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TÉCNICAS DE NECROPSIA para pequenos e grandes animais

TÉCNICAS DE NECROPSIA para pequenos e grandes animais. Simone Neves de Campos Médica Veterinária – Anatomopatologista simonecamposvet@gmail.com. Exame necroscópico. Neckrós = cadáver ópsi = vista.

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TÉCNICAS DE NECROPSIA para pequenos e grandes animais

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  1. TÉCNICAS DE NECROPSIA para pequenos e grandes animais Simone Neves de Campos Médica Veterinária – Anatomopatologista simonecamposvet@gmail.com

  2. Exame necroscópico Neckrós = cadáver ópsi = vista “Abertura e inspeção sistemática e pormenorizada das cavidades e órgãos de um cadáver, objetivando elucidar a causa da morte ou verificar a extensão e a natureza das lesões” Importância • - Diagnóstico de doenças super- agudas e assintomáticas (rebanho) • Medicina legal veterinária (seguro animal) ou quando existirem suspeita de envenenamento criminoso. • - Esclarecimento de dúvidas clínicas Rembrant

  3. Requisição de necropsia • Identificação do animal(nome ou número, espécie, raça, sexo, idade, peso, cor da pelagem, procedência) • Identificação do proprietário e do Médico veterinário(nome, endereço postal, telefone, etc.) • Autorizaçãodo proprietário para realização do exame • Data e hora do óbito • - Histórico e anamnese( tipo e quando iniciou os sinais clínicos, tratamentos empregados, local onde vive o animal (descrição), vivia como outros animais, número de animais sadios, doentes e mortos, tamanho da propriedade e/ou pastagem (relação animal por área), nutrição (alimentação, mineralização), manejo (esquema de vacinação, vermifugação, etc.)

  4. -Diagnóstico clínico e exames complementares (microbiológicos, radiológico, análises clínicas (hemograma, bioquímica sérica), ultrassonograficos, parasitológicos, etc.) • Suspeita clínica • Médico veterinário responsável pela necropsia

  5. Material utilizado na necropsia -Facas (Magarefe e reta) -Tesouras e pinças (dente de rato e anatômica) -Costótomo -Chaira -Machadinha, martelo -Serra, serrote -Frasco vidro (boca larga) – coleta de material Indumentária • -Macacão; jaleco • -Botas plásticas; sapato fechado • Avental • Luvas cirúrgicas • Óculos de proteção • Máscara

  6. TÉCNICA DE NECROPSIA EM PEQUENOS ANIMAIS Exame Externo É realizado antes de iniciada a necropsia propriamente dita. Devem se observadas alterações cadavéricas, estado nutricional do animal, estado de conservação da carcaça, presença de ectoparasitas, alterações de pele e pelo (ferimentos, manchas), orifícios naturais (mucosas), sinais de desidratação (elasticidade cutânea, endoftalmia) e presença de tumores, fraturas , linfonodos aumentados.

  7. Exame interno • Posicionar o animal em decúbito dorsal - A cabeça do animal deve estar sempre à esquerda do necropsista (a não se que ele seja canhoto) • Desarticular os 4 membros - membros torácicos são incididos na região axilar liberando ligamentos e músculos escapulares e costais; e nos membros pélvicos incide na região inguinal desarticulando a cabeça do fêmur do acetábulo.

  8. Incisão mento-pubiana(faca tipo magarefe ou bisturi) • Em machos contorna-se o pênis e prepúcio, secciona-se o saco escotral exteriorizando os testículos; nas fêmeas contorna-se a vulva (corte em “ V” invertido)

  9. Rebate-se a pelee observa-se o tecido subcutâneo, vasos sangüíneos, nervosos e linfáticos, músculos. • Visualização da cavidade abdominal(incisão longitudinal na linha Alba)

  10. Desarticulação da articulação costocondral em todas as vértebras com auxilio do costótomo . O plastrãoesternal é retirado, dando acesso aos órgãos da cavidade torácica. Preserva-se a última costela e o diafragma para evitar que haja comunicação entre a cavidade torácica e a abdominal, evitando que líquidos presentes em uma das cavidades invadam a outra.

