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FACULDADE PIO DÉCIMO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA. Sociologia PROFESSOR: ABIMAEL FERREIRA BARBOSA CARGA HORÁRIA : 30 HORAS HORÁRIO: 4ª Feira - 18 às 19:30 h. ARACAJU, 2006/2. CONTATOS: Site: www.abimaelfb.xpg.com.br
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FACULDADE PIO DÉCIMO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Sociologia PROFESSOR: ABIMAEL FERREIRA BARBOSA CARGA HORÁRIA: 30 HORAS HORÁRIO: 4ª Feira - 18 às 19:30 h. ARACAJU, 2006/2 CONTATOS: Site: www.abimaelfb.xpg.com.br E-mail: abimaelferreira@ig.com.br abimaelbarbosa@bol.com.br Fones: 3243-1762 9945-0253 Visite o site da Faculdade Pio Décimo: www.piodecimo.com.br
APRESENTAÇÃO Caríssimos alunos: A Sociologia está voltada para o conhecimento científico das relações sociais, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais. O seu estudo é de suma importância para a compreensão da interação do homem com a sociedade em seus diversos aspectos: econômicos, políticos, sociais, educacionais, culturais, antropológicos, jurídicos, psicológicos, entre outros. Ao longo deste curso buscaremos interagir os conhecimentos teóricos da Sociologia com o nosso cotidiano, desenvolvendo debates e reflexões, analisando textos e fatos sociais, não somente no que se refere ao mundo globalizado, como também no que diz respeito à sociedade brasileira. Desejo a todos, um ótimo semestre letivo. Prof. Abimael Ferreira Barbosa
REFLEXÃO “Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo ensinado pelo mundo afora. Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho; além do trabalho, a ação. E quando tudo mais faltasse, um segredo: O de procurar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”. Mahatma Gandhi.
PROGRAMA DA DISCIPLINA EMENTA O Estudo da Sociedade; Perspectiva Sociológica; A questão social; Desenvolvimento da Sociologia; A Sociologia e a busca da verdade; O Indivíduo e a Sociedade; Globalização e diversidade cultural; Desigualdade Social; Instituições Sociais; Responsabilidade Social; Dinâmica e Mudança Social. OBJETIVO Fornecer aos discentes o instrumental mínimo necessário dos conteúdos teórico-práticos sociológicos para que possam compreender o ambiente em que vive no contexto da realidade social do mundo globalizado. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1) O Estudo da Sociedade: conceito; perspectiva sociológica; fundamentos da ação social; a questão social; 2) A sociologia e a busca da verdade; a Sociologia como ciência; desenvolvimento da Sociologia; 3) O indivíduo e a sociedade: cultura; identidade cultural; globalização; diversidade cultural; 4) O processo de socialização; desvio social; crime; controle social; 5) A Desigualdade social: a desigualdade social no mundo e no Brasil; 6) As instituições Sociais: família; religião; educação; instituições políticas; economia e trabalho; 7) Dinâmica e Mudança Social: população; meio ambiente; mudança social; 8) Responsabilidade Social.
PROGRAMA DA DISCIPLINA REFERÊNCIAS DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Editora Nacional, 1974. DEMO, Pedro. Sociologia: uma introdução crítica. São Paulo: Atlas, 1985. DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia. São Paulo: Peraon & Prentice Hall, 2005. FORACCHI, Marialice Mencarine. MARTINS, José de Souza. Sociologia e sociedade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2000. LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Maria de Andrade. Sociologia Geral. São Paulo: Atlas, 1999. METODOLOGIA Aulas expositivas, uso de quadro, retro projetor, data show, DVD, TV, seminários, trabalhos individuais e em grupos. AVALIAÇÃO Exercícios, avaliação continuada, atividades em grupos, testes, auto-avaliação.
SOCIOLOGIAUNIDADE I O ESTUDO DA SOCIEDADE 1.1 CONCEITOS “Sociologia é o estudo científico das relações sociais, das formas de associação, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais, que se produzem nas relações de grupos entre seres humanos” (Lakatos, Marconi, 1999). A Sociologia estuda o homem e o meio humano em suas interações recíprocas. É o estudo do conhecimento objetivo da realidade social, na qual se inclui: A formação e desintegração de grupos; A divisão de sociedades em camadas; Mobilidade de indivíduos e grupos nas camadas sociais; Processo de competição e cooperação.
SOCIOLOGIAUNIDADE I O ESTUDO DA SOCIEDADE 1.2 A QUESTÃO SOCIAL A vida dos seres humanos apresenta várias dimensões: econômica, jurídica, política, moral, religiosa, cultural etc., que ocorrem e se desenvolvem durante a existência social do homem, ou seja, quando os seres humanos estão interagindo uns com os outros. Tais interações, independentemente do aspecto que possam assumir, formam o objeto central de estudo da Sociologia. A questão social centra-se basicamente no rápido processo de urbanização, provocando a degradação do meio ambiente e dos valores tradicionais. Conseqüentemente, as condições de habitabilidade se agravam com o surgimento de novos problemas, tais como a contaminação do ar e da água e o acúmulo de detritos humanos e industriais. Somam-se a tudo isso as desigualdades sociais e o desemprego que geram a violência urbana e os constantes conflitos pelo espaço da habitação e da ocupação de terras.
