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O SISTEMA PREVENTIVO SALESIANO E SEUS PRINCIPAIS ELEMENTOS

O SISTEMA PREVENTIVO SALESIANO E SEUS PRINCIPAIS ELEMENTOS. Estudo Dirigido Bacharelados Lorena 2009. ESTRUTURA DO NÚCLEO TEMÁTICO II. Introdução Principais Componentes do S.P. S Razão

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O SISTEMA PREVENTIVO SALESIANO E SEUS PRINCIPAIS ELEMENTOS

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  1. O SISTEMA PREVENTIVO SALESIANO E SEUS PRINCIPAIS ELEMENTOS Estudo Dirigido Bacharelados Lorena 2009

  2. ESTRUTURA DO NÚCLEO TEMÁTICO II Introdução • Principais Componentes do S.P.S • Razão • Religião • Amorevolezza

  3. INTRODUÇÃO: • Que a personalidade, as convicções religiosas e pedagógicas de Dom Bosco veêm da sua experiência: • Familiar; • Escolar; • Seminarística (Filosofia, Histórica e Teologia); e • Pastoral, isto é, do seu encontro com a realidade da juventude: jovens migrantes (trabalhadores vindos das montanhas e dos campos), jovens das prisões e meninos de 8 a 12 anos que trabalhavam em obras.

  4. INTRODUÇÃO: • Que a experiência educativo-pastoral de Dom Bosco foi sendo consolidada em momentos diferentes, de acordo com a demanda social da juventude de Turim (Oratório festivo, internato para aprendizes e estudantes - seminaristas e não seminaristas - e colégio interno); • Dom Bosco não é o inventor do Sistema Preventivo. Originalidade? • O Sistema Preventivo não é um patrimônio intocável, uma herança imutável; • O Sistema Preventivo precisa ser constantemente repensado, atualizado para cada situação específica; • Não se trata de copiar o que Dom Bosco fez, mas fazer o que ele faria caso se deparasse com os desafios educacionais e juvenis de hoje.

  5. 1. PRINCIPAIS COMPONENTES DO SISTEMA PREVENTIVO SALESIANO “O sistema apóia-se todo inteiro na razão, na religião e na bondade.” (BOSCO, 2004, p. 9). • RAZÃO • RELIGIÃO • AMOREVOLEZZA

  6. 2. RAZÃO • Representa um componente regulador ou equilibrador dos demais; • Reclama o bom senso e as condições necessárias para a vivência da religiosidade e da amorevolezza, evitando, em última instância, perigosos desvios como o pietismo e o sentimentalismo excessivo; • A razão não significa formalismo demasiado, nem tampouco amarra ou distanciamento, mas relacionamentos equilibrados, efetivos, afetivos e, portanto, saudáveis;

  7. 2. RAZÃO • O educando, segundo as orientações de Dom Bosco, deve conhecer previamente as regras, as prescrições, os prêmios e os possíveis castigos sancionados pelas leis disciplinares; • “[...] as pessoas que compõem a organização devem partilhar os mesmos valores e estar comprometidas com metas comuns. Os gestores continuamente relembram os princípios que regem a instituição e criam os mecanismos para que eles transpirem no dia-a-dia das relações internas e na forma de atuar junto ao seu público-alvo (clientela)”. (MURAD, 2007, p. 22).

  8. 2. RAZÃO • O educador/gestor nesse ambiente educativo também deve incorporar na sua atuação a razão e a religião como causas instrumentais (ferramentas), ou seja, “deve inculcá-los, praticá-los ele mesmo, se quiser ser obedecido e alcançar os resultados que deseja.” (BOSCO, 2004, p. 10); • O fato de o educador/gestor estudar, selecionar uma base teórica e científica que sustente a sua reflexão e a sua prática, como fez o próprio Dom Bosco, implica o uso de razões que guiam, convencem e permeiam o processo de ensino-aprendizagem e o processo de gestão.

  9. 2. RAZÃO • “No contexto atual, no qual o saber aplicado transformou-se na grande fonte de riqueza, as organizações precisam, constantemente, desenvolver novas habilidades (= saber fazer) e conhecimentos. Elas estimulam a postura de constante aprendizagem. E os gestores coordenam e estimulam esse processo”. (MURAD, 2007, p. 23); • “Toda empresa é uma instituição de aprendizado e de ensino. Daí a importância do treinamento e desenvolvimento em todos os níveis de sua estrutura”. (MURAD, 2007, p. 74).

  10. 2. RAZÃO “A mais relevante razão de ser das organizações e de seu progresso é tornar melhor a vida de seus colaboradores e clientes. Ouso dizer que, caso isso não esteja acontecendo, significa que, na prática, a organização não está cumprindo seu papel. Para isso é salutar lembrar que o propósito das atividades econômicas foi, é, e sempre deverá ser o de alocar recursos não só de maneira justa, mas também apropriada visando a melhoria do bem-estar social”. (FAVA; GILZ, 2008, p. 131).

