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A Corte e o Vale do Paraba. Estudo da dinmica verificada no interior da sociedade colonial brasileira, a partir da chegada da corte portuguesa na cidade do Rio de Janeiro em 1808. rea de delimitao: Vale do Paraba na rea localizada ao longo da Estrada Real: Caminho Novo da Pieda
E N D
1. XXII SIMPÓSIO DE HISTÓRIA - Resende
200 anos da vinda da Corte e o Vale do Paraíba
Francisco Sodero Toledo
2. A Corte e o Vale do Paraíba Estudo da dinâmica verificada no interior da sociedade colonial brasileira, a partir da chegada da corte portuguesa na cidade do Rio de Janeiro em 1808.
Área de delimitação: Vale do Paraíba na área localizada ao longo da Estrada Real: Caminho Novo da Piedade.
3. Na Corte de D. João
4. A cidade do Rio de Janeiro “ esquina do mundo”
Centro político do país desde 1763 – 500.000 habitantes
. 1808 abertura dos portos
. 1815 elevação do Brasil a condição de Reino Unido
= capital do império português
. 1808 = chegada da Corte = revolução
“ tudo mudou para melhor, pelo menos para uma elite branca que freqüentava a vida na corte “ ( Gomes, 2007,166)
5. A Corte de D. João Dois mundos:
- corte: direito divino, governo, distribuição de privilégios... sem dinheiro. Regras de etiquetas... Distribuição de honrarias e títulos de nobreza
- colonia: mais rica que a metrópole, sem refinamento, sem traço de nobreza. Elite de negociantes. Pagavam as despesas por meio de subscrições públicas voluntárias e doações.
6. Cerimonial: 0 beija mão
7. Resultados Define os contornos de uma elite política que promoveu a construção do Estado Imperial no século XIX
Lança-se os fundamentos do novo Império português
Sociedade carioca, no tempo de D. João, marcada pela: “ adequações na etiqueta, teatralização da vida e transformações de hábitos” ( Jurandir Malerba, 2000, 192)
8. Mudanças no Rio de Janeiro Aprofunda o processo de europeização e adaptação dos europeus à vida nos trópicos
1818 – considerado o ano mais feliz: casamento de D. Pedro com D. Leopoldina e coroação de D.João VI
Problemas de acomodação e alimentação de numerosa e dispendiosa corte = crônicos. ( consumo da casa real: 513 aves por dia )
9. Repercussões na Colônia Problemas no Rio: acomodação, manutenção e abastecimento
Acelera o processo comercial inter-regional
Incentivou o desenvolvimento do mercado interno
Ampliou a integração entre as capitanias do Sudeste
Grandes áreas: impulsionaram sua produção, adquiriram prosperidade econômica e importância política.
Ocorre a “interiorização da metrópole” e a transição da colônia para o Império.
10. O Vale do Paraíba e a Corte Os caminhos para a Corte
* E.R. Caminho do Ouro
* E.R. Caminho Novo de Garcia Paes
* E.R. Caminho Novo da Piedade
* Estrada do Comércio
11. E.R – Caminho do Ouro
12. E.R. – Caminho Novo de Garcia Paes
13. E.R. Caminho Novo da Piedade
14. Vila de Lorena: pintura de Jean Baptiste Debret - (viagem entre 1816-1831)
15. Fazenda da Olaria – São João Marcos
16. Fazenda de Santa Cruz
17. Estrada Real do Comércio Criada pela Junta Real do Comércio . Suas obras iniciaram em 1811 e terminaram em 1822;
foi a primeira estrada exclusivamente para o escoamento do café;
Com 10 léguas, começava na Vila de Iguassú, atravessava o Maciço do Tinguá, e chegava até Barão de Ubá (atual Paraíba do Sul). Em Iguassú, a Estrada fazia conexão com o Porto do rio Iguaçu, servindo para o escoamento de diversos produtos das então Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A produção cafeeira local, do Maciço do Tinguá, do Vale do rio Santana e do Vale do rio Paraíba do Sul utilizava este caminho para alcançar o porto do Rio de Janeiro.
18. Caminho do Comércio
19. O comércio pelo C.N. da Piedade Para garantir o abastecimento da Corte e encontrar novo produto de exportação a região cortada pelo C.N. da Piedade:
* impulsionou sua produção
* ampliou sua riqueza
* adquiriu importância política
20. Aumento da produção * Produção:
1798 = 69.620 cruzados
1817 = 182.747 cruzados
* Exportação:
1798 = 9 produtos no valor de 19.079 cruzados
1817 = 6 produtos no valor de 38.203 cruzados
Sentido : centralização da produção em torno da produção do café.
21. Evolução da produção de café:1798 - 1822 Ano ................................................ Produção
1798 ........................................ 60 arrobas1814 ........................................ 3.515 arrobas1816 ........................................ 4.973 arrobas1817 ........................................ 6.725 arrobas1822 ........................................46.802 arrobas
22. Aumento populacionalRegião de Lorena a Bananal Ano População
1 789 4 542
1 793 5 141
1 794 4 336
1 796 5 479
1 797 5 286
1 798 5 402
1 801 6 677
1 805 8 137
1 810 9 598
1 815 12 134
1 817 12 812
Crescimento: 1 789 a 1 805 = 225 hab/ano
1 805 a 1817 = 390 hab/ano ( + 70% )
23. Ocupações Escravos:
1 798 : 1 219 = 51,8 % da população ativa
1 817 : 2 809 = 64,1 % da população ativa
Agricultores:
1 798 : 596
1 817 : 1 069
Negociantes:
1 798 : 32
1 817 : 63
24. Enriquecimento Formas:
oportunidades abertas com o comércio com a corte que se acentua após a vinda da Família Real
oportunidades abertas pela economia cafeeira
atividades ligadas a agricultura e ao comércio e no fornecimento de crédito
herança ou dote
25. Enriquecimento
* “Quando as plantações de café invadiram o Vale do Paraíba, tanto prosperou o antigo dono de engenho quanto o tropeiro rude, o bronco mercador de escravos”
Maria Sylvia de Carvalho Franco
* Começam a aparecer os “homens ricos” - Saint Hilaire, 1822.
26. Importância Política * Formação da elite agrária escravocrata: “geração independência” - com participação no processo da independência, na organização e manutenção do Império brasileiro.
* Hierarquia urbana: Areias vila em 1816
27. Areias : construção de 1798 - Gabriel Serafim da Silva. Nele pernoitou o Príncipe Dom Pedro, em agosto de 1822.
28. Importância regional Fortalecimento político:
1829 = projeto de criação de uma nova província que incluiria cidades do Vale do Paraíba no entorno do C.N. da Piedade´; Campanha e Baependi em Minas; com capital em Resende.
Formação sócio-cultural semelhante: “Quem visita as povoações de São Paulo desde Bananal até Silveiras não encontra em seus usos e costumes diferença alguma dos da Província do Rio de Janeiro” (Zaluar)
29. Conclusão Com a presença da Corte portuguesa na cidade do Rio de Janeiro a área do Vale do Paraíba cortada pela E.R. Caminho Novo da Piedade impulsionou sua produção, cresceu sua população, organizou sua rede urbana, enriqueceu com o comércio e a produção do café, e, alcançou posição de destaque no Império brasileiro.