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ENERGIA. Eng. Osório de Brito Março 2006. PRESERVAÇÃO DOS INVESTIMENTOS. Busca de soluções que preservem os investimentos na geração de energia: busca incessante de eficiência no seu emprego: Inibição de empregos ineficientes.
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ENERGIA Eng. Osório de Brito Março 2006
PRESERVAÇÃO DOS INVESTIMENTOS Busca de soluções que preservem os investimentos na geração de energia: busca incessante de eficiência no seu emprego: • Inibição de empregos ineficientes. • Incentivo às soluções que visem dilatar o aproveitamento dos investimentos já concretizados.
SEGMENTAÇÃO Uso da energia segmentada segundo três mundos distintos, cada um voltado para si mesmo: • o mundo da eletricidade; • o mundo do calor – derivados de petróleo, notadamente o óleo combustível; • O mundo dos transportes.
A RUPTURA O gás como elemento de ruptura: • distribuição similar à eletricidade; • produz eletricidade; • produz calor; • substitui os derivados de petróleo na movimentação dos veículos. A ENERGIA É, DE FATO, UM VETOR ÚNICO
O GÁS AINDA SEM VIDA PRÓPRIA • Não há, ainda, uma política voltada para o emprego do gás. • O Setor Elétrico ainda persiste encarando o gás unicamente como fonte de grandes termelétricas e resiste ao seu uso como geração distribuída (co-geração). • O GNV usado em veículos adaptados apresenta elevado índice de ineficiência. O PAÍS NECESSITA DE UMA POLÍTICA ENERGÉTICA QUE ENCARE A ENERGIA COMO UM VETOR ESPECÍFICO
OS VEÍCULOS ELÉTRICOS As pressões motivadas pelo aumento do efeito estufa e pela perspectiva do fim da era do petróleo - os veículos elétricos: • VEH (Veículo Elétrico Híbrido): um co-gerador sobre rodas, capaz de influenciar o Setor Elétrico por se transformar em fontes de geração distribuída; • VE (Veículos Elétricos): a base de bateria. FIM DA SEGMENTAÇÃO DO USO DA ENERGIA
O MUNDO DA ELETRICIDADE Foi o segmento que mais sofreu modificações estruturais: • era monopolista, verticalizado e operado de forma condominial; • tornou-se competitivo, desverticalizou-se e deixou de ser operado condominialmente: - competição na geração; - novos entrantes admitidos nas redes de transmissão e de distribuição; - monopólios mantidos na transmissão e na distribuição; - comercialização independente e entregue à competição; - criada a figura do consumidor livre.
CARACTERÍSTICAS DA ERA MONOPOLISTICA O planejamento era centralizado e mandatório: o sistema era administrado pelo lado da oferta: • as distribuidoras jogavam o risco de suas previsões de crescimento do mercado consumidor para o planejamento da oferta; • conhecimento pouco profundo do mercado consumidor: prodigalidade dos aproveitamentos hidrelétricos próximos dos centros de carga absorviam os eventuais erros de previsão; • auto-produção não era bem vista; • busca da eficiência energética não se constituia em uma política necessária; • estrutura tarifária sem estímulos para a melhoria da produtividade
REPERCUSSÕES DAS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS • Leilões para a compra da energia. • As distribuidoras passaram a assumir os riscos dos erros de previsão do consumo; • As distribuidoras passaram a ser exclusivamente administradoras de sua rede. • Surgiram os comercializadores. • Criou-se a figura da geração distribuída: a auto-produção passou a ser uma opção a ser encarada pelo Setor Elétrico. • Surgiram os excedentes ofertados às distribuidoras.
RISCOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO SE • Esgotaram-se os aproveitamentos hidrelétricos de porte próximos dos centros de carga: a hora e a vez da Amazônia. • O Setor caminha para uma base hidro-térmica. • O atraso nos investimentos provocou uma redução nos tempos de sustentação dos reservatórios. • Tendência altista dos custos de transmissão: distancias maiores; maior complexidade. • Tendência altista dos custos da energia: maior custo do combustível e maior incerteza. • Evolução da legislação ambiental
A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Geram-se motivações para a GD: • Expansão da rede de gás canalizado. • Aproveitamento da biomassa e de resíduos combustíveis. Ainda há barreiras para que a GD venha a ocorrer como um dado natural de mercado
VANTAGENS DA GD PARA O SISTEMA • Ancoragem do sistema local (evita apagões localizados e minimiza os efeitos de blecautes de grandes proporções). • Freia e minimiza a tendência altista dos custos de transmissão e da própria eletricidade. • Melhora a qualidade da energia distribuída. • Tende a reduzir o custo de investimento da expansão da rede de distribuição.