SOCIOLOGIAUNIDADE I O ESTUDO DA SOCIEDADE 1.2 A QUESTÃO SOCIAL A questão social engloba ainda o poder do capitalismo, o mundo globalizado, o avanço das tecnologias, a supremacia de nações poderosas que sobrepujam as nações subdesenvolvidas, a fome e a miséria dessas últimas nações, a Responsabilidade Social, os conflitos do Oriente Médio, as guerras civis e militares, as desigualdades sociais e os movimentos de grupos sociais em luta pela conquista do poder ou dos direitos sociais. O Mundo vive em constante mutação e as sociedades que o envolvem mudam na medida em que as necessidades da transformação exigem delas um maior grau de participação perante as outras.
SOCIOLOGIAUNIDADE I O ESTUDO DA SOCIEDADE 1.3 PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA A perspectiva sociológica busca observar além das aparências das ações humanas e das instituições. Pode ser também compreendida como o estudo científico da sociedade e sua influência sobre o comportamento humano. Nesse aspecto, os sociólogos utilizam métodos científicos para a abordagem dos diversos fenômenos sociais nas diferentes sociedades humanas. Em razão disto, um dos principais objetivos da Sociologia está em identificar aquilo que não está evidente, não parece claro, buscando elucidar quais os padrões e as influências do comportamento social. A “imaginação sociológica” é a habilidade que os sociólogos desenvolvem para enxergar a conexão entre a vida cotidiana dos indivíduos e os problemas sociais. Isto implica ter uma “visão sistêmica”, que consiste em identificar as ligações dos fenômenos particulares, de um ponto de vista microssociológico, ao sistema social como um todo.
SOCIOLOGIAUNIDADE I O ESTUDO DA SOCIEDADE 1.4 FUNDAMENTOS DA AÇÃO SOCIAL Para Weber (1991) apud Dias (2005), a Sociologia significa “uma ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la causalmente em seu curso e em seus efeitos”. Desse modo, a “ação social” toma o significado de uma ação que, “quanto ao sentido visado pelo indivíduo, tem como referência o comportamento de outros, orientando-se por estes em seu curso” (DIAS, 2005). Na verdade, a ação social orienta-se pelo comportamento de outros, seja este passado, presente ou esperado como futuro. A referência a “os outros” pode ser os indivíduos e conhecidos ou uma multiplicidade de pessoas completamente desconhecidas.
SOCIOLOGIAUNIDADE I O ESTUDO DA SOCIEDADE 1.4 FUNDAMENTOS DA AÇÃO SOCIAL A ação social pode ser determinada de quatro modos: Ação social racional referente aos fins: definida pelo cálculo racional que estabelece os fins e organiza os meios. Ex.: Ao adquirir um carro, o comprador levará em conta o custo-benefício, ou seja, se as vantagens proporcionadas pelo objeto satisfazem o investimento. Ação social referente a valores: determina-se pela importância do valor, não sendo considerado o êxito que se possa obter assumindo esse valor. Ex.: Na aquisição do carro, o comprador dará importância à marca ou à beleza do veículo. Ação social de modo afetivo: é determinada pelos afetos ou estados emocionais, isto é, a relação entre indivíduos se expressa em termos de lealdade e antagonismo. Ex.: o comprador comprará o veículo que mais goste, ou não comprará um determinado modelo em nenhuma hipótese. Ação social de modo tradicional: é determinada pelas tradições, pelos costumes de raízes. Ex.: Adquirir o veículo da mesma marca dos pais ou avós.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 2. A SOCIOLOGIA E A BUSCA DA VERDADE 2.1 AS FONTES DA VERDADE Existem muitas fontes de verdade possíveis nas quais os indivíduos se baseiam para compreender os fenômenos que os rodeiam e que são anteriores ao método científico. Eis algumas delas: A intuição : é a capacidade perceber, discernir ou pressentir uma explicação independentemente de qualquer raciocínio ou análise. A autoridade: que pode ser de diferentes tipos, como por exemplo: a sagrada, que repousa sobre a fé de que certa tradição ou documento é de origem divina - a Bíblia, o Alcorão, os Vedas, etc.; a atribuída a determinados grupos ou instituições tais como padres, pastores, curandeiros, igrejas, em razão de estarem constantemente recendo orientação divina. A tradição: fonte que transmite tranqüilidade, pois nela reside a sabedoria das pessoas mais velhas. O bom senso: verdade que é aceita sem nenhuma abordagem crítica. Ele estabelece relações entre fatos sem que se busque identificar as causas reais que os provocaram. A ciência: determina na atualidade, o modo mais importante de se obterem respostas sobre o mundo natural. A sociedade moderna curva-se à ciência, desprezando muitas vezes os outros modos de verdade.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 2. A SOCIOLOGIA E A BUSCA DA VERDADE 2.2. A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA “Por se tratar das interações e das relações humanas, a Sociologia traz um fato novo para o campo científico, que é o papel do observador, nesse caso, o cientista social. A Sociologia, diferentemente das outras ciências, tem como parte integrante do seu objeto de estudo o próprio observador. Este, ao mesmo tempo em que observa o fenômeno, sofre influências e influencia o seu objeto de estudo” (DIAS, 2005). A Sociologia é portanto uma ciência em função de que, os sociólogos, pelo fato de terem como objeto de estudo a sociedade e de utilizarem os métodos científicos que darão objetividade à sua pesquisa (principalmente os métodos da observação e da comparação), encontram no estudo da realidade concreta fatos sociais que influenciarão sua conduta, modificando conseqüentemente seus valores e interferindo na sua capacidade de análise. O sociólogo, ao mesmo tempo em que estuda determinado fato social, faz parte desse fato social. É portanto, observador e ao mesmo tempo participante do fato observado.