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REVISÃO PARA ENEM . FILOSOFIA. Filósofos Clássicos: Sócrates, Platão e Aristóteles. Sócrates Com o desenvolvimento das cidades (polis) gregas, a vida em sociedade passa a ser uma questão importante.
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REVISÃO PARA ENEM FILOSOFIA
Filósofos Clássicos:Sócrates, Platão e Aristóteles • Sócrates • Com o desenvolvimento das cidades (polis) gregas, a vida em sociedade passa a ser uma questão importante. • Sócrates vive em Atenas, que é uma cidade de grande importância, nesse período de expansão urbana da Grécia, por isso, a sua preocupação central é com a seguinte questão: como devo viver? • As pessoas precisavam desenvolver normas de convivência para o espaço da cidade que era um fenômeno relativamente novo na história da humanidade, diferente da vida do campo, com mais agitação política, comercial e social. Nesse sentido, debatiam questões importantes para o convívio em sociedade, ex: ética, fazer o bem, virtudes, política, etc.
Toda a sua filosofia é exposta em diálogos críticos com seus interlocutores. • Sócrates andava pela cidade (feiras, mercados, praças, prédios públicos, etc.)e debatia com as pessoas interessadas sobre assuntos referentes a vida em sociedade. • O conteúdo dos diálogos chegou até nós por meio de seus discípulos, especialmente de Platão, pois Sócrates não deixou nada escrito. • Para viver bem (de acordo com a virtude) é preciso ser sábio. • Como atingir a sabedoria? • Para Sócrates a sabedoria é fruto de muita investigação que começa pelo conhecimento de si mesmo. • Segundo ele, deve-se seguir a inscrição do templo de Apolo: conhece-te a ti mesmo. • À medida que o homem se conhece bem, ele chega à conclusão de que não sabe nada. • Para ser sábio, é preciso confessar, com humildade, a própria ignorância. Só sei que nada sei, repetia sempre Sócrates.
Sócrates: maiêutica • Maiêutica: método para chegar ao conhecimento. • Para Sócrates o papel do filósofo fazer com que as pessoas chegassem ao conhecimento e para isso criou a maiêutica. • Sócrates tinha um método de diálogo para levar o seu interlocutor (pessoas com quem estava debatendo) a perceber por si só sua própria ignorância sobre os assuntos tratados. • Por meio da ironia, fazendo perguntas e respondendo as perguntas com outras perguntas, levava o interlocutor a cair em contradição, Sócrates o conduzia a confessar a própria ignorância. • Uma vez confessada a ignorância, o interlocutor estaria disposto a percorrer o caminho da verdade.
Quando se diz que a maiêutica é a arte de dar à luz as idéias, está se subentendendo que o conhecimento está dentro da pessoa e por meio maiêutica ela vai “parir” o conhecimento. • Para Sócrates, uma mente submetida a um interrogatório adequado seria capaz de explicitar conhecimentos que já estavam latentes na alma. Afinal, tanto para Sócrates quanto para Platão, a alma, antes de se unir ao corpo, contemplara as idéias na sua essência, no mundo das Idéias. Bastava, portanto, fazer um esforço para recordar. Conhecer é recordar. • A objetivo mais importante do diálogo é encontrar o conceito. Ele pergunta, por exemplo, o que é justiça? E, aos poucos, eliminando definições imperfeitas, ele vai chegando a um conceito mais puro, mais correto. • O destino de Sócrates • A maior arte de Sócrates era a investigação, feita com o auxílio de seus interlocutores. Aquele que investiga, questiona. Aquele que questiona, perturba a ordem estabelecida. Isso faz surgir muitos inimigos de Sócrates. • Sócrates é acusado de corromper a juventude e de desprezar os deuses da cidade. Com base nessas acusações ele é condenado a beber cicuta (veneno extraído de uma planta do mesmo nome). Segundo testemunho de Platão em Apologia de Sócrates, ele ficou imperturbável durante o julgamento e, no final, ao se despedir de seus discípulos, ele diz: • Já é hora de irmos; eu para a morte, vós para viverdes. Quanto a quem vai para um lugar melhor, só deus sabe.
