180 likes | 272 Views
ALTO DA BOA VISTA A LINHA DE BONDE MAIS BONITA DO MUNDO. Use o mouse para mudar de slide. Rio de Janeiro, Brasil A Linha de Bonde Alto da Boa Vista
E N D
ALTO DA BOA VISTA A LINHA DE BONDE MAIS BONITA DO MUNDO. Use o mouse para mudar de slide
Rio de Janeiro, Brasil A Linha de Bonde Alto da Boa Vista poderia ser mesmo a mais bonita, caso ainda estivesse em funcionamento. O mundo é abundante em lindas linhas de bonde, incluindo a Linha de Sta. Teresa e a Linha do Corcovado, as quais ainda funcionam no Rio hoje.
A linha do Alto da Boa Vista desapareceu, mas ainda é lembrada por sua beleza e importância histórica. Foi o primeiro trilho elétrico construído na América Latina e um dos últimos a fechar.
Desde os anos sessenta do século XIX, tentativas foram feitas de subir as montanhas e morros ao redor do Rio de Janeiro, através linhas de bondes, teleféricos e outros transportes do gênero. Em 1870 uma linha de trem a vapor foi proposta, a partir do encerramento de uma linha de bonde puxado por cavalos na Tijuca (a qual foi a primeira linha de bonde do Brasil, inaugurada em 1859) para um parque chamado Alto da Boa Vista, a 385 metros de altitude.
Ela não foi construída, mas em 1890, outra companhia assegurou o direito de construir uma linha elétrica ao longo da mesma trilha e construiu sua usina sobre um pequeno rio no final da Rua Conde de Bonfim. Hoje a usina não existe mais, mas essa parte do Rio ainda é chamada de Usina. A foto abaixo mostra a "usina" por volta de 1892. Note o bonde. (col. AM)
A Companhia Estrada de Ferro da Tijuca instalou os trilhos e cabos elétricos ao longo da sinuosa rota da Usina até o Alto da Boa Vista e encomendou 12 bondes da John Stephenson Company em Nova Iorque, os quais chegaram no Rio em 1891. Mas o dinheiro começou a faltar para a CEFT, que encontrou problemas de engenharia nos níveis íngremes, e parou a construção por sete anos. A fotografia acima foi tirada quando a linha finalmente começou a operar em 1898. (col. A.Spinelli)
Fotografia de outro bonde Stephenson, similar ao modelo que os novaiorquinos construíram, ao mesmo tempo, para a companhia de bondes do Jardim Botânico do Rio, que começou a construção mais tarde, mas inaugurou em 1892. Foi a primeira, no continente, a operar uma linha elétrica. Note a inscrição "COMPANHIA E. DE F. DA TIJUCA" no painel traseiro. (col. A. Spinelli)
Uma rara visão do bonde Stephenson no topo da montanha, junto ao terminal do Alto da Boa Vista, em torno de 1905. Hoje, esse ponto é chamado de Praça Afonso Viseu. Em 1903, a CEFT foi vendida para a companhia de bondes São Cristóvão, que pintou os carros de amarelo. (cartão postal, col. AM)
Subir a montanha de bonde aberto para o clima mais ameno do Alto da Boa Vista foi um dos passatempos prediletos dos cariocas e turistas que visitaram o Rio de Janeiro nos sessenta anos seguintes. Um bonde de oito rodas aguarda em um trilho secundário em 1957. Bonde 1794 opera hoje na linha Main Street Trolley em Memphis, Tennessee. (W.C. Janssen)
Por volta de 1960, a maioria das linhas de bonde do Rio havia acabado. Para celebrar o 400º aniversário da cidade, em 1965, a Companhia de Transportes Coletivos, um novo departamento estadual, remodelou dez bondes abertos, transformando-os em modelos aerodinâmicos fechados, numerados de 01-10, para serviço especial na linha do Alto da Boa Vista, esperando com isso atrair mais turistas. Os veículos possuíam uma frente apenas e só podiam ser conduzidos em uma direção, tornando necessário a construção de pontos de retorno. Carro 06 aproxima-se da Usina, em junho de 1965. (Essa e as próximas cinco fotos coloridas foram tiradas entre 13 e 17 de junho de 1965, pelo fã de bondes Foster M. Palmer, de Massachusetts.)
Da Usina a linha de bonde iniciava sua espetacular subida ao longo da Avenida Edison Passos (antiga Avenida Tijuca) e a Estrada Velha da Tijuca (a rota original). Os 5 km de linha eram formados inteiramente por uma linha principal com secundárias. Um Fusca ultrapassa o 01 numa curva. (Foster M. Palmer)
Cada vez mais alto, os trilhos alcançam as Montanhas Cariocas. Havia muitos trechos íngremes e várias curvas em sinuosas. O Carro 05 já estava se afastando da câmera. (Foster M. Palmer)
Porque todas as rodovias de montanha não podem ser assim? Bonde 03. (Foster M. Palmer)
Mais ou menos na metade do caminho de subida, a Estrada Velha da Tijuca se transformava em Rua Muçu. Provavelmente o caminho inteiro se parecia com esse, quando primeiramente foi construído. Carro 05. (Foster M. Palmer) O terminal do Alto da Boa Vista em 1965. O novo retorno da linha de bonde era na Rua Boa Vista, na altura da Estrada do Açude, vários quarteirões além do terminal original de 1891. (Foster M. Palmer)
A linha de bonde do Alto da Boa Vista foi danificada por uma tempestade em janeiro de 1966 e fechada por quatro meses. Devido a outras garagens de bondes na cidade terem sido fechadas, uma nova garagem para os carros do ABV foi construída atrás do retorno mostrado na última foto e a linha foi reaberta na sua forma final no dia de Natal de 1966.
Os bondes percorriam somente o trecho da Usina, subindo até o Alto da Boa Vista - uma linha de bonde isolada e independente na zona norte - exatamente o que a E. de F. da Tijuca havia estabelecido em 1891! Uma outra tempestade em janeiro de 1967, fechou a linha de novo. Foi reaberta em março, se manteve a duros custos com apenas dois carros por vários meses, fechou, reabriu, funcionou intermitentemente e, finalmente, foi declarada permanentemente abandonada em 21 de dezembro de 1967.
Os ônibus faziam a mesma rota e para outros bairros; os turistas resistiam à longa viagem de ônibus para a Usina para desfrutar do prazer de um bonde, que podia não estar funcionando. Além do mais, queriam fazer uma viagem em um bonde aberto e não em um fechado. Em janeiro de 1968, os trilhos ao longo da rota foram removidos e os bondes destruídos. Esta foi a última linha de bonde padrão no Rio de Janeiro. A linha estreita (1100 mm) da Linha Santa Teresa funciona até hoje na cidade do Rio de Janeiro.
Criação e Formatação: Ana Maria Antoun Texto: Allen Morrison (ilustrações de sua coleção) Tradução: Alexandre Prates Música: WINDMILLS OF YOUR MIND (de Michel Legrand) Henry Mancini