200 likes | 333 Views
Cefaléias. Marília Polo Minguete e Silva Acadêmica da 4ª série de Medicina
E N D
Cefaléias Marília PoloMinguete e Silva Acadêmica da 4ª série de Medicina Faculdade de Medicina de Marília
Regras Gerais • 1. Cada tipo distinto de cefaléia que o paciente relata deve ser, separadamente, diagnosticado e codificado • Ex.: Um paciente gravemente acometido pode receber vários diagnósticos diferentes: 1.1 Migrânea sem aura 2.2 Cefaléia tipo tensional episódica freqüente • 8.2 Cefaléia por uso excessivo de medicação • 2. Quando um paciente recebe mais de um diagnóstico, eles devem ser listados de acordo com a importância relatada pelo paciente
Regras Gerais • 3. Se um tipo de cefaléia em um paciente preenche igualmente dois critérios diagnósticos explícitos, então todas as outras informações disponíveis precisarão ser usadas para decidir qual alternativa é a correta ou a que mais se aproxima daquele diagnóstico. • Isso pode incluir a história da cefaléia ao longo da vida do paciente (como a cefaléia começou?), a história familiar, o efeito das medicações, relação com menstruação, idade, sexo e uma gama de outros fatores.
Regras Gerais • 4. Para que qualquer diagnóstico particular seja dado, • TODOS os critérios listados devem ser preenchidos • Categorias de diagnósticos prováveis existem para várias doenças para serem usados quando um único critério não é preenchido • 5. O preenchimento dos critérios diagnósticos para • Migrânea, Cefaléia do tipo tensional ou Cefaléia em salvas e outras cefaléias trigêmino-autonômicas, ou qualquer outro desses subtipos, sempre prevalece sobre o preenchimento de critérios para as categorias de diagnósticos prováveisde uma delas. • Ex.: um paciente que preencha critérios tanto para: 1.6 Migrânea provável e • 2.1 Cefaléia do tipo tensional episódica infreqüente, deve ser • codificado pela última.
Regras Gerais • 6. Considerações devem sempre ser feitas devido à possibilidade de algumas crises de cefaléia preencherem um conjunto de critérios e outras crises preencherem outro conjunto de critérios • Nesses casos, dois diagnósticos existem e os dois devem ser anotados. • 7. Quando há suspeita de que um paciente possui mais de um tipo de cefaléia, é altamente recomendado que se preencha o diário de dor, no qual, para cada episódio de cefaléia, as principais características da crise sejam anotadas • O diário permite um diagnóstico mais apurado, um julgamento mais preciso do consumo de medicação e ensina o paciente a melhor distinguir os tipos ou subtipos de cefaléia.
Cefaléias Primárias • Migrânea. • Cefaléia Tipo Tensional. • Cefaléia em salvas e outras cefaléias trigêmino-autonômicas. • Outras cefaléias primárias.
Migrânea Migrânea sem aura é uma síndrome clínica caracterizada por cefaléia com características específicas e sintomas associados. Migrânea com aura é primariamente caracterizada pelos sintomas neurológicos focais que precedem ou acompanham a cefaléia. • É uma cefaléia primária comum e incapacitante. Tem uma elevada prevalência e com grande impacto socioeconômico e pessoal. • Migrânea sem aura: Critérios diagnósticos: Pelo menos 5 crises preenchendo os seguintes critérios: • Cefaléia durando de 4 a 72 horas (sem tratamento ou com o mesmo ineficaz). • Cefaléia preenche pelo menos duas das seguintes características: localização unilateral; caráter pulsátil; intensidade moderada ou forte; exacerbada por ou levando o individuo a evitar atividades físicas rotineiras. • Durante a cefaléia pelo menos um dos seguintes: náusea e/ou vômitos; fotofobia e fonofobia; • Não atribuída a outro transtorno. Geralmente é mais incapacitante que a migrânea com aura. • Migrânea com aura: transtorno recorrente que se manifesta na forma de crises de sintomas neurológicos focais reversíveis que se desenvolvem gradualmente em 5 a 20 minutos e que duram menos que 60 minutos. A aura é o complexo de sintomas neurológicos que acontece imediatamente antes ou no início da cefaléia da migranea.(sintomas visuais e/ou sensitivos e/ou da fala, evolução gradual, duração menor que uma hora, mistura de características negativas e positivas e completa reversibilidade).
