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Biossegurança. Prof. Ana Saldanha. Histórico. Primeiros cuidados médicos de Biossegurança datam de 1860, quando o obstetra austríaco Ignez Semmelweiss conseguiu diminuir a infecção puerperal pela lavagem das mãos com água e sabão, antes do procedimento do parto. Histórico.
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Biossegurança Prof. Ana Saldanha
Histórico • Primeiros cuidados médicos de Biossegurança datam de 1860, quando o obstetra austríaco Ignez Semmelweiss conseguiu diminuir a infecção puerperal pela lavagem das mãos com água e sabão, antes do procedimento do parto.
Histórico • Em 1869, James Simpson, médico escocês, demonstrou, através de estudos comparativos, altas taxas de mortalidade nos hospitais de grande porte em relação aos de pequeno e médio porte. • Em 1946 com o advento dos antimicrobianos parecia que as infecções responsáveis pelo maior número destes óbitos, haviam sido debeladas.
Histórico • Em 1950, com o surto de estafilococos resistentes passou-se a acreditar que os antimicrobianos não erradicavam todas as infecções. • Somaram-se a isso as novas técnicas propedêuticas, terapias invasivas, além da biotecnologia e novas drogas imunossupressoras que entraram no arsenal terapêutico no final do século XX e início do XXI. • Biossegurança questão central nas boas práticas em saúde.
Biossegurança É o conjunto de ações voltadas para prevenir ou minimizar os riscos para profissionais de saúde que trabalham com materiais biológicos.
Riscos de acidentes • Choque elétrico; • Perfurações; • Queimaduras; • Incêndios; • Contaminações.
Conceitos de Biossegurança • Infecção Cruzada • É transmitida de paciente para paciente ou paciente para profissional e vice-versa. • Fômite • Qualquer item, exceto alimentos, que possa disseminar infecção. Ex: Roupas de cama, vestuário, pratos e talheres.
Conceitos de Biossegurança • Precauções: Padrão, de contato, por gotículas e por aerossóis. • Uso de EPI: Equipamentos de Proteção Individual: luvas, máscaras, óculos de proteção, capotes e aventais • Cuidados com materiais pérfuro-cortantes
Precauções • Existem regras básicas de educação e higiene, antes chamadas de Precaução Universal e atualmente de Precaução Básica. São portanto medidas de prevenção para evitar acidentes e contaminações em qualquer tipo de trabalho. • Estas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e Equipamentos de Proteção Comum (EPC’s). • EPI’s são luvas, máscaras, capotes, etc. • EPC’s são sacos plásticos, caixas inox, caixas especiais com material resistente , etc.
EPI • Toucas: Deve cobrir todo o cabelo e orelhas. • Sapato fechado: Evita queda de materiais tóxico ou contaminantes nos pés.
EPI • Avental: Evita o contato da pele e roupas pessoais com microorganismos do campo de trabalho. Seu uso deve ser restrito ao local de trabalho.
EPI • Sapatilhas descartáveis: Utilizadas para não levar material ou retirar material contaminado para o local de trabalho.
EPI • Óculos: Proteção mecânica contra substâncias químicas e biológicas.
Conceitos de Biossegurança • Desinfecção • Consiste na destruição, remoção ou redução dos microorganismos presentes no material inanimado. A desinfecção não implica na destruição de todos os microorganismos. • Esterilização • É o processo de destruição de todas as formas de vida, presentes em um material por meio de agentes químicos ou físicos.
Conceitos de Biossegurança • Assepsia • Procedimento ou conjunto de procedimentos que visam impedir a penetração de microorganismos num local que não os contenha. • Anti-sepsia: • Eliminação da viabilidade de microorganismos, mediante agentes químicos ou físicos.( Cateteres ou incisão cirúrgica ) • Alcool 70 • Clorexidine • Iodo PVPI
Boas práticas laboratoriais Evitar formação de respingos, geração de aerossóis, derramamentos e contaminações.
Boas práticas laboratoriais Limpeza no horário de trabalho.
Cuidados com materiais pérfuro-cortantes: • não reencapar agulhas • não desconectar as agulhas das seringas • não quebrar ou entortar as agulhas • desprezar pérfuro-cortantes em recipiente adequado • não jogar pérfuro-cortantes no lixo comum • não deixar agulhas nas camas ou berços dos pacientes • não usar agulhas para pregar cartazes nos murais • nunca ultrapassar o limite da capacidade do coletor de material pérfuro-cortante • Utilizar luvas de procedimentos para punção venosa e coleta de sangue • Manusear materiais cortantes com cuidado
Boas práticas laboratoriais National Surveillance System for Health Care Workers (NaSH)
Boas práticas laboratoriais Pesquisa constata que materiais perfurocortantes são responsáveis por 31% dos acidentes sofridos por profissionais da saúde, que podem contrair doenças como Aids e hepatite. O estudo traça um mapa das situações de risco nos hospitais.
