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O ALUNO JOVEM E ADULTO, SEGUNDO EDUCADORES DA EJA. Cristina Metz Hanauer, Emília Peters da Costa, Maria Margarete Canabarro Professora Dóris Maris Luzzardi Fiss - PEAD.
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O ALUNO JOVEM E ADULTO, SEGUNDO EDUCADORES DA EJA Cristina Metz Hanauer, Emília Peters da Costa, Maria Margarete Canabarro Professora Dóris Maris Luzzardi Fiss - PEAD A partir desta pesquisa que realizamos com professores de Educação de Jovens e Adultos (EJA) objetivamos compreender as especificidades deste grupo de educandos que, na realidade, se subdivide em dois. Conhecer quem é este aluno, suas características, experiências e dificuldades no cotidiano escolar trará subsídios para a realização um trabalho político-pedagógico mais comprometido com a educação, cultura e cidadania destas pessoas já tão marginalizadas em nossa sociedade. Alguns resultados: • Utilizamos a entrevista como metodologia de pesquisa. Cinco professores que atuam na EJA concordaram em responder questões referentes a: • identidade e características do aluno • linguagem e pensamento • dificuldades no cotidiano e sala de aula • funcionamento cognitivo x grupos culturais • elementos do trabalho na EJA • efeitos de programas educativos na EJA Analisando os dados coletados à luz dos autores estudados na interdisciplina Educação de Jovens e Adultos, percebemos que o aluno da EJA, quando adulto é, na maioria das vezes, aquele que não teve oportunidade de estudar na idade própria, pois teve que trabalhar para ajudar no sustento da família; quando é ainda jovem, normalmente não obteve êxito no ensino regular, teve problemas de adaptação na escola e evadiu; ambos necessitam conciliar trabalho e estudo atualmente e alguns estão à procura de emprego, confirmando o que nos diz HARA, 1992: “A evasão é enorme, poucos aprendem com competência e o nível de ganho de consciência é sempre muito baixo.” As dificuldades para concluir os estudos estão relacionadas ao cansaço físico, faltas e evasão, pois as responsabilidades do mundo do trabalho se sobrepõem à escola. Encontramos, na fala dos professores entrevistados, que a linguagem própria do aluno jovem e adulto também pode ser um obstáculo, juntamente com aulas adaptadas do ensino regular sobre temas que não interessam aos adultos, o que coincide com o que diz OLIVEIRA, 1999: “Currículos, programas, métodos de ensino foram originalmente concebidos para crianças e adolescentes que percorreriam o caminho da escolaridade de forma regular”. O fato de na mesma sala de aula conviverem dois grupos culturais bem distintos pode influenciar na construção do conhecimento destes alunos, mas isto não é determinante de fracasso, pois o professor preparado para atender a este grupo tão heterogêneo pode usar estas diferenças na qualificação do diálogo em grupo, aprendendo de e com seu aluno, conforme GIROUX, 1990: “os professores precisam desenvolver práticas educativas em que professores e alunos se comprometam uns com os outros como agentes de culturas diferentes/semelhantes.” Concluímos que a EJA deve considerar, então, aspectos próprios da identidade do jovem e do adulto que retoma a escolarização, tanto para efeitos de currículo como para a prática pedagógica. Como nos revela OLIVEIRA, não devemos estereotipar esses alunos, pois “... tratar o adulto de forma abstrata, universal, remete a um certo estereótipo de adulto, muito provavelmente correspondente ao homem ocidental, urbano, branco, pertencente a camadas médias da população”. Esta questão deve ser analisada e pontuada, devendo haver, no currículo escolar desse sujeito, propostas articuladoras que contemplem aspectos da sua vida familiar, social e profissional. Referências: GIROUX, Henry. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político. In: FREIRE, Paulo e MACEDO, Donaldo. Alfabetização: leitura da palavra, leitura do mundo. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 1-27 HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992 OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nov e /Dez. 1999, n. 12, p. 59-73