E N D
3. JOÃO CABRAL DE MELO NETO Nasceu em Recife (1920)
Foi diplomata
Pertence à Academia Brasileira de Letras desde 1968
“Poeta- engenheiro”
Morreu em 1999
4. PERSONAGENS Severino – Um retirante nordestino que parte da serra para o litoral em busca de melhores condições de vida.
José, mestre carpina – Homem que convence Severino a não “saltar fora da ponte e da vida”, ou seja, não se matar – representa a possibilidade de uma nova e esperançosa vida. O termo “carpina” significa carpinteiro.
5. MORTE E VIDA SEVERINA: AUTO DE NATAL PERNAMBUCANO “auto” indica uma peça breve, de cunho religioso, pedagógico ou moral;
Religiosidade:
Estrela-guia = rio-guia
Pastores = severinos
Reis magos = os moradores que levam os presentes às crianças
José (carpinteiro, pai de Jesus) = José, mestre carpina, pai da criança que nasce
Cristo = criança (esperança de vida)
6. O ENREDO Conta a história do retirante Severino que parte do sertão para o litoral (sertão-morte / litoral-vida).
Como guia, Severino tem o Rio Capibaribe, mas, durante o percurso, só encontra morte e miséria.
Ao chegar a Recife, a decepção: também lá há muita morte e tristeza.
Resolve, então, "saltar fora da ponte e da vida", atirando-se no Capibaribe; enquanto conversa com o mestre José carpina, uma mulher avisa que o filho (de José) “saltou para dentro da vida" (nasceu) .
O nascimento da criança devolve-lhe a esperança de vida, mesmo que seja uma vida severina.
7. A ESTRUTURA 18 partes - todas acompanhadas de títulos que indicam uma espécie de resumo do seu conteúdo.
versos com 7 sílabas poéticas (redondilha maior), muita sonoridade, muita rima.
8. Divisão das cenas: dois grandes grupos: cenas da morte e presépio GRUPO I - Cap. 1-12 (cenas de morte) = Severino sai da serra e vai para Recife, seguindo o Rio Capibaribe. Vai para fugir da morte, mas a encontra por todo o caminho, para seu desespero.
GRUPO II - Cap. 13-18 (presépio) = é descrito o nascimento do filho de José, mestre carpina, uma alusão feita ao nascimento de Jesus.
9. GRUPO I - MORTE 1. O retirante explica ao leitor quem é e a que vai.
2. Encontra dois homens que carregam um defunto em uma rede.
3. O retirante tem medo de se perder porque seu guia, o Rio Capibaribe secou com o verão.
10. GRUPO I - MORTE 4. Na casa a que o retirante chega estão cantando excelências (cantigas de velório sem acompanhamento musical) para um defunto.
5. Cansado da viagem, Severino pensa interrompê-la por uns instantes e procurar trabalho ali onde se encontra.
6. Dirige-se à mulher na janela que depois descobre tratar-se de quem se saberá (rezadeira).
11. GRUPO I - MORTE 7. O retirante chega à Zona da Mata que o faz pensar, outra vez, em interromper a viagem.
8. Assiste ao enterro de um trabalhador de eito e ouve o que dizem do morto os amigos que o levaram ao cemitério.
9. O retirante resolve apressar os passos para chegar logo ao Recife.
12. GRUPO I - MORTE 10.Chegando ao Recife, o retirante senta-se para descansar ao pé de um muro alto e caiado e ouve, sem ser notado, a conversa de dois coveiros.
11. O retirante aproxima-se de um dos cais do Capibaribe.
12. Aproxima-se do retirante o morador de um dos mocambos que existem entre o cais e a água do rio.
13. GRUPO II – PRESÉPIO (VIDA) 13. Uma mulher, da porta de onde saiu o homem, (José) anuncia-lhe o nascimento do filho.
14. Aparecem e se aproximam, da casa do homem, vizinhos, amigos, duas ciganas, etc.
15. Começam a chegar pessoas trazendo presentes para o recém-nascido.
14. GRUPO II – PRESÉPIO (VIDA) 16. Falam as duas ciganas que haviam aparecido com os vizinhos.
17. Falam os vizinhos, amigos, pessoas que vieram com presentes, etc.
18. (conclusão) O carpina fala com o retirante que esteve de fora, sem tomar parte em nada.
15. ANÁLISE DA OBRA
16. O ESPAÇO Movimento de deslocamento: o retirante faz a travessia do Agreste para a Caatinga, da Zona da Mata para o Recife - ele sai da serra (Serra da Costela) e vai para o litoral, para Recife.
18. A NARRAÇÃO A história é narrada em primeira pessoa, pelo personagem Severino e é composta de monólogos e diálogos com outros personagens.
19. A LINGUAGEM Linguagem concisa com expressões populares e musicalidade;
os traços orais, as rimas e as repetições são usados para intensificar a dramaticidade do texto.
20. SEVERINO “Severino” – sinônimo de desgraça, miséria, fome e morte;
diminutivo de “severo”;
Severino - substantivo próprio que se transforma em subst. comum;
Morte severina - adjetivo