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A VIDA. Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto (Jo 14, 6s).
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A VIDA Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto (Jo 14, 6s).
Paz em Cristo, meu irmão ou minha irmã. A vida está difícil de viver, não? Arre!... Tudo está pela hora da morte, cada um por si e Deus por todos. Isto é o que se ouve em casa, nas ruas ou onde haja aglomerações. Reclamação geral. De um lado, estão os querem ser mais do que os outros, e do outro, os que querem apenas viver sem se importar com o que acontece ao lado.
A tranquilidade evaporou-se e a intranqüilidade inundou todos os recantos da existência humana. Já não se sabe o que é sossego, ou melhor, paz. Aliás, você sabe realmente o que é paz? Sim, paz, o que é?... É o vizinho que bota o som nas alturas e vive soltando impropérios para todo mundo que reclama; o assaltante que espreita sorrateiramente o movimento para dar o bote; a carestia que impõe uma dieta alimentar para matar de fome os sem-nada; as doenças que infestam o corpo de formas diferentes, tornam-se incuráveis e reinam soberanas até que seja enterrado...
A aflição está em toda parte. Crimes violentos são a tônica dos meios de comunicação e as autoridades atônitas e impotentes. Mas o mal é potente e se alastra. A desesperança e o desamor generalizam-se. Todos parecem estranhos um com o outro, desconfiados, mesmo dentro da família, que se desagrega, se dissolve... Até a natureza parece que se descontrolou, chuvas fortes, enchentes, terremotos, maremotos... Milhares de mortos, sem contar os irracionais!... Vive-se um corre-corre sem precedentes, como em fuga de um monstro de bocarra aberta querendo agarrar-nos. O mundo terminando atrás e nós correndo na frente...
Dias desses, em pleno centro comercial de Belém, Pará, Amazônia do Brasil, o fluxo das pessoas que andavam na frente de uma casa bancária era intenso. Um indo-e-vindo enorme. De repente, um homem maltrapilho, barbado e sujo, que andava esmolando naquele meio, caiu desfalecido, empatando o trânsito da calçada. Uma coisa caiu no meio da multidão! Não, não houve deus-nos-acuda!...
Algumas pessoas, desviando-se do corpo caído, continuaram a caminhada; outras, apressadas, sem um mínimo de escrúpulo, passaram por cima; umas outras ainda estancaram o andar, olharam o homem babando estirado no chão, fizeram um gesto de desprezo, que mais parecia nojo, também prosseguiram a caminhada... Ninguém levantou sequer um dedo de ajuda!...
Meu irmão ou minha irmã, isto é apenas um mínimo movimento da caminhada de nossa sociedade insensível e sem amor no coração. O Zeca é useiro e vezeiro em fazer esta observação para justificar suas mazelas. Ora, se ela está assim, imagine como estão as famílias, pois a sociedade é o seu reflexo. Nem parece que um dia, Jesus, o Filho de Deus vivo, disse: Eu vim como a luz ao mundo, todo aquele que crer em mim não ficará em trevas (Jo 12,46). Estamos vivendo uma situação de dó e dor, andando às apalpadelas no escuro, de costas para Cristo...
A verdade, é que o homem, no afã de satisfazer-se cada vez mais e estimulado pelos princípios consumistas do viver citadino, virou um ser essencialmente individualista. Trancou-se aos bens espirituais e abriu-se aos prazeres. Esqueceu-se que Jesus também disse: Ama a Deus acima de tudo e ao próximo como a ti mesmo (Lc 10, 25-37). Mas como amar o próximo se não conhece Deus? E o mundo está transbordando de gente que quer viver feliz sem nem mesmo conhecer Jesus Cristo! Que paradoxo!...
O homem abdicou os princípios que fortaleciam sua existência e assenhoreou-se de uma gama de etiquetas e comportamentos falsos, passando a viver a aparência do irreal do hoje. O que lhe interessa é satisfazer-se, viver o agora, o prazer agora, o eu agora. Vive o pragmatismo. Nessa luta para sobreviver ou subsistir não se importa pelo modo de como adquire e utiliza o produto. Tornou-se inimigo de si próprio, trancado dentro de sua própria casa e, aí, sozinho, solitário, trava a batalha agônica consigo mesmo...
Claro está que esse comportamento ignora o dever fundamental de todo ser, que é o reconhecimento dos direitos de Deus sobre si, como Criador e Pai. Ora, agindo assim se transforma em mais um só, mais um único no meio da sociedade de todos os únicos. Ele não mais vive livremente, mas em constante luta para sobreviver, mesmo tendo tudo e sendo poderoso. Todos lhe são inimigos e de todos o é também. Dentro dele só há interesses pessoais, um arranjo de procedimentos que o ajudam a esquecer seus problemas vitais: carrões, sexo, festas, drogas...
Autor: Eliezer de Oliveira Martins Musical: Egmont Overture, de Beethoven Meu irmão ou minha irmã, nestes tempos quaresmais pare um pouco e recolha-se. Recolha-se dentro de si mesmo e reflita. Reflita sua vida e aja. Aja como um homem ou mulher que quer realmente viver feliz e renasça um filho de Deus. Verá que o que você quer, é o mesmo que queria o homem maltrapilho estirado no chão da calçada do banco. Todos somos irmãos com os mesmos direitos de amar e ser amados!... Vamos nos encher do Deus Pai nesta quaresma e ressuscitar com Deus Filho no Espírito Santo na Páscoa!