560 likes | 646 Views
Cefaléias. Introdução. Definição Todo processo doloroso referido no segmento cefálico, o qual pode originar-se em qualquer das estruturas faciais ou cranianas. Introdução. Representa, possivelmente, o sintoma mais freqüentemente referido na prática clínica.
E N D
Introdução • Definição • Todo processo doloroso referido no segmento cefálico, o qual pode originar-se em qualquer das estruturas faciais ou cranianas.
Introdução • Representa, possivelmente, o sintoma mais freqüentemente referido na prática clínica. • 30% dos indivíduos apresentarão, ao menos uma vez ao ano, um episódio de cefaléia, e metade deste número, mais de dois. • Perda de 150 milhões de dias de trabalho e 329 mil dias de escola a cada ano (Stang e Osterhaus, 1996)
Introdução • O que deseja o paciente que procura ajuda médica com queixa principal de cefaléia?
Introdução • O que deseja o paciente que procura ajuda médica com queixa principal de cefaléia? • Explicação para o problema • “Por que comigo?” .
Introdução • Prevalência • Enxaqueca: 15% (Rasmussen et al., 1995) • Cefaléia Tipo-Tensão: • 38,3% (Schwartz et al., 1998) • 70,4% (Ramussen et al., 1991) • Cefaléia em Salvas: 0,5-0,8% (Bigal et al., 2003)
Introdução • Prevalência Adaptado de Rasmussen, 1995
Classificação • Primárias • Secundárias
Enxaqueca Definição • “A enxaqueca é um distúrbio familiar caracterizado por crises recorrentes de cefaléia muito variáveis em intensidade, freqüência e duração. As crises são comumente unilaterais e geralmente associadas com anorexia, náuseas e vômitos. Em alguns casos são precedidas por, ou associadas com, perturbação neurológicas ou de humor. Todas estas características referidas não estão necessariamente presentes em cada crise ou em cada paciente”
Enxaqueca Epidemiologia • Segunda em freqüência (15-25%) • Sexo feminino 2-3 vezes mais que masculino • 25% dos casos, início antes dos 10 anos; na sua maioria, antes dos 20 anos • História familiar (2/3 dos casos)
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Recorrente • Periodicidade: mais comum no início ou final do dia • Freqüência variável (geralmente 1-4/mês) • Pode ocorrer poucas vezes no ano ou até ser diária • Pode aparecer “em salvas” (relacionada ou não a fenômenos periódicos como ciclos menstruais)
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Quatro fases: • Pródromo • Aura • Fase álgica • Fase de recuperação
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Pródromo • Sinais premonitórios • 24-48h antes da fase álgica • Manifesta-se com: • Distúrbios do humor (irritabilidade; depressão) • Distúrbios do sono (insônia) • Alterações na capacidade intelectual (dificuldade em memorizar) • Distúrbios gastrintestinais (anorexia; bulimia)
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Aura • Sinais de disfunção neurológica focal • Duração: 5-20min • Pode preceder (minutos a horas) ou acompanhar a fase álgica • Manifesta-se com: • Alterações visuais • Fosfenas (pontos de luminosidade, cintilações) • Escotomas (pontos cegos) • Teicopsias (espectro de fortificação) • Micropsias e macropsias (diminuição ou aumento do tamanho dos objetos) • Diplopia • Perda da nitidez • Distúrbios da fala e da linguagem (afasia; disartria) • Distúrbios sensitivos (parestesias peri-orais, nas mãos) • Distúrbios motores (paresia)
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Aura – evolução
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Aura – evolução (espectro de fortificação)
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Aura – espectro de fortificação
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Aura – espectro de fortificação
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Aura – manifestações visuais
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Fase Álgica • Pulsátil (latejante) • Intensidade moderada a forte (pode acordar o paciente; o paciente pode ter que parar os seus afazeres) • Frontotemporal • Unilateral (2/3 dos casos) • Duração: 4-72h • Piora com esforço físico e movimentos da cabeça
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Fase Álgica • Sinais e sintomas associados: • fotofobia (80% dos casos) • fonofobia • osmofobia • fenômenos vasomotores (palidez, sudorese e, menos freqüentemente, congestão nasal e conjuntival) • sintomas gastrintestinais (náuseas em 2/3 dos casos, vômitos em 1/3 dos casos, diarréias) • retenção hídrica e oligúria
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Fase Álgica • Paciente interrompe suas atividades habituais • Procura lugar calmo, escuro, sem ruídos • Fase de Recuperação • Astenia; euforia.
