1 / 43

REALISMO – NATURALISMO (1881 – 1902)

REALISMO – NATURALISMO (1881 – 1902). Linguagem realista: Objetivismo Descrição e adjetivação objetivas, tentando captar o real como ele é. Linguagem culta e direta. Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades. Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais.

donat
Download Presentation

REALISMO – NATURALISMO (1881 – 1902)

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. REALISMO – NATURALISMO(1881 – 1902)

  2. Linguagem realista: • Objetivismo • Descrição e adjetivação objetivas, tentando captar o real como ele é. • Linguagem culta e direta. • Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades.

  3. Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais. • Casamento como instituição falida; contrato de interesses e conveniências. • Herói problemático (anti-herói), cheio de fraquezas, manias e incertezas. • Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico

  4. Personagens trabalhadas psicologicamente. • Universalismo.

  5. Machado de Assis • A sua prosa divide-se em duas fases: romântica e realista: a)Obras românticas: Helena, A mão e a luva, Iaiá Garcia e Ressurreição (romances); Contos fluminenses b) Obras realistas: (contos) – Relíquias da Casa Velha, Papéis avulsos; (romances) – Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.

  6. Fase realista • Conversa com o leitor • Metalinguagem • Ruptura com a narrativa linear • Psicologismo nas personagens • Personagens complexas • Capítulos curtos

  7. Universalismo nos temas • Envolvimento com fatos históricos, contemporâneos ou não • Ironia, humor negro • Linguagem enxuta • Grandes arquétipos

  8. linguagem naturalista • Linguagem simples • Clareza, equilíbrio e harmonia na composição • Preocupação com minúcias • Presença de palavras regionais • Descrição e narrativas lentas • Impessoalidade

  9. Determinismo (o homem é produto do meio, momento histórico e herança genética) • Objetivismo científico • Temas de patologia social • Observação e análise da realidade • Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual • Despreocupação com a moral

  10. Principais prosadores realistas e naturalistas a) Aluísio Azevedo • Literatura engajada • Em O mulato e Casa de pensão, ainda temos influências românticas (apenas em O cortiço é que o autor alcança a totalidade naturalista)

  11. b) Outros prosadores naturalistas: Adolfo Caminha (Bom-crioulo); Raul Pompéia (O Ateneu), Inglês de Sousa (A normalista e O missionário), Domingos Olímpio (Luzia-Homem) e Rodolfo Teófilo (A fome) c) Outros prosadores realistas: Rui Barbosa (O papa e o Concílio; Cartas da Inglaterra), Joaquim Nabuco (O Abolicionismo; Balmaceda) e Coelho Neto (A conquista)

  12. ALUÍSIO AZEVEDO

  13. BIOGRAFIA

  14. Aluísio Azevedo (A. Tancredo Gonçalves de A.), caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de 1857, e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913. É o fundador da Cadeira n. 4 da Academia Brasileira de Letras.

  15. Era filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de d. Emília Amália Pinto de Magalhães e irmão mais moço do comediógrafo Artur Azevedo. Sua mãe havia casado, aos 17 anos, com um rico e ríspido comerciante português. O temperamento brutal do marido determinou o fim do casamento. Emília refugiou-se em casa de amigos, até conhecer o vice-cônsul de Portugal, o jovem viúvo David. Os dois passaram a viver juntos, sem contraírem segundas núpcias, o que à época foi considerado um escândalo na sociedade maranhense.

  16. Da infância à adolescência, Aluísio estudou em São Luís e trabalhou como caixeiro e guarda-livros. Desde cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o auxiliou na aquisição da técnica que empregará mais tarde ao caracterizar os personagens de seus romances. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro, onde já se encontrava o irmão mais velho, Artur. Matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes. Para manter-se, fazia caricaturas para os jornais da época, como O Figaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. A partir desses "bonecos" que conservava sobre a mesa de trabalho, escrevia cenas de romances.

  17. A morte do pai, em 1878, obrigou-o a voltar a São Luís, para tomar conta da família. Ali começou a carreira de escritor, com a publicação, em 1879, do romance Uma lágrima de mulher, típico dramalhão romântico. Ajuda a lançar e colabora com o jornal anticlerical O Pensador, que defendia a abolição da escravatura, enquanto os padres mostravam-se contrários a ela.

  18. Em 1881, Aluísio lança O mulato, romance que causou escândalo entre a sociedade maranhense, não só pela crua linguagem naturalista, mas sobretudo pelo assunto de que tratava: o preconceito racial. O romance teve grande sucesso, foi bem recebido na Corte como exemplo de Naturalismo, e Aluísio pôde fazer o caminho de volta para o Rio de Janeiro, embarcando em 7 de setembro de 1881, decidido a ganhar a vida como escritor.

  19. Quase todos os jornais da época tinham folhetins, e foi num deles que Aluísio passou a publicar seus romances. A princípio, eram obras menores, escritas apenas para garantir a sobrevivência. Depois, surgiu nova preocupação no universo de Aluísio: a observação e análise dos agrupamentos humanos, a degradação das casas de pensão e sua exploração pelo imigrante, principalmente o português. Dessa preocupação resultariam duas de suas melhores obras: Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890). De 1882 a 1895 escreveu sem interrupção romances, contos e crônicas, além de peças de teatro em colaboração com Artur de Azevedo e Emílio Rouède.

