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Análise Emergética do SAF (Sistema Agroflorestal) Sítio Catavento. Doutorado: Teldes Corrêa Albuquerque, FEA,UNICAMP . INTRODUÇÃO. Albuquerque, 2006 formulou a hipótese que a implantação de um SAF poderia recuperar áreas degradadas, hipótese esta estudada nesta pesquisa. JUSTIFICATIVA :
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Análise Emergética do SAF (Sistema Agroflorestal) Sítio Catavento • Doutorado: Teldes Corrêa Albuquerque, FEA,UNICAMP
INTRODUÇÃO Albuquerque, 2006 formulou a hipótese que a implantação de um SAF poderia recuperar áreas degradadas, hipótese esta estudada nesta pesquisa
JUSTIFICATIVA: O modelo de agricultura convencional, faz uso intensivo de insumos da economia industrial (defensivos agrícolas, maquinário excessivo, adubos químicos, etc.). Este modelo tem demonstrado ser altamente impactante no sistema ambiental, social e econômico. (Biodiversidade, solo e a água) Neste sentido, tem sido estudado novas alternativas de produção agrícola objetivando a recuperação dos solos, entre as quais se destaca a metodologia de sistemas agroflorestais (SAFs).
OBJETIVOS Estudar o comportamento dos diversos componentes de um sistema agroflorestal ao longo do processo de regeneração (sucessão natural das mesmas) e calcular os índices de desempenho ecológico, social e econômico do mesmo.
O Sistema Agroflorestal sucessional proposto por Götsch, 2002, se baseia na dinâmica dos fenômenos naturais , como o consórcio de espécies, a sucessão vegetal e a ciclagem de nutrientes (Peneireiro, 1999).
SUCESSÃO NATURAL FLORESTAL -Limites -Componentes -Entradas -Saídas -Interações -Hierarquia Desenhos aquarelados desta pesquisa são de Ornella Flandoli
MATERIAL: Um hectare de SAF do Sítio Catavento Sítio Catavento (30 ha) O SAF Iniciou em 2006.
O agricultor visitou a Coopera-floresta, na Barra do Turvo , em 2005 e surpreendeu-se positivamente com o SAF já desenvolvido e decidiu implementar uma área experimental com o modelo de SAF sucessional em sua propriedade. Tamarindo, Feijão Guandu, Guapuruvu, Mamona , Mandioca, etc. Araribá, amora, mamão e uvaia
SAF Catavento: Foto Mandioca, cana de açúcar, margaridão, manga, banana e tamarindo
O Feijão é armazenadoemgarrafas PET Farmers’shouse Janelas de madeira Móveis de madeira Fogão a lenha
SAF Catavento O sistema florestal sucessional apresenta a necessidade de um trabalhador por hectare. Deve ser consciente de sua função e de preferência saber fazer o manejo correto.
Essa pesquisa valoriza os SAFs pois, melhoram a serapilheira, solo, biodiversidade, melhorando também a paisagem com várias espécies diferentes ocupando a mesma área. Na figura a seguir pode-se diferenciar uma paisagem de hoje predominada por monoculturas de soja e cana-de-açúcar.
Emergia (escrita com "M") – É toda a energia disponível que foi usada, direta ou indiretamente, na fabricação de um produto, expressada em unidades de um tipo de energia disponível. A eMergia mede a riqueza real, a qualidade de uma espécie e é medida por sua emergia (unidade), podendo a base unitária ser: massa, energia, dinheiro, informação, região, pessoa, país e biosfera. Análise EMergética
O trabalho da Natureza deve ser bem reconhecido e devidamente valorizado no mercado. Somente assim será possível comparar corretamente o rendimento do sistema com relação ao investimento do setor econômico
Na Análise Emergética se faz primeiro um fluxograma com as entradas e saídas do sistema.
Fluxograma da área de agrofloresta do Sítio Catavento Plantas atuando em série e em paralelo Pioneiras que vão contribuir com sua biomassa p/ melhorar o solo, e plantas de adubação verde (leguminosas), as plantas que criam raízes, troncos, galhos e folhas que cederão sua matéria orgânica
Para se obter os valores dos Índices Emergéticos, de acordo com o procedimento recomendado por ODUM (1999) é preciso converter cada linha dos fluxos de entrada do diagrama em uma linha de cálculo na tabela de avaliação de emergia.