INVESTIMENTOS EM GD Os investimentos não necessariamente realizam-se pela distribuidora e, sim, pelos consumidores: • redução dos custos com a energia (aumento da produtividade) e, quando há geração de excedente, criação de um novo negócio; • certeza da continuidade do suprimento; • melhoria da qualidade. A co-geração a gás só é rentavel quando há economia de escopo.
IMPORTÂNCIA DA GD PARA O PAÍS Otimização dos esforços de investimento para a expansão da oferta. Investimentos podem acontecer a revelia das distribuidoras: elas necessitam conhecer mais profundamente o seu mercado para: • Reduzir os seus investimentos na expansão de sua rede; ou • transformar as ameaças de perda de mercado em possibilidades de investimento.
RESULTADOS DO ULTIMO LEILÃO • Predominância de hidrelétricas de menor porte (abaixo de 140 MW, a menos de Simplício, com 333,7 MW). • Complementação de UHEs em operação (botox). • Presença significativa de termelétricas a gás e a derivados de petróleo. • Pela primeira vez participação da bioeletricidade (biomassa da cana). As UTEs a gás e a derivados de petróleo oferecem apenas a sua disponibilidade, sem considerar o combustível cujo custo lhe será aditado
RESULTADOS DO ULTIMO LEILÃO Preços médios obtidos: • R$ 106,95 / MWh (2008); R$ 113,89 / MWh (2009); R$ 114,83 / MWh (2010) – para as UHEs. • R$ 132,26 / MWh (2008); R$ 129,24 / MWh (2009); R$ 121,81 (2010) – para as UTEs. • Contrataram-se 3286 MW médios dos 5434 MW médios oferecidos.
PREVISÕES ANEEL prevê uma adição de 27.960 MW na capacidade de geração do país (587 novas usinas até o final da década): • Redução da participação da hidreletricidade. • Significativo aumento da termeletricidade e de soluções mais custosas (eólicas). • Aumento de participação de UHEs de menor porte (PCHs). • Registro de usinas de co-geração qualificadas (1279 MW).
UHEs DE MAIOR PORTE PREVISTAS • Rio Madeira - duas UHEs em território brasileiro: Jirau (3900 MW) e Santo Antonio (3580 MW); e mais UHE Esperanza, em território boliviano. • Rio Xingu – UHE Belo Monte (11.000 MW). Usinas localizadas em rios da Amazônia.
CARACTERÍSTICAS DOS APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS NA AMAZÔNIA • Rios com vazões expressivas e sem diferenças de cotas: dificuldade de reservação. • Tecnologia não convencional: máquinas tipo bulbo. • Valores de potência limitados pela tecnologia a ser utilizada.
PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL • Produção nacional: 25,84 mi m3/dia; • Importação: 22,55 mi m3/dia: - 21,26 mi m3/dia da Bolívia; - 1,29 mi m3/dia da Argentina. • Reservas brasileiras: 316 bi m3 podendo atingir 657 bi m3. • 80 % dos poços em operação: gás associado ao petróleo. • Urucu (Amazônia) e Bacia de Santos: gás não associado.
CARACTERÍSTICAS DA BACIA DE SANTOS • Próximo aos centros de consumo. • Incorpora 78 bi m3 já provadas e, ainda em avaliação, 341 bi m3. • Primeiros testes: capacidade de produção igual a 12,5 mi m3/dia. • Redução da dependência externa e, posteriormente, manutenção desta tendência redutora.
TENDÊNCIAS • Disposição da Venezuela em exportar o seu gás em direção aos paises do Mercosul. • Diversificação da oferta de gás: minimização da influência única do gás boliviano. • Perspectiva otimista no médio e longo prazos. • Perspectiva pessimista no curto prazo: até o início da operação comercial da Bacia de Santos motivada por: - pressões do Governo boliviano; - aumento do consumo de gás: novas UTEs. • Até 2008: entram Manati (6 mi m3/dia) e a primeira fase do campo Peroá-Cangoá (2,5 mi m3/dia).
DISTRIBUIÇÃO DO GÁS • Até a década de 90: parte das cidades do Rio e de São Paulo (distribuição de gás de nafta). • O gás entrou na matriz brasileira sem que o país estivesse preparado para recebê-lo. • O gás associado, sem mercado: estorvo para a produção de petróleo. • O surgimento do GNV - do uso restrito na cidade do Rio de Janeiro para o uso irrestrito em todo o Brasil: uso altamente ineficiente.
