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O tempo dos pioneiros. Os pesquisadores-eruditos do século XIX (evolucionismo cultural). Século XIX. Época em que a antropologia se constitui enquanto disciplina autônoma; Objeto de estudo: sociedades primitivas;
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O tempo dos pioneiros Os pesquisadores-eruditos do século XIX (evolucionismo cultural)
Século XIX • Época em que a antropologia se constitui enquanto disciplina autônoma; • Objeto de estudo: sociedades primitivas; • Ciência das sociedades primitivas nas suas várias dimensões (biológica, técnica, econômica, política, religiosa, lingüística, psicológica); Laplantine, p. 63.
Século XIX • Contexto geopolítico: período da conquista neocolonial; • Tratado de Berlim, 1885; partilha da África; • Relação entre antropologia e imperialismo: • Instalação de rede de informações a partir dos administradores coloniais; Laplantine, p. 64.
Principais obras do período: • Maine, Lei antiga(1861); • Bachofen, O matriarcado (1861); • Fustel de Coulanges, A cidade antiga (1864); • MacLennan, O casamento primitivo (1865); • Tylor, A cultura primitiva (1871); • Morgan, A sociedade antiga (1877); • Frazer, Ramo de ouro (1890);
Mudança do selvagem (séc. XVIII) para primitivo; • Antropologia como conhecimento das nossas origens; • Formas simples de organização social e de mentalidade que evoluíram para as formas mais complexas das sociedades ocidentes; Laplantine, p. 65.
Características • Unidade psíquica da humanidade (espécie humana idêntica, que se desenvolve em ritmos diferentes); • Evolução unilinear (mesmas etapas de desenvolvimento para todas as culturas); • Amplitude do objeto de estudo (procurava-se estudar a cultura em geral) • Busca de leis gerais que regessem a evolução das sociedades; • Comparativismo; • Perspectiva diacrônica;
Exemplo: Morgan, A sociedade antiga: • Selvageria – barbárie – civilização; Critério tecnológico;
Idéias-chave do evolucionismo cultural • Destaque dado ao estudo dos aborígenes australianos • simplicidade da cultura material x complexidade do sistema de parentesco; • Estudos de parentesco e religião; • as crenças dos povos primitivos permitem compreender “sobrevivências” existentes nas sociedades civilizadas; Laplantine, p. 66-68.
Principais representantes • James Frazer (1854-1941) • Obra principal: O ramo dourado (12 volumes); • Mostrou interesse no estudo da religião; • Etapas evolutivas da humanidade: magia – religião – ciência;
Principais representantes • Lewis Henry Morgan (1818-1881) • Trabalho de campo com índios americanos; • Esquema evolutivo: Selvageria (caça e coleta) – barbárie (cerâmica, agricultura) – civilização (escrita)
Principais representantes • Edward Burnett Tylor (1832-1937); • Primeiro a tentar sistematizar o estudo da cultura; • Definição de cultura: “A cultura ou civilização, em sentido etnográfico alargado, é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes, e quaisquer outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade”. • Interessou-se pelo estudo da religião. Esquema: • Animismo – fetichismo – idolatria – politeísmo – monoteísmo
Críticas ao evolucionismo • as outras culturas são julgadas inferiores ou primitivas em função dos valores de uma sociedade determinada: sociedade européia do século XIX (postura etnocêntrica); • justificação teórica da prática imperialista; • reconstituições conjunturais na ausência de informações; • ausência de trabalho de campo (antropologia de gabinete); • comparativismo selvagem: traços culturais descontextualizados; a partir de Laplantine, p. 69
Essa preocupação de um saber cumulativo visa na realidade demonstrar a veracidade de uma tese mais do que verificar uma hipótese, os exemplos etnográficos sendo frequentemente mobilizados apenas para ilustrar o processo grandioso que conduz as sociedades a se tornarem sociedades civilizadas. Assim, esmagados sob o peso dos materiais, os evolucionistas consideram os fenômenos recolhidos (o totemismo, a exogamia, a magia, o culto aos antepassados, a filiação matrilinear...) como costumes que servem para exemplificar cada estágio. E quando faltam documentos, alguns (Frazer) fazem por intuição a reconstituição dos elos ausentes (Laplantine, p. 70).
Evolucionismo - contribuições • Realização de intenso trabalho; • Sistematização do conhecimento acumulado sobre os “povos primitivos” • Criação de sociedades científicas de etnologia; • Surgimento das primeiras cadeiras em universidades; • Criação de museus específicos para a antropologia;
Evolucionismo • Tentativa de resposta ao problema maior da antropologia: • Explicar a universalidade e a diversidade das técnicas, das instituições, das comportamentos e das crenças, comparar as práticas sociais de populações infinitamente distantes uma das outras tanto no espaço como no tempo. Laplantine, p. 72 • As diferenças observadas não eram resultado de predisposições congênitas (raça), mas de situações técnicas.
Esta apresentação, com circulação interna e para fins exclusivamente didáticos, foi elaborada a partir de seleção da seguinte fonte, a quem cabe os créditos pelas informações aqui veiculadas: • Laplantine, François. “Marcos para uma história do pensamento antropológico”. In: ______. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2007, p.63-74.