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 3. DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA O surgimento da Sociologia ocorre num contexto histórico específico, que coincide com a desagregação da sociedade feudal e a conseqüente consolidação da sociedade capitalista. A Sociologia não é obra de um só homem; ela representa o resultado de um processo histórico, intelectual e científico que teve como apogeu o século XVIII, de onde se derivam os acontecimentos que marcaram esse século: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A evolução dos modos de pensamento dos racionalistas e dos iluministas em muito contribuiu para o desenvolvimento da sociologia, surgindo pensadores tais como Comte, Durkheim, Weber e Marx. A partir daí as sociedades nunca mais foram as mesmas. 3.1 AUGUSTE COMTE Em meados do século XIX, surge as “reações positivistas”, iniciadas pelo próprio criador da Doutrina Positivista, Auguste Comte. Comte defendeu a máxima objetividade, considerando como válidas as análises das sociedades somente quando feitas com critérios científicos (objetividade e positivismo),cuja fórmula positivista de definia por: “Saber para prever, a fim de prover”.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 3. DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA 3.1 AUGUSTE COMTE Por meio do positivismo, Comte desenvolveu os seguintes princípios: a) Prioridade do todo sobre as partes: para compreender um fenômeno social particular, devemos analisá-lo no contexto global a que pertence. b) O progresso dos conhecimentos é a característica da sociedade humana: a sucessão de gerações, com seus conhecimentos, permite uma acumulação de experiência e de saber que constitui um patrimônio espiritual objetivo eliga as gerações entre si. “O homem é o mesmo por toda a parte e em todos os tempos, em virtude de possuir idêntica constituição biológica e sistema cerebral”.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 3. DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA 3.2 KARL MARX Fundador do materialismo histórico e do capitalismo, Marx contribuiu para o desenvolvimento da Sociologia, salientando que as relações sociais decorrem dos modos de produção, numa tentativa de elaborar uma teoria sistemática da estrutura e das transformações sociais. Seu postular básico é o determinismo econômico, segundo o qual o fator econômico é o dominante do desenvolvimento estrutural da sociedade. Marx desenvolveu o Ciclo das Relações Técnicas de Produção, em que o homem se relaciona com outros seres humanos, originando as relações de produção. O conteúdo dessas relações leva ao modo de produção, onde se inserem: O processo de trabalho (sistematização). As forças produtivas (divisão de classes).
SOCIOLOGIAUNIDADE I 3. DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA 3.3 ÉMILE DURKHEIM Durkheim é considerado o fundador da Sociologia como ciência independente das demais Ciências Sociais. Ao preconizar o estudo dos fatos sociais como “coisas”, através de regras de rigor científico, determinou seu objeto, próprio dos estudos sociológicos e sua metodologia. Desse modo, a Sociologia adquiria o caráter científico da investigação das interações sociais. Em sua obra Divisão do Trabalho Social, Durkheim enuncia dois princípios básicos: Consciência Coletiva: os indivíduos pensam e agem coletivamente visando a construção de uma sociedade organizada. Solidariedade mecânica e orgânica: A primeira diz respeito a formas institucionais diversas, sujeitas ao perecimento e à renovação. A segunda traduz uma isonomia, uma reciprocidade de interesses e ações de uma consciência coletiva.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 3. DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA 3.3 ÉMILE DURKHEIM O FATO SOCIAL Durkheim considera o “fato social” como sendo toda a maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter, tendo como principais características: A Exterioridade: age em relação às consciências individuais; A Coercitividade: ou força, que o fato social exerce sobre os indivíduos; A Generalidade: existente em virtude de ser comum ao grupo ou à sociedade. Para que seja caracterizado um fato social, é necessário que exista pelo menos duas de suas três características intrínsecas ao fato. Por exemplo : a Independência do Brasil; a Proclamação da República; A Revolução de 1964 (o poder militar); A Globalização; O MST; A Transposição do Rio São Francisco; O PCC; A violência nos estádios de futebol. A violência urbana; Os crimes coletivos. Os suicídios coletivos.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 3. DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA 3.3 ÉMILE DURKHEIM O FATO SOCIAL A sociedade brasileira, historicamente, ainda se encontra em formação. A ocorrência de “coisas” ou fatos sociais vem se registrando ao longo de sua história. A Independência do Brasil, por exemplo, foi um fato social de extrema importância para a nossa sociedade, pois no seu processo se inseriram as consciências individuais (exterioridade), pelas quais o pensamento de liberdade foi moldando conscientemente em cada indivíduo. A necessidade dessa liberdade exerceu sobre a sociedade uma força, uma coerção (coercitividade), de tal maneira que, para o povo brasileiro, viver sem essa liberdade tornava-se humanamente impossível. Por fim, a generalidade do fato: de norte a sul, de leste a oeste do Brasil, o consenso de liberdade espalhou-se de tal maneira que todos se uniram em torno da sua conquista. Assim, as três características do fato social estiveram presentes no processo de Independência da Nação Brasileira, transformando-se num fato social histórico.