Imunização de profissionais de saúde Vacinas Altamente Recomendadas Hepatite B Difteria Tétano Rubéola Sarampo Caxumba Gripe Tuberculose Varicela Vacinas de Indicação Eventual Hepatite A Doença meningocócica Doença invasiva por H. influenzae Doença pneumocócica
Imunização de profissionais de saúde Acidentes por material biológico de risco Objetivos do serviço de atendimento pós exposição: • Proteger o paciente • Proteger o profissional de saúde • Promover qualidade de saúde • Vacinas • Profilaxiapósexposição
Acidentes por material biológico Riscos de contaminação acidental: 0,3% para HIV * 4 a 10% para Hepatite C 30 a 40% para Hepatite B
Acidentes por material biológico • Cuidados imediatos pós exposição: • Em caso de exposição percutânea ou contato com pele: lavar o local exaustivamente com água e sabão. • Em caso de exposição de mucosas (olhos, boca, etc): lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica. • Nunca utilizar soluções irritantes como éter, hipoclorito e glutaraldeído. • Evitar manipulação excessiva da área exposta. • Procurar imediatamente orientação para avaliar o risco do acidente.
Profilaxia pós exposição • Importante: • ter um protocolo de atendimento. • criar uma rotina de trabalho. • treinar pessoas responsáveis para atendimento imediato ao acidente com material biológico. • ter o “KIT AIDS”. • Colher os exames do paciente e do funcionário. • avaliar início de medicação precocemente. • fazer a notificaçào do acidente dentro do prazo estipulado.
Exames a solicitar do paciente fonte: Teste rápido para o HIV Anti HIV HBsAg HBeAg Anti HVC VDRL Exames a solicitar do paciente vítima: Anti HIV HBsAg Anti-HBs Anti HVC VDRL Profilaxia pós exposição
Profilaxia pós exposição • Avaliar o grau de risco do acidente: • lesão profunda da pele do profissional de saúde; • presença de sangue do paciente visível no dispositivo (agulha, scalp, bisturi); • lesão com agulhas utilizadas previamente em veia ou artéria do paciente; • paciente fonte com AIDS em estágios avançados da doença (quando a carga viral é mais elevada).
Profilaxia pós exposição • Quando iniciar a terapia? • O ideal é na primeira ou segunda hora após a exposição. • Quanto mais precoce, maior é a probabilidade que a profilaxia seja eficaz. NOS ACIDENTES GRAVES É MELHOR COMEÇAR E POSTERIORMENTE REAVALIAR A MANUTENÇÃO OU NÃO DAS MEDICAÇÕES.
Acidentes por material biológico • Passo a passo depois de qualquer acidente com secreção orgânica: • determinar o paciente com o qual o funcionário se acidentou; • coletar os exames do paciente e do funcionário; • avaliar a necessidade ou não de medicação para HIV; • avaliar a necessidade ou não de vacina e imunoglobulina contra Hepatite B; • notificar o acidente em protocolo específico (2 vias); • anexar declaração de testemunhas do acidente; • protocolar o acidente; • encaminhar 1 cópia da notificação para o setor de biossegurança – Vigilância Sanitária/SESA
Acidentes por material biológico Exposição a Hepatite B: • Esquema vacinal completo (3 doses): nada a fazer. • Esquema vacinal incompleto e fonte HBsAg negativo: completar. • Esquema vacinal incompleto, fonte HBsAg + ou desconhecido, e vítima anti-HBs negativo ou < 10m Ul/mL: fazer imunoglobulina* (ideal nas primeiras 24 a 48 horas após o acidente). *Tentar conseguir o status sorológico da fonte com urgência.
Acidentes por material biológico Exposição a Hepatite B: Profilaxia após Exposição Parenteral ao HBV para não vacinados: Uma dose de HBIG (0,06 mL/kg) IM + Primeira dose da vacina IM. Completar as 3 doses.
Acidentes por material biológico • Caso paciente fonte já sabidamente HIV +: - Avaliar o estágio da infecção (carga viral, CD4, genotipagem ou suspeita de resistência aos antirretrovirais - Indicar profilaxia conforme gravidade do acidente. • Caso paciente fonte não for testado para HIV: - Realizar o teste rápido • Paciente fonte desconhecido: - Avaliar caso a caso.
Acidentes por material biológico • TIPO DE EXPOSIÇÃO: 0 pele/mucosa - pouco volume de sangue. 1 pele/mucosa - muito volume sangue. 2 percutâneo - agulha sólida, superficial. 3 percutâneo - profundo, agulha oca, agulha no vaso sanguíneo, sangue visível. • ORIGEM A baixos títulos HIV, CD4 alto. B altos títulos HIV, CD4 baixo.
Acidentes por material biológico 0 - A NÃO UTILIZA DROGAS 0 - B 2 DROGAS 1 - A 2 DROGAS 1 - B 2 DROGAS 2 - A 2 DROGAS 2 - B 3 DROGAS 3 - A 3 DROGAS 3 - B 3 DROGAS
Acidentes por material biológico • Seguimento dos funcionários expostos a acidentes com material biológico: • Exposição ao HIV: 6 semanas, 12 semanas e 6 meses. • Exposição a paciente co-infectado HIV + Hepatite C: fazer follow-up até 1 ano após. • Paciente fonte HIV negativo: não é necessário retestar. • Repetir HIV a qualquer pessoa exposta que apresente clínica compatível com Síndrome antirretroviral aguda. • Hepatite B - seguir 1 a 2 m após a última dose quem recebeu a vacina. • Hepatite C - dosar anti HVC e transaminases 4-6 meses após.
Acidentes por material biológico • “KIT AIDS”(farmácia) • teste rápido • pedido de exames do paciente • pedido de exames do funcionário • receitas • medicamentos • rotina de atendimento • preservativo
Acidentes por material biológico • 25% dos acidentes são potencialmente preveníveis • Muitas pessoas usam remédios sem necessidade • A maioria não faz follow-up