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Persuasão no texto publicitário. Profª .: Maria Anna Turmas 2m1, 2m2 e 2m3. O cego e o publicitário
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Persuasão no texto publicitário Profª.: Maria Anna Turmas 2m1, 2m2 e 2m3
O cego e o publicitário Havia um cego sentado numa calçada em Paris. A seus pés, um boné e um cartaz em madeira escrito com giz branco gritava: "Por favor, ajude-me. Sou cego". Um publicitário da área de criação, que passava em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz e com o giz escreveu outro conceito. Colocou o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora. Ao cair da tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Seu boné, agora, estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pisadas do publicitário e perguntou se havia sido ele quem reescrevera o cartaz, sobretudo querendo saber o que ele havia escrito. O publicitário respondeu: "Nada que não esteja de acordo com o conceito original, mas com outras palavras". E, sorrindo, continuou o seu caminho. O cego nunca soube o que estava escrito, mas seu novo cartaz dizia: "Hoje é primavera em Paris e eu não posso vê-la".
Os textos publicitários se definem por procurarem despertar no interlocutor o desejo de comprar algo, seja um produto, uma ideia ou aderir a uma causa. São por essa razão considerados persuasivos. Estabelecem uma interlocução direta e valem-se de diferentes recursos da linguagem para conseguir a adesão do leitor àquilo que vendem ou sugerem. Diferentes gêneros discursivos exemplificam essa estrutura: anúncios (em revistas e outdoors, televisivos e radiofônicos), panfletos, folhetos, fôlderes, etc.
Como atividade humana, o desejo de persuadir vem de muito tempo. A partir do momento em que um indivíduo decide usar a palavra para convencer alguém a agir de uma determinada maneira, já há no texto resultante as marcas estruturais dos textos persuasivos. Quando a intenção persuasiva passa a ser associada à divulgação de produtos ou de ideias, surgem os textos publicitários.
CONVENCER = FAZER CRER PERSUADIR = FAZER FAZER
Os textos publicitários procuram responder a um desejo, muitas vezes inconsciente, das pessoas: o produto anunciado aparece não como um bem de consumo qualquer, mas como a possibilidade de realização de um sonho ou como o modo de satisfazer uma necessidade particular. Os publicitários costumam afirmar que ninguém compra produtos, compram-se promessas. “Na indústria fabricamos cosméticos, na loja vendemos esperança.” (Charles Revson, fundador da indústria de cosméticos REVLON”
Correção de eca Anúncio publicitário e persuasão (246 a 248)
Observe o anúncio publicitário abaixo: USE COM MODERAÇÃO Beba. Banhe-se. Lave seu carro. Regue suas plantas e suas plantações. Mas lembre-se de usar com moderação e buscar meios de reutilizar sempre que possível. A natureza nos deu esse presente, e como forma de agradecimento, devemos dar a ela o direito de continuar sendo generosa. Não deixe que a água seja um recurso escasso. Um recado da sua revista Terra da Gente e dos Conselhos Regionais de Biologia no Dia Mundial da Água, 22 de março.
1- O anúncio promove uma ideia, a propósito do Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março. A ideia é a de que é necessário usar a água com moderação, buscando meios de reutilizá-la. A iniciativa de publicar o anúncio foi da Revista Terra da Gente e os Conselhos Regionais de Biologia, pois, em um dos textos do anúncio, os anunciantes dizem que isso é um “recado” deles. Além disso, há os logotipos de quem promoveu o anúncio. 2- A linguagem verbal completa a não verbal. O texto verbal diz para fazer uso da água com moderação e a imagem reforça essa ideia. 3- O argumento de que, se ela não for usada de forma consciente e com moderação, poderá ser um recurso escasso. O argumento é suficientemente forte porque, para nós, é impossível viver sem água.
4- A intertextualidade se dá com anúncios de bebida alcoólica. A frase é “Beba com moderação”. O corpo do texto torna mais explícita a finalidade do anúncio e amplia os argumentos para convencer o interlocutor. O uso citado que poderia ser dispensado em caso de escassez é o de lavar o carro. 5-A campanha pode ser pensada em termos de hipérbole, pleonasmo, metonímia ou metáfora. Após a escolha, sigo o caminho traçado: o do exagero ou da repetição, ou da parte pelo todo, ou da simbologia. Quanto à escolha do vocabulário, (...), deve ser simples, com os termos conhecidos e corriqueiros. O que vai valorizá-los e ampliá-los serão as relações que se estabelecem: a polissemia, a oposição, o duplo sentido ou, às vezes, um novo sentido para um termo bastante conhecido. A parte verbal do anúncio corresponde ao que o publicitário afirma, pois as palavras são simples e da linguagem comum. A metonímia foi empregada no anúncio: a água no copo é uma parte da água existente no mundo.
6- A variedade linguística empregada foi a padrão. As formas verbais estão no modo imperativo, com a intenção de persuadir o leitor a participar da campanha. Análise de recursos:
A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas: Buscava o coração do Brasil.Ora, o Brasil não possui o órgão biológico em questão. Portanto, coração significa aí o centro vital, a essência, o âmago do país. Achamos a chave do problema.O problema não é nenhuma fechadura, mas para resolvê-lo (ou abri-lo) o elemento que se diz ter achado é tão necessário quanto uma chave para abrir uma porta.
Mais conforto no dia a dia. Para seu pé não doer noite a noite.
Metonímia A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo: 1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) 2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.)3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.)4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)
Atualmente, não se faz mais a distinção entre metonímia e sinédoque (emprego de um termo em lugar de outro), havendo entre ambos relação de extensão. Por ser mais abrangente, o conceito de metonímia prevalece sobre o de sinédoque.
Recursos e estratégias de persuasão Estar em sintonia com o perfil do interlocutor (faixa etária, nível social, grau de instrução, grupo profissional, capital cultural etc.) Escolher suporte adequado (televisão, rádio, jornal, revista, outdoor, folheto etc.) Usar jogos de linguagem (quando o consumidor for mais exigente): trocadilhos, ambiguidades, emprego de metáforas, antíteses, sonoridades; humor, apelos emocionais e ideológicos.