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 3. DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA 3.4 MAX WEBER Weber desenvolveu o estudo comparado da história, da economia e da história das doutrinas religiosas, razão porque é considerado o fundador da disciplina sociologia da religião. Entre suas contribuições à Sociologia, encontram-se os estudos sobre a burocracia, sobre os sistemas de estratificação social e sobre a questão da autoridade (vista em tópico anterior). O desenvolvimento de uma rica metodologia para os estudos da sociedade e de um instrumento de análise dos acontecimentos ou situações concretas que exigia conceitos precisos e claramente definidos, a que chamou “tipo ideal”. Suas teses a respeito do capitalismo com o protestantismo tornaram-se famosas. A ética protestante e o capitalismo (1905) e Economia e sociedade (1922 – obra póstuma), são suas principais obras publicadas.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 4. O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE 4.1 A CULTURA “O entendimento do significado da cultura, da relatividade dos hábitos, costumes e valores e da transitoriedade poderão tornar o ser humano mais tolerante, pois aquilo que julgamos certo ou errado, justo ou injusto, bom ou ruim pode ter diferentes significados em outros lugares, e num outro momento. O árabe muçulmano que comete suicídio num carro-bomba, acreditando que irá para o paraíso, certamente não tomaria essa atitude se tivesse sido criado numa cultura como a brasileira” (DIAS, 2005). A palavra cultura tem para o senso comum o significado de um acúmulo de conhecimentos, de saber. É culto o indivíduo que sabe as coisas. Compreende-se que, ter cultura é ter conhecimento acumulado. É falso afirmar que um homem culto significa que tem cultura e que os moradores da roça são pessoas sem cultura. Ou de que os índios apresentam uma cultura inferior à dos brancos. Na realidade, todos os seres humanos possuem cultura e esta não pode ser melhor ou inferior a uma outra. Apenas serão diferentes.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 4. O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE 4.1 A CULTURA CONCEITOS Existe uma diversidade de definições sobre cultura, todas elas aceitas do ponto de vista científico. Assim podemos destacar algumas delas: “Sistema de idéias, conhecimentos, técnicas e artefatos, de padrões de comportamento e atitudes que caracteriza uma sociedade” (Dicionário de Sociologia Globo). “Conjunto acumulado de símbolos, idéias e produtos materiais associados a um sistema social, seja ele uma sociedade ou uma família” (Allan G. Johnson). “É aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (Edward B. Tylor).
SOCIOLOGIAUNIDADE I 4. O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE 4.1 A CULTURA DENOMINAÇÕES Cultura de massas:“é a cultura que surge em função do produto da indústria cultural, representada pelas mídias (TVs, rádios, jornais, revistas). Ela não ocupa o lugar da cultura superior (ou das elites) ou da cultura popular, apenas cria para si uma terceira faixa, que complementa e vitaliza os processos das culturas tradicionais” (DIAS, 2005). Cultura popular:“é um conjunto disperso de práticas, representações e formas de consciência que possuem lógica própria (o jogo interno do conformismo, do inconformismo e da resistência), distinguindo-se da cultura dominante exatamente por essa lógica de práticas, representações e formas de consciência)” (Marilena Chauí). Influência cultural: é identificada a partir da impregnação de caracteres de outras culturas diferentes daquela existente em uma sociedade (Abimael).
SOCIOLOGIAUNIDADE I 4. O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE 4.2 IDENTIDADE CULTURAL A procura de uma identidade cultural é refletida pela afirmação de uma diferença e de uma semelhança. Nessa busca, procura-se identificar aqueles que são iguais, que se identificam uns com os outros. Desse modo, fortalece o sentimento de solidariedade grupal. Contraditoriamente, a semelhança de uns é a diferenciação de outros. Assim, a identidade assume esse aspecto aparentemente contraditório, de necessitar estabelecer as diferenças em relação aos outros membros de outras sociedades. Isto se transforma num aspecto muito importante da cidadania num mundo globalizado de hoje, isto é, reconhecer o direito o outro de ser diferente, seja em termos étnicos, culturais, sexuais, religiosos, etc. O fundamental é que o respeito à identidade do outro constitui a convivência da diversidade, permitindo, por meio da difusão cultural, o enriquecimento de todas as culturas, com possibilidades de modificá-las e aproximá-las.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 5. GLOBALIZAÇÃO 5.1 CONCEITOS DE GLOBALIZAÇÃO A Globalização é um processo de aprofundamento da integração econômica e social dos países do Mundo no final do século XX, é um fenômeno observado na necessidade de formar uma Aldeia Global que permita maiores ganhos para os mercados internos já saturados. (pt.wikipedia.org). Processo de integração econômica mundial que acontece com a abertura do comércio internacional. Significa um avanço do capitalismo, um mecanismo que busca a redução de custos e o aumento da produtividade na fabricação de mercadorias. Há dois ingredientes fundamentais para a consolidação desse fenômeno: a queda de barreiras alfandegárias entre os países e a revolução tecnológica, em particular no campo da informação (computador, telefone, televisor e internet). (www.portalbrasil.eti.br). Fenômeno sócio-político-ecnômico-cultural que abrange todas as Nações do Mundo, desde que inseridas no proceso das TIC’S – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO. (Abimael).
