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Recebi por e-mail. Os créditos desconhecidos. Mas a mensagem é excelente
E N D
“Isso”, que de vez em quando aparece aos montes, é “aquilo” mesmo. Para fins didáticos, chamemos “isso” de “m”.
E esse monte de outras porcarias na praia - de onde será que elas vem?
Explicando: se você mora na Zona Sul, tudo o que você joga na privada, na pia ou no tanque sai em Ipanema.
Não acredita? Repare no círculo vermelho.
É um rio de m. visto do céu. São 8.000 litros por segundo. Lançados entre a praia e o recém criado Monumento Natural das Ilhas Cagarras.
Imagine a cena: mais de 1.500.000 de seres humanos puxando a descarga.
Uma torrente imunda que o emissário submarino de Ipanema lança no mar. Sem qualquer tratamento.
Duvida? Sinta o cheiro do que jogamos no mar nos arredores das Estações Elevatórias Parafuso e AndréAzevedo em Copacabana.
Resultado: aqui se vê incríveis fenômenos biológicos: • cardumes de preservativos. • manadas de absorventes íntimos. • turbilhões de cotonetes. • Tudo isso embebido em suco de m.
E o banhista fica com o privilégio de nadar em meio a tudo isso dadas certas condições oceanográficas.
Resultado: há uma área sem vida de 20 Km2 ao redor da boca do emissário. São 11.000 ton de porcaria assentadas no fundo que o mar não consegue processar. Fonte: Carreira, R. S. & A. L. R. Wagener, 1998.Speciation of sewage derived phosphorus in coastal sediments from Rio de Janeiro, BrazilMarine Pollution Bulletin, 36 (10): 818-827.
Outro Resultado: o pescado dessa região está contaminado com Aeromonas e Plesiomonas, bactérias que causam disenteria, e a carga orgânica favorece blooms de dinoflagelados que podem causar intoxicação pela ingestão desse pescado (ciguatera). Fontes: Pereira et al., 2004. Aeromonas spp. e Plesiomonas shigelloides isoladas a partir de mexilhões (Perna perna) in natura e pré-cozidos no Rio de Janeiro, RJ. Ciênc. Tecnol. Aliment. 24(4): 562-566. Dickey, R. W. e S. M. Plakas, 2010. Ciguatera, a Public Health Perspective. Toxicon 56 (2010) 123–136.
O emissário de Ipanema, o primeiro do Brasil, foi projetado e construído no início dos anos 1970.
Nessa época não havia Licenciamento Ambiental, EIA/RIMA, etc.
Não havia a Resolução CONAMA 357 que diz que “os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento (...)”
Aliás, nessa época sequer havia CONAMA, ou Ministério do Meio Ambiente, ou Política Nacional de Meio Ambiente, ou Protocolo de Annápolis, ou Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, ou o próprio conceito de “Desenvolvimento Sustentável”.
Já ouviu falar nele? “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.” Pois é, só nasceu em 1987.
Então se leis e critérios mudaram desde que fomos tricampeões, porque o projeto não foi modificado?
Mas espera que vai piorar: Não bastasse o emissário de Ipanema, há os clones da Barra, e de Icaraí. Veja essa simulação de dispersão e decaimento colimétrico de seis dias. Repare como as plumas de bactérias “lambem” nossas ilhas e diversos outros balneários.
Veja, por exemplo, como anda a Praia Vermelha em um domingo de sol...
Agora saiba que moda que nasce em Ipanema, se espalha pelo Brasil: Hoje há dezenas de emissários sujando nosso litoral.
Ah se eles soubessem como desejamos uma solução inteligente...
Créditos das imagens: Slide 1: Marc Ferrez, 1905. Slides 8 e 9: Aerolevantamento da Prefeitura do Rio, 2002. Slide 10: Região “atendida” pelo emissário sobre Google Earth. Slide 15: Aurelino Gonçalves, 1972. Slides 16 e 17: Polígono com os pontos de Carreira e Wagener (1998) sobre Google Earth. Slide 19, 20 e 22: www.rioquepassou .com.br Slide 21: ? Slide 23: Capa do “Relatório Brundtland”. ONU, 1987. Slide 26: COPPE/UFRJ: modelagem colimétrica com SIBAHIA. Slide 28: Algumas cidades que tem emissário sobre Google Earth. Slide 30: Logomarcas da Rio+20, Copa de 2014 e Olimpíada 2016. Alle anderen Fotos sind mein.