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FILTRO SOLAR- NÃO SAIA DE CASA SEM ELE.
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FILTRO SOLAR- NÃO SAIA DE CASA SEM ELE Se mesmo sabendo da importância do protetor para a saúde da pele ainda não incorporou o produto no seu dia- a- dia, melhor mudar de hábito agora! Além de evitar que os sinais de envelhecimento apareçam antes dos 30, ele é imprescindível para prevenir o câncer de pele, doença que afeta mais de 118 mil brasileiros por ano. Portanto não brinque, especialmente no verão- leve o seu na mala nestas férias.
Ao contrário do que todo mundo imagina, não é o envelhecimento em si o principal responsável pelo aparecimento de manchas, rugas e flacidez cutânea, mas sim o sol. Segundo estimativa da Academia Americana de Dermatologia, a radiação solar é culpada por 80% desses problemas.
Se já não bastasse isso, a entidade acusa os raios ultravioletas de terem triplicado nos últimos anos o número de casos de melanoma, que é o tipo de câncer de pele mais perigoso, podendo levar à morte se não for diagnosticado e tratado a tempo. “Ao atingir a epiderme e a derme, os raios UVA e UVB desencadeiam as reações imediatas, como o bronzeamento, as queimaduras e as fotoalergias, e as tardias, como o envelhecimento cutâneo e as alterações celulares que predispõe ao câncer de pele”, afirma o dermatologista Roberto Barbosa Lima, do Rio de Janeiro.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer prevê para este ano 118.840 novos casos de câncer de pele- dentre eles, 5.820 serão de melanoma.
Perigo, perigo, perigo Apesar do dado alarmante, é um outro número que anda assustando bastante os especialistas: 70% da população não tem o hábito de usar filtro solar.
O creme compensa O filtro solar nada mais é do que uma capa invisível que reveste a pele, impedindo que os raios ultravioleta provoquem estragos na superfície e na camada profunda da derme. Parece coisa de super- herói- e é. Afinal, já está provado que o uso regular do protetor até os 18 anos de idade reduz em 85% as chances de uma pessoa desenvolver câncer de pele. Para aproveitar esses superpoderes, é preciso definir qual é o seu Fator de Protetor Solar (FPS), número que indica quanto tempo uma pessoa consegue se expor ao sol sem ficar com a pele vermelha.
Ou seja: se você vira um camarão depois de 10 minutos, é sinal que aguentaria 60 minutos se usasse o FPS 6 ou 150 no caso do FPS 15. Geralmente são indicados o FPS 15 para pessoas de pele negra ou morena, que raramente se queimam ou bronzeiam com facilidade; dos 20 aos 30 para as morenas- claras e claras com olhos e cabelos escuros, cuja pele queima e bronzeia moderadamente; e FPS 30 ou mais para as de pele clara ou muito clara, com olhos claros ou castanho- claros, cabelos loiros ou ruivos, idosos e crianças, cuja pele queima com facilidade e bronzeia pouco ou nunca.
“Enquanto o FPS 15 bloqueia cerca de 92% da radiação, o 30 protege contra 96% e o 60, 98%. A proteção nunca é total. Por isso é que mesmo com o uso do filtro solar a pele bronzeia e a síntese de vitamina D não é afetada”, afirma a farmacêutica bioquímica Alice Moraes, responsável pela linha de proteção solar da Johnson & Johnson, de São Paulo.
Além do FPS, confira o que você deve procurar no rótulo do produto para acertarna escolha: • Proteção UVA e UVB: todos os filtros solares oferecem proteção contra a radiação UVB que, dependendo do tipo de pele e do tempo de exposição ao sol, pode provocar ardor, vermelhidão, queimadura e câncer de pele. “Já os raios UVA, em contato com o oxigênio, estimulam a produção de radicais livres, que contribuem para o processo de envelhecimento da pele e o aparecimento de alergias. Acredita- se que certos casos desse câncer sejam derivados da intensa exposição a essa radiação sem a devida proteção”, complementa Ricardo Castro, gerente da área de qualidade da Nívea, de São Paulo.
Filtros físicos: são substâncias, como o dióxido de titânio e o óxido de zinco, acrescentadas à fórmula para refletir e espalhar a radiação, e assim fazer com que não seja absorvida pela pele. • Filtros químicos: aqui entram os derivados dos salicilatos, cinamatos, benzofenonas, entre outros, que absorvem a luz e a convertem em energia não danosa para a cútis. • Substâncias fotoestáveis: o octocrileno, oxbenzona e etilexiltriazona, por exemplo, tem a função de manter a eficácia dos filtros à medida que são expostos aos raios ultravioleta.
Levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Dermatologia na Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele do ano passado revelou que 64,3% das 17. 729 mulheres atendidas não usam protetor e 7% apresentou câncer na derme. Em relação às pessoas de pele negra, 80, 3% não utilizam nenhuma proteção contra o sol e 1, 5% tinha o câncer. “Quem possui a cútis morena ou negra também precisa se cuidar, apesar de ter uma maior quantidade de melanina, o que confere uma proteção extra. Mas quando a doença surge, costuma se apresentar na forma mais grave”, alerta o dermatologista Sinésio Talhari, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, do Rio de Janeiro.
Cara pintada Quem duvida dos poderes do sol deve começar a reparar como as partes do corpo que ficam descobertas são bem mais flácidas, ressecadas e manchadas do que as outras. “Apesar de ter a mesma idade cronológica, a pele das mamas e do abdômen é muito mais lisa, hidratada e viçosa do que a das mãos, dos antebraços e do rosto”, ressalta a dermatologista Silva Schmidt, de Santa Catarina.
Quanto ao espessamento, trata- se de uma forma de defesa contra a radiação. A boa notícia é que, se nos acostumarmos a nos proteger desde cedo, é possível prevenir tanto os sinais de envelhecimento como o câncer de pele, que está diretamente relacionado aos raios ultravioletas em até 80% dos casos.
Em tempo A flacidez cutânea ocorre porque a radiação UVA penetra na derme, destruindo as fibras de colágeno e elastina que dão sustentação à pele, ao passo que a UVB estimula a produção de melanina, que é o pigmento que garante a cor e que, em excesso, provoca o aparecimento de manchas e nevus pigmentados (pintas).
Para garantir um bronzeado bonito, saudável e duradouro, vale a pena também investir em chapéus, bonés e roupas. Mas não pode usar qualquer um. Escolha os confeccionados com tecidos de tramas apertadas, que dificultam a passagem da radiação. Os melhores são aqueles que, quando colocados contra o sol, não permitem que você o enxergue. Dupla proteção
Quanto às cores, os fabricantes sugerem sempre as mais escuras, pois absorvem boa parte dos raios antes de eles atingirem a pele. Já o branco e os tons pastel tem menor poder de absorção e refletem o sol para o rosto e outras partes do corpo- o mesmo acontece com a areia, o concreto, a grama e a água. Além de tudo isso continua valendo o bom e velho conselho: evite a exposição solar entre 10 e 15 horas- se você está nas regiões Norte ou Nordeste, vá à praia só depois das 16 horas. Importante: todas essas dicas devem ser seguidas nas 4 estações do ano, nos dias nublados e por quem trabalha em lugares fechados (o vidro não retém o UVA).
Quando o jeito é remediar... Nunca é tarde para começar a usar um filtro solar, mas se no passado você já deitou e rolou nas areias em pleno sol do meio- dia... A dermatologista Valéria Campos, de São Paulo, sugere que procure um especialista para iniciar um tratamento de prevenção ao câncer. “Dependendo do tipo de pele e do tempo de exposição ao sol, é possível apresentar sinais de envelhecimento aos 25 anos”, afirma.
Mesmo que você já saiba de cor e salteado como aplicar o filtro solar, não custa nada refrescar a memória. “Pessoas que usam o protetor de forma errada estão mais sujeitas a desenvolver um câncer de pele. Acreditando estarem protegidas, elas acabam se expondo mais ao sol”, alerta Alice Moraes. Vamos lá! Espalhe o produto na pele seca pelo menos 30 minutos antes de sair de casa (ainda são poucas as marcas que oferecem proteção imediata). Reaplique- o de acordo com a recomendação do fabricante na embalagem (geralmente, isso deve ser feito sempre que você ficar muito tempo dentro da água, transpirar demais após a atividade física ou esfregar a toalha no corpo). Da teoria à prática
Não se esqueça de nenhum cantinho, inclusive do peito do pé e das orelhas. • Nada de economizar na quantidade. A dica para garantir uma boa cobertura é fazer uma concha com uma das mãos e preenchê- la com o protetor. Em seguida, use 4 bolinhas (do tamanho de 1 grão de feijão) no rosto e no pescoço e duas nas mãos e nos pés. O restante deve ser distribuído nas pernas, nos braços e no tronco (cerca de uma colher de chá para cada área).
Para maiores informações - Revista Corpo a Corpo- novembro de 2005.