SOCIOLOGIAUNIDADE I 5.GLOBALIZAÇÃO 5.2 DIVERSIDADE CULTURAL A diversidade cultural é fruto da influência do mundo globalizado, segundo a análise de diversos cientistas sociais. Isto, graças às TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação, que impulsionam o mundo para a comunicação em tempo real. A economia globalizada arrasta consigo as culturas de diversos países, promovendo o intercâmbio cultural entre eles. A recente Copa do Mundo na Alemanha foi uma demonstração dessa interação cultural mundial. Essa diversidade, entretanto, encontra resistências que partem de movimentos sociais e de setores da sociedade: surgem movimentos fundamentalistas que se apegam às tradições como resistência à globalização ocidentalizante. A globalização pode se tornar a responsável pela diversidade cultural entre as nações, confundindo assim, as tradições culturais existentes até hoje.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 6. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO 6.1 O SER HUMANO COMO SER SOCIAL “O homem, que por meio das interações recíprocas cria um sem-número de instituições, organizações e fenômenos sociais, ao nascer, já encontra o grupo estruturado com uma quantidade incontável de valores, normas, costumes, etc. E pela transmissão cultural aprende a viver em sociedade, transformando-se de um animal da espécie humana em um ser humano culturalmente definido” (DIAS, 2005). Nesse sentido, a sociedade ou grupo social precede o indivíduo, isto é, vem antes do indivíduo, sendo o ser humano, à luz da Sociologia, um produto da interação social. Tal afirmação, porém, não recebe a aprovação unânime dos cientistas sociais, tendo em vista que outras ciências, como Psicologia, não confirma esta afirmação. Pode-se afirmar que sem contato com o grupo social, o animal homem dificilmente desenvolveria as características chamadas de “humanas”.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 6. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO 6.2 DESVIO SOCIAL Para Dias (2005), o desvio social é o comportamento do indivíduo que se afasta das normas adotadas em determinada sociedade. Nesse aspecto leva-se em conta um comportamento anormal, ou seja, aquele que não segue normas ou regras do grupo. Pode ser um comportamento qualquer que não corresponde às expectativas da sociedade. Na verdade, os desvios sociais podem ser socialmente aprovados ou reprovados. Por exemplo, podem ser considerados anormais os comportamentos do criminoso, da prostituta ou do alcoólatra. Mas também são anormais os comportamentos de músico genial, um jogador de futebol fenomenal, um campeão de ginástica, ou de um aluno que só tira nota 10. O desvio social é universal, ou seja, pode ocorrer em diversas sociedades do mundo, não sendo específico de uma única sociedade. A partir do momento em que uma sociedade estabelece regras e regulamentos, ocorre a violação dessas regras, com punição para os transgressores.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 6. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO 6.2 DESVIO SOCIAL 6.2.1 Crime O crime é um dos maiores problemas sociais não somente do Brasil como de muitas partes do mundo. O crime é considerado um desvio social em função de que envolve a violação de normas sociais importantes. Um crime pode ser definido como um tipo específico de desvio das normas sociais estabelecidas por lei, ou seja, legalmente instituídas por uma autoridade política. 6.2.2 Marginalidade Quando um indivíduo se situa fora ou à margem do grupo, contradizendo as normas sociais, dá-se a esse fenômeno social o nome de “marginalidade”. Trata-se de um fenômeno incluído como um tipo de desvio social bastante complexo, em virtude de que os indivíduos desse grupo criam suas próprias normas à margem da sociedade. A questão social da marginalidade é bastante controvertida dentro da própria Sociedade: alguns atribuem a marginalidade ao próprio indivíduo, que faz essa opção. Outros atribuem à Sociedade e ao Estado a responsabilidade pelo crescimento da marginalidade, com a ausência de educação e emprego.
SOCIOLOGIAUNIDADE I 6. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO 6.3 CONTROLE SOCIAL A ordem de uma sociedade deve se apoiar numa rede papéis, dentro dos quais cada pessoa aceita determinados deveres em relação aos outros e deles reivindica certos direitos. Se cada indivíduo cumprir o seu papel social rigorosamente, a sociedade terá êxito no seu funcionamento, pois é cada uma das partes que forma o todo. O organismo humano, por exemplo, somente funciona perfeitamente se todos os seus órgãos, tecidos e células funcionem convenientemente. Assim também é a sociedade. Assim, sendo fundamental para o seu funcionamento, a sociedade cria um mecanismo denominado de “controle social”, direcionado para aqueles que não cumpram o seu papel sejam forçados a fazê-lo. Nesse aspecto, há dois tipos de controle social: o informal, utilizado casualmente pelas pessoas (sorrisos, olhar de reprovação, advertência verbal) e o formal, quando o controle é exercido por agentes autorizados e institucionalizados, como policiais civis e militares, médicos, empregadores, etc. Existem três tipos de controle social: “socialização”, “pressão do grupo” e “sanções”. As sanções podem ser: positivas (recompensas) e negativas (punições).
SOCIOLOGIAUNIDADE I LEITURA DA UNIDADE I ANOMIA Durkheim denominou de “anomia” ao enfraquecimento das normas numa dada sociedade, considerando-a como sendo uma desorganização tal da sociedade que enfraqueceria a integração dos indivíduos que não sabem que normas devem seguir. Para Durkheim, numa sociedade ou grupo social em anomia “faltará uma regulamentação durante certo tempo. Não se sabe o que é possível e o que não é, o que é justo e o que é injusto, quais as reivindicações e esperanças legítimas, quais as que ultrapassam as medidas”. Confinamento e anomia (Dressller e Willis Jr., 1980). As pessoas que sobreviveram aos campos de concentração nazistas testemunharam que, enquanto encarceradas, elas estavam em um estado que poderia ser considerado de extrema anomia. Ao entrarem nos campos, elas mantiveram os seus valores habituais, incluindo um sentimento de íntima identificação com seus camaradas sofredores. Elas se tratavam com compaixão, cooperavam para tapear os guardas e não se roubavam uns aos outros. Pouco a pouco, porém, algumas delas mudavam. Impelidas pela privação, saúde precária, tortura e ameaça de exterminação, elas passavam a violar as normas que prezavam grandemente à época da admissão. Algumas roubavam dos seus camaradas; algumas informavam sobre os prisioneiros que tinham violado os regulamentos; outras buscavam privilégios especiais colaborando com os seus captores, de um modo ou de outro. Esses desertores se afastaram de seus colegas prisioneiros. Eles sabiam que não pertenciam àquele mundo, mas não tinham nenhum outro mundo no qual participar. Eles abandonaram as normas às quais eles tinham anteriormente subscrito, mas eles não tinham nenhum sistema de normas substitutivas que fosse consistente, amplo ou conscientemente reorganizado e aceito.