  11. Após abertura de todas as cavidades, realiza-se o exame “ in situ” dos órgãos , verificando presença de líquidos e massas • -Incisão da musculatura submandibular bem próximo a mandíbula. A língua é retirada realizando um corte em “V” invertido no palato mole e desarticulação do osso hióide.

  12. -Liga-se com barbante com ligaduras duplas a porção terminal do esôfago torácico, o duodeno logo após o pâncreas e o reto antes de entrar na cavidade pélvica e secciona-se entre as ligaduras. • Com auxílio de costótomo retira-se o arcabouço ósseo do assoalho pélvico (púbis) , seccionando-se através do forame obturado. • 10 Conjunto - língua, faringe, amígdalas, esôfago, laringe, traquéia, tireóides, timo (no jovem), pulmões e coração; • 20 Conjunto - baço e grande epiplon; • 30 Conjunto - intestinos delgado e grosso, e mesentérios correspondentes; • 40 Conjunto - diafragma, fígado, estômago, pâncreas e pequeno epiplon; • 50 Conjunto - adrenais, rins, ureteres, bexiga, uretra, porção final do reto e ânus. Na fêmea: vagina, útero, ovários . No macho: próstata, pênis, prepúcio, bolsa escrotal e testículos; • 60 Conjunto - Sistema nervoso: meninges, medula espinhal, hemisférios cerebrais e cerebelares, vermis do cerebelo, pedúnculo e bulbo; • 70 Conjunto - tecido subcutâneo, musculatura esqulética, ossos, articulações, ligamentos e tendões. Os órgãos são agrupados em conjuntos

  13. 10 Conjunto língua, faringe, amígdalas, esôfago, laringe, traquéia, tireóides, timo (no jovem), pulmões e coração

  14. -No timo (em animais jovens), observar sua coloração, tamanho. - Localizar a tireóide e paratireóide. -Observar a mucosa da língua e fazendo um corte longitudinal para vizualizar a musculatura. - Abrir o esôfago e a traquéialongitudinalmente, sendo que a traquéia deve ser aberta em sua porção muscular e se estender até os brônquios. - No pulmão é realizada a prova de “Docimasia hidrostática”. O pulmão deve flutuar quando em meio líquido. Deve observar a coloração, consistência e a crepitação dos pulmões e os linfonodos mediastínicos e bronquiais. - Pinçar a extremidade do pericárdio na região do ápice cardíaco e fazer o corte observando o seu conteúdo. - Fazer corte do coração que pode ser de várias maneiras (átrios, ventrículos, vasos, valvas)

  15. 20 Conjunto Baço e grande epiplon;

  16. -Separar o baço e examinar o eplípon, verificando a cor, aspecto e transparência. -Observar o volume, a cor, consistência e aspecto geral do baço, a seguir realizar cortes transversais e notar a disposição das polpas branca e vermelha.

  17. 30 Conjunto Intestinos delgado e grosso e mesentérios correspondentes

  18. Separar o intestino do mesentério cortando rente às alças, dispor os intestinos em “zigue-zague”, e observar: serosa - cor e estado dos vasos intestinais; cor e aspecto da mucosa, espessura da parede, e conteúdo (cor, aspecto, presença de parasitas e corpos estranhos).

  19. 40 Conjunto Diafragma, fígado, estômago, pâncreas e pequeno epiplon

  20. -Seccionar o estômago seguindo a curvatura maior, observando na serosa: cor, aspecto forma e estado dos vasos; na mucosa: cor, aspecto, espessura da parede e no conteúdo cor, aspecto, viscosidade, parasitas e corpos estranhos. - Seccionar a porção inicial do duodeno para fazer o teste de Virchow, que consiste na observação do fluxo normal da bile pelo colédoco. - Separar o fígado e seccionar nos diversos lobos, observando o volume do órgão como um todo, a cor, o aspecto das bordas e a superfície de corte. -Seccionar a vesícula biliar e observar o conteúdo e mucosa, assim como a espessura de sua parede. - Separar o pâncreas do intestino e seccionar transversalmente, inspecionando e coletando.

