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Rosalía de Castro Rosalía de Castro nasceu em Santiago a 24 de Fevereiro de 1837. Da mãe herda a condição de fidalga. O pai, porque pertencia ao clero, não reconheceu a sua paternidade, facto que condicionou bastante a obra e vida de Rosalía. A sua educação ficou, logo após o seu nascimento, a cargo de uma tia paterna, com a qual viveu no meio rural em contacto com a língua galega. Anos mais tarde a sua mãe resgata-a para viverem em Santiago de Compostela, onde ingressa no liceu da Juventude de Santiago e onde defende ideais galegos. Aos 19 anos ruma a Madrid onde conhece e inicia um relacionamento com Manuel Murguía, com quem se casa e tem sete filhos. É considerada o exponente máximo da literatura galega, não só do ponto de vista histórico, como também do ponto de vista estético. A sua obra está bastante difundida internacionalmente, tendo sido traduzida em diversas línguas. As suas obras mais sonantes escritas em galego são Cantares Gallegos (1863) e Follas Novas (1880). Da primeira constam 36 poemas onde são retratados temas como: o costume folclórico, o amor, a intimidade e a denúncia. Da segunda contam-se 136 poemas com duas vertentes distintas: a primeira segue uma via popular, costumista e crítica e a segunda trata o existencialismo, a saudade e o pessimismo. Esta última não foi tão bem recebida pelos leitores quanto a primeira. Após uma vida pautada por inúmeras dificuldades, quer económicas quer de saúde, morre aos 48 anos, vítima de cancro de útero.
Curros Enríquez Nasceu em 1851 em Celanova. Desde a sua infância que demonstra ter um personalidade rebelde e inquieta, abandonando aos 15 anos a casa paterna e adoptando os ideais republicanos e anticlericais. Encetou a sua carreira profissional no domínio do jornalismo, o que lhe proporcionou um grande reconhecimento. A sua obra é, marcadamente, a denúncia das injustiças sociais e a defesa de ideais de progresso, assumindo o compromisso de uma poesia combativa. A sua empatia social conferiu-lhe a preferência dos leitores do seu tempo. Em 1880 publica, em galego, Aires da miña terra, na qual, não só assume o papel de delator de injustiças sociais, mas, também, trata temáticas intimistas e costumistas. Em 1888, lança O divino sainete, longo poema narrativo, no qual Curro satiriza personagens e instituições culturais e políticas da sua época que viajam num comboio para Roma. É nesta obra que Curros afirma a sua atitude anticlerical. Toda a sua vida é vivida entre Espanha e Cuba, sendo em Havana que acaba por morrer em 1908.