SOCIOLOGIAUNIDADE I Fim da Unidade I A nossa Primeira Avaliação será no dia 20.09.06 Valor: 0 a 7 pontos + O valor do trabalho em grupo: (0 a 3 pontos). A presença de todos é fundamental. Importante evitar a Segunda Chamada, pois ela tem um custo muito alto para o aluno. Porém, se for impossível a sua presença no dia da prova, observe o prazo para requerer a segunda chamada: 48 horas após a realização da prova!!! Visite o site da PIO DÉCIMO: www.piodecimo.com.br Visite o site do Professor: www.abimaelfb.xpg.com.br
SOCIOLOGIAUNIDADE II 7. A DESIGUALDADE SOCIAL A desigualdade social tem sido uma das maiores preocupações da humanidade. Ela parece estar aumentando com o aceleramento da globalização e da revolução científico-tecnológica. Isto é observado através da divulgação periódica dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), pela Organização das Nações Unidas (ONU), demonstrando que os países mais ricos estão se distanciando dos mais pobres, aumentando o fosso social que separa o Norte Desenvolvido do Sul subdesenvolvido. Em qualquer parte do planeta observa-se que as imagens da fome refletem no dia-a-dia das pessoas comuns dos países desenvolvidos, forçando-as a pressionarem os governos e instituições nas tomadas de ações com o intuito de minorar o sofrimento dos mais pobres. Tal cenário torna possível a mobilização de manifestações mundiais, encontrando na tecnologia uma grande aliada para essas finalidades. A desigualdade social gera os conflitos internos e externos das sociedades mundiais, levando as nações muitas vezes ao caos social, como acontece em muitos países da África, da América Central, e até mesmo da Europa.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 7. A DESIGUALDADE SOCIAL 7.1 A DESIGUALDADE SOCIAL NO MUNDO Apesar da evolução tecnológica implementada pela humanidade, conseguindo grandes avanços na medicina e extraordinária produtividade agrícola por meio da agricultura mecanizada, o sistema econômico mundial eminentemente capitalista tem se mostrado impotente na superação da profunda desigualdade social que impera na maior parte do planeta. Na verdade, instala-se um paradoxo, ao se observar que a concentração de riqueza vem aumentando no mundo atual, trazendo por conseqüência, novos tipos de desigualdades, sendo uma delas a de acesso à informática, que implica no aumento da desigualdade de acesso à informação, ou seja, o conhecimento produzido passa a ser incorporado por uma minoria, que por sua vez detém cada vez mais o controle dos processos de produção da riqueza global. Nas grandes cidades, mesmo naquelas de países ditos desenvolvidos ou em desenvolvimento, as desigualdades sociais são observadas nitidamente, através da proliferação de favelas em ritmo muito mais acelerado do que o desenvolvimento da classe média.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 7. A DESIGUALDADE SOCIAL 7.2 A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL Segundo Dias (2005), as raízes da desigualdade social no Brasil não diferem daquelas dos outros países latino-americanos. A forma de colonização, a profunda dependência externa do país, a acumulação de riqueza pelas camadas mais altas da população, a marginalização histórica de parcelas significativas da população ( os negros, por exemplo não conseguiram aumentar sua inserção social), aliadas a práticas administrativas que privilegiam o apadrinhamento político e favorecem o desvio de verbas, podem explicar a situação atual de pobreza, desigualdade e miséria em que vive uma parcela significativa da população brasileira. O cenário brasileiro das desigualdades sociais planta-se basicamente na educação e nas raízes culturais do povo. Parece existir uma espécie de “acomodação social” imprimida pela massa populacional, que não busca despertar-se para os problemas da pobreza que a envolvem. Aceita pacificamente as discrepâncias, as corrupções políticas que promovem o desvio de verbas dirigidas para as ações sociais e se acomoda diante de folias ilusionistas como o futebol, o carnaval e festas populares oferecidas por políticos inescrupulosos, que se aproveitam dos cargos públicos para enriquecer-se absurdamente: Exemplo recente, os “SANGUESSUGAS” e o “VALERIODUTO”.
