nos deliciamos com fotos atuais do Vietnam, aproveitaremos para tomar conhecimento de uma carta escrita por Ho Chi Minh, presidente do Vietnã do Norte em17 de julho de 1966 aos seus compatriotas. Clique para mudar os slides

  2. Apelo à nação

  3. 17 de julho de 1966“Compatriotas e combatentes em todo o país!

  4. Os imperialistas norte-americanos deflagraram da maneira mais bárbara uma guerra de agressão para conquistar nosso país, mas estão sofrendo grandes derrotas.

  5. Eles enviaram maciçamente um corpo expedicionário de cerca de 300 mil homens ao Sul de nosso país. Mantêm uma administração e um exército de fantoches, instrumentos de sua política de agressão.

  6. Utilizam métodos de guerra extremamente selvagens, produtos químicos tóxicos, bombas de napalm, etc. Sua política consiste em incendiar tudo, massacrar tudo, destruir tudo. Eles esperam dominar nossos compatriotas do Sul por meio desses crimes.

  7. Mas, sob a firme e hábil direção da Frente Nacional de Libertação, o exército e a população do Sul, estreitamente unidos e combatendo com heroísmo, têm obtido vitórias gloriosas e estão decididos a lutar até a vitória total para libertar o Sul, defender o Norte e avançar no sentido da reunificação do país.

  8. Os agressores norte-americanos têm impudentemente lançado ataques aéreos contra o Norte de nosso país, na esperança de sair da sua desastrosa situação no Sul e de impor-nos “negociações” segundo suas condições.

  9. Mas o Norte permanece inabalável. Nosso exército e nosso povo redobraram seu ardor para produzir e para combater com heroísmo.

  10. Até hoje, abatemos mais de 1.200 aviões inimigos. Estamos decididos a pôr em xeque a guerra de destruição do inimigo e a apoiar com todas as nossas forças nossos irmãos do Sul.

  11. Ultimamente, os agressores norte-americanos subiram mais um degrau, muito grave, na sua escalada. Eles atacaram a periferia de Hanói e de Haiphong. Este é um ato de desespero, o sobressalto de uma fera mortalmente ferida.

  12. Johnson e seus acólitos devem estar cientes disto: podem enviar 500 mil homens, um milhão ou até mais, para intensificar a guerra do Vietnã do Sul; podem utilizar milhares de aviões para multiplicar os ataques contra o Norte, mas jamais poderão abalar a férrea vontade de combater a agressão norte-americana, pela salvação nacional.

  13. Quanto mais agressivos se mostram, mais agravam seu crime. A guerra poderá durar ainda cinco anos, dez anos, 20 anos ou mais ainda; Hanói, Haiphong e outras cidades ou empresas poderão ser destruídas, mas o povo vietnamita não se deixará intimidar. Após a vitória, nosso povo reconstruirá o país, melhor, maior e mais belo.

  14. É público e notório que, cada vez que se preparam para intensificar sua guerra criminosa, os agressores norte-americanos recorrem sempre à trapaça das “negociações de paz”, na esperança de enganar a opinião mundial e de acusar o Vietnã de não querer “negociações de paz”.

  15. Quem sabotou os Acordos de Genebra, que garantiam a soberania, a independência, a unidade e a integridade territoriais do Vietnã? As tropas vietnamitas foram invadir os EUA e massacrar os norte-americanos? Não foi o governo dos EUA quem enviou tropas norte-americanas para invadir o Vietnã e massacrar os vietnamitas? Responda a estas perguntas, presidente Johnson, publicamente, diante do povo dos EUA e dos povos do mundo!

  16. Que os EUA cessem sua guerra de agressão ao Vietnã, retirem todas as suas tropas e as de seus satélites e a paz voltará imediatamente.

  17. A posição do Vietnã é clara: são os quatro pontos do governo da República Democrática do Vietnã e os cinco pontos da Frente Nacional de Libertação do Sul. Não existe outro caminho!

  18. O povo do Vietnã é profundamente amante da paz, da paz verdadeira, da paz na independência, e na liberdade, e não de uma falsa paz, de uma “paz norte-americana”.

  19. Pela independência da pátria, para cumprir nosso dever com relação ao nosso povo em luta contra o imperialismo norte-americano, nosso povo e nosso exército, unidos como um só homem, combaterão decididamente até a vitória final, quaisquer que possam vir e ser os sacrifícios e as privações.