Platão Falaremos agora sobre um sujeito de ombros largos que, entre tantas obras, veio a inspirar gente desde políticos a cineastas. O bom e velho Arístocles, mais conhecido como Platão. Atenas 428 aC – 348 aC Atenas
Sobre o homem • Maior discípulo de Sócrates, o qual vem a ser personagens de suas obras. • Funda a Academia em 388 a.C., primeira instituição de Ensino de Filosofia da história. • Platão foi o primeiro filósofo cuja obra foi quase toda preservada. Também é dele o primeiro sistema filosófico escrito que se conhece.
As fases de Platão • Período de juventude: Laques, Íon, Hípias Maior, Hípias Menor, Protágoras, Apologia de Sócrates – diálogos aporéticos. • Período de transição Górgias, Mênon- Surgem os temas propriamente platônicos (conhecimento por reminiscência, exemplaridade da matemática) • Diálogos de maturidade Fédon, República, Banquete, Fedro– surgem os principais temas de Platão como a imortalidade da Alma, princípios do bom Estado e meios de atingir o conhecimento das formas. • Diálogos de velhice Teeteto, Parmênides, Sofista, Político, Timeu– ontologia das formas, nova teoria do Estado. Sócrates perde o papel central.
Platão e a Teoria do Conhecimento Uma questão que ocupa os filósofos gregos é aquela sobre como se dá o conhecimento sobre as coisas. Para estes filósofos, perguntar sobre o conhecimento é querer responder à questão: como podemos saber o que algo é? De outro modo, os pensadores como Platão preocupam-se em saber como podemos definir de modo exato os objetos do mundo. Façamos um exercício: • Pensemos numa caneta. • O que define esta caneta? • Será que o que define esta caneta pode definir o que toda caneta é? • Como podemos definir todas as canetas do mundo?
O que significa definir algo? Definir é buscar aquilo que algo tem de próprio (que o distingue de todas as outras coisas). Não se trata de apenas estabelecer nomes ou dispor exemplos, mas de encontrar aquilo que expressa de forma universal e de modo racional o que algo é. O conjunto de propriedades que define um objeto é sua essência (do grego eidos), que descreve a forma geral do que se pretende definir. Pense só: como definir um triângulo? Será que um desenho (uma representação) do triângulo basta?
Do mundo sensível das opiniões ao mundo inteligível das ideias. • Segundo Platão, os sentidos só podem nos fornecer o conhecimento das sombras da verdadeira realidade, e através deles só conseguimos ter opiniões. • O conhecimento verdadeiro se consegue através da dialética, que é a arte de colocar à prova todo conhecimento adquirido, purificando-o de toda imperfeição para atingir a verdade. • Cada opinião emitida é questionada até que se chegue à verdade. • Platão, assim como seu mestre Sócrates, acreditava que o conhecimento era inato ao ser humano, ou seja, todo o conhecimento estava na pessoa, bastava exercitar ou refletir para “relembrar” as respostas dos questionamentos. Aristóteles, discípulo de Platão, não compartilha dessa ideia, para ele o conhecimento só era possível por meio da experiência e da percepção, ou seja, deveria ser adquirido.
A teoria das ideias de Platão Podemos então dizer que os interesses mais gerais da Teoria do Conhecimento de Platão são: (I) estabelecer uma compreensão unificada e racional dos fenômenos e (II)buscar os fundamentos de uma definição. Para Platão a busca da definição exata de algo aproxima-se da tarefa de um matemático. O caminho para encontrar a definição das coisas está na busca pela IDEIA (ou FORMA) dessas coisas. Para compreender o que Platão quer dizer sobre o conhecimento precisamos olhar para o mundo das ideias. Uma boa história para começarmos é contada num livro do próprio Platão, A República: o conhecido mito da caverna. Acesse o mito em diferentes versões: http://phprof.wordpress.com/2012/05/06/filosofia-1o-ano-aula-4-platao-e-o-mundo-das-ideias/
Alegoria da Caverna • Aprisionado no seu corpo, o homem só consegue enxergar as sombras e não a realidade em si. Para explicar isso, Platão cria a • Há homens presos, desde meninos, por correntes nos pés e no pescoço, com o rosto voltado para o fundo da Caverna. Próximo à entrada da caverna desfila-se com muitos objetos diferentes, cujas sombras são projetadas pela luz do Sol na parede do fundo. Os prisioneiros contemplam as sombras, pensando tratar-se da realidade, pois é a única que conhecem. • Um dos prisioneiros consegue escapar, e, voltando-se para a entrada da caverna, num primeiro momento tem sua vista ofuscada pela luz intensa, mas aos poucos ele se acostuma e começa a descobrir que a realidade é bem diferente daquela que ele conheceu a vida toda, por meio das sombras. Esse homem se compadece dos companheiros da prisão e volta para lhes anunciar aquilo que contemplara. Ele é chamado de louco e é morto pelos companheiros.