SOCIOLOGIAUNIDADE II Ao lado, visualiza-se o cenário da pobreza no Brasil, em 2000. A desigualdade social tem sido a grande responsável para o aumento da pobreza extrema no país. O Estado, entretanto, procura fazer “vistas grossas” ao problema, buscando mais o fortalecimento do poder político do que as soluções para os problemas sociais. 7. A DESIGUALDADE SOCIAL 7.2 A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL Dados da pobreza extrema – Brasil 2000 Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000; FERRARI, Lívia. “Pobreza extrema atinge 21,7 milhões”. Gazeta Mercantil, 17 set. 2003, p. A-5.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS “O que caracteriza as instituições são os diferentes status e papéis construídos ao longo do seu processo de institucionalização – papéis que se inter-relacionam de maneira previsível” (DIAS, 2005). Algumas instituições são encontradas em todas as sociedades. Estas são consideradas básicas, a exemplo da instituição familiar, educacional, religiosa, econômica e política. Cada uma delas possui funções e responsabilidades atribuídas pela sociedade na qual estão inseridas. 8.1 CONCEITO Instituição social é um sistema complexo e organizado de relações sociais relativamente permanente, que incorpora valores e procedimentos comuns e atende a certas necessidades básicas da sociedade. As instituições podem ser definidas também como organizações de normas e costumes para a obtenção de alguma meta ou atividade que as pessoas julguem importante. As instituições formam a estrutura permanente, dentro da qual operam a cultura e a estrutura social. As instituições são conjuntos organizados de crenças e práticas. É, portanto, uma maneira definida, formal e regular de fazer alguma coisa.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS 8.2 O PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO A institucionalização é o processo pelo qual certas atividades vão adquirindo padrões e rotinas. Além disso, são atividades esperadas e aprovadas que visam atingir objetivos considerados importantes. O papel é dito institucionalizado quando é padronizado, aprovado e esperado. A briga de rua não é institucionalizada, mas a luta de box profissional sim, porque apresenta regras padronizadas e uma determinada rotina (campeonato por categoria). O ensino em uma sala de aula é institucionalizado porque está formalizado, é regular e previsível, caracterizando-se por certos relacionamentos sistematizados entre professores,alunos e a administração escolar. A institucionalização desenvolver um sistema regular de normas, status e papéis sociais que são aceitos pela sociedade. Co a institucionalização o comportamento espontâneo e imprevisível é substituído pelo comportamento regular e previsível. As instituições promovem a regularidade da vida social, pois desenvolvem padrões de conduta e comportamento que devem ser seguidos pelas pessoas que nelas operam.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS 8.3 A FAMÍLIA Entende-se por família como um grupo aparentado responsável pela socialização de suas crianças e pela satisfação de necessidades básicas. Consiste em um aglomerado de pessoas relacionadas entre si pelo sangue , casamento, aliança ou doação, vivendo juntas em uma mesma casa por um período de tempo indefinido. A família é considerada uma unidade social básica e universal. Ela é básica porque dela depende a formação da sociedade. É universal por ser encontrada em todas as sociedades humanas, de uma forma, ou de outra. Existem dois tipos de estrutura familiar: a monogâmica e a poligâmica. A monogâmica, universalmente, é a mais comum forma de casamento, que envolve o casamento do homem com uma só mulher. Há porém sociedades que admitem a poligamia, em que o homem é casado com mais de uma mulher e vice-versa. Existem dois tipos de poligamia: A poliandria, que é a união de uma mulher com mais de um homem simultaneamente, como existe em certas culturas na região central da China, entre tribos do Tibet e entre os esquimós. A poliginia, que permite o casamento do homem com várias mulheres, como ocorre entre os povos árabes e entre tribos africanas.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS 8.4 A RELIGIÃO A religião é uma instituição que assume múltiplas formas em função de cada cultura, possuindo também diferentes significados. Para Durkheim, não existem religiões falsas. À sua maneira, todas são verdadeiras, todas respondem, mesmo que diferentes formas, a condições dadas da existência humana. Para muitas pessoas, a religião constitui um real apoio psicológico, permitindo responsabilizar a divindade o sobrenatural ( o destino, o que está escrito) pelos seus próprios erros e fracassos. Muitos acreditam que a religião transmite uma sensação de segurança, pois aquele que tem fé está protegido pela divindade. A religião facilita o conformismo e contribui para que as pessoas aceitem o inaceitável, como a morte, a pobreza, a desigualdade, a dor, etc. As instituições religiosas exercem papéis fundamentais na sociedade: no processo de Socialização, no controle social, na intervenção de conflitos sociais, etc.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS 8.5 A EDUCAÇÃO A educação é uma das atividades básicas das sociedades humanas. É através da educação que a sociedade procura transmitir suas tradições, costumes e habilidades aos mais jovens. Sua função primordial é contribuir para a manutenção das sociedades, transmitindo suas idéias, normas e valores de geração a geração, ao tempo em que prepara jovens para o desempenho de seus papéis sociais estabelecidos pela sua respectiva cultura. Assim, a educação é um reflexo da cultura, manifestando nas sociedades complexas os conflitos existentes para a busca de mudanças que visem o desenvolvimento cultural, intelectual e tecnológico. A educação institucionalizada visa a reprodução do saber, na qual se inclui dois aspectos: A reprodução pura e simples do que conhecido, entendido e interpretado; A reprodução realizada por uma abordagem crítica e criteriosa, incorporando novos elementos em função da realidade vivida.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS 8.6 AS INTITUIÇÕES POLÍTICAS A instituição política é um sistema social e cultural no qual estão estabelecidos métodos relativamente formais para a aquisição e o exercício do poder, no âmbito de uma determinada jurisdição, por meio de órgãos considerados como tendo autoridade legítima. A instituição política reflete em uma sociedade, geralmente, a idéia de poder do Estado, que detém o monopólio da coerção física. As formas de governo são as mais diversas, incluindo-se entre as mais importantes, as seguintes: Monarquia – exercida por um poder soberano (rei ou rainha); Oligarquia – Por membros deuma mesma família; Democracia – Exercido pelo povo através de seus representantes; Didatura – Quando o poder do Estado encontra-se nas mãos de uma só pessoa ou grupo de pessoas (Getúlio Vargas, no Brasil; Pinochet, no Chile; Fidel Castro, em Cuba; os militares, no Brasil).
