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Alfabetização sem cartilha. Por que alfabetizar sem cartilha? Questões epistemológicas: como eu acredito que o ser humano produz conhecimento?
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Alfabetização sem cartilha • Por que alfabetizar sem cartilha? • Questões epistemológicas: como eu acredito que o ser humano produz conhecimento? • Questões socio-culturais: sujeitos de diferentes espaçostempos leem o mundo e a palavra-mundo da mesma forma? Existe texto sem contexto? Existe o ser humano universal? • Questões da psicologia das “infâncias”: como as crianças aprendem?
Como alfabetizar sem cartilha? • O aprendente é falante de uma língua. Alfabetizar não é negar a língua do falante, mas ampliar seu universo linguístico; • Isso implica mais do que preparar uma aula, implica em preparar-se para a aula: ampliar o próprio repertório linguístico, o próprio universo cultural, abrir-se ao mundo; • Qual a minha relação com a PALAVRA? • Aprender: DESEJO, NECESSIDADE, VONTADE • Produzindo o desejo a necessidade e a vontade na sala de aula : COMUNICAÇÃO & EXPRESSÃO: trabalhando a partir da palavra, do corpo, dos sentidos…
CONTAR HISTÓRIAS:ARTE MILENAR A arte de narrar é uma das mais antigas atividades humanas. O contador de histórias era a memória viva de um povo, seu tradutor, seu inventor. Possui as chaves para guardar os acontecimentos, narrá-los com força para que se fizesse vivo na memória e corações daqueles que ouviam. • Histórias são traduções de cultura e humanidade: são ao mesmo tempo temporais e atemporais, locais e globais; • Histórias são balsâmicas: curam feridas da alma; • Histórias são terapêuticas: nos permitem ir com leveza a lugares terríveis; • Histórias são ideológicas: traduzem uma forma de ver e representar o mundo.
UMA HISTÓRIA MUITOS JEITOS DE NARRAR… • O CONTADOR DE HISTÓRIAS : alguns contadores defendem uma contação centrada na palavra. A atenção é despertada apenas pelo talento de narrar; • O CANTADOR DE HISTÓRIAS: alguns contadores usam histórias musicadas, muitas vezes misturando narrativas com musicas do folclore; • A HISTÓRIA TEATRALIZADA: alguns contadores utilizam cenários, reálias, marionetes, fazem a contação como um espetáculo teatral.
Atividades a partir do texto • Invente depressa alguém… • Qual o título? • Qual o nome da autora? • Onde será que está escrito……… • O que é esse sinal “?” • Figura/palavra para achar na letra • Rearrumar a história: frases cortadas em tiras. • Completar com as palavras que faltam • Circule as palavras que terminam… • Onde aparece o nome de bicho? • Tem alguém na sala que o nome começa com G (GATO) F(FLOR) E(ELEFANTE)? QUEM MORA ? (Maria Mazzetti) QUEM MORA NA CASA TORTA ? UM GATO QUE USA SAPATO E TEM UM RETRATO NO QUARTO? UMA FLORZINHA PEQUENININHA DE SAINHA CURTINHA ? UM ELEFANTE COM RABINHO DE BARBANTE? UM PAPEL DE ÓCULOS E CHAPÉU ? UM BOTÃO QUE TOCA VIOLÃO ? UM PENTE COM DOR DE DENTE ? QUEM MORA NA CASA TORTA ? INVENTE DEPRESSA ALGUÉM ?
QUERO CONTAR HISTÓRIAS… • - Aprenda a ouvir histórias, em primeiro lugar. • - Prepare-se estudando, pesquisando, ensaiando. • - Procure conhecer melhor as crianças, comofunciona sua imaginação. • Não tenha a pretensão de ensinar, conduzir a interpretação da criança. Apenas conte uma história. • Pesquise e monte seu repertório. Com o tempo suashistórias ficarão mais fáceis de contar. E ganharãovida, porque você estará acreditando nelas.
- Todos os recursos são válidos para chamar aatenção: cantar, dançar, usar sotaque, mas eles não podem ser mais importantes que a história. - É sempre bom usar objetos que estimulem aimaginação: um lenço enrolado num cabo de guardachuvapode ser uma linda rainha vestindo sua capa. • Procure desenvolver sua sensibilidade. Se vocêacreditar que o lenço é a capa da rainha, a criançavai gostar mais do seu jeito de contar. • Porém, procure sempre conhecer o universo dascrianças para as quais você vai contar a história. Osucesso ou fracasso dos recursos que você vai usardepende disso. O lenço enrolado no cabo de guardachuvapode não significar nada para elas.
-Descubra a pontuação da história: os momentos derespirar, de se surpreender. Assim, a história ficaráviva em você. E você se surpreenderá naquelemomento, junto com quem está ouvindo, mesmo quetenha contado a mesma história mais de 100 vezes. • Antes de começar a história, organize um espaçosem muitos objetos, elementos e movimentos quedesviem a atenção de quem está ouvindo.
MAS E NA ESCOLA… • Didatizar uma história é matá-la no coração de quem ouve; • Atividades que explorem a expressão, outras possibilidades de interpretação: recriar a história e não apenas reproduzir. • Formar novos autores/ narradores… • Diferentes veículos = diferentes linguagens • O prazer de ouvir, ler, narrar, escrever • Como ler para o outro…
Produzindo experiências e registros… • Experiências vividas: trabalhando a partir da identidade: meu nome, os nomes da minha família, o lugar onde moro, minha escola etc. • Experiências com o corpo: observação do próprio corpo, expressão: dança, teatro, mímica, sombras etc; Jogos (e experiências) com os sentidos: nomes de frutas, expressão de cheiros, gostos, sons • Experiências de observação da natureza: minhocário, aquário, estufa, vasinhos de plantas (temperos são ótimos!), histórias dos nossos animais de estimação, filmes etc. : registro “escrito” (considerando-se escritas: logográficas, ideográficas, alfabéticas) de TUDO que fazemos e observamos
Preparando um ambiente alfabetizador… • Cantos temáticos: livros diversos/ coleções/ brinquedos/ jogos/ reálias (representações)/ viveiros/ sucatas/ instrumentos musicais/ etc • Material impresso: alfabetos/ famílias silábicas/ palavras/ textos/ rótulos/ músicas/ imagens / registro das atividades realizadas/ textos das crianças (obs: cuidado para não POLUIR! Informação demais confunde mais que ajuda! Coloque aos poucos, mude sempre, crie espectativas em relação ao ambiente.)
Pesquise e crie um bom repertório… • De textos: músicas, poemas, histórias… • De jogos: com números, palavras, frases, quebra-cabeças… Sujestões: Zé Zuca, Bia Bedran, Palavra Cantada, Maria Mazzetti, Câmara Cascudo, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Ziraldo… Bienal e Salão do Livro vem ai…