Alegoria da Caverna • Explicação: • As sombras que os homens enxergam no fundo da caverna representam as aparências da realidade e não a realidade em si. Mas aqueles homens que foram, desde a infância, acostumados a crer que as sombras eram a realidade, não podiam imaginar que a realidade verdadeira estava lá fora. • Quando um desses homens consegue escapar da caverna e tem contato com o mundo verdadeiro, ele percebe que as projeções na parede nada mais são do que uma ilusão, pois a realidade das coisas era outra. O homem cai em si e entende que sempre foi enganado pelas sombras. • Quando volta para caverna e tenta convencer os outros de que aquelas sombras não representam a realidade dos fatos, ninguém acredita e o chamam de louco. • Esse mito se refere a Sócrates que tentava demonstrar a realidade ou a verdade de vários fatos de Atenas, como a política, por exemplo, uma vez que as pessoas acreditavam em discursos que não condiziam com a realidade, mas eram só uma forma de enganar. Contudo, como vimos, Sócrates desagradou muita gente ao tentar esclarecer as pessoas sobre a verdade e, por isso, foi condenado a morte.
A teoria das ideias de Platão RAZÃO --------------- CONHECIMENTO Reminiscência (anamnese) Percepção sensorial (empiria) IDEIAS Fixas Imutáveis OBJETOS Transitórios Mutáveis Participação Protótipo Retrato Presença
Notas sobre a filosofia política de Platão Podemos levantar a seguinte questão com o mito da caverna: como influenciar aqueles que não veem? O sujeito que sai da caverna e torna-se filósofo pode ser aquele que pode assumir este papel, uma vez que é capaz de guiar a si mesmo pela razão. Este sujeito poderá ser o melhor e mais capaz de administrar os outros homens de maneira boa e justa; é o político por excelência. Este viés de interpretação do mito pode nos impulsionar para alguns aspectos breves da filosofia política de Platão.
A política em A República Objetivo da política: melhoria moral dos cidadãos para o bem da cidade Caminho: • Instituições e figuras de poder (reforma da alma humana) • Estado como condutor de um processo educacional e a garantia da justiça e da boa vida. Divisão Social:teoria das almas • Cada indivíduo deve assumir a posição para a qual é mais apto, o que está inscrito na alma de cada um. • Princípio da Justiça: Só se alcança a cidade se houver essa divisão. • O governante deve ser aquele capaz de tomar decisões, este é o papel dos filósofos • Melhor governo possível: Sofocracia (poder dado aos sábios)
Divisão de classe baseada na teoria das almas: Confira o trecho de A República sobre a divisão das almas e a organização da cidade e faça um exercício de leitura: http://phprof.wordpress.com/2012/09/25/filosofia-3oextensivo-aula-3-introducao-a-platao/ Nos slides seguintes há uma análise desse texto para te auxiliar.