  21. 50 Conjunto Adrenais, rins, ureteres, bexiga, uretra, porção final do reto e ânus. Na fêmea: vagina, útero, ovários . No macho: próstata, pênis, prepúcio, bolsa escrotal e testículos

  22. -Seccionar logitudinalmente abrindo os órgãos ocos e tubulares (reto, ureteres, uretra, bexiga, vagina, cérvix, útero e cornos). • Os rins devem ser cortados longitudinalmente pela sua parte convexa, retirando-se a seguir a cápsula. • As adrenais devem ser seccionadas longitudinalmente e observada a córtex e medular.

  23. 60 Conjunto Sistema nervoso central

  24. Para abertura do crânio e exame do encéfalo deve-se fazer a desarticulação atlanto-occipital. • -Retira-se o cérebro, removendo a musculatura da região frontal, temporal e occipital. A calota craniana é removida com auxilio de uma serra (transversal a linha mediana e obliqua ate os côndilos do occipital) , o encéfalo é removido seccionando os 12 pares de nervos cranianos e meninges. Realizam-se cortes transversais por todo o encéfalo, exceto cerebelo, ponte e bulbo, onde devem ser feito um corte longitudinal

  25. 70 Conjunto Tecido subcutâneo, musculatura esqulética, ossos, articulações, ligamentos e tendões LFN axilar

  26. Desarticular as diversas articulações, principalmente aquelas relacionadas a algum distúrbio da locomoção mencionado na história clínica. Observar o líquido sinovial, a cápsula articular e as superfícies das cartilagens epifisárias dos ossos envolvidos.

  27. Pausa para o café??

  28. TÉCNICA DE NECROPSIA EM GRANDES ANIMAIS • Decúbito lateral direito nos eqüinos e esquerdo nos ruminantes (a fim de que o ceco e o rúmen não obstruam a visão das demais vísceras abdominais) ou decúbito lateral direito independente da espécie. • Aplica-se com auxílio de uma mangueira, uma ducha fria para lavar o animal para melhor seccionar a pele. • - Retirar o membro anterior esquerdo, iniciando o corte da pele e musculatura na região caudal da escápula, no sentido dorso-ventral, contornar a escapula no sentido ventro-dorsal até a sua remoção completa.

  29. - Retirada da pele e musculatura que recobre o gradil costal e a parede abdominal lateral esquerda - Serrar as costelas próximo as vértebras torácicas e na região do esterno para a remoção do gradil costal esquerdo - Remoção da pele da região ventral da mandíbula ate a entrada do tórax.

  30. 10 Conjunto - língua, faringe, amígdalas, esôfago, laringe, traquéia, tireóides, timo (no jovem), pulmões e coração; 20 Conjunto - intestinos delgado e grosso e mesentérios correnspondentes; 30 Conjunto - baço, grande epíplon, pequeno epíplon, diafragma, fígado, estômago, pâncreas e rins; 40 Conjunto - bexiga, ureteres, uretra, aparelho genital, porção final do reto e ânus; 50 Conjunto - sistema nervoso; 60 Conjunto - tecido subcutâneo, musculatura esquleética, ossos, articulações, ligamentos e tendões.

  31. Obs: Em ruminantes, retira-se os pré-estômagos juntamente com o abomaso Em eqüídeos, recomenda-se abrir a artéria mesentérica cranial e suas ramificações, para a pesquisa de Strongylusvulgarise suas lesões características Em bovinos e suínos recomenda-se seccionar várias vezes a língua e o coração a procura de cistos de cisticercose

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