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A crise mundial e suas repercussões no Brasil: impacto no mercado de crédito

A crise mundial e suas repercussões no Brasil: impacto no mercado de crédito. Impactos da crise no mercado de crédito brasileiro. Objetivo :

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A crise mundial e suas repercussões no Brasil: impacto no mercado de crédito

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Presentation Transcript


  1. A crise mundial e suas repercussões no Brasil: impacto no mercado de crédito

  2. Impactos da crise no mercado de crédito brasileiro • Objetivo : • discutir, a partir do referencial teórico pós-keynesiano, os impactos da crise internacional na economia brasileira, com ênfase no mercado de crédito bancário doméstico • Hipóteses: • dinâmica concorrencial conduziu à emergência de práticas de alto risco no sistema bancário brasileiro  potencializou os impactos da crise internacional • conservadorismo dos bancos na fase de retração é exacerbado, no caso brasileiro, pelo prazo relativamente curto do crédito e pela existência de quase-moeda • ação inepta do BCB que não percebeu a gravidade da crise e demorou a reagir ante deterioração das expectativas dos agentes e “empoçamento de liquidez” no mercado interbancário

  3. Impactos da crise no mercado de crédito brasileiro • Dinâmica concorrencial e ciclo do crédito • Ciclo recente de crédito no Brasil: breve caracterização • Crise mundial e o “empoçamento” de liquidez • A reação do Banco Central do Brasil • Ação anticíclica dos bancos públicos • Considerações finais

  4. Dinâmica concorrencial e ciclo do crédito 1/2 • bancos como agentes livres da economia na concessão de poder de compra para antecipação do gasto  criadores de moeda de crédito • quando ampliam crédito, agem de acordo com suas próprias considerações sobre o estado dos negócios • bancos são igualmente empresas inovadoras e dinâmicas em busca da ampliação dos lucros  busca incessante por novos instrumentos, procedimentos e acordos institucionais • preferência pela liquidez e expectativas em relação ao futuro norteiam estratégias na busca incessante de valorização => bancos não respondam passivamente nem à demanda ou preferência dos demais agentes por empréstimos e aplicações bancárias nem ao comando do Banco Central

  5. Dinâmica concorrencial e ciclo do crédito 2/2 • expectativas dos bancos sob o estado do negócio ao longo do ciclo econômico podem resultar em: • assunção excessiva de risco, • ao financiamento de atividades especulativas e/ou • ao racionamento de crédito • nas fases de otimismo => refinanciamento contínuo das dívidas pretéritas com relaxamento das margens de segurança dos contratos  aparecimento de estruturas patrimoniais instáveis (Minsky) • quando há deterioração das expectativas => bancos tendem a contrair abruptamente o crédito  prudência na fase de reversão é característica intrínseca das atividades bancárias com fins lucrativos • comportamento míope dos bancos => origem de um círculo vicioso de aumento de inadimplência e deflação das dívidas e dos preços dos ativos (Keynes, 1931).

  6. Ciclo recente de crédito no Brasil 1/5 • até 2002, o sistema bancário não mostrou mudanças na sua forma de atuação em relação ao padrão dos anos de alta inflação  elevada preferência pela liquidez • em 2003, houve combinação de dois elementos : • continuidade da política econômica • menor volatilidade macroeconômica • expectativas de redução nas taxas básicas de juros – e conseqüente diminuição dos ganhos com as operações de tesouraria => redefinição das estratégias operacionais, com priorização do crédito • bancos identificaram na ampliação do crédito às pessoas físicas um enorme potencial de ganho, diante das expectativas otimistas quanto à recuperação do emprego e da renda sob o governo Lula

  7. Ciclo recente de crédito no Brasil 2/5 • ciclo atual de expansão de crédito teve início com ampliação dos empréstimos com recursos livres às pessoas físicas => modalidade de crédito consignado e aquisição de veículos • Evolução do crédito com recursos livres - variação frente ao mesmo mês do ano anterior (em %) Fonte: Banco Central Brasil • alongamento dos prazos das operações de crédito ao consumidor estimulou a disposição das famílias ao endividamento, mesmo a taxas médias de juros muito elevadas

