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TEORIA DA SIGNIFICAÇÃO. “A finalidade última de todo ato de comunicação não é informar, mas é persuadir o outro a aceitar o que está sento comunicado. Por isso, o ato de comunicação é um complexo jogo de manipulação com vistas a fazer
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“A finalidade última de todo ato de comunicação não é informar, mas é persuadir o outro a aceitar o que está sento comunicado. Por isso, o ato de comunicação é um complexo jogo de manipulação com vistas a fazer o enunciatário crer naquilo que se transmite. A linguagem é sempre comunicação (e, portanto, persuasão), mas ela o é na medida em que é produção de sentido.” (Fiorin, p.52, Elementos de Análise do Discurso)
Vermelho Calor Campo Cortina Toureiro/Africano Touro/Búfalo Poeira/índice-seco Azul Frio neve Ele está começando a descobrir Descoberta Índice Metonímia Decoberta vermelho Marca vermelho
A isotopia é um nível de leitura. Greimás define mais Cientificamente como “um conjunto redundante de categorias semânticas que tornam possível uma Leitura uniforme do texto, tal como provém de leituras parciais dos enunciados e da resolução de suas ambigüidades, que é guiada pela busca de uma leitura única” (Greimás, 188).
corredores semânticos’, ou isotópicos que vão balizar a percepção / cognição, criando modelos ou padrões perceptivos...”. Esses padrões perceptivos ou “óculos sociais”, na expressão de A. Schaff [iii], seriam os estereótipos gerados pelos corredores semânticos. Através deles “vemos” a realidade e fabricamos o referente, que se interpõe entre nós e a realidade. Blikstein sustenta, com Schaff, que nas culturas ocidentais, a verticalidade e tudo a que ela se associa (em pé, alto, altivo) por exemplo, é um traço de valor meliorativo, indicando “superioridade” ou “majestade”, enquanto a horizontalidade tem conotação usualmente pejorativa. A tendência é de se depreciar o que está caído, deitado, abaixo.
ISOTOPIA REINTERAÇÃO REDUNDÂNCIA REPETIÇÃO COERÊNCIA SEMÂNTICA DE UM TEXTO Recorrência de traços semânticos ao longo do discurso CORREDORES ISOTÓPICOS
Tecendo a Manhã Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. (A Educação pela Pedra)
CONSTRUÇÃO – Chico Buarque de Holanda Amou daquela vez como se fosse a últimaBeijou sua mulher como se fosse a últimaE cada filho seu como se fosse o únicoE atravessou a rua com seu passo tímidoSubiu a construção como se fosse máquinaErgueu no patamar quatro paredes sólidasTijolo com tijolo num desenho mágicoSeus olhos embotados de cimento e lágrimaSentou pra descansar como se fosse sábadoComeu feijão com arroz como se fosse um príncipeBebeu e soluçou como se fosse um náufragoDançou e gargalhou como se ouvisse músicaE tropeçou no céu como se fosse um bêbadoE flutuou no ar como se fosse um pássaroE se acbou no chão feito um pacote flácidoAgonizou no meio do passeio públicoMorreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o últimoBeijou sua mulher como se fosse a únicaE cada filho seu como se fosse o pródigoE atravessou a rua com seu passo bêbadoSubiu a construção como se fosse sólidoErgueu no patamar quatro paredes mágicasTijolo com tijolo num desenho lógicoSeus olhos embotados de cimento e tráfegoSentou pra descansar como se fosse um príncipeComeu feijão com arroz como se fosse máquinaDançou e gargalhou como se fosse o próximoE tropeçou no céu como se ouvisse músicaE flutuou no ar como se fosse sábadoE se acabou no chão feito um pacote tímidoAgonizou no meio do passeio náufragoMorreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquinaBeijou sua mulher como se fosse lógicoErgueu no patamar quatro paredes flácidasSentou pra descansar como se fosse um pássaroE flutuou no ar como se fosse um príncipeE se acabou no chão feito um pacote bêbadoMorreu na contramão atrapalhando o sábado
Filmes centrados na função poética O Carteiro e o Poeta Flores Partidas Lavoura Arcaica Herói Livro de cabeceira As Horas Construção de discursos O Grande Truque Os Suspeitos Mera Coincidência
"... quando explicamos a poesia ela torna-se banal. Melhor do que qualquer explicação é a experiência directa das emoções, que a poesia revela a uma alma predisposta a compreendê-la."