  20. Outrora, em condições muito mais difíceis, vencemos os fascistas japoneses e os colonialistas franceses. Hoje, as condições nacionais e internacionais são mais favoráveis, e a luta de nosso povo contra a agressão norte-americana e pela salvação nacional será certamente vitoriosa.”

  21. Ho Chi Minh                                               Reproduzido de Ho Chi Minh. Écrits (1920 – 1969), cit., p. 315-8.

  22. Enquanto isso, veja o “Apelo à nação” publicado no Via Le Mond, do Canadá.

  23. 17 de julho de 1966“Compatriotas e combatentes em todo o país!

  24. Manifestações contra a Guerra do Vietnã

  25. 1965. Milhões de americanos desconfiam que seu país não tem nenhuma relação comercial com o Vietnã. Inicia-se uma onda de protesto que ameaça afundar o país.

  26. Abril, 1973. Após dez anos de guerra cruel, os últimos soldados americanos deixam Saigon numa retirada vergonhosa. Até hoje, a maior parte da opinião pública americana deplora a teimosa permanência de seu país numa guerra distante, onde quarenta e sete mil americanos perderam suas vidas. Termina finalmente a mais longa guerra do século XX. Os japoneses e franceses, desde há muito tempo, haviam sido forçados a ceder à determinação deste povo corajoso e independente.

  27. Foi a primeira guerra da televisão. Noite após noite, os noticiários de TV mostravam às famílias americanas todo o horror de uma guerra inútil e distante a que o seu próprio governo as submetia.

  28. Os veteranos da Segunda Guerra Mundial foram os primeiros a sair às ruas em protesto contra a política de guerra do presidente Lyndon Johnson.

  29. Novembro, 1969. Duzentas e cinqüenta mil pessoas reúnem-se em Washington para exigir a retirada das tropas americanas do Vietnã. A visita do vice-presidente Hubert Humphrey a Paris, alguns meses antes, provoca violentas manifestações.

  30. Intelectuais de esquerda - dentre os quais, o célebre escritor Jean-Paul Sartre - vão às ruas tomados por um anti-americanismo centrado no problema da guerra.

  31. Perturbada com a onda de oposição no país, a CIA lança um programa denominado "Operação Caos", infringindo a lei que proíbe operações clandestinas em território norte-americano. A agência se infiltra nas universidades, especialmente nos centros acadêmicos de pacifistas declarados. Chega até mesmo a grampear o telefone da atriz Jane Fonda, amiga de uma norte-vietnamita.

  32. "Unamo-nos pela paz. Unamo-nos também contra a derrota. Porque é preciso entender, o Vietnã do Norte não pode derrotar ou humilhar os Estados Unidos. Só os americanos podem fazer isso". Essas são as palavras de Richard Nixon.

  33. Mas, em breve os americanos conhecerão a humilhação da derrota. E toda uma geração começa a pôr em xeque alguns valores cultivados por muito tempo pelos americanos. As terríveis ondas de conflito racial, paralelas à guerra, marcaram profundamente a longa tradição de respeito moral da América.

  34. E dentre os jovens, velhos, universitários, operários, mulheres e crianças que se manifestam contra os males das guerras internacionais, os veteranos da tragédia do Vietnã ocupam geralmente as primeiras filas.

  35. Sem dúvida, a guerra divide profundamente o próprio Vietnã. Durante a Paz de Paris, veremos discursos conflitantes entre os pró-americanos e os pró-comunistas: todos vietnamitas.

  36. Bob Dylan cantou "os tempos estão mudando". Estava certo. Quem iria pensar que os soldados americanos queimariam seus certificados militares num país onde o patriotismo é uma bandeira de orgulho?!

  37. Mas, finalmente, foi por amor ao país que tantos americanos, cansados de ver sua nação numa guerra interminável e despropositada, preferiram a humilhação da derrota às sucessivas sepulturas de seus jovens mortos em vão.

  38. Nota da edição: Nossa proposta é mostrar que a política internacional americana em nada mudou.Ontem foi o Vietnã, depois outro país, depois outro, agora Iraque, depois outro e outro e outro país.

  39. Assim, os Estados Unidos carimbam seu passaporte de “algoz do mundo”. Mas os dirigentes do país, não os americanos comuns. Esses também são vítimas, pois além de perderem seus filhos nas guerras, ainda se vêem obrigados a exibir com orgulho seu passaporte de “primeiro mundo”... De povo superior, diferenciado. Na prática não é assim. Temos lá: americanos e americanos. O mundo também tem que aprender a diferenciar.

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