Divisão do texto A Teoria das Almas Proposta de divisão do texto: I. Tese geral de Sócrates: Primeiro parágrafo O melhor e mais justo é o mais feliz e é capaz de governar a si mesmo, tendo assim a natureza de um rei, enquanto o mais perverso e injusto é o mais infeliz, e governa a si mesmo e à cidade como um tirano. II. Como essa divisão se dá: SÓCR: Se assim como a cidade (...) GLAUCO: Tens Razão A alma dos indivíduos está dividida em três partes, cada qual ligada a um tipo de prazer e a um tipo de desejo e impulso: o que faz o homem aprender o que faz o homem irascível o que faz o homem satisfazer desejos (os quais se ligam ao bem estar físico e material) III. Quais os tipos de indivíduo e qual o prazer a eles ligado: SÓCR: Se considerarmos que o prazer (...) GLAUCO: Sim, de fato. 1º tipo de homem: o que busca o ganho e a satisfação (prazer ligado ao lucro) – o amigo do ganho. 2º tipo de homem: amigo do sucesso e da glória – o ambicioso. 3º tipo de homem: amigo do saber (prazer ligado à busca pela verdade) – o filósofo
Divisão do texto A Teoria das Almas IV. Cada indivíduo considera o sue prazer superior aos demais. SÓCR: E como sabes, se perguntássemos (...) GLAUCO: Podemos estar certos disso. V. Conclusão:Qual dos indivíduos tem a melhor capacidade de julgar. Até o fim do texto Quais os critérios mais importantes para se julgar bem: experiência, sabedoria, raciocínio. Comparação com os outros indivíduos: O filósofo conhece os outros prazeres, o que lhe dá vantagem em relação ao amigo do ganho. Quanto à honra, cada indivíduo a experimenta a sua maneira, mas só o filósofo se interessa pela contemplação do ser. A distinção do filósofo: Sendo mais experiente o filósofo é mais capaz de julgar, sendo aquele que reúne mais experiência e sabedoria. Aquilo que permite ao indivíduo julgar é o instrumento do filósofo: a razão. Se para um bom julgamento é preciso experiência, sabedoria e raciocínio, então o filósofo é quem melhor julga, pois possui as três qualidades. Assim, esse será capaz de dizer quais as coisas verdadeiras, que são melhores e mais justas. Este é o homem mais feliz.
Exercícios – Platão no vestibular Segue abaixo um conjunto de exercícios do vestibular UNESP, 1ª fase de 2011, em que um trecho do diálogo Fedro de Platão serviu de base para 5 questões. Leia o texto para responder às questões: SÓCRATES: – Vamos então refletir sobre o que há pouco estávamos discutindo; examinaremos o que seja recitar ou escrever bem um discurso, e o que seja recitar ou escrever mal. FEDRO: – Isso mesmo. SÓCRATES: – Pois bem: não é necessário que o orador esteja bem instruído e realmente informado sobre a verdade do assunto de que vai tratar? FEDRO: – A esse respeito, Sócrates, ouvi o seguinte: para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal – pois é pela aparência que se consegue persuadir, e não pela verdade. SÓCRATES: – Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela significa. O que acabas de dizer merece toda a nossa atenção. FEDRO: – Tens razão. SÓCRATES: – Examinemos, pois, essa afirmação. FEDRO: – Sim.
Exercícios – Platão no vestibular SÓCRATES: – Imagina que eu procuro persuadir-te a comprar um cavalo para defender-te dos inimigos, mas nenhum de nós sabe o que seja um cavalo; eu, porém, descobri por acaso uma coisa: “Para Fedro, o cavalo é o animal doméstico que tem as orelhas mais compridas”... FEDRO: – Isso seria ridículo, querido Sócrates. SÓCRATES: – Um momento. Ridículo seria se eu tratasse seriamente de persuadir-te a que escrevesses um panegírico do burro, chamando-o de cavalo e dizendo que é muitíssimo prático comprar esse animal para o uso doméstico, bem como para expedições militares; que ele serve para montaria de batalha, para transportar bagagens e para vários outros misteres. FEDRO: – Isso seria ainda ridículo. SÓCRATES: – Um amigo que se mostra ridículo não é preferível ao que se revela como perigoso e nocivo? FEDRO: – Não há dúvida. SÓCRATES: – Quando um orador, ignorando a natureza do bem e do mal, encontra os seus concidadãos na mesma ignorância e os persuade, não a tomar a sombra de um burro por um cavalo, mas o mal pelo bem; quando, conhecedor dos preconceitos da multidão, ele a impele para o mau caminho, – nesses casos, a teu ver, que frutos a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou? FEDRO: – Não pode ser muito bom fruto. SÓCRATES: – Mas vejamos, meu caro: não nos teremos excedido em nossas censuras contra a arte retórica? Pode suceder que ela responda: “que estais a tagarelar, homens ridículos? Eu não obrigo ninguém – dirá ela – que ignore a verdade a aprender a falar. Mas quem ouve o meu conselho tratará de adquirir primeiro esses conhecimentos acerca da verdade para, depois, se dedicar a mim. Mas uma coisa posso afirmar com orgulho: sem as minhas lições a posse da verdade de nada servirá para engendrar a persuasão”. FEDRO: – E não teria ela razão dizendo isso? SÓCRATES: – Reconheço que sim, se os argumentos usuais provarem que de fato a retórica é uma arte; mas, se não me engano, tenho ouvido algumas pessoas atacá-la e provar que ela não é isso, mas sim um negócio que nada tem que ver com a arte. O lacônio declara: “não existe arte retórica propriamente dita sem o conhecimento da verdade, nem haverá jamais tal coisa”. (Platão. Diálogos. Porto Alegre: Editora Globo, 1962.)
