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DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO. Alexandre Coutinho Teixeira de Freitas Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo UFPR. Professor Departamento Cirurgia UFPR. Capítulo Paraná Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). DEFINIÇÃO.
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DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO AlexandreCoutinho Teixeira de Freitas Disciplina de Cirurgia do AparelhoDigestivo UFPR Professor Departamento Cirurgia UFPR Capítulo Paraná Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC)
DEFINIÇÃO • Afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago ou órgãos adjacentes • Variável espectro de sintomas e sinais • Esofagianos • Extra-esofagianos • Associados ou não a lesões teciduais
DRGE • EstadosUnidos • 40% população – sintomasesporádicos de RGE • 20% pirosesemanal • Nova Zelândia – 30% • Brasil – 12% Erroneamenteconsideradaumadoença trivial Habitualmentetratadaempiricamente, semdocumentação Desconsidera-se potencialcomplicações MoraesFilho JPP et al. Gastroenterology 2003
Clearance esofágico • -Motilidadeesofágica: esfíncteresofágico • superior (cricofaringeo) - relaxamento - • contraçãopós-relaxamentoque se continua • comoondaperistálticaprimária • -Gravidade • -Salivação • -Membranafrenoesofágica (suportepara • progressãodaondaperistáltica) • Esfíncter esofágico inferior • -Fibras musculares transição esôfago- • gástrica • -Ângulo de his • -Esôfago intra-abdominal • Pregasgástricas (roseta) • Reservatóriogástrico
Persistênciaacidez gástrica Encurtamento EEI Refluxo conteúdo gastro-duodenal Incompetência transitória EEI Inflamação mucosa Ácido Não ácido Inflamação persistente Hérnia hiato – defeito propulsão: perda ancoragem esôfago abdômen Incompetência permanente EEI Deterioração contratilidade esôfago FISIOPATOLOGIA DRGE Distensão gástrica
Hérnia hiato – defeito propulsão: perda ancoragem esôfago abdômen HÉRNIA HIATO Deslizamento Tipo 1 Paraesofagena Tipo 2 Mista Tipo 3
QUADRO CLÍNICO • Possíveis portadores DRGE • Sintomas pelo menos duas vezes por semana • Duração mínima de quatro a oito semanas
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Carcinoma esôfago • Acalásia • Espasmo difuso • Estenose pilórica • Colelitíase • Gastrite • Úlcera péptica • Doença coronariana
COMPLICAÇÕES DRGE Spechler. Clin Cornerstone 2003. Reidet al. Am J Gastroenterol 2000. Madan et al. SurgEndosc 2004.
2cm MUCOSA NORMAL Divisão células superfície Divisão células superfície Células caliciformes glândulas Epitélio escamoso Estratificado Não queratinizado
ESÔFAGO DE BARRETT Divisão células superfície Divisão células superfície Células caliciformes glândulas • Metaplasia intestinal • Epitélio colunar • Não estratificado • Células caliciformes • Riscoadenocarcinoma • Aumento 30-125 vezes • 0,2%-2,1% aoano
ESÔFAGO DE BARRETT ESÔFAGO DE BARRETT Divisão células superfície Divisão células superfície Células caliciformes glândulas Barrett curto: <3cm Barrett longo: >3cm
DISPLASIA DE BAIXO GRAU Divisão células superfície Divisão células superfície Células caliciformes Células caliciformes glândulas • Displasia • Proliferaçãoneoplásicainequívoca • Benigna • Semcapacidademetástases
DISPLASIA DE BAIXO GRAU Divisão células superfície Divisão células superfície Células caliciformes Células caliciformes glândulas • Arquitetura glandular preservada • Aumentonúmerotamanhonúcleos • Ocupamaté 2/3 célula • Nãoalcançam 1/3 polo luminal • Posição perpendicular MB • Mitosetípicas
DISPLASIA DE ALTO GRAU Divisão células superfície Divisão células superfície Células caliciformes Células caliciformes glândulas • Distorçãoarquitetura • Pontes epiteliais entre glândulas • Núcleosalcançam polo luminal • Mitoses atípicas • Nãocompromete MB
ADENOCARCINOMA Divisão células superfície Células caliciformes Células caliciformes glândulas • Perdacompletada • arquitetura glandular • Compromete MB
ESÔFAGO CURTO • Ausência definição e classificação concreta e consistente • Definição • Incapacidade de obtenção de um segmento intrabdominal de esôfago durante um procedimento cirúrgico • Necessidade de um procedimento de alongamento esofágico durante a cirurgia Horvath et al. Ann Surg 2000, 232:630.
ESÔFAGO CURTO • Suspeita • SEED hérnia hiato não reduz posição ortostática • EDA hérnia hiato > 5cm
DISTÚRBIO MOTILIDADE • Amplitude contração esôfago distal • < 30mmHg em 30% ou mais do total de deglutições líquidas Dantas et al. Arq Gastroenterol 2006.