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Fatores precipitantes: • Problemas emocionais • Modificações do ciclo vigília-sono (“sono atrasado”) • Exposição a odores fortes e penetrantes (perfumes) • Exposição a estímulos luminosos intensos • Exercícios físicos intensos • Menstruação • Medicamentos (contraceptivos orais, nitroglicerina) • Longas viagens aéreas • Altitudes elevadas • Jejum prolongado • Alimentação: chocolate, aspartame, frutas cítricas, enlatados (conservantes com nitrito), queijos (tiramina), crustáceos • Ingestão de bebidas alcoólicas (vinho tinto)
Enxaqueca Quadro Clínico Típico • Desativada por sono • Remissões comuns na gravidez e após a menopausa • Diminuição da freqüência e severidade com o passar dos anos
Enxaqueca Fisiopatologia
Enxaqueca Fisiopatologia Teoria da Depressão Alastrante Cortical Teoria vascular Genética Teoria neurovascular Teoria serotoninérgica
Enxaqueca Fisiopatologia • Teoria Vascular • Vasoconstrição inicial aura • Vasodilatação posterior cefaléia • “Hipoperfusão alastrante” (Olesen, 1990)
Enxaqueca Fisiopatologia • Teoria da Depressão Alastrante Cortical • Onda de despolarização que se alastra pelo córtex cerebral, movendo-se da região occipital em direção à frontal a uma velocidade de cerca de 3 mm/min. • Seguida por um prolongado período de supressão da atividade neuronal
Enxaqueca Leão, 1944 Fisiopatologia • Teoria da Depressão Alastrante Cortical
Enxaqueca Fisiopatologia • Teoria da Depressão Alastrante Cortical • DAC e a “hipoperfusão alastrante” • Mesma velocidade de progressão • DAC e a aura migranosa • Relação têmporo-espacial
Enxaqueca Fisiopatologia • Teoria Neurovascular • Sistema Trigêmino-Vascular (STV) • Ação ortodrômica • Transmissão da dor (núcleo caudal do trigêmeo) • Ação antidrômica • Inflamação neurogênica estéril perivascular • Ativação do STV: • DAC • “Gerador de migrânea”
Enxaqueca Fisiopatologia • Teoria Serotoninérgica • Durante as crises: • Pico inicial no nível de serotonina (5-HT) plasmática vasoconstrição hipoperfusão aura • Queda subseqüente no nível de serotonina plasmática vasodilatação hiperperfusão cefaléia • serotonina plaquetária • metabólitos de serotonina na urina 5-HT = 5-hidroxitriptamina
Enxaqueca Fatores deflagradores(estresse, álcool, privação de sono, brilho intenso, barulho etc.) Fisiopatologia Hipótese Integrada Alterações genéticas e bioquímicas constitucionais Cérebro propício (hiperexcitabilidade cortical/mesencefálica) Ativação de centros mesencefálicos(locusceruleus, núcleo dorsal da rafe) ? DAC Hipofluxo alastrante Ativação trigeminal (STV) Condução antidrômica Aura Inflamação estéril neurogênica perivascular Condução ortodrômicatrigeminal Cefaléia DAC = Depressão Alastrante Cortical STV = Sistema Trigêmino-Vascular
Enxaqueca Tratamento “O tratamento do paciente com enxaqueca, ou qualquer outra forma de cefaléia, começa pela obtenção da história, atenção durante o exame e muitas vezes termina durante as explicações que precedem a prescrição do tratamento”
Enxaqueca Tratamento • Medidas Gerais
Enxaqueca Tratamento • Tratamento das Crises