  8. Ciclo recente de crédito no Brasil 3/5 • aceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira a partir do segundo trimestre de 2007=> impulsionou a contratação de crédito bancário pelas empresas, sobretudo capital de giro • em 2008, operações com o setor empresarial, em particular as empresas industriais, assumiram a liderança da expansão do crédito ao setor privado: • pelo lado da demanda => grandes empresas com dificuldade de financiamento no mercado internacional ampliaram a contratação de empréstimos para capital de giro no mercado doméstico • pelo lado da oferta => adoção por parte das instituições bancárias de estratégias de ampliação de crédito ao setor empresarial • bancos passaram a oferecer empréstimos vinculados às operações com derivativos de dólar em condições de custo mais favoráveis: • taxas entre 50% a 75% dos juros do Depósito Interfinanceiro (CDI) e variação cambial a partir de uma cotação predeterminada • relativa estabilidade da taxa de câmbio levou bancos e empresas a subestimarem o risco dessas operações => potencializou os impactos da crise financeira no mercado bancário brasileiro

  9. Ciclo recente de crédito no Brasil 4/5 • tentativa de frear o crédito para desaquecer a economia => introdução de recolhimento compulsório sobre os depósitos bancários das empresas de leasing, que captavam recursos para os seus controladores bancários mediante a emissão de debêntures • resultado => acirramento da concorrência entre os bancos grande porte para a captação de recursos mediante certificados de depósito a prazo (CDB) • elevação dos juros oferecidos aos clientes e oferecimento de liquidez diária para os depósitos até dois anos após o prazo inicial de dois a três meses: • aumento do custo de captação dos bancos médios e pequenos e elevação do descasamento de prazo entre suas operações ativas e passivas

  10. Ciclo recente de crédito no Brasil 5/5 • Responsável pela supervisão da atividade bancária o BCB nada fez para coibir essas práticas de alto risco • no caso da modalidade de empréstimo associado a derivativos de câmbio => BCB desconhecia o grau de exposição ao risco que os bancos haviam assumido • depreciação do real em 22,7% entre 15 de setembro e 15 de outubro => acarretou fortes perdas para as empresas brasileiras que haviam realizado operações de derivativo de dólar no mercado de balcão no Brasil e no exterior

  11. Evolução do saldo das operações de crédito bancário como % do PIB

  12. Crise mundial e “empoçamento” de liquidez 1/3 • falência do banco de investimento Lehman Brothers em meados de setembro => forte aumento da aversão aos riscos e movimento de fuga para a qualidade dos investidores globais • interrupção das linhas externas de financiamento • valorização abrupta do dólar => crise de confiança : • crescentes rumores sobre as perdas, de empresas e bancos, com derivativos de câmbio desencadearam um movimento de absoluta aversão ao risco e preferência pela liquidez por parte dos bancos => reação facilitada pela existência de títulos públicos indexados à taxa básica de juros e pelo prazo curto do crédito • “empoçamento” de liquidez => alguns grandes bancos sofreram forte pressão de caixa  Itaú, Unibanco,Votoratim • bancos menores enfrentaram dificuldades => forte retração do crédito para aquisição de veículos e para PMEs

  13. Crise mundial e “empoçamento” de liquidez 2/3 • falência do banco de investimento Lehman Brothers em meados de setembro => forte aumento da aversão aos riscos e movimento de fuga para a qualidade dos investidores globais • interrupção das linhas externas de financiamento • Crédito doméstico ao setor privado com recursos livres de origem externa (US$ bilhões) Fonte: Banco Central de Brasil.