  11. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE • Para Dom Bosco não há educação sem Religião. É possível Gestão sem Espiritualidade? “Alguns gestores de empresas que atuam no mercado (ditas comerciais) estão percebendo que é necessário ‘algo mais’ para si e sua organização. Não querem deixar para a posteridade somente a história de seu sucesso. Perguntam-se qual a contribuição das organizações para uma ‘terra habitável’, buscam um modelo de gestão que articule bons resultados com qualidade de vida, não somente para os clientes, mas também para si próprios e seus colaboradores”. (MURAD, 2007, p. 11-12).

  12. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE “Hoje, mais do que efetividade, é preciso enxergar além das análises frias das planilhas do Excel, da racionalidade dos procedimentos e técnicas e, por outro lado, abrir-se para a força espiritual que é dada, em meio às situações cotidianas, a quem se faz aprendiz das manifestações do mistério da vida”. (FAVA; GILZ, 2008, p. 2). “Por quais motivos, iludido pelas promessas do progresso do mundo moderno, o ser humano viera a se distanciar de si mesmo e do mistério divino que a tudo envolve?” (FAVA; GILZ, 2008, p. 13).

  13. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE • Em Dom Bosco o tratamento dos elementos religiosos e da vivência religiosa não era algo puramente teórico, alienante, maçante, rijo, forçoso, cerceador ou sem conexão com a realidade vivida; • Dom Bosco oferecia aos seus jovens um programa de vida que era possível de ser vivido, havendo interação entre os elementos religiosos, científicos e morais;

  14. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE “Uma organização que incorpora a espiritualidade no seu dia-a-dia caracteriza-se, fundamentalmente, por uma série de posturas éticas, em ações que impactam nos clientes e fornecedores, nos colaboradores, na comunidade local e no planeta”. (MURAD, 2007, p. 140). “A espiritualidade confere sabor e qualidade à gestão. Ajuda a responder: para onde vamos, em que valores nos apoiamos, que legado deixamos para as futuras gerações? (MURAD, 2007, p. 156).

  15. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE • Dom Bosco motivava o educando para a abertura transcendental (para as coisas do alto), para a conversão do coração a Deus, reconhecendo-o como o seu criador, como possuidor dum projeto maior que norteia e dá sentido a existência humana; • Incentivava a amizade divina, o cultivo da inspiração divina que acompanha as diversas decisões;

  16. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE “Feliz então de quem, ao trabalhar, procura trabalhar a si mesmo nos seus mais variados aspectos e sentimentos. O edifício das virtudes passa a ser erigido à medida que vamos trabalhando nossos vícios, tomando consciência de nossas fragilidades e reconhecimento o grau de nossa ignorância em relação às coisas do espírito”.(FAVA; GILZ, 2008, p. 80).

  17. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE • A idéia de educação e gestão integral não se sustenta quando o ser humano é considerado como um ser totalmente materializado, despossuído de espiritualidade; “Espiritualidade [...] é algo muito mais amplo do que você imagina, é algo mais do que um simples valor individual ou profissional. Nós somos seres compostos da dimensão social, emocional, racional e espiritual e quanto mais exercitamos essas dimensões, mais expandimos nosso potencial. Pessoas que exercitam estas dimensões fazem a grande diferença. São estas as pessoas que as empresas buscam hoje, afinal tecnologia não é mais um diferencial competitivo. As pessoas atualmente são muito mais importantes do que a tecnologia, do que o capital. (FAVA; GILZ, 2008, p. 22).

  18. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE • Quando se leva em conta os elementos religiosos, o processo de ensino-aprendizagem e de gestão não perde o seu devido caráter imanente (prático, objetivo), mas abre-se e incorpora elementos concernentes às realidades transcendentais (o mundo da fé, da espiritualidade, da mística); • Pessoas espiritualizadas são aquelas “que trazem principalmente a harmonia a um ambiente repleto de disputas, de corridas pela vaidade e pelo reconhecimento. Enfim, diria que espiritualidade é algo que leva um profissional de hoje a entender que, mais do que saber fazer, ele precisa saber ser”. (FAVA; GILZ, 2008, p. 20).

  19. 3. RELIGIÃO/ESPIRITUALIDADE • As empresas, organizações ou instituições são formadas principalmente por pessoas. Partindo do particular para o universal é possível imaginar com FAVA e GILZ (2008, p. 19): “Imagine as pessoas instaurando propósitos e atividades em que a capacidade de doar, perdoar, amar, compadecer-se, ser paciente, bondoso, honesto, estivessem referendando as relações, os negócios! Diante do prestígio que o meio empresarial desfruta atualmente, sonho com o dia em que desse meio surjam iniciativas em prol da mudança da sociedade mundial”.

