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Olhai, senhores, Esta Lisboa d'outras eras... Das festas, Das seculares procissões, Dos populares pregões matinais, Que já não voltam mais!. O AGUADEIRO. " Há água fresquinha! Quem quer, quem quer?". O ALFARRABISTA. "Vendemos livros cheios de histórias e que por vezes são surpreendentes”.
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Olhai, senhores, Esta Lisboa d'outras eras... Das festas, Das seculares procissões, Dos populares pregões matinais, Que já não voltam mais!
O AGUADEIRO "Há água fresquinha! Quem quer, quem quer?"
O ALFARRABISTA "Vendemos livros cheios de histórias e que por vezes são surpreendentes”
O TRAPEIRO “Quem tem trapos ou farrapos que queira vender”
O ARDINA "Capital, Lisboa ó Pópular"
O BARBEIRO “Corte ou caldinho?”
A CRIADA DE SERVIR “Adeus ó terra, adeus linda serra do sol a brilhar...”
O ENGRAXADOR “Sentado na banqueta, pano nas mãos, curvado sobre o sapato do freguês, concentrado e absorto, como se nada no mundo fosse capaz de o fazer levantar a cabeça.”
O FOTÓGRAFO À-LÁ-MINUTE “Olha o passarinho!”
O MOÇO DE FRETES “Com passinhos curtos, anda dobrado, como se tivesse dores de bexiga. A cara e os olhos são vermelhos, ensopados em sangue. Carrega tudo aos ombros com uma complicação de cordéis...”
O LIMPA-CHAMINÉS “Muitas vezes parece que o diabo bate à nossa porta mas é simplesmente o limpa-chaminés” Christian Hebbel
A MODISTA “...muito valorizada entre os anos 30 e 40. Ela fazia o trabalho que hoje faz o estilista e tinha um status maior que a costureira. Ser modista era chique...”
O PADEIRO “Olha o padeiro entregando o pão De casa em casa entregando o pão Menos naquela, aquela, aquela, aquela não Pois quem se arrisca a cair no alçapão? “
O PESCADOR “Rede que volta vaziaTraz tristeza ao pescadorQue apesar da arreliaLeva em frente o seu labor”
O PROPAGANDISTA “Olha a banha da cobra”
O SAPATEIRO "Não suba o sapateiro acima da sandália..."
A VENDEDEIRA DE GALINHAS “Ó freguesa... essa até tem ovinhos”
O VENDEDOR DE CASTANHAS Ao canto do outono, à esquina do inverno,o homem das castanhas é eterno.Não tem eira nem beira, nem guarida, e apregoa como um desafio. É um cartucho pardo a sua vida,e, se não mata a fome, mata o frio. Ary dos Santos “São quentes e boooas”
O VENDEDOR DE GELADOS “Há fruta óoo chocolate!”
O VENDEDOR DE RENDAS “Olhe senhora... esta é de bilros!”
A VENDEDEIRA DE FIGOS “Quem quer figos quem quer almoçar...”
A VENDEDEIRA DE PETISCOS “Pastéis de bacalhau, pataniscas, caracóis...”
A LAVADEIRA “...três corpetes, um avental... que a freguesa deu ao rol.”
O POLÍCIA “Não quero aí ajuntamentos...”
A VENDEDEIRA DE REFRESCOS “Há capilé!”
O TABERNEIRO “Ó bo taberneiro denantes de vender o viño bautizao primeiro” Provérbio Galego
A TELEFONISTA “Para onde quer falar?”
A VARINA É varina, usa chinela,Tem movimentos de gata;Na canastra, a caravela,No coração, a fragata. David Mourão-Ferreira “Olhó carapau fresquiiiinho!”
A AMA “Tenha cuidado menino!”
O CALCETEIRO “De cócoras, em linha, os calceteiros, com lentidão, terrosos e grosseiros, calçam de lado a lado a longa rua.” Cesário Verde
O CALISTA “Ó Sôr Hilário, está aqui uma unha quase encravada...”
O CARTEIRO Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com um carta na mão, ante surpresa tão rude, nem sei como pude chegar ao portão. “...quanta verdade tristonha a mentira risonha que uma carta nos traz...” Pablo Neruda
A COSTUREIRA “Ai, chega, chega, chega, chega, ó minha agulha...”
O ESTIVADOR “Açúcar no cais do portoÉ na estiva, é na estivaÁs vezes me sinto mortoA alma morta, a carne viva”
O COVEIRO “Lá vem mais um!”