Ode à CebolaCebolaLuminosa redomapétala a pétalacresceu a tua formosuraescamas de cristal te acrescentarame no segredo da terra escurase foi arredondando o teu ventre de orvalho.Sob a terrafoi o milagree quando apareceuo teu rude caule verdee nasceram as tuas folhas como espadas na horta,a terra acumulou o seu poderiomostrando a tua nua transparência,e como em Afrodite o mar remotoduplicou a magnólialevantando os seus seios,a terraassim te fezcebolaclara como um planeta Pablo Neruda
a reluzir,constelação constante,redonda rosa de água,sobrea mesadas gentes pobres.Generosadesfazeso teu globo de frescurana consumaçãofervente da frigideirae os estilhaços de cristalno calor inflamado do azeitetransformam-se em frisadas plumas de ouro.Também recordarei como fecundaa tua influência, o amor, na saladae parece que o céu contribuidando-te fina forma de granizoa celebrar a tua claridade picadasobre os hemisférios de um tomate.mas ao alcancedas mãos do povoregada com azeitepolvilhadacom um pouco de sal,matas a fomedo jornaleiro no seu duro caminho.estrela dos pobres,fada madrinha envolvida em delicadopapel, sais do chãoeterna, intacta, puracomo semente de um astroe ao cortar-tea faca na cozinhasobe a únicalágrima sem pena.Fizeste-nos chorar sem nos afligir.Eu tudo o que existe celebrei, cebolaMas para mim ésmais formosa que uma avede penas radiosasés para os meus olhosglobo celeste, taça de platinabaile imóvelde nívea anémonae vive a fragância da Terrana tua natureza cristalina.
Teoria da significação = semântica Michel Bréal – século XIX Estudar as mudanças de sentido para determinar os mecanismos que regulam essas alterações. Exemplo: Construção da subjetividade e objetividade Arquitetura da ironia
DISCURSO “Modo de apreensão da linguagem: este último não é considerado aqui como uma estrutura arbitrária, mas como uma atividade de sujeitos inscritos em contextos determinados.” (Maigueneau, p.43, Termos-Chave da Análise do Discurso) Exemplo: Terceiro-falante
ESTRUTURAS TEXTUAIS – SUBSTÂNCIA DE EXPRESSÃO ESTRUTURAS NARRATIVAS – SUBSTÂNCIA DE CONTEÚDO ESTRUTURAS DISCURSIVAS PLANO DE EXPRESSÃO (SIGNIFICANTE) SEMÂNTICA ESTRUTURAL (MANIFESTAÇÃO) PLANO DE CONTEÚDO (SIGNIFICADO)
CANAL MENSAGEM DESTINADOR EMISSOR DESTINATÁRIO RECEPTOR CÓDIGO REFERENTE FEEDBACK
SUJEITO DA ENUNCIAÇÃO AUTOR NARRADOR EMISSOR LEITOR NARRATÁRIO ENUNCIADOR Destinador ENUNCIADO ENUNCIATÁRIO Destinatário SITUAÇÃO ENUNCIATIVA SITUAÇÃO COMUNICATIVA
ENUNCIAÇÃO O ato produtor do enunciado. “É essa colocação em funcionamento da língua por um ato individual de utilização” (Benveniste, p.80, 1980) ENUNCIADO O produto do ato de enunciação. Toda a grandeza dotada de sentido, pertencente à cadeia falada ou Texto escrito, anteriormente a qualquer análise lingüística ou lógica. SUJEITO DA ENUNCIAÇÃO É sempre um eu, que opera, ao realizar a produção discursiva, no espaço Do aqui e no tempo do agora.