  20. 4. AMOREVOLEZZA • A amorevolezza é um dos componentes pedagógicos mais essenciais do Sistema Preventivo de Dom Bosco; • Permeia e se junta a todos os demais, principalmente à razão e à religião; • Da razão retira o elemento equilibrador e da religião o aspecto sobrenatural e místico; • É uma verdadeira “energia espiritual que se projetava sobre os jovens.” (SCARAMUSSA, 1984, p.78).

  21. 4. AMOREVOLEZZA • Ainda sobre Amorevolezza, Razão e Religião: “A espiritualidade e a visão não-centrada no lucro tornam-nas (as instituições) mais aptas a cultivar um olhar de afeto e cuidado com as pessoas. No entanto, para que isso não degenere em relações viciadas pelo amadorismo e pela invasividade, é necessário implantar uma gestão de pessoas com cunho profissional. A síntese desses dois olhares, humanista e profissional, trará um diferencial incomparável”. (MURAD, 2007, p. 89).

  22. 4. AMOREVOLEZZA • A palavra italiana amorevolezzanão possui um correspondente direto na língua portuguesa, sendo geralmente traduzido como caridade, carinho, amor ou bondade, o que de tudo não está incorreto; • A palavra amorevolezzafora da linguagem religiosa: “O termo indica mais um cacho de pequenas virtudes relacionais, atitudes ou comportamentos entre pessoas, que se revelam em palavras, gestos, ajudas, dons, sentimentos de amor, de graça e de cordial disponibilidade. É afeto, benevolência, benignidade, solicitude de pais e mães [...]”. (BRAIDO, 2004, p. 269).

  23. 4. AMOREVOLEZZA • Em se falando de “virtudes relacionais ou em atitudes comportamentais” no ambiente organizacional: “O conhecimento técnico e a qualidade dos produtos contam muito no processo de alcance ou não dos objetivos traçados mas nenhum deles substitui o valor de virtudes, tais como: discernimento, inspiração, confiança, serenidade, introspecção, gentileza, solidariedade, cortesia, harmonia, sabedoria. Qual é a condição para que tais virtudes possam se transformar no diferencial dos profissionais de uma empresa? Uma consistente espiritualidade organizacional”. (FAVA; GILZ, p. 1).

  24. 4. AMOREVOLEZZA • Dom Bosco parte desse vocabulário não religioso acrescentando ao termo uma nova entonação, novos significados de acordo com sua mentalidade religiosa e com a sua espiritualidade; • As “pequenas virtudes” são reforçadas por virtudes maiores, como a virtude teologal da caridade; • A prática do Sistema Preventivo de Dom Bosco “baseia-se toda nas palavras de São Paulo: a caridade é benigna e paciente; tudo sofre, mas espera tudo e suporta qualquer incômodo.”(BOSCO, 2004, p. 9-10);

  25. 4. AMOREVOLEZZA • A caridade é o amor operante, que se mostra, não bastando somente o sentimento vago de amor para com os educandos (colaboradores), pois é necessário que eles saibam e se sintam amados pelos seus educadores (gestores); • Quando o educando sente que é amado nas coisas que lhe agradam, tem condições de acatar o que lhe é ainda estranho ou desconhecido;

  26. 4. AMOREVOLEZZA • É um amor incondicional, que aceita o educando no patamar em que se encontra, com os seus gostos e inclinações; “Mas nosso verdadeiro caráter de líder se revela quando temos que nos doar aos agressivos e arrogantes, quando somos colocados à prova e temos que amar as pessoas de quem não gostamos tanto”. (HUNTER, 2004, p. 95). “Quando amamos os outros, e nos doamos a eles, precisamos servir e nos sacrificar. Quando servimos e nos sacrificamos, construímos autoridade. E quando tivermos construído autoridade com as pessoas, então ganharemos o direito de sermos chamados de líderes”. (HUNTER, 2004, p. 94).

  27. 4. AMOREVOLEZZA • No processo de amorosidade educativa ou de gestão também o educador/gestor é amado, sentindo-se aceito e correspondido naquilo em que propõe e se propõe; • “quem sabe que é amado, ama; e quem é amado alcança tudo, especialmente dos jovens.”(BOSCO, 2004, p. 18); • “o educador entre os alunos procure fazer-se amar, se quer fazer-se respeitar.” (BOSCO, 2004, p. 12);

  28. “Há quarenta anos, mais ou menos, que trato com a juventude, não me lembro ter usado castigo de espécie alguma. Com o auxílio de Deus, não só obtive sempre o que era de dever, mas ainda o que eu simplesmente desejava, e isso daqueles mesmos meninos dos quais se havia perdido a esperança de bom resultado”. (Dom Bosco).

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