Exercícios – Platão no vestibular QUESTÃO 01 Neste fragmento de um diálogo de Platão, as personagens Sócrates e Fedro discutem a respeito da relação entre a arte retórica, isto é, a arte de produzir discursos, e a expressão da verdade por meio de tais discursos. Trata-se de um tema ainda atual. Aponte a única alternativa que expressa um conteúdo não abordado pelas duas personagens no fragmento. (A) A produção de bons discursos. (B) A formação do orador. (C) A natureza da Filosofia. (D) O poder persuasivo da oratória. (E) A retórica como arte de criar discursos. COMENTÁRIO A questão exige a organização dos temas do texto. No diálogo temos o seguinte: Tema: a retórica e sua função Retórica: “arte” de se produzir discursos exercida por um orador. Questão: Um bom discurso apresenta a verdade ou a aparência? Desde o exercício do orador até a natureza da retórica são discutidos no trecho, no entanto, a natureza da filosofia não é colocada em questão; em nenhum momento os personagens discutem o que é esta atividade, a filosofia, ou o que faz um filósofo. RESPOSTA: C
Exercícios – Platão no vestibular QUESTÃO 02 Após uma leitura atenta do fragmento do diálogo Fedro, pode-se perceber que Sócrates combate, fundamentalmente, o argumento dos mestres sofistas, segundo o qual, para fazer bons discursos, é preciso (A) evitar a arte retórica. (B) conhecer bem o assunto. (C) discernir a verdade do assunto. (D) ser capaz de criar aparência de verdade. (E) unir a arte retórica à expressão da verdade. COMENTÁRIO Em outros termos a questão quer saber o que os sofistas consideram importante na realização de bons discursos. Sócrates, filósofo, irá se contrapor a Fedro, que representa a posição dos sofistas. Trata-se então de encontrar a posição de Fedro. Retomando as posições de Fedro vemos que a produção de bons discursos está ligada a aparência da verdade e que isto se deve à arte da retórica. Caem as alternativas A e E. Sabendo que os sofistas não se preocupam com a verdade, mas sim com o convencimento, não se pode dizer que estes considerem o bom conhecimento do assunto necessário, afinal, se seu compromisso é a produção da aparência, importa saber tornar qualquer coisa dotada da aparência de verdade, mesmo que não se saiba o que ela é. RESPOSTA: D
Exercícios – Platão no vestibular QUESTÃO 03 ... para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal ... Neste trecho da tradução da segunda fala de Fedro, observa-se uma frase com estruturas oracionais recorrentes, e por isso plena de termos repetidos, sendo notável, a este respeito, a retomada do demonstrativo “o” e do pronome relativo “que” em o que de fato é justo, o que parece justo, os que decidem, o que é bom ou belo, o que parece tal. Em todos esses contextos, o relativo “que” exerce a mesma função sintática nas orações de que faz parte. Indique-a. (A) Sujeito. (B) Predicativo do sujeito. (C) Adjunto adnominal. (D) Objeto direto. (E) Objeto indireto. COMENTÁRIO Tem-se aqui uma questão específica de Gramática, mas por estar relacionada ao texto de Platão vamos analisá-la. O objetivo é saber a função sintática do pronome relativo “que” em frases destacadas, ou seja, que função ele exerce na frase. Pensemos na estrutura básica de uma oração em português: SUJEITO + VERBO + OBJETO (você resolve a questão; eu faço um comentário; nós passamos no vestibular). Vejamos as frases destacadas e tentemos relacioná-las a esta estrutura: o que de fato é justo algo é justo o que parece justo algo parece justo os que decidem alguém decide alguma coisa o que é bom ou belo algo é bom ou belo o que parece tal algo parece tal Em todos os casos o “que” substitui aquilo que precede o verbo e sobre quem se afirma algo. Esta é a posição do sujeito. RESPOSTA: A