  14. Crise mundial e “empoçamento” de liquidez 3/3 • prejuízo das empresas e as perspectivas negativas para o desempenho macroeconômico => pressão para adequação do capital • processo de reestruturação da dívida das empresas com exposição no mercado de derivativo de câmbio e de empresas que entraram em dificuldade com a recessão • impacto da crise no mercado de crédito a partir de setembro: • os dados de estoque não revelam contração do crédito a partir de setembro  efeito da desvalorização do real e da ação anticíclica dos bancos públicos, sobretudo BNDES e CEF, bem como da reestruturação das dívidas • dados de concessão acumuladas indicam retração do crédito para pessoas físicas em outubro e novembro • aumento da seletividade na concessão e renovação de crédito e encurtamento dos prazos

  15. Evolução do Crédito ao Setor Privado (%PIB)

  16. Crédito total por tipo de instituição

  17. Evolução do crédito total ao setor privado por tipo de instituição financeira

  18. Evolução da Relação Crédito-PIB, por origem de recurso (em %)

  19. Evolução do crédito com recursos livres e direcionados

  20. Evolução das modalidades de crédito com recursos livres para pessoas físicas (R$ milhões) Fonte: Banco Central do Brasil. Notas: * Dados preliminares 1 Inclui operações de crédito consignado.

  21. Evolução das principais modalidades de crédito com recursos livres para pessoas jurídicas: (R$ milhões) Fonte: Banco Central do Brasil. Nota: * dados preliminares

  22. Crédito com recursos livres – concessões acumuladas (R$ milhões) Fonte: Banco Central do Brasil.

  23. Evolução dos spreads bancários nas operações com recursos livres

  24. Reação do Banco Central do Brasil 1/4 • Medidas do CMN e do BCB para reativar o crédito • flexibilização do compulsórios (set.-out./08) => liberação de R$ 82 bilhões (março/09) • alteração nas condições de redesconto (out./08) • regulamentação de linhas de empréstimos em moeda estrangeira para os bancos, com lastro (out.-nov./08) • alteração da composição do compulsório sobre depósitos a prazo e exigibilidade adicional (nov-dez./08) • criação de uma linha de empréstimo com recursos das reservas internacionais • regulamentação do recibo de depósito bancário com garantia especial do Fundo Garantidor de Crédito (mar./09) • com o RDB com garantia especial, a liquidez voltou realmente a fluir e os bancos menores voltaram a ampliar o crédito

  25. Reação do Banco Central do Brasil 2/4 • Equívocos do BCB no enfrentamento do impacto da crise: • elevação de 0,75 p.p. da meta da taxa Selic em setembro e manutenção em 13,75% a.a. nas reuniões de outubro e dezembro • ação foi no rumo contrário dos principais bancos centrais das economias avançadas e de várias economias periféricas. • Evolução da meta da taxa Selic (% ao ano)

  26. Reação do Banco Central do Brasil 3/4 • medidas tímidas para a resolução do problema de “empoçamento” de liquidez no interbancário, que resultou em abrupta contração do crédito no último trimestre de 2008: • erro de avaliação da gravidade do problema e das consequências para gestão da dívida pública => várias alterações nas circulares relativas à flexibilização do compulsório • com aversão ao risco e preferência absoluta pela liquidez, os bancos privados não reagiram no sentido esperado pela autoridade monetária  possibilidade de de aplicação, líquida, rentável e de baixíssimo risco, em títulos públicos • estratégia de redução das alíquotas dos recolhimentos compulsórios adotada pelo BCB se revelou inócua, os bancos privados simplesmente não ampliaram o crédito nem forneceram liquidez aos pequenos bancos nacionais => bancos estrangeiros foram os principais beneficiários da compra de carteira com recursos do compulsório sobre depósito a prazo dos grandes bancos varejistas

  27. Reação do Banco Central do Brasil 4/4 • Outras medidas do governo federal para reativar o crédito • repasse de recursos para o BNDES (nov./08) • medidas de suporte ao crédito rural: • aumento da exigibilidade sobre os depósitos à vista destinada ao crédito rural => passoude 25% para 30% até 30/6/2009 • criação de linha especial de crédito para pagamento de até 40% das prestações com vencimento em 2008 dos programas de investimento agropecuário no âmbito do BNDES

  28. Recolhimentos compulsórios: flexibilização e mudanças no cumprimento da exigibilidade Extraído Mário Mesquita. O Brasil e a crise internacional, Rio de Janeiro, Apresentação na PUC-RJ, 19 de março de 2009.