Migrânea com aura • Aura típica com cefaléia migranosa. Pelo menos 2 crises preenchendo de B a D: B: aura consistindo em pelo menos um dos seguintes, mas sem paresia: sintomas visuais completamente reversíveis, incluindo características positivas (luzes tremulantes, manchas ou linhas) e/ou características negativas(perda de visão). Sintomas sensitivos completamente reversíveis, incluindo características positivas (formigamento) e/ou características negativas (dormência). Disfasia completamente reversível. C: pelo menos 2 dos seguintes: sintomas visuais homônimos e/ou sintomas sensitivos unilaterais. Pelo menos 1 sintoma de aura se desenvolve gradualmente em mais que 5 minutos e/ ou diferentes sintomas de aura ocorrem em sucessão em mais que 5 minutos. Cada sintoma dura mais que 5 minutos e menos que 60 minutos. D: critérios para migrânea sem aura, começa durante a aura ou a sucede com intervalo de até 60 minutos. E: não atribuída a outro transtorno. • Aura típica com cefaléia não migranosa. Pelo menos 2 crises com os critérios de B a D: B: aura consistindo em pelo menos um dos seguintes, mas sem paresia: sintomas visuais completamente reversíveis, incluindo características positivas (luzes tremulantes, manchas ou linhas) e/ou características negativas(perda de visão). Sintomas sensitivos completamente reversíveis, incluindo características positivas (formigamento) e/ou características negativas (dormência). Disfasia completamente reversível. C: pelo menos 2 dos seguintes: sintomas visuais homônimos e/ou sintomas sensitivos unilaterais. Pelo menos 1 sintoma de aura se desenvolve gradualmente em mais que 5 minutos e/ ou diferentes sintomas de aura ocorrem em sucessão em mais que 5 minutos. Cada sintoma dura mais que 5 minutos e menos que 60 minutos. D: cefaléia que NÃO preenche os critérios para migrânea sem aura, começa durante a aura ou a sucede dentro de 60 minutos. E: não atribuída a outro transtorno.
Migrânea com aura • Aura típica sem cefaléia. Aura típica que consiste em sintomas visuais e/ou sensitivos e/ou da fala. O desenvolvimento gradual, a duração menor do que uma hora, uma mistura de características positivas e negativas e a completa reversibilidade caracterizam a aura, que não é associada a cefaléia. • Migrânea hemiplégica familiar(MHF). Migrânea com aura com paresia e pelo menos um parente de 1º ou 2º grau com aura migranosa e paresia. • Migrânea hemiplégica esporádica. Não tem parentesco de 1º ou 2º grau com aura e paresia.
Migrânea com aura • Migrânea tipo basilar. (migrânea da artéria basilar, com aura originadas no tronco e/ou em ambos hemisférios, mas sem paresia). Pelo menos 2 crises de B a D: B: aura consistindo em pelo menos 2 dos sintomas, totalmente reversíveis, mas sem paresia: disartria; vertigem; zumbido; hipoacusia; diplopia; sintomas visuais ocorrendo simultaneamente nos campos temporal e nasal dos dois olhos; ataxia; diminuição do nível de consciência; parestesias bilaterais simultâneas. C: pelo menos 1 dos seguintes: pelo menos 1 sintoma de aura desenvolve-se gradualmente em mais que 5 minutos e/ou diferentes sintomas de aura ocorrem em sucessão em mais que 5 minutos; cada sintoma de aura dura de 5 a 60 minutos. D uma cefaléia que preenche os critérios para migranea sem aura, inicia-se durante a aura ou dentro de 60 minutos após a mesma. E: Não atribuída a outro transtorno.