ANEL GASÍFERO SUL-AMERICANO Em desenvolvimento as ligações: • Camisea (Peru) – campos da Bolívia; • Campos da Venezuela, passando pelo sistema de gasodutos brasileiros, em direção ao Mercosul; • Complementação do Anel Gasbol (Bolívia – Brasil) – São Paulo – Porto Alegre (já conectado aos campos de Campos) unindo Porto Alegre a Uruguaiana (aonde chega o gás da Argentina). Interligação com: • Gasoduto Bolívia – Argentina. • Suprimento do Paraguai, do Uruguai e do Chile.
A AUTO-SUFICIÊNCIA DO PETRÓLEO • Em 2005: próximo desta meta - 1684 mil bpd (barris por dia) de óleo, de LGN (liquido de gás natural) e de condensado (em 2004, 493 mil bpd – crescimento de 2,8 %). • Em 2006: produção média = 1910 mil bpd superando a demanda brasileira (entre 1850 mil bpd e 1900 mil bpd). • Auto-suficiência sustentada (P50 e mais três outras; em 2009, Projeto Frade; em 2010, P55, P57, fase II de Jubarte, Albacora e Golfinho; previsão das P52, P54, P51 e P53.
RESERVAS PROVADAS E PESQUISAS • Em 2005: reservas provadas de óleo, condensado e gás natural = 13,232 bi boe (barris de óleo equivalente). • Índice de reposição de reservas provadas = 1,311 % (houve uma incorporação de um volume de óleo equivalente a 1,311 vez maior que o óleo extraido). • Relação reserva/produção = 19,7 anos. • Meta: elevar a produção de óleo e de gás para 2 mi 860 mil boe/dia em 2010, com a incorporação de novos campos, principalmente Papa-terra (sul da Bacia de Campos).
ORIGEM DO PETRÓLEO NO BRASIL Produção média em 2005 = 1847 mil bpd. • Em terra: 396 mil bpd; • No mar: 1451 mil bpd. Plataformas em produção (em 31 / 12 / 2005) = 97. • Fixas: 73; • Flutuantes: 24.
PARQUE DE REFINO Petrobras praticamente detém o monopólio do refino. Dados de 2005: • Capacidade nominal instalada: 2115 mil bpd para um total de 16 refinarias. • Carga média processada - 1861 mil bpd assim subdividida: 1758 mil bpd (no Brasil) e 103 mil bpd (exterior) • Produção média de derivados: 1839 mil bpd. A comercialização dos derivados pertence a Petrobras: ela intervém na formação dos preços.
ALCOOL AUTOMOTIVO E A BIOMASSA DA CANA • O Pro-alcool: sua importância atual e o interesse de outros paises face as repercussões do efeito estufa. • Da ineficiência no aproveitamento da energia contida na biomassa da cana ao seu aproveitamento eficiente atual. • Valores de venda dos excedentes no último leilão: R$ 126,00 / MWh (2008); R$ 130,00 / MWh e R$ 162,00 / MWh (2009). Nào houve oferta para 2010.
POTENCIAL DA BIOMASSA DA CANA • Produção sucro-alcooleira até 2010/11 = 560 mi t (hoje = 400 mi t). • Estimativa de excedentes vendáveis = 10 mil MW. • Destes excedentes, 4 mil MW já poderiam estar operando caso as condições tivessem sido criadas. • Principal barreira: “modus operandi” ainda existente no SE.
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO USO DA BIOMASSA DA CANA • Disponibilização de sua energia no período seco do Sistema Interligado. • Pode vir a constituir, para o empresário sucro-alcooleiro, uma nova fonte de negócios capaz de lhe permitir equilibrar os eventuais desequilibrios dos mercados de açucar e de alcool. • Permite obter créditos de carbono.
OUTRAS FONTES • Energia eólica – elevado custo e detém uma impropriedade para o Sistema brasileiro. • Energia solar – gera valores reduzidos; para valores de maior porte, ocupa espaços extensos. • Outros resíduos – transforma estorvos para industriais em aproveitamentos ambientalmente adequados: resíduos da industria madeireira; de papel e celulose; de agro-industrias como arroz; de siderurgicas. • Lixo urbano – disposição final, hoje, inadequada. • Carvão – alimenta o efeito estufa e cria dificuldades para o meio ambiente; no último leilão foram leiloadas as expansões de Candiota (2010) e de Jacuí (2009). • Bio-diesel – surge como uma nova alternativa: obtido a partir da mamona, de oleaginosas e de capim – em evolução tecnológica tanto no cultivo agrícola quanto na própria obtenção do óleo. • Nuclear– Tecnologia de ponta; apresenta problemas para a disposição final dos produtos radio-ativos.
