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EPÍSTOLA AOS GÁLATAS. Cristo se entregou para nos livrar “deste mundo perverso” (1:1-5). CONTEÚDO. Paulo está assustado com a postura dos Gálatas, de estarem abandonando o evangelho, um passo a que ele se opõe com veemência (1:6-10).
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Cristo se entregou para nos livrar “deste mundo perverso” (1:1-5). CONTEÚDO
Paulo está assustado com a postura dos Gálatas, de estarem abandonando o evangelho, um passo a que ele se opõe com veemência (1:6-10).
Ele afirma que seu evangelho lhe foi revelado por Cristo. Embora tenha tido contato com os apóstolos mais antigos, seu evangelho não se baseava unicamente no que ouviu deles (1:11-2:5).
Paulo apresenta Pedro como apóstolo aos judeus e ele aos gentios, mostrando que destes não se deveria cobrar a guarda da lei mosaica (2:6-10)
Mais tarde Paulo polemiza com Pedro lembrando-o que os judeus não eram salvos por obras da lei mas mediante a fé em Cristo (2:11-16).
Pecadores que são justificados em Cristo morreram para a Lei e vivem “pela fé no Filho de Deus” (2:17-21)
Paulo ensina os Gálatas que o Espírito lhes foi dado não por observarem a lei, mas com base na fé que tinham em Cristo. (3:1-5)
Paulo diz que Deus pré-anunciou o evangelho a Abraão. (3:6-9)
A lei traz sobre os pecadores uma maldição que Cristo carregou em lugar deles. (3:10-14)
A lei é incapaz de substituir a aliança que Deus fez com Abraão 430 anos antes; a lei foi dada até a vinda de Cristo. (3:15-25)
A obra de Cristo na redenção colocou os crentes na condição de filhos, e não de escravos, nessa família. (4:1-7)
Enquanto observavam a lei, os Gálatas estavam retrocedendo ao tipo de escravidão da qual foram tirados, e Paulo os exorta a não se afastarem do seu ensino. (4:8-20)
Paulo usa os dois momentos de paternidade de Abraão para fazer uma aplicação; dizendo que: O filho da escrava (Hagar), significava a antiga aliança; O filha da livre(Sara) significava a aliança de liberdade.
Em sua exortação, Paulo diz aos Gálatas que eles retrocedendo à antiga aliança, embora sejam filhos da livre. Estão voltando à escravidão, sendo livres. (4:21-31)
Deviam viver na liberdade que Cristo havia conquistado para eles, e não se submeterem à circuncisão. (5:1-12)
Paulo contrasta a vida no Espírito com a vida na carne. (5:13-26) Então, ele apresenta a direção de um viver correto. (6:1-10)
Ser uma nova criatura está muito acima de ser circuncidado ou não. (6:11-18) A transformação do coração, evidenciada pelas ações, pela vida, revela a verdadeira circuncisão. A do coração!
AUTORIA: A carta afirma ter sido escrita por Paulo (1:1). Não se questiona a autoria paulina, embora não seja possível dizer onde ele se encontrada durante a escrita.
DESTINATÁRIO: Durante o séc. III a.C. alguns gauleses migraram para o planalto do interior da Ásia Menor e alí fundaram um reino. Sob o reinado de Amintas (séc. I a.C.) esse reino se estendeu até a Psídia, Licaônia e outros lugares ao sul.
Em 25 a.C Amintas morre, e os romanos (Cesar Augusto) assumem o controle e transformam na provincia da Galácia. Nosso problema é saber a que Galácia a carta foi endereçada!
Galácia do norte – formada pelos nativos. Galácia do sul – formada de várias raças, devido ao controle dos romanos e terem eles anexado várias regiões.
Perto do III séc. a área ao sul foi desmembrada, e a provincia foi reduzida à parte norte, razão pela qual tradicionalmente se entende que “Galácia” se refere à região norte.
Temos registro de Paulo visitanto a área meridional em sua primeira viagem missionária (At.13-14), mas jamais que tenha visitado a região norte, embora muitos pensem que é isso que se quer dizer em At.16:6 e 18:23.
Dez considerações favorecem o sul da Galácia: • Temos informações de pessoas e locais que Paulo conhecia e visitou na região sul, mas de nenhum no norte. Apenas uma citação em (At.16:6 e 18:23) podem indicar um trabalho seu no norte, mas não prova que tenha fundado igreja alí.
2. A expressão incomum “a região frígio-gálata” que Paulo atravessou (At.16:6) parece referir-se por onde o apóstolo passou depois de partir de Listra e Icônio (At.16:2), ou seja “o território frígio-gálata”. 3. Paulo, normalmente emprega nomes imperiais romanos para designar as provincias, e “gálatas” seria a maneira de ele se referir ao povo que morava na Licaônia e outros distritos. De qualquer forma, o vocábulo “gálatas” incluiria os gauleses étnicos do norte.
4. “Gálatas” era a única palavra disponível para abranger as pessoas de todas as cidades: Antioquia, Listra, Icônio e Derbe. É claro que isso não exclui a possibilidade de que o termo pudesse ser usado para referir-se àqueles que moravam ao norte.