(I) ciclo até seis meses (milho, feijão, abóbora); (II) seis meses e três anos (mamona, mandioca, mamão); (III) três e dez anos (a maioria dos frutais); (IV) dez a cinquenta anos (madeiras úteis na lavoura); (V) após cinquenta anos (madeiras nobres). R = Rasteiro; B = Baixo; M = Médio; A = Alto; E = Emergente. N = Fixadora de nitrogênio; M.O = Produção de matéria orgânica; AF = Alimento para a macrofauna; P = Atração de polinizadores; C = Ciclagem de nutrientes; E = Controle da erosão; A= Adaptáveis a regiões áridas MP = Retiram do solo metais pesados como alumínio; PR = Potencial de rebrota. Al = Alimentação; M = Madeiras nobres; U = Madeiras utilitárias; F = Fibra; O = Ornamental; P= Pigmentos, tinturas, temperos ou medicinais; Mel= Interesse apícola (Mel). Baseado na Cartilha Liberdade e vida com Agrofloresta e Cartilha ‘Y Ikatu Xingu
Cálculo da estimativa do estoque de biomassa das espécies do Sítio Catavento O cálculo tem a seguinte sequência: a estimativa do peso seco da biomassa aérea, feita segundo a equação alométrica desenvolvida para áreas de regeneração em floresta ombrófila densa segundo Nelson et al. (1999), Alves et al. (1997) e Saldarriaga et al. (1988), completando com dados da literatura sobre ecossistemas brasileiros com classificação similar ao Sítio Catavento tal que: Equação 1 B(aérea) = 0.749 (D^2.011) onde D = diâmetro à altura do peito (cm), B = biomassa aérea (peso seco) (kg/árvore),
Estimativa do estoque da biomassa total em kg/ha A biomassa total foi calculada somando-se a biomassa aérea média (para cada estágio de desenvolvimento), com a biomassa do solo (raízes), segundo Cairns et al. (1997), tal que: BT = (B aérea + exp(-1.085 + 0.926 ln(B)) Equação 2 Onde BT = biomassa total (kg/ha) e B = biomassa aérea (kg/ha) Substituindo o valorde B na equação abaixo: BT = (0,7949 (B^2,011)) + exp(-1.085 + 0.926 ln(0,749 (D^2,011)) Equação 3
.Cálculo dabiomassa total as espécies frutíferas e madeiráveis no Sítio Catavento Foi estimada a partir de um modelo logístico de crescimento de uma árvore Stewart (2007): Equação 4 • B = biomassa estimada em um tempo t; • A = (K – Bi) /Bi, • k = (ln (K / Bi)) / T Onde Bi é a biomassa inicial da árvore plantada no sistema Nesta pesquisa foi assumido o valor inicial de 0,1 kg para cada árvore K= capacidade genofenotipica da espécie : quanto de biomassa chegará na idade adulta k = coeficiente indicativo de quão rápido irá crescer (condições) A = Quanto que ela pode vir a crescer T corresponde ao tempo máximo de vida da espécie arbórea individual
Cálculo da Biomassa para as Espécies Pioneiras Comerciais e Não Comerciais Equação 5 T = período de produção economicamente viável K = produção inicial A = corresponde ao potencial de crescimento a ser desenvolvido (quanto que ela pode vir a crescer) Bf = valor final de produção C = é um coeficiente prático que considera a influência do impedimento do crescimento por sombreamento, a competição pelos nutrientes do solo e outros fatores que diminuem a produtividade das espécies.
Taxaestimada de produção de Biomassa das ÁrvoresFrutíferas
Indices Emergéticos Transformidade Renovabilidade Razão de Investimento Razão de Intercâmbio Razão de Rendimento
Avalia a qualidade do fluxo de energia e permite fazer comparações com outros sistemas. É inverso da eficiência, portanto, quanto menor for seu valor maior eficiência terá o sistema . 855000 seJ/J Sítio Santa Helena (Convencional) 98000 seJ/J Sítio Nata da Serra (Sítio Orgânico)
Avalia a sustentabilidade dos sistemas de produção. No ano 1 e 2 fica em torno de 53%, crescendo no ano 3 para 80% , fica nesta faixa até o ano 26 88% e chega a e no ano 37 a 90%. Comparando-se Nata 51%, S.Helena 27%, Confinado 3%
EYR é a relação do total de emergia investida (Y) por unidade de investimento econômico (F). • Aqui no ano 1 e 2 o valor é 2, nos anos seguintes o valor é 6 , ano 28 é 9, ano 46 o valor é 13. • Na agricultura convencional o valor está entre 1,05 até 1,35. • A contribuição da natureza nos SAFs é melhor em comparação com recursos vindos da economia
EIR Índice que mostra a quantidade de recursos da Economia (F) que é necessária para obter recursos da Natureza (I). EIR é calculado para sabermos se o uso de recursos da economia (despesas investidas) terá uma boa contrapartida de recursos naturais (por enquanto não pagamos por eles). O valor de EIR da agricultura convencional está entre 5 e 8. Valores menores são considerados ótimos Nos SAFs média 0,17.
EER mostra que a relação de intercâmbio de emergia é satisfatória durante todo o processo. Ela se torna rapidamente favorável ao produtor até o quinto ano, depois a relação se mantém em patamar conveniente. Nata 0,9 S Helena 2,33, Pastagem 22, Confinado 12
Todos os índices emergéticos apresentam valores considerados ótimos quando se compara com os índices emergéticos do sistema convencional, provando que a implantação de um SAF pode ser um bom investimento social, ecológico e econômico. • A partir desta pesquisa podemos apresentar uma proposta de recuperação florestal por meio de implantação de SAF com a ferramenta da análise emergética e simulação de sistemas. • A opção tecnológica e social dos sistemas agroflorestais é adequada para a transição ao desenvolvimento sustentável, em um mundo onde os recursos não renováveis não mais poderão ser utilizados de maneira inconsequente e que deverá cuidar da mitigação das mudanças climáticas e incluir os custos das dívidas sociais e ambientais.
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