QUADRO INSTITUCIONAL • O país carece de uma política energética que encare a energia como um vetor específico (participação da EPE): necessidade de um funcionamento harmônico. • Carece, também, de uma política para o gás – apesar do carater nacional e internacional do gás, a regulação de seu uso parte é estadual, parte é federal; o gás ora é encarado como se fosse um derivado do petróleo, ora é encarado como fonte de geração elétrica em grandes UTEs. • Eletricidade: o novo Marco Regulatório e a nova estrutura legal impuseram dispositivos que fornecem as condições de fundo: restam ajustes no sentido de extinguir as barreiras ainda presentes. • Petróleo: presença da ANP e da Petrobras.
EXEMPLOS DE DISFUNÇÕES • Diferenças significativas no custo da eletricidade nas tarifas horo-sazonais: na hora da ponta, o consumidor prefere usar seus grupos diesel em face de sinalizações tarifárias inadequadas. • Uso, pelas distribuidoras, de tarifas reduzidas para desincentivar o uso da co-geração. • O emprego do GNV apesar de sua ineficiência. • Presença de vícios herdados da cultura monopolista e condominial nas ações da ANEEL.
OPORTUNIDADES E DIFICULDADES • Geração de um mercado de excedentes elétricos (evitar o desperdício na produção descentralizada). • Entraves à geração distribuída. • A visão torta do “seguro apagão”: estabelecimento de reservas de capacidade. • Interferências inadequadas na substituição de um energético por outro.
OPORTUNIDADES E DIFICULDADES • Os leilões definem os preços da energia no futuro: facilidade na viabilização dos investimentos, na programação tanto dos construtores quanto dos bancos financiadores. • A forma de contratação das UTEs no último leilão evitou a perspectiva de prejuízo pelo não despacho nas épocas de privilegiar as UHEs. • O novo sistema de parceria público-privada. • A Petrobras acha-se em vias de findar a montagem do esquema para operacionalizar a Bacia de Santos. • A Venezuela pretende exportar gás para o mercado brasileiro.
CONSERVAÇÃO E EFICIÊNCIA • Embora existam o Procel e o Conpet: a conservação ainda é só uma intenção; não se pode afirmar que há, “lato sensu”, uma política conservacionista no país. • Não se pesquisou como o consumidor reduziu, durante o racionamento, o uso da energia elétrica. • Culturalmente, o país continua encarando a racionalização do uso da energia como uma atividade redutora de receita: a visão persiste sendo pelo lado da oferta. • A conservação como uma “geração virtual”.
AS ESCOs • Empresas cujo negócio é a racionalização do uso da energia. • As ESCOs brasileiras, suas dificuldades e suas falsas identificações como verdadeiras ESCOs: a Abesco. • O desperdício da oportunidade criada no Governo FHC: a obrigatoriedade dos órgãos públicos economizarem 20 % da energia consumida. • A dificuldade dos financiamentos às ESCOs: as garantias; a facilidade presente para a co-geração.
SUGESTÕES E CONCLUSÕES • Aproveitamentos hidrelétricos de maior porte: cada vez mais afastados dos centros de consumo. • Os rios amazônicos não admitem reservação: tecnologia diferenciada (máquinas bulbo com limitações de potência gerada). • Busca de aproveitamentos hidrelétricos de menor porte mais próximos dos centros de consumo seja como GD, seja como GC. • Busca de alternativas notadamente em GD. • Pesquisas em novas tecnologias (em veículos e em hidrogenio). • O país caminha para uma base hidro-térmica.
SUGESTÕES E CONCLUSÕES • UHEs cada vez mais dependente dos rigores da legislação ambiental. • Base hidro-térmica: tendência altista dos preços da energia elétrica motivada pelos preços do combustível e pelo crescimento do preço da transmissão (UHEs cada vez mais afastadas dos centros de consumo). • Necessidade de frear o aumento do preço da eletricidade: eficientização do uso da energia; incentivo à GD; aumento da participação da biomassa da cana e de outras fontes renováveis.
SUGESTÕES E CONCLUSÕES • Aumento do consumo de gás assim que se solidifique a redução da dependência externa e que haja tarifações adequadas entre os energéticos. • Re-estruturação do uso dos combustíveis fósseis: novos tipos de veículos e novos combustiveis. • Incentivo às fontes renováveis: alcool, bio-diesel e outros.
SUGESTÕES E CONCLUSÕES • Geração de uma política energética e de outra para o gás. • Revisão regulatória para a GD. • Criação de um mercado de excedentes elétricos. • Retomada de programas de conservação de energia, inclusive incentivo à criação de um mercado para as ESCOs. • Separar a ação de comercializadora exercida pelas distribuidoras