5. Paulo fala das “igrejas da Galácia” como participantes do grupo que contribui para a coleta para os crentes em Jerusalém (1 Co.16:1) e em (At.20:4) ele relaciona um bereano, dois tessalonicenses, dois gálatas do sul e dois asiáticos, que dão forte impressão de serem o grupo que está levando a oferta. Como não se menciona nenhum corintio, a lista pode estar incompleta.
6. A região norte da Galácia não era tão acessível quanto a região sul, através da qual havia um constante fluxo comercial. É improvável que Paulo tenha pregado nessa difícil região montanhosa “por causa de uma enfermidade física” (Gl.4:13).
7. Afirma-se que é improvável que os adversários judeus de Paulo o teriam perseguido até essa difícil região ao norte e é muito mais provável que o teríam seguido até as cidades ao sul
8. As palavras “me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus” (Gl.4:14) são consideradas uma alusão à identificação de Paulo com Hermes em Listra (At.14:12).
9. Ramsay, um grande defensor da teoria do sul, defendia que a igreja se desenvolveu ao longo de grandes rotas de comunicação, e essas rotas atravessavam as regiões meridionais da Galácia e não as setentrionais.
10. Barnabé é mencionado três vezes (2:1,9,13), o que parece indicar que ele era conhecido dos leitores. Mas ele só acompanhou Paulo na época em que as igreja do sul da Galácia foram fundadas.
Mas, Barnabé também é mencionado em (1 Co.9:6), e nada consta de Barnabé ter estado em Corinto. Também Pedro é mencionado em Gálatas (Gl.2:7,8), e não existe nenhuma evidencia de que ele tenha estado no norte.
Argumentos a favor do norte:oito motivos. • 1. na linguagem da época “Galácia” era o lugar habitado pelos gauleses no norte. Em oposição a isso, há o fato de que a palavra também era empregada para designar a provincia inteira.
2. Em Atos, Antioquia é identificada como “da Psídia” (At.13:14), e Listra e Derbe são cidades da licaônia (At.14:6). Afirma-se que Lucas emprega esses termos para denotar regiões geográficas. Desse modo, quando ele se refere à “região frígio-gálata” (At.16:6), devemos entender que ele está aludindo à Frígia geográfica e à Galácia geográfica – ou seja, o norte da Galácia.
3. A região dos frígios e seus vizinhos não seria chamada de Galácia porque isso os recordaria de sua sujeição a Roma. Porém, esse argumento não é muito válido. É fraco. • Paulo referiu-se a si próprio como cidadão romano. De qualquer forma, “Galácia” era o único termo que abrangia todas as cidades mencionadas.
4. Uma objeção semelhante é a de que “teria sido impossível para Paulo chamar os moradores da Licaônia e da psídia de ‘Gálatas insensatos’ (3:1), especialmente porque outros autores não se dirigem a eles nesses termos”. Mas, como então, em que termos? Como já vimos: “gálatas” era o único termo disponível para referir-se a todos os habitantes da provincia da Galácia.
5. O caráter volúvel e supersticioso dos gálatas combina com uma origem gaulesa. Mas essa descrição dificilmente se aplicava exclusivamente aos gálatas.
6. A “região da Frígia e Galácia” (At.16:6), (18:23) é entendido com o sentido de Galácia e Frígia serem totalmente distintas (e presumivelmente outros distritos, como Licaônia). Mas, como já vimos, o significado provável é “território frígio-gálata”. A expressão não evidencia uma distinção.
7. Paulo escreve: “Depois fui para as regiões da Síria e da Cilícia” (Cl.1:21), sobre o que Marxsen comenta: • “De acordo com a hipótese do sul da Galácia, ele deve ter fundado as igrejas da Galácia naquela época, mas não há qualquer menção a isso.” • Mas , já que Siria e Cilícia não integram a província da Galácia, isso é irrelevante; parece referir-se a uma viagem diferente daquela em que Paulo fundou as igrejas do sul da galácia.
8. Não há na epístola aos Gálatas o mais leve indício de que Paulo tenha enfrentado forte oposição quando pregou nas cidades da Galácia. Mas Atos deixa claro que houve perseguição na maioria das cidades que o apóstolo visitou.
Parece não haver prova conclusiva em favor nem da teoria do norte e nem do sul da Galácia; porém as evidências à teoria do sul são mais coerentes e contundentes.
DATA • Muita discussão paira sobre esse assunto, mas o referencial principal que define a data de Gálatas é o Concílio de Jerusalém.
Paulo escreveu Gálatas pouco antes do concílio ou foi depois? • Paulo não menciona o veredicto do concílio na carta, o que é estranho e sugere que a carta precede o concílio.
Então, se o concílio aconteceu em 48 d.C., essa é a data de Gálatas ou pouco antes.
OCASIÃO Atos 13-14 – diz que Paulo e Barnabé evangelizaram a região sul da provincia da galácia.
Qualquer que seja a teoria que aceitemos, podemos afirmar que a igreja era predominantemente gentílica.
Depois que Paulo e Barnabé saíram de cena, apareceram alguns cristãos judeus ensinando que aqueles que aceitaram a salvação cristã deviam se submeter à lei judaica, a Torá.
Os que propagavam tais ensinos era, provavelmente, judeus que se consideravam cristãos, mas Paulo insinua que eles não eram de fato cristãos! Pois, davam forte ênfase à guarda da Lei mosaica!