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1. Sociologia Émile Durkheim
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Émile Durkheim nasceu em Épinal, na Alsácia no dia 15 de abril de 1858. Descendente de uma família judia. Iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para Alemanha. Ainda moço decidiu não seguir o caminho dos familiares levando, pelo contrário, uma vida bastante secular. Em sua obra, por exemplo, explicava os fenômenos religiosos a partir de fatores sociais e não divinos. Tal fato não o afastou, no entanto, da comunidade judaica. Muitos de seus colaboradores, entre eles seu sobrinho Marcel Mauss formaram um grupo que ficou conhecido como escola sociológica francesa. Entrou na École Normale Supérieure em 1879 juntamente com Jean Jaurès e Henri Bergson. Durante estes estudos teve contatos com as obras de Augusto Comte e Herbert Spencer que o influenciaram significativamente na tentativa de buscar a cientificidade no estudo das humanidades. Suas principais obras são: Da divisão do trabalho social, As regras do método sociológico, O suicídio, Formas elementares da vida religiosa, Educação e
sociologia, Sociologia e filosofia, e Lições de sociologia.
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3. A Sociedade segundo Durkheim Para compreendermos a sociologia durkheimiana , ajuda conhecermos sua concepção sobre o que é uma sociedade:
4. Citações “A própria maneira pela qual se formam umas e outras completa a diferença. As representações coletivas são o produto de uma imensa cooperação que se estende não apenas no espaço, mas no tempo; para produzi-las, uma multidão de espíritos diversos se associaram, misturaram, combinaram suas idéias e seus sentimentos; longa série de gerações acumularam aí a sua experiência e o seu saber. Uma intelectualidade muito particular, infinitamente muito mais rica e mais complexa que a do indivíduo aí está como que concentrada.”
5. Citação: “(...) O homem é duplo. Há nele dois seres: um ser individual que tem sua base no organismo e cujo circulo de ação encontra-se, por isso mesmo, estreitamente limitado, e um ser social que representa em nós a mais alta realidade, na ordem intelectual e moral, que possamos conhecer pela observação, ou seja, a sociedade.”
6. Citação: “Não se pode deduzir a sociedade do indivíduo, o todo da parte, o complexo do simples. A sociedade é uma realidade sui generis; tem suas características próprias que não são encontradas, ou que não são encontradas sob a mesmo forma, no resto do universo. As representações que a exprimem têm, portanto, um conteúdo completamente diferente das representações puramente individuais, e podemos estar seguros, de antemão, que as primeiras acrescentam alguma coisa às segundas.”
7. A Sociologia de Durkheim A concepção da sociologia de Durkheim se baseia em uma teoria do fato social Seu objetivo é demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objetiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objeto o fato social. Ele desejava que a sociologia tivesse um objeto específico que a distinguisse das outras ciências, que pudesse ser observado e explicado assim como o objeto das outras ciências.
8. O objeto da sociologia durkheimiana são os fatos sociais;Os fatos sociais têm três características fundamentais: 1- Coerção: exercem força sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se Às regras da sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. O grau de coerção de um fato social pode ser identificado pelas sanções sociais que ele provoca. As sanções podem ser legais e espontâneas)
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Sanções legais: As leis de um país, por exemplo.
Sanções espontâneas- aqueles que não se adaptam a estrutura do grupo.(pág 52, p3- apostila)
10. 2- São exteriores aos indivíduos (independem de sua consciência particular): existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou adesão consciente. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas. É por isso que Durkheim dizia que os fatos sociais são dotados de existência própria as nossas vontades.
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3- Generalidade: é social todo fato que é geral. Isto é, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles. Destacamos como exemplos aqui as formas de habitação, comunicação, sentimentos e a moral.
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Depois de entendido o que é fato social, a preocupação de Durkheim partiu para a postura do pesquisador da área sociológica. Para ele, era necessário uma certa distância e neutralidade frente ao objeto de estudo. O pesquisador deve deixar de lado suas pré-noções ou seja seus valores e sentimentos pessoais em relação aos acontecimentos a serem estudados.
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Para isso o cientista deveria analisar os fatos sociais como coisas, isto é objetos que lhe sendo exteriores, deveria ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos pensem o declarem a respeito. Portanto se o objetivo máximo da vida social é promover a harmonia da sociedade consigo mesma, através do “consenso social. Agora quando um fato põe em risco a harmonia, o acordo , o consenso, então estamos diante de um acontecimento mórbido, que expõe a fragilidade e doença de uma sociedade. Exemplo:
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Portanto normal é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e condutas aceitas pela maior parte da população. Patológico é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Os fatos patológicos, como as doenças, são considerados transitórios e excepcionais.
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Toda sociologia de Durkheim tem como finalidade demonstrar que apesar do que VOCÊ pensa, faz, escreve ou fala, todos os indivíduos, inclusive VOCÊ, adota em grupos uma forma PADRONIZADA, de conduta e pensamento. Isso para Durkheim chama-se
“ CONSCIÊNCIA COLETIVA”
19. Consciência coletiva:
“conjunto de crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado com vida própria”. (a consciência coletiva é diferente da consciência particular dos indivíduos e não corresponde à soma destas. De uma certa forma, a consciência coletiva é a própria sociedade).
A “consciência coletiva” é adquirida mediante os processos de socialização aos quais somos submetidos ao longo da nossa vida na sociedade. (educação)
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Para Durkheim, é em certo sentindo,a forma moral vigente na sociedade. Ela aparece como regras fortes e estabelecidas que delimitam o valor atribuído aos atos individuais. Ela define o que, numa sociedade, é considerado “IMORAL”, “ REPROVÁVEL” ou “ CRIMINOSO”
22. Morfologia Social Durkheim também foi o primeiro a tentar estabelecer uma classificação das espécies sociais, tais como o fizeram seus colegas biólogos e geneticistas. Segundo ele todas as sociedades da terra haviam evoluído do que ele chamou “horda”- Tribo nômade. Bando de invasores. Deste ponto de partida foi possível uma série de combinações das quais originaram-se outras espécies sociais como o clã e a tribo.
23. Um dos fatores que segundo Durkheim favoreciam essa mudança de espécie social era o que ele chamou de passagem de solidariedade mecânica para passagem de solidariedade orgânica, segundo ele estas mudanças eram o motor de transformação das sociedades.
Mas o que seria uma solidariedade mecânica e uma solidariedade orgânica?
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Solidariedade Mecânica- predominante nas sociedades PRÉ-CAPITALISTAS, onde os indivíduos se identificam por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes. A consciência coletiva aqui exerce uma grande coerção entre o grupo.
25. Solidariedade orgânica É aquela típica das sociedades CAPITALISTAS, onde, através da acelerada divisão do trabalho social, os indivíduos se tornam interdependentes. Essa interdependência, garante a união social, em lugar dos costumes, das tradições ou das relações sociais estreitas.
Na sociedade capitalista a consciência coletiva se afrouxa.