SOCIOLOGIAUNIDADE II 9. ECONOMIA E TRABALHO 9.1 A INSTITUIÇÃO ECONÔMICA “As sociedades humanas criaram formas de atender às necessidades de um número cada vez maior de indivíduos. Embora permaneçam em situações de desigualdades, é inegável que as instituições econômicas atendem, proporcionalmente, a um número maior de indivíduos do que no passado” (DIAS, 2005). Do ponto de vista da Sociologia, a instituição econômica é estudada como uma instituição social, destacando-se a estrutura dos papéis e o status que a formam. Desse modo, define-se a instituição econômica como um sistema social e cultural diretamente relacionado com a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços. A função básica da instituição econômica é prover os meios necessários de sobrevivência para os membros de uma determinada sociedade. • Bases da instituição econômica: • produção • distribuição • consumo de bens e serviços
SOCIOLOGIAUNIDADE II 10. DINÂMICA E MUDANÇA SOCIAL 10.1 CONCEITOS A dinâmica social está intrinsecamente relacionada com a dinâmica do crescimento da população mundial. Ao longo da sua história, a humanidade vem dinamizando um crescimento gradativo e até mesmo ordenado até meados do século XIX. Entretanto, a partir do século XX, o crescimento populacional acelerado vem preocupando bastante os cientistas sociais, principalmente no que tange às nações subdesenvolvidas, exceção da China, que tem a maior população do planeta (com cerca de 1,5 bilhão de pessoas, o que representa cerca de um quarto da população total da terra) e que emerge como um dos países que mais tem se desenvolvido economicamente no mundo. Por outro lado, a mudança social envolve estudos das tendências demográficas, das alterações na estrutura familiar, na estrutura da estratificação social, entre outros aspectos. É impossível imaginar um mundo em que sua dinâmica não se torne preocupante em função dos problemas de superpopulação, do meio ambiente e da mudança social.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 10. DINÂMICA E MUDANÇA SOCIAL 10.2 POPULAÇÃO A questão da ocupação do homem nos espaços naturais vem sendo estudada pelos cientistas sociais que trazem à tona o problema da superpopulação do planeta e a dificuldade de abastecimento dessa grandiosa massa de indivíduos nos anos vindouros. Ao iniciar o século XXI, contabiliza-se cerca de 6 bilhões de pessoas no planeta. Isto, sem contar com a miséria dos países pobres que elevam a taxa de mortalidade infantil cada vez mais crescente, as guerras civis dos países africanos, principalmente, que dizimam bastante o número de pessoas, as guerras militares entre países do Oriente Médio, sempre protagonizadas pelos Estados Unidos, os problemas de alimentação e saúde, as catástrofes naturais que têm sepultado milhares de vidas no mundo inteiro, além das violências urbanas representadas pelos crimes e pelos acidentes de transito que matam, no mundo inteiro, uma boa parcela da população. Mesmo com esses altos índices de mortalidade em diversos ângulos da existência humana, é preocupante o índice de natalidade, justificando desse modo, os estudos de Thomas Malthus que no século XIX preocupou-se com a relação entre o crescimento populacional e a produção de alimentos.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 10. DINÂMICA E MUDANÇA SOCIAL 10.3 MEIO AMBIENTE A questão do meio ambiente está atrelada a dois aspectos básicos: o crescimento populacional e a industrialização mundial. A produção industrial estimulada pelo crescimento econômico mundial, gera a necessidade de utilização de grandes quantidades de energia e de recursos naturais, que terminam por configurar um quadro de degradação do meio ambiente em contínuo processo. Na segunda metade do século XX, os problemas ambientais se agravaram e começaram a parecer com maior visibilidade para amplos setores da população, principalmente dos países desenvolvidos, os mais afetados pelos impactos provocados pela Revolução Industrial. Um dos primeiros casos de agressão à natureza com conseqüências graves para o homem e que repercutiu mundialmente, foi a contaminação da baía de Minamata, no Japão, onde se registrou casos de disfunções nos pescadores e suas famílias que se alimentavam dos peixes pescados no local, causados pelos resíduos químicos lançados no rio por uma indústria química instalada em suas margens. De lá para cá, o mundo já viu inúmeros acidentes ecológicos de proporções gigantescas.
SOCIOLOGIAUNIDADE II 10. DINÂMICA E MUDANÇA SOCIAL 10.4 MUDANÇA SOCIAL As sociedades humanas sofrem constantes transformações ao longo do tempo, constituindo sua principal e marcante característica. Ao contrário do que se pensa, não é a estabilidade social que caracteriza a humanidade, mas sua capacidade de mudar constantemente. Isto é possível graças ao seu poder adaptativo, visto que o ser humano consegue se movimentar e habitar em praticamente qualquer lugar da face da terra e, mais recente, até mesmo do espaço. Com a globalização e a revolução tecnológica, as mudanças vêm ocorrendo com maior velocidade, afetando um maior número de pessoas em relação aos tempos idos. Do ponto de vista sociológico, a complexidade de vida social aumentou, promovendo o surgimento de muitos problemas sociais novos e que ainda carecem de explicações. No limiar deste novo século, a velocidade das mudanças tecnológicas vem sendo acompanhadas por profundas alterações nos costumes e nas práticas cotidianas. O mundo não é mais o mesmo. Instala-se a complexidade das mudanças, fazendo surgir novos conceitos e estudos das sociedades.
SOCIOLOGIAUNIDADE II RESPONSABILIDADE SOCIAL ESTE CONTEÚDO ESTÁ DISPONÍVEL NO SITE DO PROFESSOR: www.abimaelfb.xpg.com.br ELE SERÁ TEMA PARA DEBATES EM SALA DE AULA APÓS PROJEÇÃO DE FILME REFERENTE AO ASSUNTO, PREVISTO PARA O DIA 01.11.06. VISITE O SITE DA FACULDADE PIO DÉCIMO: www.piodecimo.com.br