  20. Em 1895 encerrou a carreira de romancista e ingressou na diplomacia. O primeiro posto foi em Vigo, na Espanha. Depois serviu no Japão, na Argentina, na Inglaterra e na Itália. Passara a viver em companhia de D. Pastora Luquez, de nacionalidade argentina, junto com os dois filhos, Pastor e Zulema, que Aluísio adotou. Em 1910, foi nomeado cônsul, sendo removido para Assunção. Depois foi para Buenos Aires, seu último posto. Ali faleceu, aos 56 anos. Foi enterrado naquela cidade. Seis anos depois, por uma iniciativa de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo chegou a São Luís, onde o escritor foi sepultado definitivamente.

  21. ESTILO

  22. Crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas instituições, o romancista Aluísio Azevedo abandonou as tendências românticas em que se formara para tornar-se, influenciado por Eça de Queirós e Émile Zola, o criador do naturalismo no Brasil.

  23. * Preocupado com a realidade cotidiana; * Anticlericalismo; * Luta contra o preconceito de cor, o adultério e os vícios; * Defendia o povo humilde.

  24. RAUL POMPÉIA

  25. Biografia

  26. Raul Pompéia (R. de Ávila P.), jornalista, contista, cronista, novelista e romancista, nasceu em Jacuecanga, Angra dos Reis, RJ, em 12 de abril de 1863, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 25 de dezembro de 1895. É o patrono da Cadeira nº 33, por escolha do fundador Domício da Gama.

  27. Era filho de Antônio de Ávila Pompéia, homem de recursos e advogado, e de Rosa Teixeira Pompéia. Transferiu-se cedo, com a família, para a Corte e foi internado no Colégio Abílio, dirigido pelo educador Abílio César Borges, o barão de Macaúbas, estabelecimento de ensino que adquirira grande nomeada.

  28. Passando do ambiente familiar austero e fechado para a vida no internato, recebeu Raul Pompéia um choque profundo no contato com estranhos.

  29. Logo se distingue como aluno aplicado, com o gosto dos estudos e leituras, bom desenhista e caricaturista, que redigia e ilustrava do próprio punho o jornalzinho O Archote. Em 1879, transferiu-se para o Colégio Pedro II, para fazer os preparatórios, e onde se projetou como orador e publicou o seu primeiro livro, Uma tragédia no Amazonas (1880).

  30. Em 1881 começou o curso de Direito em São Paulo, entrando em contato com o ambiente literário e as idéias reformistas da época. Engajou-se nas campanhas abolicionista e republicana, tanto nas atividades acadêmicas como na imprensa. Tornou-se amigo de Luís Gama, o famoso abolicionista.

  31. Escreveu em jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro, frequentemente sob o pseudônimo "Rapp", um dentre os muitos que depois adotaria: Pompeu Stell, Um moço do povo, Y, Niomey e Hygdard, Lauro, Fabricius, Raul D., Raulino Palma.

  32. Ainda em São Paulo publicou, no Jornal do Commercio, as "Canções sem metro", poemas em prosa, parte das quais foi reunida em volume, de edição póstuma. Também, em folhetins da Gazeta de Notícias, publicou a novela As jóias da Coroa.

  33. Reprovado no 3º ano (1883), seguiu com 93 acadêmicos para o Recife e ali concluiu o curso de Direito, mas não exerceu a advocacia. De volta ao Rio de Janeiro, em 1885, dedicou-se ao jornalismo, escrevendo crônicas, folhetins, artigos, contos e participando da vida boêmia das rodas intelectuais.

  34. Nos momentos de folga, escreveu O Ateneu, "crônica de saudades", romance de cunho autobiográfico, narrado em primeira pessoa, contando o drama de um menino que, arrancado ao lar, é colocado num internato da época. Publicou-o em 1888, primeiro em folhetins, na Gazeta de Notícias, e, logo a seguir, em livro, que o consagra definitivamente como escritor.

  35. Decretada a abolição, em que se empenhara, passou a dedicar-se à campanha favorável à implantação da República. Em 1889, colaborou em A Rua, e no Jornal do Commercio. Proclamada a República, foi nomeado professor de mitologia da Escola de Belas Artes e, logo a seguir, diretor da Biblioteca Nacional.

  36. No jornalismo, revelou-se um florianista exaltado, em oposição a intelectuais do seu grupo, como Pardal Mallet e Olavo Bilac. Numa das discussões, surgiu um duelo entre Bilac e Pompéia. Combatia o cosmopolitismo, achando que o militarismo, encarnado por Floriano Peixoto, constituía a defesa da pátria em perigo.

  37. Referindo-se à luta entre portugueses e ingleses, desenhou uma de suas melhores charges: "O Brasil crucificado entre dois ladrões". Com a morte de Floriano, em 1895, foi demitido da direção da Biblioteca Nacional, acusado de desacatar a pessoa do Presidente no explosivo discurso pronunciado em seu enterro.

  38. Rompido com amigos, caluniado em artigo de Luís Murat, sentindo-se desdenhado por toda parte, inclusive dentro do jornal A Notícia, que não publicara o segundo artigo de sua colaboração, pôs fim à vida no dia de Natal de 1895.

  39. A posição de Raul Pompéia na literatura brasileira é controvertida. A princípio a crítica o julgou pertencente ao Naturalismo, mas as qualidades artísticas presentes em sua obra fazem-no aproximar-se do Realismo e Simbolismo, ficando a sua arte como a expressão típica, na literatura brasileira, do estilo impressionista.

  40. TEXTOS NATURALISTAS

  41. Trecho do capítulo III, onde o autor narra o amanhecer no cortiço. “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da ultima guitarra da noite antecedente, dissolvendo se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas.

  42. Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam se de janela para janela as primeiras palavras, os bons dias; reatavam se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se formava, destacavam se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saiam mulheres que vinham pendurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, cumprimentavam se ruidosamente, espanejando se à luz nova do dia.

  43. Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via se lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.

More Related