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VÔO AF 447 NÃO SOBREVIVI, MAS VOLTEI. José Sebastião Martins. Clique seguir. Domingo, dia 31 de maio, parti deste avião, um Airbus da “AIR FRANCE”, com destino a Paris para realizar um sonho que há anos vinha me preparando. No vôo AF 447, estávamos em aproximadamente 228 pessoas.
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VÔO AF 447 NÃO SOBREVIVI, MAS VOLTEI... José Sebastião Martins Clique seguir
Domingo, dia 31 de maio, parti deste avião, um Airbus da “AIR FRANCE”, com destino a Paris para realizar um sonho que há anos vinha me preparando. No vôo AF 447, estávamos em aproximadamente 228 pessoas.
O vôo saiu por volta das 19 horas e estava tranqüilo apesar da preocupação que todos temos sempre por ser uma viagem longa.
A tarde noite estava limpa, uma paisagem até linda e o avião já sobrevoava as nuvens.
Quando estávamos sobrevoando o oceano, já por volta das 23 horas, percebi que algo não estava correndo bem com o nosso vôo, afivelei os cintos e o silêncio pairou no ar.
Não demorou e tudo virou de cabeça para baixo e mergulhamos para o fim de tudo.
Foi terrível, fiquei anestesiado e naquele momento passou um filme em minha cabeça, pensando que eu tinha muito para viver ainda na minha estrada da vida, que estava apenas na metade da caminhada.
Foi o fim de tudo, mergulhamos no oceano e por ele fomos tragados e tudo acabou ali, no silêncio profundo das águas.
Mas, ainda adormecido, atravessei o túnel do tempo e voltei aqui para dizer aos meus amigos, conhecidos e familiares, que estou bem, mesmo sendo difícil a partida, como também a chegada para outro plano espiritual, mas esse é o fim de todos nós, mesmo que cada um tenha uma forma diferente de partir, o destino é um só.
Toda passagem para o outro lado da vida é traumática, ninguém aceita, mas é inevitável, todos passaremos por ela, quer queiramos, quer não, é um relógio que não tem volta.
Neste vôo, eu não tive tempo para chegar ao meu destino que tanto sonhei, que era conhecer PARIS.
Fiz planos por muitos anos de conhecer a cidade luz, os seus pontos turísticos, como o Museu do Louvre, a Torre Eiffel e outros.
Já tenho saudade de tudo, posso ver mas ninguém me enxerga; posso ouvir e falar, mas ninguém me ouve;
Ando como um invisível, uma sombra; atravesso as ruas e nem um veiculo me atropela, parece que estou vivendo a mesma história contada no filme “GHOST”, que um dia assisti.
Choro e ninguém vê o meu sofrimento; quero estar com todos e sei que nunca mais será possível. É uma sensação muito horrível para quem passou por um trauma recente.
De volta ao lugar onde eu não queria estar, pelo menos por ora, e como o caso foi recente, estou aqui neste plano superior, que ainda não sei se é o céu ou outro lugar, na fila aguardando a minha chamada, talvez para prestar as minhas contas da contabilidade da vida.
Estou muito curioso para saber quem é o contador daqui, como também estou curioso para conseguir o passaporte para estar junto de Deus no jardim encantado do céu que tanto era dito aí na terra.
Evidentemente que esta é uma estória de ficção, posso ter lá a minha sensibilidade espiritual, mas longe de qualquer pretensão de que tudo ocorreu da forma como narrei. Resolvi escrever este texto por que me sensibilizei com os familiares das vítimas e também porque, penso que nada acaba aqui, com certeza existe outro lugar onde um dia todos nós encontraremos. Quando aconteceu aquela tragédia com o avião da TAM, também senti algo que me fez, imediatamente, escrever um texto ao qual dei o nome de “A TRAGÉDIA”, cuja mensagem acho que serviu de um alento aos familiares que perderam seus entes queridos.
Autor do texto: José Sebastião Martins Formatação:José Sebastião Martins Música:GHOST Instrumental Data da formatação:Junho - 2009 e-mail do autor:jsmartins46@yahoo.com.br Este PPS não tem fins lucrativos, portanto, não pode ser comercializado. Clique aqui para sair