Cefaléia do tipo tensional (CTT) Tipo mais comum de cefaléia primária. Os mecanismos exatos de cefaléia do tipo tensional não são conhecidos. • Cefaléia do tipo tensional episódica infreqüente: episódios infreqüentes de cefaléia durando de minutos a dias, dor tipicamente bilateral, em pressão ou aperto, fraca a moderada,não piora com atividade física rotineira, não há náusea, mas foto e fonofobia podem estar presentes. • Critérios Diagnósticos: pelo menos 10 crises ocorrendo em < 1 dia por mês em média mais os critérios de B a D: B. cefaléia durando de 30 min. a 7 dias. C. Cefaléia com pelo menos 2 das características: localização bilateral; caráter em pressão/aperto (não pulsátil); intensidade fraca ou moderada; não é agravada por atividade física rotineira. D. Ambos os seguintes: ausência de náusea ou vômito, fotofobia ou fonofobia. E. Não atribuída a outro transtorno. • Cefaléia do tipo tensional episódica infreqüente associada a dolorimento pericraniano. (critérios acima e aumento da sensibilidade dolorosa pericraniana à palpação manual). • Cefaléia do tipo tensional episódica infreqüente não associada a dolorimento pericraniano. (critérios acima mas sem aumento da sensibilidade dolorosa pericraniana).
Cefaléia do tipo tensional (CTT) • Cefaléia do tipo tensional episódica freqüente: episódios freqüentes de cefaléia durando de minutos a dias. A dor é tipicamente bilateral, com caráter em pressão ou aperto, de fraca a moderada intensidade, e não piora com atividade física rotineira. Não há náusea, mas pode ocorrer foto ou fonofobia. Critérios diagnósticos: A. Pelo menos 10 crises que ocorrem >= 1 dia, porém < 15 dias por mês durante mínimo de 3 meses.(+B a D) B.Cefaléia durando de 30 min. A 7 dias. C. Pelo menos 2 das características: localização bilateral; caráter em pressão/aperto(não pulsátil); intensidade fraca ou moderada;não é agravada por atividade física rotineira. D. Ambos os seguintes: ausência de náusea ou vômito; foto ou fonofobia. E. Não atribuída a outro transtorno. • Cefaléia do tipo tensional episódica freqüente associada a dolorimento pericraniano. (critérios acima e aumento da sensibilidade dolorosa pericraniana à palpação manual). • Cefaléia do tipo tensional episódica freqüente não associada a dolorimento pericraniano. (critérios acima e sem aumento da sensibilidade dolorosa pericraniana à palpação manual).
Cefaléia do tipo tensional (CTT) • Cefaléia do tipo tensional crônica: transtorno que evolui da cefaléia do tipo tensional episódica, com crises diárias ou muito freqüentes de cefaléia que duram de minutos a dias. Dor tipicamente bilateral, com caráter em pressão ou aperto, de fraca a moderada intensidade, e não piora com atividade física rotineira. Pode haver náusea leve, fotofobia ou fonofobia. Critérios diagnósticos: A.Cefaléia que ocorre em >= 15 dias por mês, em média, por > 3 meses. (B a D) B. Cefaléia dura horas ou pode ser contínua. C. Cefaléia com pelo menos 2 características: localização bilateral; caráter em pressão/aperto(não pulsátil); intensidade fraca a moderada; não é agravada por atividade física rotineira. D. Ambos os seguintes: não mais do que 1 dos sintomas- fotofobia, fonofobia ou náusea leve; nem náusea moderada ou intensa nem vômitos. E. Não atribuída a outro transtorno. • Cefaléia do tipo tensional crônica associada a dolorimento pericraniano: A a E mais aumento de sensibilidade dolorosa pericraniana à palpação manual. • Cefaléia do tipo tensional crônica não associada a dolorimento pericraniano: A a E mais sem aumento sensibilidade dolorosa pericraniana à palpação manual
Cefaléia do tipo tensional (CTT) • Provável cefaléia do tipo tensional: • Provável cefaléia do tipo tensional episódica infreqüente. • Provável cefaléia do tipo tensional episódica freqüente. • Provável cefaléia do tipo tensional crônica.
Cefaléias Trigêmino-autonômicas • As cefaléias trigêmino- autonômicas compartilham os aspectos clínicos de cefaléia e proeminentes sintomas autonômicos parassimpáticos cranianos. Sugere-se que essas síndromes ativem um reflexo trigêmino- parassimpático normal humano, sendo os sinais clínicos de disfunção simpática craniana secundários.