ESTENOSE • Inflamatória • Cicatricial
DIAGNÓSTICO • Endoscopia digestiva alta • Idade >40 anos • Sintomas >2x/semana, 4-8 semanas • Manifestações de alarme • Disfagia, odinofagia, anemia, hemorragia digestiva, emagrecimento • Manifestações atípicas • Teste terapêutico: IBP dose plena/4 semanas • Idade <40 anos, sintomas típicos ocasionais • Se recidiva: endoscopia
DIAGNÓSTICO • Exame radiológico contrastado • Disfagia • Manometria esofágica • Avaliar motilidade esofágica • Phmetria de 24 horas • Sintomas atípicos e\ou • EDA sem evidência de DRGE • Impedanciometria • Cintilografia • Suspeita aspiração pulmonar conteúdo gástrico • Pacientes que não toleram Phmetria 24 horas • Avaliação tempo de esvaziamento gástrico
TRATAMENTO CLÍNICODRGE não complicada • Medidas comportamentais • Elevação da cabeceira da cama (15 cm) • Moderar alimentos gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos de tomate • Cuidados medicamentos potencialmente “de risco”: anticolinérgicos, teofilina, antidepressivos tricíclicos, bloqueadores de canais de cálcio, agonistas ß adrenérgicos, alendronato • Evitar deitar-se nas 2 horas que se seguem às refeições • Evitar refeições copiosas - fracionamento • Redução drástica ou cessação do fumo • Reduzir o peso corporal
TRATAMENTO CLÍNICODRGE não complicada • Inibidor bomba prótons • Dose plena • 6-12 semanas • Dose dupla, 12 semanas • Sintomas atípicos • Esofagite graus III e IV Savary-Miller ou C e D Los Angeles
TRATAMENTO CLÍNICODRGE não complicada • Resolução • 50-90% casos • Manutenção medidas comportamentais • Controle e recidiva • Controle parcial
TRATAMENTO CLÍNICODRGE não complicada Controle e recidiva Controle parcial Novo curso de tratamento IBP dose dupla 12 semanas Controle parcial Recidiva Insucesso terapêutico Tratamento contínuo IBP Cirurgia
TRATAMENTO CIRÚRGICO Redução hérnia hiato Hiatoplastia Fundoplicatura
TRATAMENTO ESÔFAGO BARRETT • Tratamento clínico • Barret curto – IBP dose plena uso contínuo • Barret longo – IBP dose dupla uso contínuo • Tratamento cirúrgico • Gastrofundoplicatura Bani-Hani. J Gastroenterol Hepatol, 2008. Chinzon et al. Projeto diretrizes – AMB e Federação Brasileira de Gastroenterologia
SEGUIMENTO ESÔFAGO BARRETT • Endoscopia e biópsia a cada 2 anos Hirota et al. GastrointestEndosc 2006. American Society for Gastrointestinal Endoscopy Guideline, 2006
DISPLASIA BAIXO GRAU • Endoscopia + biópsiaconfirmatória • Após 3 meses IBP dose dupla • Reduçãocomponenteinflamatório • Tratamento • Cirurgiaantirefluxo • IBP dose duplausocontínuo • Seguimento • Endoscopiacada 6 meses • Considerarressecçãoendoscópica mucosa
DISPLASIA DE ALTO GRAU • Revisão lâmina outro patologista • Tratamento • Esofagectomia – indicação clássica • IBP dose dupla uso contínuo • Seguimento endoscópico cada 3 meses • Esofagectomia se carcinoma (incurável 10%) • Tratamento endoscópico – ressecção mucosa • Seguimento endoscópico cada 3 meses American Society for Gastrointestinal Endoscopy Guideline, 2006 Chinzonet al. Projeto diretrizes – AMB e Federação Brasileira de Gastroenterologia
INDEFINIDO DISPLASIA • IBP dose dupla • Repetir biópsia em 3 meses • Se permanecer indefinido • Considerar como displasia de baixo grau
TRATAMENTO ESÔFAGO CURTO • IBP usocontínuo • Cirurgia • Mobilizaçãoesofágica e posicionamentolivre de tensãonacavidade abdominal + válvula anti-refluxo • Resoluçãomaioriacasos • Válvula anti-refluxointratorácica • Disfagia • Falhadaválvula • Gastroplastia a Collis • 10% complicações (fístula)
TRATAMENTO DRGE DISMOTILIDADE Motilidade eficaz Motilidade ineficaz Gastrofundoplicatura parcial IBP dose plena/dupla uso contínuo Transição esofago- gástrica Gastrofundoplicatura 270° (Toupet) Gastrofundoplicatura 360° (Nissen)
Posteriores Anteriores TRATAMENTO DRGE DISMOTILIDADE Motilidade eficaz Motilidade ineficaz Gastrofundoplicatura parcial IBP dose plena/dupla uso contínuo Transição esofago- gástrica Gastrofundoplicatura 270° (Toupet) Gastrofundoplicatura 270° (Toupet) Gastrofundoplicatura 360° (Nissen)
Dilatação com balão Dilatação com balão + IBP TRATAMENTO ESTENOSE Dilatação balão + IBP dose dupla 6-12 semanas seguido por IBP uso contínuo ou cirurgia anti-refluxo • Recorrência 30-40% 1 ano • Novas sessõesdilatação
TRATAMENTO ESTENOSE • Casos refratários • Dilatações muito frequentes • Pouca resposta sintomática • 1° Dilatação endoscópica + injeção corticóide
TRATAMENTO ESTENOSE • Casos refratários • Dilatações muito freqüentes • Pouca resposta sintomática 1° Dilatação endoscópica + injeção corticóide 2° Prótese (não metálica, expansível)
TRATAMENTO ESTENOSE • Casos refratários • Dilatações muito freqüentes • Pouca resposta sintomática • 1° Dilatação endoscópica + injeção corticóide • 2° Prótese (não metálica, expansível) • 3° Cirurgia • Esofagectomia