  29. Ação anticíclica dos bancos públicos 1/3 • medidas de flexibilização dos compulsórios não tiveram o resultado esperado => forte aversão ao risco dos grandes bancos privados • bancos públicos desempenham papel fundamental para mitigar a retração do crédito privado: • compra de carteiras de bancos privados pela CEF e pelo BB • BNDES e CEF ampliaram e/ou criaram novas linhas de crédito • redução dos juros pelo BB e CEF em várias modalidades das operações com pessoas físicas e jurídicas => queda dos spreads • redução da TJLP e diminuição do custo final dos financiamentos para máquinas e equipamentos exportações, inovações e micro e pequenas empresas até dezembro de 2009. • criação do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), que cobrirá 80% do risco de crédito de operações de repasse do BNDES as PMEs (jun/09)

  30. Ação anticíclica dos bancos públicos 2/3 • em termos do PIB, em 2009 há continuidade do ciclo de expansão do crédito iniciado em 2003 • estoque de crédito ao setor privado atingiu o patamar equivalente a 43,4% do PIB em agosto (40,4% em dez./08 e 36,0% em jun./08) • maior dinamismo do crédito com recursos direcionados => BNDES e CEF • Instituições públicas ampliam participação no crédito ao setor privado <=> 38,1% em ago/09 (35,1% em dez./08 e 33,7% em jun./08) • aliando as diretrizes governamentais com suas próprias estratégias operacionais, o BB e a CEF estão conquistando fatias de mercado  reação dos bancos privados, que se veem obrigados a acompanhar seus concorrentes públicos

  31. Ação anticíclica dos bancos públicos 3/3 • no crédito com recursos livres, operações de crédito destinadas às pessoas físicas reassumiram a liderança da expansão => ampliação do limite do consignado para aposentados e relativa estabilidade do emprego e da renda • crédito com recursos livres para pessoas jurídicas registra recuo de 2,5% em relação a dezembro de 2008 • elevação da inadimplência, sobretudo, das pessoas jurídicas => efeito da recessão • corte de 5,0 p.p na taxa Selic => redução dos spreads, em particular para pessoas físicas  spread médio para empresas ainda está acima 3,1 p.p acima do patamar de setembro de 2008

  32. Desempenho do crédito nos principais bancos no 1º semestre de 2009

  33. Evolução da carteira de crédito do Banco do Brasil no 1º semestre de 2009

  34. Evolução da carteira de crédito da Caixa Econômica Federal no 1º semestre de 2009

  35. Desembolsos do BNDES no 1º semestre de 2009

  36. BNDES – redução do custo do financiamento

  37. Panorama do crédito em 2009: saldo mês agosto

  38. Crédito total por tipo de instituição em 2009

  39. Evolução do crédito com recursos direcionados

  40. Crédito com recursos direcionados em 2009

  41. Crédito com recursos livres para pessoas físicas em 2009, por modalidade (%)

  42. Crédito com recursos livres para pessoas jurídicas em 2009

  43. Evolução da taxa de inadimplência1 nas operações de crédito com recursos livres (em %) Nota: Inadimplência refere-se a atrasos superiores a 90 dias.

  44. Considerações finais • crise mundial ainda em curso => evidenciou a importância do sistema bancário de natureza mista, com crédito direcionado  fonte estável de recursos para os investimentos produtivos e para as atividades de caráter social • preferência pela liquidez e aversão ao risco dos bancos privados => escassez de crédito e “asfixia” da atividade econômica • bancos públicos brasileiros, fortes e bem posicionados, puderam desempenhar integralmente o papel de instrumento de política financeira governamental • sem a ação anticíclica do BNDES, BB e CEF, o mercado de crédito doméstico teria permanecido “travado”, a semelhança do que se observou nos Estados Unidos Reino Unido e, em menor grau, na Área do Euro • igualmente importante, tem sido a ação dos bancos públicos em prol da redução dos juros e dos spreads bancários • a crise também evidenciou as deficiências da regulamentação prudencial no Brasil => liquidez diária do CDB e operações exóticas com derivativo cambial

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