Cefaléias Trigêmino-autonômicas • Cefaléia em salvas: crises de dor forte, estritamente unilateral, na região orbital, supra-orbital, temporal ou em qualquer combinação dessas áreas, durando de 15 a 180 minutos e ocorrendo desde uma vez a cada dois dias até oito vezes por dia. Associam-se a hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorréia, sudorese na fronte e na face, miose, ptose, edema palpebral. Os pacientes ficam inquietos ou agitados. • Critérios diagnósticos: A. Pelo menos 5 crises B a D. B. Dor forte e muito unilateral, orbitária, supra orbitária e/ou temporal, durando de 15 a 180 min. C. Cefaléia acompanha-se de pelo menos 1: hiperemia conjuntival e/ ou lacrimejamento ipsilaterais; congestão nasal e/ou rinorréia ipsilaterais; edema palpebral ipsilateral; sudorese frontal e facial ipsilateral; miose e/ou ptose ipsilateral; sensação de inquietude ou agitação. D. As crises tem uma freqüência de uma a cada dois dias a oito por dia. E. Não atribuída a outro transtorno. • Cefaléia em salvas episódica: crises de cefaléia em salvas ocorrendo em períodos que duram de 7 dias a 1 ano, separados por períodos assintomáticos que duram 1 mês ou mais. ( A a E mais pelo menos 2 períodos de salva durando 7 a 365 dias e separados por períodos de remissão maiores que 1 mês) • Cefaléia em salvas crônica: Crises de cefaléia em salvas ocorrendo por mais de um ano sem remissão ou com remissões durando menos de um mês. ( A a E ).
Cefaléias Trigêmino-autonômicas • Hemicrania paroxística: crises similares às da cefaléia em salvas quanto à dor e os sintomas e sinais associados, porém mais freqüente e de duração mais curta, ocorrem mais comumente em mulheres. Critérios diagnósticos: A. Pelo menos 20 crises preenchendo os critérios B a D. B. Crises de dor forte unilateral, orbitária, supra orbitária e/ou temporal durando de dois a 30 minutos. C. A cefaléia acompanha-se de pelo menos um dos seguintes: hiperemia conjuntival ipsilaterais e/ou lacrimejamento; congestão nasal ipsilaterais e/ou rinorréia; edema palpebral ipsilateral,; sudorese frontal e facial ipsilateral; miose e/ou ptose ipsilateral. D. As crises tem uma freqüência superior a 5 por dia em mais da metade do tempo, ainda que períodos de menos freqüência possam ocorrer. E. As crises são completamente evitadas por doses terapêuticas de indometacina. F. Não atribuídas a outro transtorno. • Hemicraniana paroxística episódica: crises de hemicraniana paroxística ocorrendo em períodos que duram de 7 dias a 1 ano, separados por períodos sem dor que duram 1 mês ou mais. ( A a F). • Hemicraniana paroxística Crônica: crises de hemicrania paroxística ocorrendo por mais de um ano sem remissão ou com remissão durando menos de 1 mês ( A a F).
Cefaléias Trigêmino-autonômicas • Cefaléia de curta duração, unilateral, neuralgiforme com hiperemia conjuntival e lacrimejamento (SUNCT): crises de dor unilateral de curta duração, muito mais breve do que aquelas vistas em qualquer outra cefaléia trigêmino-autonômica e frequentemente acompanhada de lacrimejamento proeminente e vermelhidão no olho ipsilateral. Critérios diagnósticos: A. Pelo menos 20 crises preenchendo os critérios B a D. B. Crises de dor unilateral, orbitária, supra-orbitária ou temporal, em pontada ou pulsátil durando de 5 a 240 segundos. C. A dor se acompanha de hiperemia conjuntival ipsilaterais e lacrimejamento. D. As crises ocorrem com frequencia de 3 a 200 por dia. E. Não atribuída a outro transtorno.
Cefaléias Trigêmino-autonômicas • Provável cefaléia trigêmino-autonômica: crises de cefaléia que se crê serem um subtipo de uma cefaléia trigêmino- autonômica, mas que não preenchem os critérios diagnósticos para quaisquer dos subtipos descritos acima. • Provável cefaléia em salvas. • Provável hemicrania paroxística. • Provável cefaléia de curta duração, unilateral, neuralgiforme com hiperemia conjuntival e lacrimejamento (SUNCT).
Referência • Classificação Internacional das Cefaléias, 2ª edição • ICHD-II • Tradução da • Sociedade Brasileira de Cefaléia • com autorização da • Sociedade Internacional de Cefaléia