Exercícios – Platão no vestibular QUESTÃO 04 Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela significa. Nesta frase, Sócrates, para rotular o tipo de discurso que acaba de ser sugerido por Fedro, emprega palavra hábil com o sentido de (A) discurso prolixo e ininteligível. (B) pronúncia adequada das palavras. (C) habilidade de leitura. (D) expressão de significados contraditórios, absurdos. (E) discurso eficiente em seus objetivos. COMENTÁRIO A expressão “palavra hábil” retoma aquilo que é tema do diálogo, introduzido logo de início, e pode ser entendida como sinônimo da capacidade de ser um bom orador, ou ainda, de que se trata ter domínio da retórica. Sócrates, quando faz esta afirmação destacada na questão, tem a intenção de propor a Fedro que se faça uma análise do que consiste este domínio da “palavra hábil”. Pode-se encontrar dificuldade de vocabulário na alternativa “A” devido aos termos “prolixo” (discurso longo, sem capacidade de síntese, cansativo, supérfluo) e ininteligível (que não se pode compreender); é o oposto disso que a retórica, a arte de produzir discursos persuasivos, deve ser. RESPOSTA: E
Exercícios – Platão no vestibular QUESTÃO 05 ... que frutos a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou? Esta passagem apresenta conformação alegórica, em virtude do sentido figurado com que são empregadas as palavras frutos, recolher e semeou. Aponte, entre as alternativas a seguir, aquela que contém, na ordem adequada, palavras que, sem perda relevante do sentido da frase, evitam a conformação alegórica: (A) alimentos – colher – plantou. (B) resultados – produzir – prescreveu. (C) lucros – contabilizar – investiu. (D) textos – apresentar – negou. (E) efeitos – causar – menosprezou. COMENTÁRIO Trata-se de uma questão de uso da linguagem e vocabulário e não propriamente da organização do argumento filosófico. Deve-se buscar então a alternativa que preserve o sentido dos termos frutos, recolher e semeou sem que se troque o sentido figurado. As alternativas A e C preservam o sentido dos termos originais, mas mantem o sentido figurado, (A mantem a analogia com a agricultura e C estabelece uma analogia econômica). Já em D e E, embora não haja um sentido alegórico, a quebra de sentido: em D o vocábulo textos, contrariamente ao vocábulo resultados, por exemplo, não traduz o sentido de frutos, e o vocábulo negou contradiz o sentido de semeou, tal como ocorre em E com o termo menosprezou. As palavras “resultados”, “colher” e “plantou”, portanto, são aquelas que respeitam ambas as condições da questão. RESPOSTA: B
Aristóteles • Sua vida: Aristóteles foi preceptor de Alexandre Magno, na corte de Pela, e isso facilitou suas pesquisas pois, quando Alexandre expandiu o império Macedônico, o filósofo teve mais acesso às informações sobre formas de governo e sobre o mundo natural (do qual Aristóteles fez uma das primeiras classificações conhecidas). • O Liceu: Quando Alexandre sobe ao trono na Macedônia, Aristóteles deixa a corte de Pela e volta para Atenas, onde funda sua própria escola de filosofia, próxima ao templo de Apolo Liceano (por isso passa a se chamar LICEU), seguindo orientação que rivaliza com a Academia de Platão que, nesse tempo, é dirigida por Xenócrates. A Academia era mais voltada para as Matemáticas, enquanto o Liceu se dedicava principalmente às ciências naturais.
Aristóteles foi discípulo de Platão, mas seguiu o próprio caminho, com uma filosofia bem diferente do mestre. • Quanto ao método de exposição da filosofia, enquanto Platão utilizara os diálogos, Aristóteles foi um sistematizador. Embora ele também tenha escrito diálogos, o que chegou até nós foi apenas uma parte das suas obras produzidas em forma descritiva e ordenada. • Aristóteles organizou o conhecimento de até então. Criou sistemas classificatórios para a natureza, sobre o céu, sobre os fenômenos atmosféricos; exame da física como movimento, infinito, vazio, lugar, tempo, etc. • Também estudou sobre sensação, memória, respiração, história dos animais; classificou as espécies vivas, etc. • Formas de governo, retórica (argumentação), etc. • E ainda muitos outros estudos. • Em suma, ele organizou ou sistematizou praticamente todo conhecimento acumulado até então.