Enxaqueca Tratamento • Tratamento das Crises • Crises fracas que não cedem com medidas gerais • analgésicos comuns ou AINEs • Crises moderadas • analgésicos comuns, AINEs, derivados do ergot ou triptanos • Crises fortes • triptanos (+AINE se recorrente); dexametasona ou haloperidol • Estado migranoso • corticóides parenterais (associados ou não à ergotamina)
Cefaléia Tipo Tensão Definição • “A CTT é caracterizada por cefaléia de fraca a moderada intensidade, que pode prejudicar, porém não inibir as atividades diárias do paciente. Tem qualidade em peso, pressão, aperto ou compressão, é bilateral e não é agravada por atos como subir escadas ou outros esforços físicos. Pode ainda acompanhar-se por não mais do que um dos seguintes sintomas: fotofobia, fonofobia ou náusea leve”
Cefaléia Tipo Tensão Epidemiologia • Primeira em freqüência (40-70%) • Incidência igual em ambos os sexos • Início a partir da segunda ou terceira década (problemas emocionais, familiares e profissionais) • Estudo realizado em nosso meio mostrou que estudantes universitários reportam 24% de queda em sua performance quando com crise (Bigal et al., 2001).
Cefaléia Tipo Tensão Quadro Clínico • Recorrente ou contínua • Periodicidade: geralmente no período vespertino ou noturno (após um dia estressante) • Freqüência: pode ocorrer poucos episódios no mês, mas pode ser diária ou até mesmo contínua.
Cefaléia Tipo Tensão Quadro Clínico • Cefaléia: • Não latejante; em “peso”, “pressão”, “constrição” • Intensidade fraca a moderada (não acorda o paciente; o paciente não precisa parar seus afazeres) • Fronto-occipital ou têmporo-occipital • Bilateral • Duração prolongada: de 30 min a vários dias • Não piora com esforço físico ou movimento da cabeça
Cefaléia Tipo Tensão Quadro Clínico • Cefaléia tipo tensional - localização
Cefaléia Tipo Tensão Quadro Clínico • Sinais e sintomas associados: • Inexistência de fenômenos associados, como náuseas ou vômitos (no máximo náusea leve em casos crônicos) • Fotofobia ou fonofobia (somente uma das duas) • Pode estar associada a rigidez da musculatura cervical
Cefaléia Tipo Tensão Quadro Clínico • Outras condições associadas: • Co-morbidade com alterações psiquiátricas • Episódica Pacientes ansiosos • Crônica Pacientes deprimidos
Cefaléia Tipo Tensão Quadro Clínico • Fatores desencadeantes: • Tensão emocional • Situações que exigem contração muscular prolongada: • esforços visuais • dirigir veículos • outras situações de estresse • Fatores atenuantes: • Massagem • Relaxamento
Cefaléia Tipo Tensão Formas Clínicas • CTT Episódica • Infreqüente Crises em < 1 dia/mês (< 12 dias/ano) • Freqüente Crises em 1 a 14 dias/mês • CTT Crônica Crises em pelo menos 15 dias de cada mês (≥ 180 dias/ano)
Cefaléia Tipo Tensão Ansiedade, estresse, distúrbios emocionais Fisiopatologia hiperexcitabilidade neuronal Contração muscular exagerada e persistente (mm do pescoço, couro cabeludo, face) Sistema límbico Tronco cerebral Sistema trigeminal Sensibilização de interneurônios (medula ou centros supra-espinhais) (mecanismo periférico) Sensibilização de nociceptores periféricos (mecanismo central) Resposta antinociceptiva incompleta Modulação anormal da dor Cefaléia